Ele voltou! E vai para a 2ª Carijada Serrana em São Chico

Após algumas semanas aos cuidados do amigo e médico veterinário Fabio Haussen, que o resgatou das águas da enchente do Rio Taquari – que acometeu sua morada em Triunfo -, o soque de erva-mate do Coletivo Catarse passou por uma “internação” nas mãos do marceneiro Juca Rocha, ali mesmo, no bairro Olaria, e… voltou a funcionar! Depois desse processo de recuperação, deve chegar em São Francisco de Paula um dia antes da carijada marcada para passar por uma limpeza profunda e ajustes finais, quando ficará à disposição para voltar a bater erva novamente. Esta que será a 2ª Carijada Serrana do Caconde, já contando com muita gente inscrita e que vai ocorrer entre os dias 26, 27 e 28 de julho. Um evento que marca também os 20 anos do Coletivo Catarse e os 10 anos do lançamento do documentário Carijo! Para mais informações, clique aqui e leia a matéria original de divulgação da carijada. Confira mais imagens da recuperação do soque, que passou (e vai passar mais um pouco) por troca e limpeza de rolamentos – da estrutura de madeira e do motor (que ficou uma semana embaixo da água e voltou a funcionar!) -, limpeza e refeitura do cocho da erva-mate, afiação das lâminas, mais uma desinfecção e lubrificação geral. *Texto de Gustavo Türck e fotos e vídeo de Bruno Pedrotti e Billy Valdez.

Teve Festa Junina na Comuna do Arvoredo!

Em 29 de junho, o Espaço Cultural Maria Maria – em parceria com o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre e com apoio do Fespope (Fórum de Mulheres Negras na Economia Solidária) e do antiquário Ao Belchior – promoveu uma festança típica no Centro Histórico de Porto Alegre. O frio não foi impeditivo para o grande movimento na Comuna, na Fernando Machado 464 – calcula-se que mais de 300 pessoas passaram pelo local desde as 16h até as 23h, curtindo, fogueira, quentão, pinhão, brincadeiras típicas, música ao vivo (com o grupo Suco de Cajá, que mandou bem demais!), forró (com aulão do professor Giovanni Vergo, do NÓS DANÇA de Salão) e muito mais. A equipe “das Marias” se desdobrou pra atender uma fila que ocupava seguidamente toda a garajona como nunca viram nesse pouco mais de um ano que estão instaladas no local. Foi uma verdadeira experiência de cultura de rua, num momento de recuperação pós-enchentes, num frio de inverno típico gaúcho, mas com o calor de um São João brasileiríssimo. Confere na galeria aqui (com fotos de Billy Valdez e Mainô Türck) como foi esse dia/noite:

2ª Carijada Serrana acontece em 26, 27 e 28 de julho

Evento que aconteceria em maio já firmou nova data! Serão 3 dias para experienciar um feitio ancestral da erva-mate. Na sexta, sábado e domingo (26, 27 e 28 de julho), na Fazenda das Taipas, localidade de Caconde, São Francisco de Paula, vai ocorrer a segunda edição da chamada Carijada Serrana. Uma realização do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP – https://www.cetap.org.br/site/) e da Câmara Temática Agroflorestas e com o apoio, entre outros, do Coletivo Catarse – no que deve marcar mais uma atividade dos 20 anos do Coletivo e também os 10 anos do lançamento do documentário Carijo, o filme (https://coletivocatarse.com.br/acervo/carijo/). Esta é uma atividade que se repete após dois anos, quando foram produzidos cerca de 50 kg de erva, podando-se árvores nativas e realizando-se todos os processos e etapas da produção em formato de oficina – montagem do carijo, poda/coleta, sapeco, secagem, ronda, moagem e mateada. Veja como foi a primeira edição! Na carijada deste ano, a proposta é complementar a vivência dos processos com uma perspectiva do manejo agroflorestal para a fabricação artesanal de erva-mate neste sistema ancestral que é o carijo. O CETAP é uma organização que atua nesse contexto já há muito tempo, na região dos Campos de Cima da Serra, e está trazendo essa ideia para enriquecer ainda mais uma função que já é recheada de valores históricos e ecológicos por si só. “Acredito que a inclusão dessa questão do manejo agroflorestal, de se conectar essas pontas da parte de campo, dos manejos, das práticas, da poda, das roçadas, adubação e tudo o mais com o processamento em si, na proposta deste ano, traz mais um importante elemento nos arranjos agroflorestais possíveis para podermos replicar na região, aproveitando os princípios regionais dos campos de cima da serra e, claro, para espalhar a outras regiões também. Então, acho que vai ser uma atividade bem interessante, de se movimentar, por exemplo, uma área com um sistema já estabelecido há pelo menos uma década” – pondera o engenheiro agrônomo da equipe técnica do CETAP e também um dos responsáveis pela organização do evendo, Tiago Fedrizzi. Na programação também está prevista a projeção do documentário Carijo, o filme pela equipe do Coletivo Catarse, que estará presente acompanhando e auxiliando na realização de toda a carijada. Um documentário realizado em edital de Patrimônio Cultural Imaterial em convênio com o IPHAN, baseado em estudos e com acompanhamento do biólogo Moisés da Luz, que trata sobre a metodologia de fabricação artesanal de erva-mate no sistema de carijo, suas implicações, relações e desdobramentos deste conhecimento ancestral. A circulação do filme vem permitindo, na última década, a disseminação do conhecimento de uma prática, hoje, tradicional, carregada na própria história do Rio Grande do Sul, que remonta à época da dominação indígena no território. “Impressiona que, na atualidade, com todo esse avanço tecnológico e a circulação de informações, e mesmo com o massivo consumo de chimarrão no estado, não é todo mundo que conhece como se iniciou a história desta que, hoje, é oficialmente a nossa bebida símbolo e que acompanha milhares de pessoas na rotina do dia-a-dia – seja solitariamente, nas rodas de amigos e familiares e até mesmo no trabalho. Como que algo que é uma construção da cultura indígena, intrinsicamente ligada à Natureza, vira uma commodity industrializada? E quase some depois?” – é o que instiga à reflexão Gustavo Türck, diretor do documentário e que estará presente na 2ª Carijada Serrana. O filme está disponível para quem quiser assistir no canal do YouTube do Coletivo Catarse (clique aqui). Importante ainda destacar que as vagas para participação são limitadas, e as inscrições devem ser feitas o quanto antes. O valor estabelecido de R$ 150,00 por pessoa garante alimentação nos 3 dias e área para acampamento com estrutura de banheiro e energia elétrica. Abaixo segue a programação: DIA 1 – SEXTA-FEIRA – 26/07– final do dia (a partir das 17h), chegada dos participantes e sessão de cinema com exibição do documentário Carijo, o filme (20h) DIA 2 – SÁBADO – 27/07– visita ao SAF com manejo do erval em área de regeneração natural, com Professor Ricardo Mello (UERGS)– montagem da estrutura do carijo– colheita e sapeco da erva-mate– início da secagem e celebração da ronda no carijo DIA 3 – DOMINGO – 28/07– cancheamento e soque da erva-mate– mateada e divisão da erva-mate de carijo As inscrições devem ser feitas em contato com Tiago Fedrizzi pelo telefone 51-99105.4541.

1° episódio do Talk Exu foi ao ar!

No dia 14 de junho, à medida que as coisas voltavam a uma pequena e egoística normalidade em Porto Alegre – como a circulação e a vontade de socializar -, foi ao ar o primeiro episódio de um projeto de talk show do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. Este, um projeto incipiente, fruto de uma necessidade de se conversar sobre a cultura popular que circunda ao Coletivo e que, com um tempo de desenvolvimento, pode certamente vir a expandir seus horizontes. Esta edição de estreia, todo produzido dentro do Espaço Cultural Maria Maria, na Comuna do Arvoredo, Centro HIstórico de Porto Algre, se estruturou sobre as experiências da atriz e produtora cultural Lorena Sánchez (@lola_produtora e @loresanchez_apa) e a banda Musical Talismã (facebook.com/musicaltalisma70 e @musicaltalisma70) – foi possível conferir excertos do espetáculo em monólogo Língua Lâmina, sobre a vida e obra de Gilka Machado, e um som da Música Popular Brega Brasileira, além das histórias de como esses artistas desenvolvem seus trabalhos, a reflexão sobre o impacto das enchentes no RS na cultura e como se pretende continuar neste contexto. O segundo episódio já está em produção, mas como é um trabalho realizado todo com recursos próprios do Coletivo Catarse, ainda não há como ocorrer com periodicidade fixa – a proposta do #02 é acontecer em agosto. Aguarde! Enquanto isso, assista a este primeiro e confira aqui na galeria (fotos de Giulia Sichelero) alguns dos momentos dessa bela noite de estreia.

Vasalisa expandida

Desde fevereiro deste ano a intervenção artística “Vasalisa, A Sabida” vem sendo pensada, pesquisada ,gravada, costurada, pintada, enfim, gestada. Numa linguagem híbrida que envolve contação de histórias, teatro de bonecos, objetos e performance. Trabalha o áudio na perspectiva de suporte expandido, apontando possibilidades estéticas para além da performance ao vivo. O que virá expande e se desdobra, reverbera. “A cada bifurcação da estrada, Vasalisa enfiava a mão no bolso e consultava a boneca. “Bem, eu devo ir para a esquerda ou para direita?” A boneca respondia “Sim”, “Não”, “Para esse lado” ou “Para aquele lado”. E Vasalisa dava à boneca um pouco de pão enquanto ia caminhando, seguindo o que sentia estar emanando da boneca”. A versão utilizada como base à obra foi retirada do livro de Clarissa Pinkola Estés – “Mulheres que correm com os lobos”. Amplamente divulgado e desde seu lançamento, em 2018, serviu e ainda serve como referência para mulheres aprofundarem as reflexões em torno da natureza instintiva da mulher a partir de 19 mitos, lendas e contos de fada pesquisados e minuciosamente analisados pela autora analista junguiana. Porém, este conto, originalmente russo, foi trazido por Aleksandr Afanasev que “foi o maior folclorista russo de sua época (1826-1871) e o primeiro a recolher e editar contos de tradição eslava que haviam sido perdidos, no decorrer dos séculos. Afanasev realizou um duro trabalho de recompilação, uma vez que os contos eslavos, assim como os celtas irlandeses, não estavam, até então, escritos, sendo exclusivamente de tradição oral”. Fonte: eraumavezoutravez.com. Vasalisa, é um conto que aborda a história da transmissão do poder da intuição das mulheres, de geração em geração. Assim como Vasalisa, @lineaferraz_atriz e @temis.nicolaidis, se encontram desbravando caminhos guiadas pela intuição mas, também, bem conscientes da pesquisa e da técnica necessárias para contar uma boa história. Essa obra multilinguagem toma forma nas mãos das artistas Aline Ferraz e Têmis Nicolaidis. O projeto é uma realização do Ponto de Cultura Ventre Livre e da @projetamatricentrica.

Faces de Eva

O “Faces de Eva” é uma instalação de teatro musical, que está em sua 2a montagem. Este trabalho, tem sua criação livremente inspirada no musical “Evita”, e explora os caminhos por onde mulheres exerceram o poder, em suas épocas e com seus talentos e convicções. Estas mulheres “Evas”, que surpreendem a todo o instante, conquistando diferentes espaços e com isto, reescrevendo uma história, escrita por um olhar masculino e machista. O TMA é um coletivo que possui como processo de criação, a pesquisa e o estudo das situações, identificando e explorando os fatos encobertos por narrativas de histórias oficiais. “Faces de Eva” traz texto, canto e movimentos, que poeticamente mostram Evas repensadas e desconstruídas. Nominado de instalação, este trabalho explora diferentes espaços, na busca de diferentes ângulos de visão para o espectador e variantes de percepção por proximidade e movimento com a plateia. Os ensaios estão acontecendo no salão da Comuna do Arvoredo e tem uma pré-estreia marcada para agosto no espaço Força e Luz. Acompanhe pelas redes: Montagem: TMA PRODUÇÕES (@tmacriacaoemontagem)Co-produção: Coletivo Catarse e Ponto de Cultura Ventre Livre (@coletivoctarase)Apoio: Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo)Direção: Raul Voges (@raulvoges)Assistência de Direção e produção: Têmis Nicolaidis (@temis.nicolaidis) Pesquisa: Elenco TMA Coletivo e Escola Elenco:Cristine Patane (@cristinepatane)Fabíola Barreto (@fabirbarreto)Gabi Walenciuk (@gabiwalenciuk)Guilherme Fraga (@guillermefraga)Ighor Pozzer (@ighorpozzer)Raul Voges (@raulvoges)

Vem aí o Talk Exu, o talk show do Coletivo Catarse

Dia 14/06, 20h, no canal do Youtube do Coletivo Catarse – com Musical Talismã e Lorena Sánchez. Direto do Espaço Cultural Maria Maria – situado na Comuna do Arvoredo, na Rua Fernando Machado, 464 (Quer ser público? É só chegar!). Esta é uma proposta de projeto. Uma ideia que quase emplacou num edital do Fumproarte, já sendo uma derivação de outras iniciativas que o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre realizou ao longo dos últimos 5 anos, principalmente em tempos de pandemia. Pois o Talk Exu vem a se concretizar em um momento complexo para a arte e a cultura popular da cidade de Porto Alegre. Vai servir, num primeiro momento, para divulgar e conversar com artistas que foram atingidos pela parada no cenário cultural – pelo desastre das enchentes -, mas, também, para abrir os caminhos de um novo canal de produção do Coletivo Catarse, que comemora, dentro do possível, neste ano, 20 anos de existência. A escolha pela banda Musical Talismã e pela performance de Lorena Sánchez, com excertos da peça Língua Lâmina, para estreiar o talk show se deu também porque, para além de ambos terem sofrido com cancelamentos de apresentações suas, são simplesmente “artistas da casa” – amigos, parceiros e integrantes do Coletivo – e com uma bela caminhada na cultura popular da capital dos gaúchos. MUSICAL TALISMÃ Sabe aquela música que você tem guardada no cantinho do seu coração? Uma memória que vem junto com um chiadinho de rádio AM e que, se puxar por um fiapo, vem toda a letra e melodia? O Musical Talismã foi criado para trazer à tona essas lembranças, como se encontrássemos roupas antigas em um brechó, que longe de serem conservadoras, lembrassem-nos de antigos afetos, risadas e, por que não, reflexões. A banda é um tributo à Música Popular Brega Brasileira, que fazia sucesso nas rádios, vendia muitos LPs e permitia que as gravadoras pudessem investir nos artistas que hoje são considerados a “nata” da MPB. Álvaro Balaca (vocal) e Marcelo Cougo (Baixo e Violão) se juntaram a Rodrigo Rodrigowski (Guitarra e Violão 12) e Ale Souza (Bateria) e tiraram desse brechó musical obras dos anos 60, 70 e 80 e as transformaram, com roupagens despojadas, em músicas atuais. (facebook.com/musicaltalisma70 e @musicaltalisma70) LORENA SÁNCHEZ Língua Lâmina é um espetáculo lítero-teatral em formato de monólogo que homenageia a poeta Gilka Machado (1893-1980),“a primeira mulher nua da literatura brasileira”, grande pioneira da literatura erótica brasileira, que foi sufocada, criticada e incompreendida pelos preconceitos da sociedade de seu tempo. Em cena, a atriz Lorena Sánchez dá movimento às palavras e verbaliza cada gesto, apresentando fatos marcantes da vida da escritora, ao mesmo tempo em que sua obra vai permeando cada momento. (@lola_produtora e @loresanchez_apa) E a seleção pela figura da entidade Exu… Vai no nome e estará também nas paredes do “estúdio” montado no Espaço Cultural Maria Maria, vem da ligação que esta força da natureza tem com os processos de comunicação, é o Orixá da comunicação e da linguagem, que atua como mensageiro entre os seres humanos e as divindades. O artista plástico Paulo Montiel, que foi residente no Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, quando era sediado na Vila Jardim, infelizmente falecido recentemente, deixou um acervo de telas pintadas a óleo com motivos dos Orixás – quadros que seguem, hoje, a história do Ventre Livre e ilustram a ligação do Coletivo Catarse com mais este aspecto da cultura popular brasileira.

– ADIADO! – 2ª Carijada Serrana! Para vivenciar o feitio de um mate ancestral

Em virtude das questões climáticas que nos assolam, a carijada que ocorreria em São Francisco de Paula, em 17, 18 e 19 de maio, está adiada. Assim que tivermos condições e novas datas marcadas, divulgaremos. Fique atento! ———————————————– – ADIADO! – Nos dias 17, 18 e 19 de maio, na Fazenda das Taipas, localidade de Caconde, São Francisco de Paula, vai ocorrer a segunda edição da chamada Carijada Serrana. Uma realização do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP – https://www.cetap.org.br/site/) e da Câmara Temática Agroflorestas e com o apoio, entre outros, do Coletivo Catarse – no que deve marcar mais uma atividade dos 20 anos do Coletivo e também os 10 anos do lançamento do documentário Carijo, o filme (https://coletivocatarse.com.br/acervo/carijo/). Esta é uma atividade que se repete após dois anos, quando foram produzidos cerca de 50 kg de erva, podando-se árvores nativas e realizando-se todos os processos e etapas da produção em formato de oficina – montagem do carijo, poda/coleta, sapeco, secagem, ronda, moagem e mateada. Veja como foi a primeira edição! Na carijada deste ano, a proposta é complementar a vivência dos processos com uma perspectiva do manejo agroflorestal para a fabricação artesanal de erva-mate neste sistema ancestral que é o carijo. O CETAP é uma organização que atua nesse contexto já há muito tempo, na região dos Campos de Cima da Serra, e está trazendo essa ideia para enriquecer ainda mais uma função que já é recheada de valores históricos e ecológicos por si só. “Acredito que a inclusão dessa questão do manejo agroflorestal, de se conectar essas pontas da parte de campo, dos manejos, das práticas, da poda, das roçadas, adubação e tudo o mais com o processamento em si, na proposta deste ano, traz mais um importante elemento nos arranjos agroflorestais possíveis para podermos replicar na região, aproveitando os princípios regionais dos campos de cima da serra e, claro, para espalhar a outras regiões também. Então, acho que vai ser uma atividade bem interessante, de se movimentar, por exemplo, uma área com um sistema já estabelecido há pelo menos uma década” – pondera o engenheiro agrônomo da equipe técnica do CETAP e também um dos responsáveis pela organização do evendo, Tiago Fedrizzi. Na programação também está prevista a projeção do documentário Carijo, o filme pela equipe do Coletivo Catarse, que estará presente acompanhando e auxiliando na realização de toda a carijada. Um documentário realizado em edital de Patrimônio Cultural Imaterial em convênio com o IPHAN, baseado em estudos e com acompanhamento do biólogo Moisés da Luz, que trata sobre a metodologia de fabricação artesanal de erva-mate no sistema de carijo, suas implicações, relações e desdobramentos deste conhecimento ancestral. A circulação do filme vem permitindo, na última década, a disseminação do conhecimento de uma prática, hoje, tradicional, carregada na própria história do Rio Grande do Sul, que remonta à época da dominação indígena no território. “Impressiona que, na atualidade, com todo esse avanço tecnológico e a circulação de informações, e mesmo com o massivo consumo de chimarrão no estado, não é todo mundo que conhece como se iniciou a história desta que, hoje, é oficialmente a nossa bebida símbolo e que acompanha milhares de pessoas na rotina do dia-a-dia – seja solitariamente, nas rodas de amigos e familiares e até mesmo no trabalho. Como que algo que é uma construção da cultura indígena, intrinsicamente ligada à Natureza, vira uma commodity industrializada? E quase some depois?” – é o que instiga à reflexão Gustavo Türck, diretor do documentário e que estará presente na 2ª Carijada Serrana. O filme está disponível para quem quiser assistir no canal do YouTube do Coletivo Catarse (clique aqui). Importante ainda destacar que as vagas para participação são limitadas, e as inscrições devem ser feitas até o dia 10 de maio. O valor estabelecido de R$ 150,00 por pessoa garante alimentação nos 3 dias e área para acampamento com estrutura de banheiro e energia elétrica. Abaixo segue a programação: DIA 1 – SEXTA-FEIRA – 17/05– final do dia (a partir das 17h), chegada dos participantes e sessão de cinema com exibição do documentário Carijo, o filme (20h) DIA 2 – SÁBADO – 18/05– visita ao SAF com manejo do erval em área de regeneração natural, com Professor Ricardo Mello (UERGS)– montagem da estrutura do carijo– colheita e sapeco da erva-mate– início da secagem e celebração da ronda no carijo DIA 3 – DOMINGO – 19/05– cancheamento e soque da erva-mate– mateada e divisão da erva-mate de carijo As inscrições devem ser feitas em contato com Tiago Fedrizzi pelo telefone 51-99105.4541.

CANCELADO! FORÇA, PORTO ALEGRE! *CULTURA na Rua #02, comemorando o 1° de maio com as trabalhadoras e trabalhadores da cultura

EVENTO CANCELADO, AGUARDE NOVA DATA. No dia 4 de maio, um sábado, a partir das 17h, a Rua Fernando Machado, na altura do número 464, Comuna do Arvoredo, vai receber mais uma edição de uma atividade promovida em parceria com o Espaço Cultural Maria Maria e o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. As calçadas das 3 casas da Comuna serão ocupadas com estrutura de som, mesas, feira, antiquário e, ainda, uma apresentação de teatro na rua – já a chamada Garajona do Casarão será montada como uma clássica discoteca. Às 18:30, inicia a apresentação “Língua Lâmina – fragmentos”, um espetáculo lítero-teatral em formato de monólogo que homenageia a poeta Gilka Machado (1893-1980), “a primeira mulher nua da literatura brasileira”, grande pioneira, uma autora sufocada, criticada e incompreendida pelos preconceitos da sociedade de seu tempo. Em cena, a atriz Lorena Sánchez (@loresanchez_apa) dá movimento às palavras e verbaliza cada gesto, apresentando fatos marcantes da vida da escritora, ao mesmo tempo em que sua obra vai permeando cada momento. “Desde tempos imemoriais, as mulheres têm enfrentado uma batalha incansável por reconhecimento, por voz, por espaço. É como se a história tivesse sido escrita com uma tinta invisível para nós, obscurecendo nossas contribuições, nossas vozes, nossas vidas. Mas nós, mulheres, não nos resignamos ao silêncio. Muitas se ergueram das sombras e das críticas e fizeram da palavra uma arma, da escrita um escudo. Gilka é dessas pessoas que desafiaram essa realidade, e esta obra é uma tentativa de trazer à luz sua essência, sua luta, seus sentimentos. É um convite para uma experiência sensorial, onde cada palavra, cada movimento, cada projeção nos convida a mergulhar no universo de uma mulher que desafiou as convenções de seu tempo.” – é o que explica Lorena. Terminando o teatro, as atenções devem se voltar para a parte interna, para a Garajona, com DJ Piá (@piaprodutor) em suas pick-ups trazendo só os clássicos do RAP, original funk, soul, reggae, rock e som Brasil. Um presente para um público que andou pelas casas noturnas de Porto Alegre nos anos 2000/2010. Piá, por si só, já é uma atração nostálgica, pois fez sua história de vivências na cultura popular desde 1984, sendo um dos clássicos DJs da tão aclamada Rádio Ipanema FM 94.9 por 17 anos – além de muitas outras atividades, incluindo recentemente as Oficinas de Discotecagem Hip Hop no próprio espaço do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. São duas atrações que devem movimentar quem se fizer presente na calçada, nas mesas que estarão por ali, ou quem estiver conferindo a feira de artesanato da FESPOPE (@loja_fespope) – Fórum de Mulheres Negras na Economia Popular e Solidária, composto por mulheres negras empreendedoras e ativistas de movimentos sociais – e, também, o antiquário Ao Belchior (@carmenantiguidades) – tradicional casa de antiguidades, funcionando desde 1930 na cidade, hoje com sede na Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo). Haverá ainda os petiscos das Marias, da Kyzzy Rodrigues (@kyzzyrodrigues), Pão da Comuna, entre outros. “A gente teve um movimento muito legal no nosso primeiro evento do CULTURA na Rua. Comemoramos 1 ano que nos integramos neste espaço da Comuna, e é um prazer receber e trabalhar com um grupo que pensa de uma forma diferenciada, que são todos os envolvidos nesta função. Seja por conta dos coletivos que habitam e se apoiam, seja pelo público que busca algo acolhedor e político. Estamos ansiosas e esperando a todos no dia 4 para celebrar conosco!” – convida Márcia Tolfo, uma das idealizadoras do Espaço Cultural Maria Maria (@mariamariaespacocultural). Toda esta proposta da CULTURA na Rua, além de ser uma atividade conjunta, de muitas parcerias de realizações, integra programação dos 20 anos do Coletivo Catarse. “A Catarse sempre foi boa de festa! Basta ver o nome escolhido para batizar a cooperativa para se perceber o quanto estar junto, coletivamente celebrando, é importante na nossa trajetória. Mas, depois que nos mudamos para a Comuna do Arvoredo – e ainda mais com a chegada das Marias -, a coisa ficou séria! Também, são 20 anos para serem comemorados, revividos, afirmados e sustentados para os próximos anos. E uma parte dessa vivência estará conosco no dia 4 de maio, celebrando as trabalhadoras e trabalhadores do mundo. O teatro na rua e a cultura Hip Hop se encontram com a cultura de luta das mulheres negras da Economia Solidária, se espraiando pela charmosa Fernando Machado, de tantas histórias. Bem, cá estaremos nós montando equipamentos de som e luz, trabalhando com firmeza e alegria para que tudo corra da melhor maneira possível e deixar mais uma marca na história dessa rua e do Centro de Porto Alegre. Se Nietzsche disse não acreditar em um deus que não dance, nós só cremos na luta quando ela se movimenta, dança, ocupando espaços, se relaciona com outras pessoas, outras lutas, outras maneiras de ver e estar no mundo. Desse modo, neste ano, já fizemos e faremos muitos eventos para encontrar para ouvir e contar histórias, dançar e sonhar, pois, na segunda-feira, tudo começa de novo!” – Marcelo Cougo, músico e produtor cultural, um dos integrantes do Coletivo Catarse. E, para finalizar, a data também vai marcar um (re)lançamento oficial pelo Coletivo Catarse do seu (novo!) site – que esteve inativo por um bom hiato durante a pandemia e que já vem sendo reconstituído no último período como um local que, além de contar com as atualizações das ações da cooperativa e do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, está em plena organização de um acervo de duas décadas de materiais produzidos, disponibilizando para acesso irrestrito e pesquisas um compêndio de produções das mais variadas. É o que se está denominando Ponto de Memória Catarse – um projeto com apoio da ONG Witness Brasil, realizado em plataforma livre, com a tecnologia Tainacan. Acessa lá e explora bem todo o nosso conteúdo! https://coletivocatarse.com.br CULTURA na Rua #02 Programação:Os trabalhos se iniciam às 17h com os Comes & Bebes das Marias, da Kyzzy Rodrigues, Pão da Comuna, Feira da Loja do …

Ao vivo no MARIA MARIA #02  – Érick Feijó

Mais uma noite de quinta nas Marias. A cidade aguarda uma chuva que insiste em não cair. Está abafado, e o verão parece ter desistido de viajar. Dentro da Garajona, lugar na Comuna do Arvoredo que acolhe o Espaço Cultural Maria Maria, a alegria é moeda corrente, e o trabalho se mistura com a missão de abrir caminho para mais uma voz negra cantar suas influências, seu passado ancestral, nos colocando ao par, no presente, da existência de um jeito tão leve e encantador de cantar e tocar violão. Com um repertório que transita entre clássicos da MPB e do Samba – e alguns Lados B muito instigantes -, Érick Feijó nos trouxe a lembrança de Paulinho da Viola e João Gilberto. Sempre é bom referenciar um novo artista para que saibamos por onde ele anda, mas Érick vai além, emprestando à sua interpretação algo seu, tão familiar e potente quanto o nome que carrega. Andou também por Montevidéu, e isso traz um sotaque especial, não no seu jeito de cantar, mas no toque sincopado do violão que traduz negritudes no cone sul das Américas. Mais uma noite nas Marias, uma noite única e que, espero, se repita de outras maneiras, com a força e a sutileza da música de Erick Feijó. Texto de Macelo Cougo