Marcha do MST

16h05, de 23/06/08.

Os trabalhadores rurais participarão de uma audiência pública no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, às 13 horas dessa quinta-feira 24, para tratar da política de assentamentos no Estado.

“O Trabalhador na cidade está pagando mais caro pela comida porque as terras estão sendo utilizadas para plantar mais eucalipto e mais soja para combustível, diminuindo os alimentos”, afirma Ana dos Santos, da Coordenação Estadual. “Com a reforma agrária, podemos gerar mais emprego e produzir mais alimentos, como os assentamentos da região de Porto Alegre que produzem 2 milhões de toneladas de arroz ecológico”.

A Catarse recebe informações de lideranças do MST de que o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Paulo Mendes, declarou hoje que impedirá a marcha do Movimento de entrar em Porto Alegre, amanhã pela manhã, para a audiência com o Incra.
Veremos, coroné!
[de Jefferson Pinheiro, direto da Marcha]

O início da Marcha

É para ser Barravento.
Na madrugada dessa terça-feira 22, rajadas da massa de ar zuando a 80 km/h trepidaram os tetos de lona preta dos barracos no acampamento Jair Antônio da Costa. Eram vastos uivos com cacetadas maciças de ar e esparsos períodos de chuvisco denso, que por anular qualquer outro som, davam graça ao sono depois de tanto barulho. Foi a noite de temporal que antecedeu o dia de Marcha dos sem-terra no Rio Grande do Sul, com o primeiro deslocamento cumprido da BR-386 em Nova Santa Rita até quase o Centro de Canoas.
5h30 foi dado toque de despertar, não chovia, mas ninguém assegurava que poderia continuar assim. 7h30, nas reuniões definitivas da organização, dos núcleos de base e das caravanas que chegaram de outros acampamentos a decisão foi de que se o tempo se mantivesse firme até a hora da partida, certos os sem-terra estavam de que “com chuva, com vento, queremos assentamentos” – entoavam em coro para deixar claro de que não teria volta a Marcha. Com motivação e sem a Brigada Militar interferir, 9h arrancaram as 2 colunas na pista direita da Tabaí-Canoas, em livre trânsito, e pelos próximos 20 km de asfalto, percorridos em 4h30, por todos os mais de 600 companheiros do MST.

O protesto de ação direta chegará na quinta-feira – 24 de julho de 2008 – à sede do Incra em Porto Alegre, para que Superintendência-RS cumpra o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que assinou há oito meses. O documento também foi assinado pelo Ministério Público Federal, no encerramento da Marcha à Fazenda Guerra, ano passado. Pelo acordo, deveriam ser assentadas mil famílias até abril e outras mil até o final deste ano. Até hoje, necadipitibiribas. Nenhum lote. Só uma área em São Gabriel para 38 famílias foi declarada assentamento. A reivindicação é por respeito, então. Reforma Agrária.
Como o Incra declarou que não fala nada antes de se encontrar com os trabalhadores da Marcha, cabe ao MST as manifestações até lá. Equipe de reportagem do Subverta! com Jefferson Pinheiro na luta ao lado da companheirada. Eu volto para a marcha Canoas-Porto Alegre na quinta-feira 24. Com satisfação de trabalho e fraternidade.

Hoje estão programados encontros com a comunidade, atividades de panfletagem e debates na rua. Agitação e propaganda. Manteremos atualizações a qualquer momento.

Assista trechos da filmagem dessa terça-feira.

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