As sombras que encantam crianças

O palco aonde a Cia Lumbra encantou crianças das escolas públicas de Santa Maria é um bom lugar para histórias. O Theatro Treze de Maio foi inaugurado em 1890 e da janela dá pra ver as bancas e muita gente circulando pela praça em frente, na 51ª Feira do Livro municipal. É a segunda feira do livro mais antiga da América Latina (a primeira é a de Porto Alegre e a terceira é Buenos Aires). Com programação cultural diversa, na ensolarada tarde de uma quinta de setembro as sombras da literatura se transformaram em criaturas fascinantes e divertidas, com gritos de assombro e euforia do público infantil. Muito riso, um pouco de espanto e muita magia:

Uma feira para outro mundo possível e necessário

Dizem que durante os três dias da FEICOOP, Santa Maria se transforma na capital mundial da Economia Solidária. A Feira Internacional do Cooperativismo e da Economia Solidária, que também é uma feira da agricultura familiar, está carregada com os ideais dos fóruns sociais mundiais, que aconteceram em Porto Alegre, a partir de 2001. Mas a FEICOOP iniciou ainda antes, em 1994. Além de movimentar a economia local, proporciona encontros e trocas, por meio de oficinas e de diversas atividades formativas e culturais, com pessoas vindas de vários lugares do Brasil. Um sentimento de pertencimento, de irmandade que aflora. Essa diversidade celebrada colabora para construir um outro mundo possível, que nunca esteve tão necessário como agora, em que as mudanças climáticas ameaçam a continuidade de muitas formas de vida e de viver no planeta. Neste vídeo, conhecemos um pouco do trabalho e do que pensam participantes da 30ª edição da feira, que ocorreu em julho desse ano:

Ao vivo no MARIA MARIA #02  – Érick Feijó

Mais uma noite de quinta nas Marias. A cidade aguarda uma chuva que insiste em não cair. Está abafado, e o verão parece ter desistido de viajar. Dentro da Garajona, lugar na Comuna do Arvoredo que acolhe o Espaço Cultural Maria Maria, a alegria é moeda corrente, e o trabalho se mistura com a missão de abrir caminho para mais uma voz negra cantar suas influências, seu passado ancestral, nos colocando ao par, no presente, da existência de um jeito tão leve e encantador de cantar e tocar violão. Com um repertório que transita entre clássicos da MPB e do Samba – e alguns Lados B muito instigantes -, Érick Feijó nos trouxe a lembrança de Paulinho da Viola e João Gilberto. Sempre é bom referenciar um novo artista para que saibamos por onde ele anda, mas Érick vai além, emprestando à sua interpretação algo seu, tão familiar e potente quanto o nome que carrega. Andou também por Montevidéu, e isso traz um sotaque especial, não no seu jeito de cantar, mas no toque sincopado do violão que traduz negritudes no cone sul das Américas. Mais uma noite nas Marias, uma noite única e que, espero, se repita de outras maneiras, com a força e a sutileza da música de Erick Feijó. Texto de Macelo Cougo

Show completo da banda Boca Braba hardcore no Bar Opinião

Último show do ano de 2023 para a banda Boca Braba hardcore foi a segunda passada da banda no palco do lendário Bar Opinião no festival promovido pelo Coletivo Preto no Metal, um pouco sobre esse evento você pode conferir aqui (https://coletivocatarse.com.br/2024/03/27/preto-no-metal-festival/) Nós realizamos a produção audiovisual dessa apresentação e a banda nos entregou um show, forte e potente, mostrando que ja “dominam” aquele apalco e certatemente irão retornar muitas vezes. Confira. Ficha Técnica:BOCA BRABA HARDCORE É:Douglas Cereja – Guitarra/BackVinícius Marques – VocalLuis Tiago – BateriaHígor Cavalheiro – Baixo/Back PRODUÇÃO AUDIOVISUAL:Coletivo CatarseCAPTAÇÃO VÍDEO:Billy ValdezMarcelo Cougo de SaBruno PedrottiEDIÇÃO/FINALIZAÇÃO:Billy Valdez Foto do destaque por Zé Luiz Dias.

Ao vivo no MARIA MARIA #02  – Jéssica e Vicente

O deslumbre é o mistério de olhar para as águas de um rio, é a alegria de ver a fluidez da água indo pro mar. As melodias suaves nos induzem a um sentimento de água e terra, juntas e alimentando o espírito de pessoas que fluem suas artes nas artérias da cidade e na amplidão dos espaços que circundam um rio. Tudo isso foi pensado enquanto Jéssica e Vicente nos faziam viajar com sua música, com seus timbres suaves e precisos, naquela noite da última quinta de março. Claro que o ambiente acolhedor do Espaço Cultural Maria Maria favoreceu à expansão dos sentidos; à fluidez de águas e emoções. Em resumo: foi uma noite muito boa de se estar ali, e saí com a alma leve e encantada. Recomendo fortemente seguir o trabalho da dupla e o espaço das Marias. Siga:@jessicanucci_ @vicentiguindani_@espaçoculturalmariamaria Texto de Marcelo Cougo. Projeto: AO VIVO no MARIA MARIA #02 com Jéssica e Vicente.Gravado em Porto Alegre, 29/03/2024.Ficha técnica:Imagens e edição – Billy Valdez

Estreia! “Ao vivo no MARIA MARIA – #01 Musical Talismã” 

Estreiamos o projeto Ao vivo no Maria Maria, uma iniciativa em parceria com o Espaço Cultural Maria Maria, na Comuna do Arvoredo, que visa a entregar e divulgar quem se apresenta neste espaço, que fomenta uma diversidade artística plural e constante no Centro de Porto Alegre. Toda semana – ou com uma periodicidade que se consiga realizar -, um tipo de clipe de um novo artista será postado aqui. Esta é uma proposta de se disponibilizar, para além do lugar, uma estrutura existente do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, com boa qualidade, para músicos e outras apresentações que nem sempre conseguem acessar recursos que sejam à altura da sua arte exatamente por não fazerem parte do main stream. Como piloto – ou melhor, nosso primeiro episódio -, utilizamos a apresentação do Musical Talismã, uma das bandas da casa aqui do nosso coletivo. Uma apresentação que rolou no último dia 28/03. Conheceça um pouco do Músical Talimã (texto de Marcelo Cougo)Sob as luzes da minuciosa pesquisa feita pelo jornalista Paulo Sérgio de Araújo, autor do livro “Eu não sou cachorro não”, que trata da música brasileira durante o período de vigência do A.I.5, e as memórias afetivas dos músicos que o compõem, o Musical Talismã trafega pelos grandes sucessos populares da música chamada pejorativamente de cafona. Trazendo junto à reflexão crítica ao elitismo cultural uma enorme vontade se divertir, a banda fez do ensaio aberto no Espaço Cultural Maria Maria, uma ponte para sua estreia oficial, dia 9 de maio, no Ocidente Bar. Recebendo amigas e amigos dispostos a fazer uma noite de celebração, juntos, cantamos sem vergonha de ser feliz! Até a estreia a sede do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre seguirá sendo a casa do Musical Talismã, em sua trajetória de montar um espetáculo que dê conta de tanta história, tanto afeto!

Fortalecendo comunidades : Quilombo Vila Nova

Nos dias 20 e 21 de fevereiro, o Coletivo Catarse esteve junto de uma equipe de pesquisadoras parceiras do Núcleo de Estudos de Geografia e Ambiente da UFRGS (NEGA/UFRGS) no Quilombo Vila Nova, em São José do Norte/RS. A saída faz parte do trabalho do projeto “Quilombo Vila Nova : organização e soberania na defesa do território” que recebeu apoio do Fundo Casa Socioambiental.

A Comuna do Arvoredo continua, verde e pulsante!

Nesse último mês de setembro a Comuna do Arvoredo completou 15 anos. Uma estrutura de 3 velhos casarões históricos – Casarão, Caza Azul e Casarinho – na rua Fernando Machado, antiga Rua do Arvoredo, Centro de Porto Alegre, que abriga um sonho. Um sonho vivido diariamente. Por exemplo, na segunda, dia 2 de outubro, em determinado momento da noite havia um ensaio de banda e uma reunião de Rede de Pontos de Cultura acontecendo no espaço do Coletivo Catarse, que há mais 3 anos habita a Comuna. Ao mesmo tempo uma oficina de tambores realizada por mulheres acontecia na Garajona do Casarão. Vibrante, pulsando ritmo e liberdade. No Salão, oficina de teatro para as crianças da comunidade. No final da tarde o perfume dos pães artesanais alimentava o apetite da criançada da Comuna. O pátio, nesse dia, estava calmo e iluminado. Um pulmão verde e acolhedor para toda gente que por ali circula. Nessa Comuna, toda essa vivência de arte é fruto da construção coletiva de quem mora, de quem trabalha, de quem mora e trabalha, de quem vive esse sonho. Um modo de encarar a vida na cidade grande que encanta e ensina. Desafia sempre as coletividades que ali circulam a encontrar suas soluções com muita conversa e maturidade. É uma escola! Isso tudo que falei foi em apenas uma segunda-feira, mas nos outros dias ela pulsa também. O almoço coletivo, alegria da sineta que avisa a comida saudável e cheia de significados, por conta de todas as ações que envolvem “alimentar” a Comuna e sua gente. Os empreendimentos solidários e criativos, a alegria do convívio e da surpresa de quem conhece a Comuna e seus encantos e encontros. Nesses tempos que ali estamos temos sido felizes e temos sonhado juntos. A Comuna é um presente pra cidade de Porto Alegre e para nós do Coletivo Catarse. “A comuna do arvoredo é uma comunidade urbana que compreende 3 casas no Centro Histórico de Porto Alegre. Além de espaço de moradia, também abriga coletivos de trabalho. Atualmente vivem 16 pessoas, incluindo as crianças, e mais 4 coletivos: Coletivo Catarse, Espaço Cultural Maria Maria, Brick Ao Belchior, Mútua e Fespope. Nestes 15 anos, calculamos que mais de 150 pessoas compuseram esta rede, seja como moradores ou coletivos de trabalho. Propiciando a construção de sonhos, encontros, amores, realização de projetos, que permeiam a vida de cada uma e cada um de nós que por aqui passamos, ou estamos. É um lugar que nos permite sonhar, e mais do que isso, colocando em prática (ao menos um pouco) o que sonhamos. Entre os sonhos que sonhamos juntos partem de inspiração ecológica em nossas práticas, seja na alimentação em articulação com as feiras ecológicas (FAE, Menino Deus, MPA), na gestão dos resíduos, no consumo consciente e nas conexão com quem produz os nossos alimentos”. – Fabi Cre e Carol Ferraz – moradoras da Comuna do Arvoredo. Estar no centro histórico de Porto Alegre e optar por preservar uma pequena, mas nem tanto, agrofloresta é, também, uma atitude de resistência. Uma resistência que impacta quem não conhece o interior dos casarões e não imagina que esse gigante verde é uma das moradoras mais importantes e mais antigas da Comuna. Cerejeira, Juçara, Pitangueira, araçá, ervas medicinais, Panc´s, bananeira, abacateiro, nesperina, viveiro de mudas, casa de pássaros. Uma mata constituída de degraus com clareira, fogueira, espaço para as composteiras e trilha! Esse é um dos espaços coletivos. Tem o salão, espaço multiuso que abriga aulas, ensaios, oficinas. A garajona, localizada na maior das três casas, o Casarão. “Mas tudo isto que já foi falado aqui, é apenas um fragmento dessa história que vem sendo vivida já há quinze anos, nos quais as presenças do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá), do Casa Tierra e do grupo inicial de moradores fixos, foi fundamental para que nossa Comuna tomasse forma e se tornasse o “ser vivo” que é hoje,. Esse ser que respira e ajuda a cidade a respirar, seja pela sua pequena/grande floresta ou pela às inúmeras atividades culturais e sociais ancoradas aqui! Experiências compartilhas e lembradas pelo país afora com os muitos amigos e ex moradores oriundos de muitas regiões do Brasil e, também mundo afora, pelas muitos amigos e ex moradores vindos das mais diversas regiões do planeta! Que venham outros quinze anos e outros e outros…” – Paulinho Bettanzos – morador da Comuna do Arvoredo Para quem tem ou já teve a experiência de viver em coletivo, seja para trabalho, seja para moradia, entende que muitos são os desafios. E porque se assume viver tamanho desafio? Porque se cresce, se evolui e se consegue concretizar espaços de utopia, como a Comuna do Arvoredo.