Cinema na pedreira do Morro Santana

Nas últimas semanas, o Coletivo Catarse vem trabalhando na produção do Encontro de Cineastas Indígenas, que acontecerá na Retomada Gãh Ré, do Morro Santana, em outubro deste ano. Dentro da programação, o encontro prevê uma exibição de cinema aberta ao público, projetada nada mais nada menos do que na pedreira do Morro Santana. Por conta disso, um grupo de trabalho foi formado junto aos moradores e coletivos locais do território (Preserve Morro Santana, Sagrado Formigueiro, Coletivo Mães da Periferia, entre outros). No último domingo, foi realizada uma visita técnica ao local, para planejar a logística do encontro. Em breve serão divulgadas mais informações.

Canais para acompanhar a luta indígena no ATL 24

Ao longo desta semana, de 22 a 26 de abril, centenas de povos diferentes se reunem em Brasília (DF) para a maior mobilização indígena do país. No ano em que completa 20 anos, o Acampamento Terra Livre traz como mote “Nosso marco é ancestral, sempre estivemos aqui ” em oposição à tese do Marco Temporal, que reduz aos povos tradicionais o direito a terras ocupadas antes de 1988.

Mulheres Araucárias

Mulheres Kaingang e araucárias (“fãg”, na língua materna) tem uma relação forte, profunda, ancestral. O documentário “Mulheres Araucárias” conta as vivências de luta, resistência e esperança de Maria, Jociele e Tayla, três gerações de mulheres Kaingang que “caminham” desde o território indígena no Paraná até à III Marcha das Mulheres Indígenas, ocorrida em 2023, em Brasília (DF). O filme conecta as mulheres Kaingang e as árvores de araucárias na resistência aos projetos de morte nos territórios indígenas no bioma Mata Atlântica. Com protagonismo de mulheres Kaingang nas falas e também na produção, é um convite para conhecer e reconhecer o importante papel das mulheres Kaingang e das araucárias na defesa da vida e dos territórios. Realizado por FLD-COMIN e Coletivo Catarse, “Mulheres Araucárias” faz parte do projeto Moviracá: direito à terra indígena, fruto da parceria entre o Movimento Indígena e a Fundação Luterana de Diaconia (FLD), financiado pela União Europeia (UE). FICHA TÉCNICA Protagonistas:Maria EufrásioJociele LuizTayla Cristine Luiz Chagas Direção e roteiroCamila Mīg Sá: Comunicadora da Mídia Indígena OficialKassiane SchwingelVanessa Fe Há: Coordenadora de comunicação Arpinsul e cofundadora Ga Jare NarraçãoCamila Mīg Sá dos Santos: Comunicadora da Mídia Indígena Oficial ImagensCamila Mīg Sá dos Santos: Comunicadora da Mídia Indígena OficialVanessa Fe Há: Coordenadora de comunicação Arpinsul e cofundadora Ga Jare Equipe audiovisual Coletivo CatarseJefferson Pinheiro: Direção, roteiro, imagens e ediçãoBilly Valdez: Imagens, cor e finalização de videoGustavo Türck: Finalização de áudio e legendasMarcelo Cougo: Trilha sonora e pesquisa musical Designer do logotipoWanesa Ribeiro e Kath Xapi Puri Imagens adicionaisTV CâmaraLideranças indígenas pedem derrubada do PL do Marco Temporal – 30/05/2023 MÚSICAS Dois Irmãozinhos – Música tradicional KaigangVozes e chocalho: Coral de crianças da Retomada Gãh RéVãn Kafej | Nonóe | Nó fej | KojoîViolão e produção: Marcelo CougoBateria: Ale MendesProdução e mixagem: Gustavo Türck Canto com os PássarosInstrumentista | Intérprete: Gomercindo SalvadorViolão taquara: Gomercindo SalvadorÁlbum: Goj tej gor ror, as águas são nossas irmãs VozesTrilha sonora original do filme – Vozes Indígenas da América Latina: “Nós somos o documento da Terra”Composição | produção | violão: Marcelo CougoPercussões | flautas | sintetizadores: Paulinho BetanzosGravação | mixagem: Gustavo Türck AgradecimentosÀ Comissão de Lideranças da Aldeia Kakané Porã por abrir seu espaço para as gravações;Às protagonistas deste material por aceitarem compartilhar suas histórias e vivências;Às mulheres indígenas que travam duras batalhas em defesa da vida de todas as pessoas.

Fortalecendo comunidades : Quilombo Vila Nova

Nos dias 20 e 21 de fevereiro, o Coletivo Catarse esteve junto de uma equipe de pesquisadoras parceiras do Núcleo de Estudos de Geografia e Ambiente da UFRGS (NEGA/UFRGS) no Quilombo Vila Nova, em São José do Norte/RS. A saída faz parte do trabalho do projeto “Quilombo Vila Nova : organização e soberania na defesa do território” que recebeu apoio do Fundo Casa Socioambiental.

Povos em luta fecham a BR 386

No entardecer do último sábado (20/01/24), o trecho próximo ao KM 410 da BR386 (no distrito de Vendinha, entre Montenegro e Triunfo, região metropolitana de Porto Alegre) foi interrompido pelo ato Parada da Légua. Atendendo ao chamado amoroso e solidário da Comunidade Kilombola Morada da Paz – Território de Mãe Preta (COMPAZ), mais de cem pessoas, do Fio de Contas de Mãe Preta CoMPaz, Teia dos Povos/RS e diversos outros Territórios compuseram o ato contra a ampliação da BR. Além dos impactos ao território, a comunidade denuncia a falta de consulta prévia livre informada e de boa fé.

Saberes Kaingang na Sala Redenção

Na última quinta, 15 de novembro, o cinema da Sala Redenção, no Campus Centro da UFGRS, exibiu 5 filmes da série “Saberes Indígenas na Escola – núcleo UFRGS Kaingang”. Realizada pelo núcleo Saberes Indígenas da UFRGS e pelo Coletivo Catarse em 2023, completando uma década da ação de extensão, esta série traz temas geradores para debate nas salas de aula das aldeias. Cada um dos temas foi escolhido pela própria comunidade que recebeu a gravação, sendo as entrevistas na língua Kaingang, com os próprios professores indígenas das escolas dialogando com os mais velhos e mais velhas. No projeto, o audiovisual entra como parte do material didático desenvolvido para a educação escolar indígena – que será lançado dia 27 do mesmo mês no Museu da UFRGS – em um esforço de docentes indígenas e não indígenas para sistematizar uma base que permita que cada povo tenha um ensino escolar diferenciado segundo sua cultura. Depois dos filmes, foi feita uma conversa com Lucas Penido, da equipe dos saberes, as indígenas Kaingang Vera Kaingang e Sueli Krengre e Gustavo Türck, da equipe do Coletivo Catarse. Além falar sobre o processo de produção, foram levantados alguns dos fatores que levaram a decisão de exibir os filmes no idioma originário e sem legendas, fazendo da sessão uma das poucas – se não a primeira – sem suporte ao português no espaço. Para alívio da curiosidade dos fog (não indígenas) presentes, a tradutora, professora e antiga orientadora do Saberes, Sueli Krenge, contou no idioma do colonizador um pouco do que foi conversado nas aldeias. No encarramento da sessão – que integrou a mostra “Sabedorias – Arandu – Kanhgág Kajró Pẽ” -, foi feito o convite para a exposição de mesmo nome. Com abertura na próxima segunda (27/11), às 10:30, a exposição no Museu da UFRGS (Av. Oswaldo Aranha, 277, Porto Alegre/RS) em comemoração aos dez anos da Ação Saberes Indígenas na Escola – Núcleo UFRGS pode ser visitada de segunda à sexta, das 9 às 18 horas. Estarão expostos os materiais didáticos nas línguas originárias, incluindo os materiais audiovisuais e impressos. Texto e fotos: Bruno Pedrotti.