É um espaço de resistência e educação, que promove o encontro entre a população da cidade com pessoas e organizações que trabalham por causas coletivas de interesse público, como condição para construir o mundo justo e solidário que muitos sonham, mas que ainda poucos ousam construir.
Durante todo o dia atividades como oficinas, mostras, exposições dos trabalhos dos grupos, teatro, roda de capoeira, mutirão e outras trocas espontâneas tomam conta da rua.
PaRticipE!
hiStÓriCo do diA da BIOdiveRSidade
O dia da bioDiveRSidade surgiu da crítica à forma como se “comemorava” a semana do meio ambiente. Historicamente essa “comemoração” representava uma apropriação da data por empresas, governos e partidos políticos com o objetivo de fazer marketing verde. Dentro desse quadro, o discurso do movimento ambiental era “dia do meio ambiente: nada a comemorar.
Em 2007, diversos coletivos se juntaram para estragar essa festa. Naquele ano a ONU instituiu o dia internacional da biodiversidade, que foi subvertido por esses coletivos e movimentos, contrabandeando temas que não aparecem na grande mídia. Esse momento histórico representou uma mudança na luta ambiental, que passou a ser debatida dentro dos mais diversos movimentos sociais e coletivos.
Então surge o dia da bioDiveRSidade, para manifestar e festejar as lutas pela biodiversidade. Esta biodiversidade que é compreendida não somente pelo viés biológico, mas como toda a diversidade de manifestações sociais e culturais que buscam contrapor a força homogeneizante do sistema capitalista.
A escolha do Largo Glênio Peres representou um deslocamento da tentativa de diálogo. A manifestação não seria realizada na Redenção, no Moinhos de Ventos, ou em frente a prédios públicos ou de grandes empresas, mas no centro da capital gaúcha, voltada à população trabalhadora de Porto Alegre.
Uma das formas de comunicação desses coletivos com a população é através da feira, onde essa diversidade de grupos não precisa dizer apenas uma coisa, mas se expressar nas suas mais distintas formas, buscando diálogos.
Nos materiais de divulgação não aparecem os logos dos grupos que organizam ou financiam, pois o que importa é construir uma identidade coletiva. O desafio é construir movimento a partir da diversidade de coletivos e não mais a partir da tentativa da hegemonia de poucos. Esse processo muda a cultura política de relação entre os grupos, pois o que está em pauta não é disputar essa hegemonia, mas aprender a construir coletivamente. E este processo transforma os coletivos.
Essa articulação não permite governos, partidos políticos ou empresas. A decisão representa a tentativa de fazer outro tipo de política, que tem sido marca dessa grande diversidade de coletivos surgidos em Porto Alegre. Cada um deles se ativa por lutas bem distintas, mas se encontram uma vez ao ano para buscar convergências e fortalecer a trama das redes nas quais estão inseridos. Alguns só se encontram nesse dia. Outros já passaram a conviver cotidianamente em ações e espaços conjuntos.
Dessa forma, o dia da bioDiveRSidade, que no calendário marca 22 de maio, aqui em Porto Alegre tornou-se uma semana de agitação. O ápice tem sido a Feira da Biodiversidade, mas a programação é intensa durante toda a semana. A forma da seMana da bioDiveRSidade é esta, mas o conteúdo precisa ser construído a cada ano pelos coletivos que se envolvem.
ColEtivOs da BIOdiveRSidade:
Amigos da Terra Brasil
ANAMA – Ação Nascente Maquiné
Associação de Moradores São Judas Tadeu
Associação de Mulheres Vitória Régia
Cambada em Ação Direta Levanta Favela
Camboim – Coletivo de Educadores
CaSatieRRa
Cinturão Verde
Coletivo Catarse
Comitê Popular da Copa
COMPAZ – Comunidade Morada da Paz
Comunidade Autônoma Utopia e Luta
Confeitaria Brasil
CulturArtivista
DAIB –UFRGS
Dionísios
Econsciência
Ecoecoa Editora Educadora Libertária
Escola do Beabá de Angola Malta dos Guris e Gurias de Rua
Expressão Popular
GARRA – Grupo de Apoio a Reforma Agrária
Grupo de Capoeira Angola Zimba
Grupo UVAIA
Grupo Viveiros Comunitários
Guaiy
InGá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
Maracatu Truvão
Movimento Zeitgeist
NegrArte – Artesanatos Ecológicos e Cachacinhas Artesanais
Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo
Ponto de Cultura Ventre Livre
Princípio Ativo
Programa Macacos Urbanos
Rizoma Cooperativa
RODA – Rede Orientada ao Desenvolvimento da Agroecologia
Senda Viva
SOS Rio Uruguai
TV Nagô
Vanguarda Abolicionista