Nossa primeira reportagem cinematográfica de cobertura do FST 2012 para a Carta Maior. Encontro Vozes, que aconteceu ontem [21/01], no Jardim Botânico de Porto Alegre. Um oxalá aos que vierem para cá a tecer redes.
Ao som mais simples de um tambor tribal. Com os pés no chão, no contato mais direto com a terra – nossa pacha mama. Os olhos buscando nos outros olhos a expectativa de um encontro harmonioso, frutífero. Os corpos unidos em um mesmo espírito de congregação com as forças da natureza. Assim foi dada a largada do Fórum Social Temático de 2012, quase uma benção a todos para os debates que teremos pela frente nos próximos 8 dias.
Não mal para o início desse FST PeTista pós-moderno. Agora o problema não mais como fazer a Revolução, mas como “compartilhar sonhos”. Isso para o Capital é brincadeira de criança….
Com ranço não há avanço, Anônimo. Nunca. Sem abraços, faltará braços. SEmpre. Deixa de rabugice. Enquanto nos enchermos de dúvidas sobre como enfrentar o capital, eles se estufam de certezas de que continuarão explorando. Momentos de fuga e refúgio num ações de contemnplação inundam nossas almas de coragem e incomodam os reaças por subverter o que eles esperam que façamos: lutar contra um tigre que é de papel. Beijo pra ti, brabinho…
Com o senso-comum do PeTismo exotérico pós-moderno, reproduzido nas tuas palavras aí sim é que o “reaças” ficam tranquilos e sossegados, pois estão certos que enquanto “nos abraçamos” e “contemplamos” eles podem continuar NOS explorando. Mas de fato, não há como ‘exigir’ nada além de um humanitarismo de senso-cumum, de um FST que tem o PeTismo como ‘mentor’ político e um Boaventura pós-moderno como ‘mentor’ intelectual.
Abs.
Roberto
Roberto,
Esqueça o PT e o petismo quando entrares por aqui pelo Coletivo Catarse. Não cola essa onda por aqui, não. Mas não abrimos mãos de momentos de afeto com pessoas que estão experimentando a paz – que nas tuas palavras não encontro. Foi isso que busquei te chamar a atenção: deixa de ser ranzinza! Nossa missão como jornalistas e comunicadores é sempre buscar decifrar as diferenças onde aparentemente os reaças imaginam só existir semelhanças e semelhanças onde eles acham que só exista diferenças – ou seja, a subversão. Contemplar a natureza e ser sereno, num mundo que nos impõe a raiva e a instanteniedade é um ato altamente subversivo. Fiquei curioso para saber o que andas fazendo com essa raiva toda contra os burgas. O que é? Seguimos…
Esquecer o PT? Se vc tá dentro do PeTismo-boaventuresco-pós-moderno! Aliás, acho que esse lance de “nós aqui estamos isentos” não cola mais. Vai lá na capa da Carta Maior vê quem tá logo acima da tua matéria…
Agora, quando vc entender a lógica do Capital pode ser que entenda que tentar ir para além do humanitarismo exotérico de senso-comum é mais do que “rabugige” ou qualquer coisa desse tipo. Mas enquanto não entender a lógica do Capital vai continuar (ingenuamente?) achando que “abraços carinhosos”, “compartilhar sonhos” ou coisas desse tipo é “subverter” alguma ordem.
Ah! e o que ando fazendo? Acho que estudar o velho barbudo já é um bom começo. Ao menos assim, não brinco de ser “altamente” subversivo.
Seguimos…
Também quero ir para além do humanitarismo exotérico de senso-comum. Mas sem rabugice, Anônimo. Vamos juntos? Fecha o livro do barbudo e venha botar as barbas de molho nas ruas da vida, praticar um mundo de paz. Obrigado pelo debate.
E, Anônimo, não sei se conseguistes pegar a crítica que está bem pertinente nesse vídeo, pois me parece que não chegastes até o fim, de tanto incômodo que te deu, pela raiva que demonstrastes até agora. Para além das ações exotéricas que reclamas bravamente nos teus comentários, quase todos os entrevistados questionam o método de ação política em que se transformou o FSM, que você decide rotular de “PeTismo-boaventuresco-pós-moderno”[e isso era um senso-comum entre os participantes desse encontro, e por isso mesmo destaco na reportagem]. Está bem clara a crítica a esse modelo que privilegia alguns personagens acadêmicos nas atividades do FSM, que ganham notoriedade em mesas de debate [sem debates(?)], sendo a maioria deles descolados das base dos movimentos sociais. Dessa forma, dizem os entrevistados, estará inviabilizada, nessa estrututura de FSM, a construção de novos paradigmas, e uma conecção mais profunda com a natureza. Vc questiona, também, o método adotado pelos participantes do Vozes, então, nos proponha os seus também, já que indicas ser um ser iluminado pelas ideias de desconstrução do capital.
Caro André,
Sair de um Boaventura pós-moderno para cair num exoterismo pós-moderno dá no mesmo, se o que o exotéricos querem é ficar zanzando em roda e contar os seus anseios individuais.
Acho que vc me taxar de “rabugento” e agora de “iluminado” demostra que os teus argumentos, como falei antes, não ultrapassam o senso-comum (falta leitura aí?).
Acredito que é nesse ponto que Marx tem o seu valor, e ao invés de fechar o seu livro sem lê-lo, deveríamos ler com muito cuidado. Mas caro colega jornalista, tenha certeza que o teu espontaneísmo nas “ruas da vida”, não te trara o teu “mundo de paz”.
Aliás, se você prestar bem atenção na tua reportagem, vai ver que a “crítica” exotérica nada mais é do que a “utopia do mundo em paz”. Mas é preciso perguntar: Mundo em paz dentro do capitalismo? Nesse ponto cabe ressaltar que quem gosta de utopia é o Capital, o velho barbudo sempre teve pavor de utopias…
Mas, enfim, continuemos a brincar de subversivos e o Capital continuará a rir das nossas caras.
Seguimos…
Roberto.
(ps.: todos os comentários do ‘Anônimos’ até o momento são meus)