O teatro que se faz com muitas mãos

Desde o início de 2024 está em movimento o processo de montagem do espetáculo Vasalisa, a Sabida, numa co-realização Coletivo Catarse / Ponto de Cultura Ventre Livre e Aline Ferraz – Projeta Matricêntrica. É uma iniciativa que vem sendo gestada e fomentada pelo Coletivo através de recursos próprios e, também apoiada em editais como o Ações Continuadas – Funarte que tem sua duração até março de 2025 (https://coletivocatarse.com.br/2024/12/21/acoes-continuadas-uma-realidade-em-andamento-que-vai-seguir-em-2025/) e terá novo ciclo renovado com o PNAB Cultura Viva que foi aprovado e aguarda a entrada do recurso. Este apoio é a utilização da estrutura física para ensaios, armazenamento de material cênico, desenvolvimento e gravação de trilha sonora original, masterização e utilização de equipamentos. Embora tenha, hoje, este, fundamental, suporte, a pesquisa originalmente foi concebida e desenvolvida, de modo independente, pelas artistas Aline Ferraz e Têmis Nicolaidis, contando com a participação colaborativa de diversos profissionais nas áreas do audiovisual, da música, da dança, do figurino, que estão contribuindo com seus conhecimentos especializados para a concretização do projeto de modo ainda mais potente (ficha técnica ao final desta matéria). Vasalisa, a Sabida está sendo concebida como uma performance marcada pelo hibridismo de linguagens, escolhidas uma a uma, a partir do audiodrama, fio condutor da ação cênica na perspectiva de suporte expandido apontando possibilidades estéticas para além da performance ao vivo. Em seu caldeirão artístico são misturadas pitadas de contação de histórias combinadas com elementos do teatro de animação agregados a punhados de dança e contracenação. E o tempero potencial dessa poção é a intuição. Ela, que é um importante aspecto da psiquê feminina e que foi desvalidada pelo patriarcado, assim como, a maneira de ser/estar no mundo protagonizada pelas mulheres. Além disso, a intuição, é o tema do conto russo Vasalisa, a Sabida retirado do livro Mulheres que correm com os lobos, da escritora e psicanalista Clarissa Pinkola Estés. Amplamente divulgado e desde seu lançamento, em 2018, referência para mulheres aprofundarem as reflexões em torno da natureza instintiva da mulher a partir de 19 mitos, lendas e contos de fada pesquisados e minuciosamente analisados pela autora analista junguiana. Os contos de fadas são recursos importantes para facilitar o autoconhecimento, visto que, representam em suas narrativas fenômenos universais, com base no inconsciente coletivo. Eles também ativam o imaginário, favorecem a criatividade, a comunicação oral e promovem uma interação lúdica. Em 2025 o desenvolvimento deste trabalho vem com força total e pretende oferecer ensaios abertos e sua estreia ainda no primeiro semestre. Ficha Técnica: Texto: Clarissa Pinkóla EstésRoteiro, direção, dramaturgia, cenário, figurinos e atuação: Aline Ferraz (@lineaferraz_atriz) e Têmis Nicolaidis (@temis.nicolaidis)Assistência de direção: Lorena Sanchez (@lorenasanchez_apa)Assistência de figurino: Ethiéne Guerra (@ethi.g)Direção de movimento coreográfico: Raul Voges (@raulvoges)Trilha sonora original: Marcelo Cougo (@marcelo_catarse) e Marcelo Eguez (@marcelo_eguez)Produção sonora: Gustavo TürckApoio: Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo)

O nada misterioso futuro das crianças com consciência

Aqui quem escreve é uma mulher de 45 anos, que acompanhou muitas mudanças sociais, mesmo nessas (poucas) 4 décadas de vida. Muito avançamos como sociedade em relação às questões de gênero. Hoje, pais já embalam seus bebês, dão de comer, fazem o tema de casa. Homens já choram sem vergonha e lavam a roupa de sua família, comportamentos que quando eu nasci eram inconcebíveis para a maioria. Porém, muito mais devemos avançar já que mulheres ainda são mortas, violentadas, assediadas ou mesmo importunadas de maneiras “sutis” apenas por serem mulheres….todos os dias. Por isso, quando assistimos uma peça de teatro protagonizadas por crianças que, livremente, debocham e gritam em cena essas mudanças, a sensação é de que não vamos parar de avançar, e ainda bem. O enredo de O Atual Mistério de Feiurinha, adaptado da história original “O Fantástico Mistério de Feiurinha”, escrito em 1986 por Pedro Bandeira, desconstrói todo o tempo essa ideia de que a princesa precisa ser recatada e do lar e, sim, ela deve ser a heroína de sua própria história. Essas princesas que batem em lobos, se recusam a servir os principes e não querem casar, são mostradas como personagens que vão atrás de desvendar seus próprios mistérios para que não desapareçam, assim como aconteceu com Feiurinha. Esse não desaparecer significa, para mim espectadora, superar a condição de invisibilidade a qual muitas mulheres e questões sociais relacionadas a elas são submetidas.Em conversa com uma amiga, ela comentou da falta de políticas para a infância, e eu refleti no porque. Um dos pensamentos que me ocorreu foi sobre as pessoas encararem a infância como transitória, curta e o importante mesmo é a vida adulta pois ela permanece até o fim. Pois, para mim, é ao contrário. A infância é um estado permanente pois ali a base é formada de maneira sólida e transformadora. Trabalhar questões tão basilares à sociedade como machismo, feminismo, patriarcado e papéis de gênero, através do teatro, com crianças é de uma potência absurda. Oportunizar a elas apresentar um espetáculo com esse teor para suas famílias é revelar a ideia de criança cidadã, pessoa que tem o seu lugar na sociedade e que já está pensando o tal de futuro melhor que todos nós concordamos que é urgente que seja construído. Eu quero um mundo melhor para a minha filha mas mais do que isso eu quero que ela tenha as ferramentas para lutar por seu próprio futuro de uma maneira mais equânime entre homens e mulheres e que eles possam fazer juntos e que o teatro possa ser o caminho possível para isso. SinopseO Atual Mistério de Feiurinha traz princesas empoderadas e independentes que procuram por uma princesa desaparecida. Feiurinha é criada para competir, mas se converte em uma feiticeira que questiona bem e mal, beleza e feiura, acabando com a competição entre as mulheres imposta pela sociedade. As princesas percebemos que nunca tinham ouvido ou lido sua história e contam ela para que todos e todas possam conhecer. A peça foi inspirada na obra de Pedro Bandeira, O Fantástico Mistério de Feurinha, mas traz um conteúdo renovado da narrativa. Ficha técnica Direção, figurinosAndressa Corrêa e Helen Sierra Produção e escolha da trilha sonoraAndressa Corrêa ElencoÁgatha Beatriz Dias MarquesAntü TahielAurora Corrêa MouzerDora Flor Dapuzzo de OliveiraEnrico Haas WiltuschnigLara Lopes SchröderLeonardo Dalmolin MartinsLuz BrasilMainô TürckMônica Santos KöhlerNauê Bassi da SilvaNina Bueno NoguezSofia Yeshe da Silva Corrêa Simões KadriTerra Muriel Fernandes AmorimVicente Maranhão de OliveiraVioletta Dalmolin Martins SomFábio Castilhos IluminaçãoClarí Tittoni Fotos e texto porTêmis Nicolaidis RealizaçãoYeshe Cultural ApoioComuna do ArvoredoPonto de Cultura Ventre Livre

Gretel

Cozinhar, para mim, sempre foi mais do que um simples ato. É um ritual, um espaço onde o ordinário vira algo mágico. Cresci observando minhas abuelas transformarem ingredientes simples em celebrações, mesmo em tempos difíceis. Mas será que aquelas mulheres, a quem tantas vezes recorremos por sustento e afeto, realmente queriam passar suas vidas na cozinha? Essa pergunta foi o ponto de partida para criar o espetáculo Gretel.A nossa releitura apresenta então a personagem subvertendo a relação entre patrão e empregada, ao decidir fazer uma torta para si mesma, celebrando o que é próprio, em vez de obedecer à ordem de preparar o jantar, por conta de um convidado de última hora. Esse gesto de Gretel, embora aparentemente simples, é um ato de muita coragem e autonomia (ao final de contas, ela é uma empregada), e desafia a hierarquia tradicional dos contos originais recolhidos pelos Irmãos Grimm, onde não tem nenhum príncipe salvando nenhuma princesa de nenhuma torre. Os contos que já atravessaram tantas fronteiras continuam a dialogar com questões de gênero, poder e autonomia. Com Gretel, colocamos em cena uma mulher que decide por si mesma, que toma as rédeas de sua história sem esperar um príncipe ou qualquer salvador externo. No palco, a cozinha deixa de ser um espaço de subserviência e se torna um laboratório de resistência. Leandro Silva, nosso diretor e idealizador da coisa toda, trouxe uma metáfora que guiou todo o processo criativo: o conceito de mise en place — a preparação cuidadosa dos ingredientes antes de cozinhar. Essa ideia moldou a mise en scène do espetáculo, em que cada detalhe importa e reforça a autonomia da personagem. Neste projeto somos 03 os cooperados que estamos envolvidos de forma muito direta. Com a criação visual de Billy Valdez Billy Valdez, criador das projeções multimídia, pretendemos destacar o papel dos elementos visuais como extensões simbólicas da personagem, ampliando sua subjetividade para além do palco. Já a trilha original de Marcelo Cougo, é um prato à parte. Ele mesmo define sua criação como uma “canção destemperada”, que ressoa com as tensões e quebras narrativas da história. As intervenções sonoras, musicais e os movimentos que misturam o arcaico (contação de histórias e teatro de bonecos) com as poéticas tecnológicas atuais, tornam Gretel uma obra coletiva no melhor sentido: é um manifesto artístico construído a muitas mãos, uma celebração do poder do grupo sem ofuscar as singularidades. Gretel a gulosa, a esperta, a astuta — essas são as traduções que encontramos do nome no conto original em suas diferentes traduções. Pra mim, é uma forma de lhe tirar importância à personagem, tornando-a indigna, irresponsável talvez.Mas, na nossa versão, ela é poderosa. Ao se presentear com a torta que escolheu fazer, ao beber os melhores vinhos da adega, Gretel celebra a si mesma e a todas as mulheres que encontram na sua vivacidade o “fatum”, ou destino, que as transforma. Ela é sua própria fada. Ah! e já que estamos, por que não falar um pouco do grande evento antecedente à mostra do espetáculo?O concurso Torta Gretel, que realizamos no Espaço Cultural Maria Maria, no último dia 7 de novembro, também carregou uma certa anarquia da ordem, e muita diversão. A cozinha – para aquele que a desfruta – sempre foi um espaço de criação artística assim como é o espaço das “Marias”. Ver jovens confeiteiros como Iago, o vencedor do concurso, a Paula, a segunda colocada, e o Lucas, o terceiro, brilhando com suas criações foi uma celebração. Ver amigos queridos na mesa do jurado técnico, rindo e degustando com seriedade cada fatia, me dava a sensação de serviço bem feito. O Leandro correndo pra lá e pra cá, sendo o melhor auditor de todos os tempos, me fez rir muitas e muitas vezes. O Billy, lutando entre as pessoas para conseguir tirar a melhor foto (e conseguiu!). E claro, a minha atenção no som envolvente do Marcelão, que, empolgadíssimo, não parou nem na hora de dar os parabéns ao vencedor. Veja as fotos do concurso aqui: https://www.instagram.com/p/DCW37fER7tr/?img_index=1 No fim, Gretel não é apenas um espetáculo. É uma provocação, um convite para repensarmos os espaços que ocupamos — ou que nos permitem ocupar. E, como atriz e produtora, é emocionante perceber que, em cada cena, estou não apenas representando, mas também compartilhando histórias que alimentam o público de novas ideias e esperanças. De 3 a 5 de dezembro, no Goethe Institut. Sessões às 15h e às 19h30A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados no Sympla, ou 1 hora antes , na bilheteria do local.Para mais informações, aqui seguem as redes oficiais do projeto: Instagram: @projetogretel – https://www.instagram.com/projetogretel/Site: https://espetaculogretel.wordpress.com/

Bandele, um baobá no RS

Sempre é muito difícil se falar da Mãe África. Um continente tão diverso quanto distante em referências concretas – e isso, sistematicamente, é um resultado da violência de um eurocentrismo histórico. Não é que elas não existam, elas foram escondidas, apagadas, destruídas… Séculos se passaram e, hoje, por muita luta da população negra, por muita modificação em regramentos sociais e criação de leis, pela arte e cultura, que nunca deixou de estar acompanhando esses corpos africanos, há um movimento crescente, assim, de se re-conhecer um continente. E a peça Bandele é o plantio de uma árvore nesse reflorestamento da História – é o semear do Baobá, árvore-símbolo, árvore da vida, de raízes e ramificações gigantes e evidentes. Acompanhando um menino, perpassa o sagrado, a oralidade, a expressão para ser mais uma peça no quebra-cabeça necessário deste caminho que deve ser estimulado desde os primórdios da infância – como indica sua sinopse em objetivos que se cumprem, sim, em seu espetáculo. SINOPSE: Bandele – o menino nascido longe de casa – bate seu tambor contando a trajetória de sua aldeia. Ele pede ajuda para os espíritos que moram no grande Baobá e protegem todas as histórias do mundo. Inspirado nos sons, tons e imagens da Mãe África, o espetáculo livremente adaptado da obra homônima da escritora gaúcha Eleonora Medeiros, ilustrada por Camilo Martins, reúne contação de histórias, teatro de animação e teatro visual. BANDELE, é um espetáculo para VER, OUVIR E SENTIR. A montagem da Trupi di Trapu apresenta um espetáculo afro-brasileiro para todos os públicos. Com efeitos percussivos ao vivo e mescla de narração, bonecos e diversas formas animadas, a obra tem duração aproximada de 50 minutos e pode ser apresentada em escolas, feiras e teatros. Bandele traz na sua essência elementos que estimulam e despertam o interesse pelo conto tradicional, o conto-enigma africano e a tradição griô. A despalavração, presente na cena, desperta o interesse sensorial pela formação, articulação e partilha da palavra. A estrutura da obra fomenta o processo de contação de história, em que contador e personagem se mesclam no mesmo tempo e lugar. Por fim, Bandele pode ser aproveitado em processo de letramento, inclusive racial, com metodologias de recontar a obra por parte das crianças, em que elas podem incrementar suas vivências e referenciais. E, não menos importante, a obra está perfeitamente alinhada e pode colaborar com a implementação nos planos de ensino das escolas da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história da África e das culturas africana e afro-brasileira no currículo da educação básica. O Coletivo Catarse assistiu à obra no sábado, 09/11, em apresentação no Teatro Glênio Peres, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Abaixo, algumas fotos de Têmis Nicolaidis: Ficha TécnicaAutora: Eleonora MedeirosEncenação: Alessandra Souza, Mayura Matos, Yannikson, Ajeff Ghenes e Viviane MarmittStand by: Anderson GonçalvesDireção Artística: Leandro SilvaBonecos e Máscaras: Anderson GonçalvesFigurinos: Mari Falcão e Marion Santos Iluminação: Vigo CigoliniLetras e Músicas: Leandro SilvaArranjos percussivos: Richard Serraria, gravado no TS estúdios sob direção de Tuti RodriguesVoz principal: Marietti FialhoAssessoria Musical: Richard Kümmel Lipke e Sérgio NardesTrilha cena duelo: Nitro DiAssessoria coreografias musicais: Juliano FélixAssessoria corpo e voz: Batukatu Grupo Artístico (Elinka e Cristiano Morales)Preparação Corporal: Anderson Gonçalves e Alessandra SouzaAssessoria Projeções e Cenografia: Marco Marchessano

Ed Mort no 3º Festive

O grupo de teatro para crianças da Comuna do Arvoredo organizado pela Yeshe Cultural, com apoio do Coletivo Catarse / Ponto de Cultura Ventre Livre participou do 3º Festive – Festival Estadual de Teatro Estudantil de Viamão com o espetáculo Ed Mort, com direção de Andressa Corrêa. O espetáculo que já havia sido apresentado no Museu do Trabalho em dezembro de 2023, retornou com força e um elenco renovado de crianças artistas, com muita energia e vontade de ocupar os palcos da vida. Na plateia crianças e funcionários da escola se divertiram com o texto e atuações. Após a apresentação, o grupo teve a oportunidade de receber um retorno dos jurados do festival. “Participar de um festival que propicia esta troca com outros artistas e técnicos da área das artes cênicas é uma grande oportunidade de crescimento e ampliação do trabalho. Neste caso, para as crianças que estão no início de uma caminhada no teatro, ouvir de outros profissionais considerações sobre o que realizaram em cena, empresta dignidade e respeito ao feito e, mesmo que não venham atuar profissionalmente num futuro, é uma experiência que fica marcada para a vida”. Têmis Nicolaidis – videomaker e sonoplasta do espetáculo. Sobre o Festive O FESTIVE é organizado pelo Grupo Teatral Leva Eu (@grupoteatrallevaeu) desde 2019 e tem como objetivo propor intercâmbio artístico entre os estudantes de artes cênicas do ensino básico do RS, bem como fomentar a cultura local. Neste ano, as apresentações aconteceram no Colégio Stella Maris, em Viamão/RS e teve o apoio do IACEN RS (@ieacenrs), Prefeitura de Viamão (@prefeituraviamao) e Colégio Stella Maris (@stellamaris.icm).

As sombras que encantam crianças

O palco aonde a Cia Lumbra encantou crianças das escolas públicas de Santa Maria é um bom lugar para histórias. O Theatro Treze de Maio foi inaugurado em 1890 e da janela dá pra ver as bancas e muita gente circulando pela praça em frente, na 51ª Feira do Livro municipal. É a segunda feira do livro mais antiga da América Latina (a primeira é a de Porto Alegre e a terceira é Buenos Aires). Com programação cultural diversa, na ensolarada tarde de uma quinta de setembro as sombras da literatura se transformaram em criaturas fascinantes e divertidas, com gritos de assombro e euforia do público infantil. Muito riso, um pouco de espanto e muita magia:

A Viagem de Jacinto ganha locuções

O curta-metragem A Viagem de Jacinto, uma produção Cia Teatro Lumbra (@clubedasombra), é um filme sobre a curiosidade infantil e a criatividade humana e está em fase de finalização. No sábado, dia 14.09 foram gravadas as locuções para este filme de animação e contou com o elenco infantil composto por Mainô Türck e Fabrício Fros Fortes, além dos sombristas da Cia Lumbra Alexandre Fávero e Têmis Nicolaidis. O filme tem sua estreia marcada para o dia 19 de outubro deste ano, com exibição aberta ao público no Espaço Cultural Antiga Matriz (@ecantigamatriz), em Dois Irmãos.

A instalação Faces de Eva toma forma no salão da Comuna do Arvoredo

A montagem Faces de Eva, uma co-produção TMA e Ponto de Cultura Ventre Livre/Coletivo Catarse, com o apoio da Comuna do Arvoredo, atravessa seus 05 meses de processo. Embora seja um trabalho independente, ganha fôlego e estrutura a cada semana de ensaio. Na direção do TMA, Raul Voges dirige esta instalação e também atua. O trabalho conta com um elenco experiente de 7 artistas que interpretam, cantam e dançam, dando corpo a essa instalação de teatro musical livremente inspirada em situações de vida de Evita Perón. Mais que isso, trata de consciência política e relações sociais e reflete sobre a contemporaneidade utilizando como mote o legado de Evita. Uma montagem dessas só é possível pela dedicação e investimento dos próprios artistas, além de apoios importantes como o do próprio Ponto de Cultura, que co-produz o trabalho, e da Comuna do Arvoredo que mantém um espaço multiuso para oficinas e ensaios, além de ser o espaço íntimo de convivência de uma das casas do complexo comunitário. O trabalho está para estrear ainda em 2024.

Como cozinhar um espetáculo?

Porção: Residência Era uma vez, em um vale mágico chamado do Arvoredo, um grupo de artistas que se reuniu para cozinhar um espetáculo chamado Gretel. Neste refúgio havia uma cozinha cheia de ingredientes frescos. Uma cozinha onde todos podem se apropriar de seus utensílios, e ir experimentando, misturando, sentindo os aromas, testando as texturas… Cozinhar uma torta recheada de tentativa e erro, de ajustes sutis, como se fosse adoçada com pitadas de sal. Durante a residência artística do Projeto Gretel, esse espaço aconchegante nos permitiu o necessário isolamento do cotidiano. Cuidadosamente planejado para a troca de saberes, o lugar e suas pessoas – e que pessoas – nos deram estrutura e liberdade para expandir. Foram 06 dias de trocas intensas: corpo, mente, alimento e alma alinhados.Em meio à mata nativa e embalados pelo som de uma cascata, encontramos o ambiente perfeito para aprofundar nosso processo criativo. Eu particularmente me senti acolhida pelo entorno e pela generosidade dos meus colegas, o que me permitiu mergulhar em todas as camadas da criação cênica. Da construção corporal à composição das nuances dramáticas, a natureza ao redor parecia sussurrar segredos que moldavam cada detalhe da obra. Música, luz, movimento – cada cena foi como escolher a fruta mais madura, descascar com cuidado e revelar o sabor único de cada mordida… “Só um pedacinho…”.Estar imersa no processo cênico, foi fundamental. Desde alongamentos e experimentações físicas com a linda Carol Garcia, mulher de uma generosidade tão grande que não consigo mensurar, até discussões sobre a estética e a narrativa da peça. E assim como na manufatura de um bom pão, o tempo de cozimento é essencial – as ideias precisam maturar, e os recheios devem encorpar com cuidado. Nesta fase ainda criativa, o espetáculo é como uma torta de frutas que por enquanto precisa de combinações e acertos: testamos sabores, experimentamos novos ingredientes, reformulamos ideias. O conto dos Irmãos Grimm serve como inspiração, mas estamos fermentando algo bem original, que vai além das páginas de um livro. Como cereja do bolo, no último ensaio geral, tivemos o privilégio de ouvirmos devolutivas de mestres do teatro de animação, artistas cujas opiniões e vivências internacionais adicionarão temperos a serem experimentados na nossa sequência de criação, certamente. Esses diálogos enriquecem o processo de uma forma que nem o melhor dos livros de receitas poderia prever. Em resumo, a criatividade flui, o meu conhecimento como artista, fermenta! E ainda continuará a crescer. Sigo em cozimento… Sinto que o Projeto Gretel está se tornando algo realmente especial, um espetáculo que vai trazer reflexões profundas, surgindo como essa torta perfeita; mal posso esperar para dividir um pedaço dela com o mundo. Gratidão a todos os envolvidos e envolvidas. Lorena SanchezAtriz e produtoraProjeto Gretel.09/09/2024

Jacinto segue viagem

Jacinto é o personagem principal do curta-metragem A Viagem de Jacinto, onde o teatro de sombras, a iluminação artesanal e o audiovisual se combinam para gerar imagens de potência poética e plástica. Em tempos de IA, a nossa inteligência mais poderosa é a curiosidade e a criatividade sob a perspectiva da criança que intui, reflete e se expressa sem preocupações científicas ou regras canônicas. Tudo pode ser parte dessa viagem, quando a figura simpática desse personagem foi projetada para o espaço, em 2022, desde o Ponto de Cultura Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo (@vale.arvoredo). A sombra de Jacinto já viaja a uma distância de mais de um ano luz de distância da Terra. Seu deslocamento é de 300.000 km/seg. Mas onde estará Jacinto agora? Isso é o que queremos saber! Este curta-metragem está em etapa de produção e em novembro terá a sua exibição na cidade de Dois Irmãos pela Lei Paulo Gustavo. Acompanhe no nosso canal essa nova produção da Cia Teatro Lumbra com uma equipe técnica estelar: Roteiro: Alexandre Fávero (@clubedasombra), Pablo Longo (@pablongol) e Têmis Nicolaidis (@temis.nicolaidis)Sombras, luzes e atuação: Alexandre Fávero e Têmis NicolaidisProdução executiva: Alexandre Fávero, Fabiana Bigarella (@fabianabigarella), Têmis Nicolaidis e Pablo LongoAssistência de direção: Têmis Nicolaidis e Pablo LongoAssistência de câmera: Pablo LongoArte e luz: Alexandre FáveroOperação de câmera: Maurício Frohlich (@mauriciofrohlich @box23filmes) e Gustavo Türck (@coletivocatarse)Administração: Fabiana Bigarella e Têmis NicolaidisApoio: @vale.arvoredo, @abtbunimabrasilAssessoria: Claudia Kunst, Observatório Astronômico da UFRGS e Paulo FochiRealização: LPG Dois Irmãos – Ministério da Cultura – Governo Federal Brasil