Fiz uns passos sinceros, mas sem jeito sobre o palco, quando tocou Assanhado, do Jacob do Bandolim, numa versão da A cor do Som que eu descobri ainda garoto fuçando nos sebos de lps que existiam ali no viaduto da Borges. O Leonam, meu mestre naquele tempo em que eu achei que me formava jornalista, reconheceu o choro, cumprimentou sorrindo.
Meu pai, na década de 80, quando chegou o toca-discos lá em casa, educava meus ouvidos nos sambas e nos chorinhos. Pode ser daí, que eu tenha pego gosto pela poesia. A noite chegava sempre bebendo melodia, e minha alma pequena se enchia com o som de um clarinete ou uma cuíca.
Foi só agora há pouco, assintindo ao documentário Brasileirinho, que enxerguei Paulo Moura. Esta semana ele faleceu. Nos sites de música as homenagens uma atrás da outra. Paulo merece. Sua música era o próprio ar que atravessava procurando transcender o mundo: