O teatro que se faz com muitas mãos

Desde o início de 2024 está em movimento o processo de montagem do espetáculo Vasalisa, a Sabida, numa co-realização Coletivo Catarse / Ponto de Cultura Ventre Livre e Aline Ferraz – Projeta Matricêntrica. É uma iniciativa que vem sendo gestada e fomentada pelo Coletivo através de recursos próprios e, também apoiada em editais como o Ações Continuadas – Funarte que tem sua duração até março de 2025 (https://coletivocatarse.com.br/2024/12/21/acoes-continuadas-uma-realidade-em-andamento-que-vai-seguir-em-2025/) e terá novo ciclo renovado com o PNAB Cultura Viva que foi aprovado e aguarda a entrada do recurso. Este apoio é a utilização da estrutura física para ensaios, armazenamento de material cênico, desenvolvimento e gravação de trilha sonora original, masterização e utilização de equipamentos. Embora tenha, hoje, este, fundamental, suporte, a pesquisa originalmente foi concebida e desenvolvida, de modo independente, pelas artistas Aline Ferraz e Têmis Nicolaidis, contando com a participação colaborativa de diversos profissionais nas áreas do audiovisual, da música, da dança, do figurino, que estão contribuindo com seus conhecimentos especializados para a concretização do projeto de modo ainda mais potente (ficha técnica ao final desta matéria). Vasalisa, a Sabida está sendo concebida como uma performance marcada pelo hibridismo de linguagens, escolhidas uma a uma, a partir do audiodrama, fio condutor da ação cênica na perspectiva de suporte expandido apontando possibilidades estéticas para além da performance ao vivo. Em seu caldeirão artístico são misturadas pitadas de contação de histórias combinadas com elementos do teatro de animação agregados a punhados de dança e contracenação. E o tempero potencial dessa poção é a intuição. Ela, que é um importante aspecto da psiquê feminina e que foi desvalidada pelo patriarcado, assim como, a maneira de ser/estar no mundo protagonizada pelas mulheres. Além disso, a intuição, é o tema do conto russo Vasalisa, a Sabida retirado do livro Mulheres que correm com os lobos, da escritora e psicanalista Clarissa Pinkola Estés. Amplamente divulgado e desde seu lançamento, em 2018, referência para mulheres aprofundarem as reflexões em torno da natureza instintiva da mulher a partir de 19 mitos, lendas e contos de fada pesquisados e minuciosamente analisados pela autora analista junguiana. Os contos de fadas são recursos importantes para facilitar o autoconhecimento, visto que, representam em suas narrativas fenômenos universais, com base no inconsciente coletivo. Eles também ativam o imaginário, favorecem a criatividade, a comunicação oral e promovem uma interação lúdica. Em 2025 o desenvolvimento deste trabalho vem com força total e pretende oferecer ensaios abertos e sua estreia ainda no primeiro semestre. Ficha Técnica: Texto: Clarissa Pinkóla EstésRoteiro, direção, dramaturgia, cenário, figurinos e atuação: Aline Ferraz (@lineaferraz_atriz) e Têmis Nicolaidis (@temis.nicolaidis)Assistência de direção: Lorena Sanchez (@lorenasanchez_apa)Assistência de figurino: Ethiéne Guerra (@ethi.g)Direção de movimento coreográfico: Raul Voges (@raulvoges)Trilha sonora original: Marcelo Cougo (@marcelo_catarse) e Marcelo Eguez (@marcelo_eguez)Produção sonora: Gustavo TürckApoio: Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo)

Coletivos iniciam organização da 10ª Festa da Biodiversidade

O Centro Histórico de Porto Alegre (RS) será um dos palcos para a celebração do Dia Internacional da Diversidade Biológica, comemorado em 22 de maio. Entre os dias 17 e 23, ocorre a 10ª edição da Festa da Biodiversidade. O evento será descentralizado, ocupando diversos espaços da cidade além da passagem entre o Mercado Público e a Praça XV de Novembro. Grupos e coletivos participantes já estão em movimento, levantando ideias, propondo e articulando as ações de maneira autônoma.

Show de Carlos Hahn finaliza ciclo de debates

Novas Fronteiras do Ativismo Social, uma proposta construída pelo Professor Luiz Inácio Gaiger, com apoio do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, Maria Maria Espaço Cultural, Comuna do Arvoredo, Cooperativa GiraSol e outras pessoas ativistas que estiveram juntas desde maio de 2024, chegou ao seu final com a chamada “chave de ouro” nesse 16 de janeiro. Ao longo de 15 episódios, desde junho se tornou possível conhecer diversas iniciativas de coletivos em áreas que compreenderam temáticas como agroecologia; vida urbana e sustentabilidade; alternativas de mídia e jornalismo; ancestralidade e desenvolvimento comunitário; consumo consciente; cooperativismo de plataforma; cuidado, reparação social e emancipação; cultura e arte; feminismo, equidade e questões de gênero; bem-viver; produção, consumo e sustentabilidade; entre tantos outros assuntos transversais. Todos os painéis estão disponíveis em playlist própria publicada no canal do YouTube do Coletivo Catarse (link aqui) ou também, com mais informações, na página específica aqui neste site (clique aqui). A última sessão, inclusive, é possível assistir aqui embaixo, quando se apresentaram a Rede Economia Solidária e Feminista, com a Cooperativa GiraSol e com Ecossistemas Ativistas – realizando-se um fechamento com uma visão abrangente dos ecossistemas ativistas na atualidade: Ao final da noite, seguindo os conceitos do ativismo que perpassam a arte e a cultura, o músico Carlos Hahn lançou o single A Lira dos Lírios, além de realizar um belo show aos presentes na noite de Maria Maria Espaço Cultural na Comuna do Arvoredo (de quinta a sábado, na Rua Fernando Machado, 464, Centro Histórico de Porto Alegre). Single “A lira dos lírios” Quarto single de divulgação do álbum “Luminosa Desilusão” – com lançamento previsto para abril -, “A lira dos lírios” conta com participações dos músicos Gustavo Telles (bateria), Luciano Albo (guitarras e baixo), Murilo Moura (teclados), Pedro Hahn (percussão), além do próprio autor (vozes e violões). Com versos como “Longe do martírio da tara dos tiros / Descanse em paz, Deusa-Mãe”, a canção remete à esperança e à disposição para a luta. “Escrevi essa música logo após a democracia vencer o ódio, em outubro de 2022, e decidi lançar neste momento justamente para marcar o fim de um ano tão difícil para os gaúchos e a possibilidade de construirmos um novo tempo de paz e solidariedade”, afirma o compositor. Carlos Hahn Entre 1997 e 2003, lançou três CDs-demo e atuou na cena alternativa de Porto Alegre, com a banda O Badulaque e em carreira solo. Após, dedicou-se ao jornalismo e à criação dos filhos. A partir de 2017, radicado na Serra gaúcha, lançou o single “Ocupa meu coração”, sobre as ocupações realizadas durante o desgoverno Temer, e o EP bilíngue “Dos Paralelos”, em português e espanhol. Em 2020, lançou o single “Bugiganga” e o EP “Trilogia do Golpe”. Em 2021, lançou seu primeiro álbum oficial, “Auroras na Barriga”, com produção artística de Luciano Albo (ex-Cascavelletes) e produção executiva de Gustavo Telles (ex-Pata de Elefante). Atualmente, grava seu segundo álbum, “Luminosa Desilusão”, também com produção de Albo e Telles. Como escritor, publicou os livros “Cristais Colhidos na Névoa” (poesia), em 2019, e Memórias de um Amor Realista Fantástico (novela), em 2023. Fotos: Billy Valdez

Bira sobe a montanha

Ubiratan Carlos Gomes, o Bira do Santa Preguiça e do Anima Sonhos, o Seco para os mais íntimos e o Saida para seu sobrinho, Davi Pacote. Griô informal do Ponto de Cultura Atelier dos Bonequeiros – Bonecos da Montanha, Bira tem formas distintas de repassar o conhecimento adquirido na sua extensa e rica vivência. Não espere que isso virá em uma oficina de bonecos ou em uma aula de viola. Não. Sua “griotagem” se dá no convívio, ao redor da fogueira e num bate papo solto e alegre. Suas histórias, carregadas de lirismo, são contadas ao som de suas violas, tocadas em poucos acordes mas de uma profundidade que só quem ouve sabe. Uma dessas experiências cheias de afeto e respeito foi proporcionada pela turma do Atelier na noite de 17 de janeiro, em Gramado. Junto ao galpão onde os anfitriões do espetáculo, Beth Bado e Nélson Hass, criam e manipulam seus bonecos, que Bira, com o acompanhamento de sua banda, formada por Davi Pacote, Fabiano Derbaque e Marcelo Cougo, ilustrou canções de domínio público, como Cuitelinho, recolhida e gravada por Dércio Marques em suas andanças pelo Brasil, composições próprias como Venda do Paraíso, Cai a Chuva, Lua de Prata (em homenagem a Sílvio Rebello) e Ponteado (letra do parceiro Mario Pirata), de seu irmão, Tiarajú, Tudo depende, entre outras, com seu vozeirão e sua viola encantada. Em tempo: vale destacar que o galpão é resultado de uma casa centenária desmontada onde ficava a sede anterior do Ponto e reerguida no pátio da casa dos ponteiros, uma história que merece ser contada! O público aplaudiu, pediu bis e, depois do show, teve a oportunidade de conviver e trocar experiências com o griô. Ao redor do fogo, fogueirinhas de papel, algo para beber e sonhar. De quebra, rolou uma mini oficina de derbake, instrumento de percussão típico da música árabe, que Fabiano toca com maestria. Os jovens presentes se encantaram e deram a dica: o multiculturalismo de raiz no alto da Serra tem um público inquieto por mais atividades. São focos de resistência, com interesse genuíno na arte, cultura e, principalmente, ouvidos sensíveis e atentos a quem tem o que contar. Nos links a seguir, confira o site do Atelier e também seu perfil no Instagram, além do site do Bira, onde é possível conferir algumas de suas gravações e documentário. O registro fotográfico é de Lucas Fialho.

Show do Musical Talismã marca retomada de atividades na Maria Maria Espaço Cultural

Em meados de novembro do ano passado, em conversa com uma das Marias, a Dani, fizemos uma combinação de retomar as atividades na Maria Maria Espaço Cultural, que fez seu merecido recesso para descanso no final do ano, com uma apresentação do Musical Talismã. O projeto, que resgata e desenha novos arranjos de músicas dos artistas mais populares dos anos 70 e 80 com a pegada típica de uma banda de rock, foi gestado e apresentado ao mundo nas Marias, que consideramos nossa casa. O desafio foi enfrentar uma troca de baterista entre o final de um ano e início de outro. Mas são ciclos que se encerram e recomeçam de outras formas. E quem trabalha com música sabe bem disso. O fato é que acertamos em cheio em escolher o dia 9 de janeiro, uma quinta-feira, para a estreia do Hamilton Félix no Musical Talismã, batera com muita rodagem e camaradagem na lida dos tambores. A casa encheu, o som rolou muito bem e ficou no ar a sensação de ótimo início de jornada para o novo quarteto, que pretende fazer história na cena local e até mesmo nacional. Por que não? Lembrando que o show faz parte das atividades de Ações Continuadas do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre/Coletivo Catarse, que ocuparão não somente a Maria Maria Espaço Cultural, mas também outros locais pela cidade. Musical Talismã nas redes digitais:InstagramFacebook Texto: Marcelo Cougo

Estreia de Faces de Eva no Porto Verão Alegre

Durante o ano de 2024 o coletivo TMA (Teatro Musical Autoral) ocupa o salão Zé da Terreira na Comuna do Arvoredo para desenvolver e ensaiar a instalação teatro-musical ‘Faces de Eva’. Esse trabalho tem sua criação livremente inspirada no musical “Evita”, e explora os caminhos por onde mulheres exerceram o poder, em suas épocas e com seus talentos e convicções. É uma intervenção artística que desafia os formatos cênicos tradicionais, redefinindo o lugar do público e o convidando a (se) olhar por diferentes ângulos e espaços. É uma obra artística contemporânea crítica que tem a música e a dança como condutora de um universo feminino em constante transformação. A instalação teve estreia de uma primeira versão em 2019, na Casa de Cultura Plauto Cruz. Este ano, a estreia desta nova versão será no Festival Porto Verão Alegre, nos dias 4 e 5 de fevereiro, às 20h na Sala Álvaro Moreyra (Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues – Avenida Érico Veríssimo, 307). Ingressos limitados já a venda: https://ingressos.portoveraoalegre.com.br/event/13/faces-de-eva. Uma co-produção TMA e Coletivo Catarse/Ponto de Cultura Ventre Livre com apoio da Comuna do Arvoredo. AUTOR:Raul Voges e Maurício Fulber DIREÇÃO:Raul Voges ELENCO:Cristine Patane, Fabiola Ribeiro Barreto, Guilherme Fraga Bittencourt, Gabriela Schneider, Ighor Pozzer, Odila Maria de Athayde Bohrer, Raul Voges. FICHA TÉCNICA:Temis Nicolaidis(co-produção e assist.direção), Vigo Cigolini (tec.som e luz), Marisa Rotenberg (orientação vocal) DURAÇÃO: 70 minutos

O nada misterioso futuro das crianças com consciência

Aqui quem escreve é uma mulher de 45 anos, que acompanhou muitas mudanças sociais, mesmo nessas (poucas) 4 décadas de vida. Muito avançamos como sociedade em relação às questões de gênero. Hoje, pais já embalam seus bebês, dão de comer, fazem o tema de casa. Homens já choram sem vergonha e lavam a roupa de sua família, comportamentos que quando eu nasci eram inconcebíveis para a maioria. Porém, muito mais devemos avançar já que mulheres ainda são mortas, violentadas, assediadas ou mesmo importunadas de maneiras “sutis” apenas por serem mulheres….todos os dias. Por isso, quando assistimos uma peça de teatro protagonizadas por crianças que, livremente, debocham e gritam em cena essas mudanças, a sensação é de que não vamos parar de avançar, e ainda bem. O enredo de O Atual Mistério de Feiurinha, adaptado da história original “O Fantástico Mistério de Feiurinha”, escrito em 1986 por Pedro Bandeira, desconstrói todo o tempo essa ideia de que a princesa precisa ser recatada e do lar e, sim, ela deve ser a heroína de sua própria história. Essas princesas que batem em lobos, se recusam a servir os principes e não querem casar, são mostradas como personagens que vão atrás de desvendar seus próprios mistérios para que não desapareçam, assim como aconteceu com Feiurinha. Esse não desaparecer significa, para mim espectadora, superar a condição de invisibilidade a qual muitas mulheres e questões sociais relacionadas a elas são submetidas.Em conversa com uma amiga, ela comentou da falta de políticas para a infância, e eu refleti no porque. Um dos pensamentos que me ocorreu foi sobre as pessoas encararem a infância como transitória, curta e o importante mesmo é a vida adulta pois ela permanece até o fim. Pois, para mim, é ao contrário. A infância é um estado permanente pois ali a base é formada de maneira sólida e transformadora. Trabalhar questões tão basilares à sociedade como machismo, feminismo, patriarcado e papéis de gênero, através do teatro, com crianças é de uma potência absurda. Oportunizar a elas apresentar um espetáculo com esse teor para suas famílias é revelar a ideia de criança cidadã, pessoa que tem o seu lugar na sociedade e que já está pensando o tal de futuro melhor que todos nós concordamos que é urgente que seja construído. Eu quero um mundo melhor para a minha filha mas mais do que isso eu quero que ela tenha as ferramentas para lutar por seu próprio futuro de uma maneira mais equânime entre homens e mulheres e que eles possam fazer juntos e que o teatro possa ser o caminho possível para isso. SinopseO Atual Mistério de Feiurinha traz princesas empoderadas e independentes que procuram por uma princesa desaparecida. Feiurinha é criada para competir, mas se converte em uma feiticeira que questiona bem e mal, beleza e feiura, acabando com a competição entre as mulheres imposta pela sociedade. As princesas percebemos que nunca tinham ouvido ou lido sua história e contam ela para que todos e todas possam conhecer. A peça foi inspirada na obra de Pedro Bandeira, O Fantástico Mistério de Feurinha, mas traz um conteúdo renovado da narrativa. Ficha técnica Direção, figurinosAndressa Corrêa e Helen Sierra Produção e escolha da trilha sonoraAndressa Corrêa ElencoÁgatha Beatriz Dias MarquesAntü TahielAurora Corrêa MouzerDora Flor Dapuzzo de OliveiraEnrico Haas WiltuschnigLara Lopes SchröderLeonardo Dalmolin MartinsLuz BrasilMainô TürckMônica Santos KöhlerNauê Bassi da SilvaNina Bueno NoguezSofia Yeshe da Silva Corrêa Simões KadriTerra Muriel Fernandes AmorimVicente Maranhão de OliveiraVioletta Dalmolin Martins SomFábio Castilhos IluminaçãoClarí Tittoni Fotos e texto porTêmis Nicolaidis RealizaçãoYeshe Cultural ApoioComuna do ArvoredoPonto de Cultura Ventre Livre

Ações Continuadas, uma realidade em andamento que vai seguir em 2025

Já há algum tempo, em se vencendo a pandemia, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre veio paulatinamente retomando atividades culturais das mais diversas. Com sede em um local histórico, propício a ações do tipo – como a Comuna do Arvoredo, desde 2019 – e com a chegada, em 2023, da Maria Maria Espaço Cultural, o que se vê hoje em dia é uma consolidação de uma programação diversa e continuada intermitente já há pelo menos 2 anos no Centro Histórico de Porto Alegre. Com o aprofundamento das parcerias e a organização compartilhada das ações, vieram os projetos – pelo menos 3 editais (Funarte Retomada RS, PNAB POA Cultura Viva e PNAB Sedac-RS Cultura Viva) compõem a garantia de que 2025 seguirá a todo vapor. Serão ofertadas oficinas (Teatro para crianças, Produção Audiovisual para crianças e Discotecagem/Hip Hop com DJ Piá) e uma programação intensa com mais de 40 datas garantidas, com teatro, música, gastronomia, sessão de filmes, talk show e muito mais. “São as redes de relações desses coletivos que impulsionam as ideias e sonhos e os tornam realidade. A gente vem trabalhando insistentemente, de forma militante, com essas parcerias como a que temos com as gurias do Maria Maria, que são fundamentais nessa proposta. Fomos fazendo devagarinho, realizando… Aí, conseguimos emplacar esses 3 editais, que é um reforço econômico fundamental para a gente ter segurança na manutenção da programação e para dar um apoio concreto e fazer isso tudo chegar em mais pessoas.” – é a reflexão que faz Gustavo Türck, um dos coordenadores do Ponto de Cultura e dos projetos inscritos. Gustavo e seus colegas já sabem que, com um grande calendário à frente, a estrutura deve aumentar, mais pessoas devem se agregar nas relações, e a tendência é que o trabalho aumente. “Vamos penar, mas vamos seguir investindo nosso tempo e os recursos que tivermos disponíveis. Vem mais gente pra somar nas ações, acho que vamos melhorar muito na comunicação e divulgação de tudo, mas uma das coisas principais é que a luta pela sustentabilidade está melhorando. E é aquela coisa, quanto mais a gente fizer e melhor realizar, mais retorno todos terão.” – complementa Bruno Pedrotti, atual Diretor Financeiro da cooperativa. Há um sem número de atividades já realizadas, inclusive, sob o apoio de um desses editais. Nesses últimos 3 meses do ano, foi possível garantir apresentações de músicos populares da história do samba porto-alegrense, de mulheres pretas em luta, de dupla que canta a reflexão do mundo sob o panorama agroecológico, tangos, choros e milongas e discotecagem do clássico DJ Piá, um dos grandes comunicadores da saudosa Ipanema 94.9 FM. Piá, inclusive, transformou a garagem montada, de uma quinta-feira singela de noite do vinil, em uma pequena pista de discoteca. Quem foi curtir a noite nas Marias caiu no groove… E durante a “Festa da Cultura Afro na Rua”, quem deu sua graça foi THS. Teve SintropSons cantando agroecologia. E, na festa da culinária afro – sob o comando de Kyzzy Rodrigues -, o companheiro Vlad e Fábio Fernandes receberam Renato Borba, uma figura histórica do samba antigo do sul do Brasil, mas que tem muito pouco material de registro. 2024 termina assim, consolidando uma ideia de programação continuada, com muita diversidade de artes e artistas e de público, que passou pela Garajona da Comuna do Arvoredo, na Maria Maria Espaço Cultural (todas quintas, sextas e sábados sempre com algo para curtir) e com estrutura e apoio do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. E é isso tudo que torna possível ao Coletivo Catarse projetar e disputar esses editais que devem garantir muito mais programação em 2025.

Cultura Afro na Rua do Arvoredo

Fazia sol naquele sábado e, mesmo sendo 23 de novembro, não estava tão quente. Uma brisa agradável, o céu azul e uma luz dourada reforçavam que, afinal de contas, a primavera ainda não havia acabado. Na calçada, em frente aos três casarões centenários que compõem a Comuna do Arvoredo, gente alegre ocupava o espaço público com cultura.

Festival da Mirabal

Dia 24 de novembro aconteceu mais uma edição do Festival da Mirabal. Nesse ano, o evento aconteceu na Travessa dos Cataventos, na Casa de Cultura Mario Quintana, Centro Histórico de Porto Alegre.O Festival da Mirabal é um evento anual que acontece em ocasião a data de 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, escolhida em memória as Irmãs Mirabal, assassinadas pela ditadura de Trujillo na República Dominicana, e marca um dia de luta contra a violência machista e patriarcal. Há 8 anos, nesse mesmo dia, nascia a Ocupação Mulheres Mirabal em Porto Alegre, um espaço de acolhimento e abrigamento para mulheres em situação de violência. Organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benario, é a segunda ocupação de mulheres da América Latina e uma das 26 construídas pelo movimento no Brasil. O evento contou com feira de arte e artesanato , Roda de Slam Poesia e apresentações musicais de Mariele Aduké, Vicky Motta, The Monkeys Club, Os Replicantes e o Bloco Avisem a Shana. O festival teve o apoio da Casa de Cultura Mario Quintana, do Térreo CCMQ e das produtoras FitaLab, Garagem StudioPub, Coletivo Catarse e Ventre Livre Ponto de Cultura. As Fotos são de Ju Koetz e Ana Monjeló. Veja mais fotos no link: https://www.instagram.com/p/DC2nMQsRaxd/?img_index=1