Mobilização quilombola e popular no Fórum Social Temático

O Comite Popular da Copa/ Porto Alegre-Centro (Proponente), conjuntamente, com a Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas, Quilombo da Família Silva (RS), Quilombo da Família Fidelix (RS), Quilombo da Pedra do Sal (RJ), CIMI (Conselho Indigenista Missionário/POA-RS), Odomode, GT-Quilombola – MNU/RS, Ocupação 20 de Novembro- MNLM/POA-RS, LBL (Liga Brasileira de Lébiscas-RS), AGB (Associação Geografos Brasileiros-RS) , Coletivo Catarse, Sintect /RS- (Secretaria de Combate ao Racismo- Sindicato dos Correios e Telegrafos do Rio Grande do Sul), Quilombo Rassa e Classe da CSP-CONLUTAS, Rede Quiombos do Sul, convocam e convidam os(as) ativistas presentes no FORUM SOCIAL TEMÁTICO (2012) em Porto Alegre-RS. PROGRAMAÇÃO SUGERIDA: 24/01- MARCHA DE ABERTURA DO FORUM- CONCENTRAÇÃO LARGO GLÊNIO PERES – PONTO DE ENCONTRO BANNER DO COMITE POPULAR DA COPA DO CENTRO E FRENTE NACIONAL EM DEFESA DOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS 25/01(09hs) – 10 Anos de Articulação da Rede Quilombos do Sul, Balanço e Perspectiva da Luta Quilombola no Brasil. Local: Quilombo Oliveira Silveira – Largo Zumbi dos Palmares. Proponentes: Rede Quilombos do Sul – MNU – Frente Nacional em Defesa dos territórios Quilombolas. 26/01 (9 às 17hs) – Seminário Internacional de Reparação. Local: Quilombo Oliveira Silveira – Largo Zumbi dos Palmares. Proponente: MNU. 27/01 (14hs)- As Políticas de Ações Afirmativas como Enfrentamento do Racismo no Ambiente Escolar e Acadêmico– Local: Quilombo Oliveira Silveira. Proponente: GT de Ações Afirmativas da UFRGS. 28/01(9hs) – Balanço e Perspectivas da Luta Quilombola no Brasil – Local: Quilombo Oliveira Silveira. Proponente: Rede Quilombos do Sul – MNU e Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas. Dia 28/01- A Copa ,os megaprojetos e os direitos dos explorados e oprimidos: a situação indígena, negra, quilombola e popular no Brasil e Porto Alegre. O local da atividade: Quilombo da Família Silva, carrega forte simbologia dessa resistência contra o Racismo e todas as formas de exploração e opressão, portanto, contamos com a importante presença dos compas na atividade no dia 28.01 á partir das 14h. Ponto de encontro diário , a partir das 19h , Rua Lobo da Costa nº 24 , Cidade Baixa, Final da Rua José do Patrocínio, Bar da Carla, Quilombo Fidelix. CARTA DO COMITÊ POPULAR DA COPA/CENTRO POA: Companheiros(as), Somos negras(os), quilombolas, indígenas, pobres, trabalhadores(as), desempregados(as), gays, lésbicas, jovens, idosos, que ao longo de nossas vidas, nos comprometemos com a luta pela transformação social. Juntos, estivemos em greves – como a dos Correios e Telégrafos -, ocupações de órgãos públicos, manifestações de rua, Audiências Públicas, Marchas – inclusive em Brasília – e realizamos trabalhos de base em nossos territórios. As demandas que esses movimentos representaram e representam, seguem em aberto, mantendo-se os ataques as comunidades quilombolas, indígenas, o genocídio da juventude negra e pobre em geral, a homofobia, a lesbofobia, o machismo, os assassinatos e perseguição de ativistas, quilombolas e indígenas. Apesar da existência de lutas e resistência, das quais somos integrantes, as raras conquistas obtidas estão ameaçadas. Mas algo ainda mais difícil de enfrentar no cenário: percebemos que boa parte das organizações do Movimento Social, em geral, e também do movimento negro abriu mão de seu papel histórico e hoje é parte integrante do projeto político e econômico que prepondera. A economia da dominação usa e se baseia nos Megaprojetos – as grandes obras – não respeitando a exploração da mão de obra nem respeito ao meio ambiente do país. Usa a cultura popular, a música, a gastronomia o esporte, como as Olimpíadas e a Copa do Mudo de Futebol para o aprofundamento do projeto de Colonização. Favorecem os mesmos de sempre, contra e em detrimento da maioria da população. As maiores vítimas desta fase política do país são os povos originários, os quilombolas, os negros(as), a juventude em geral. Vítimas da institucionalização da violência, do racismo, da homofobia, da lesbofobia, do machismo. Mais do que nos encontrarmos e confraternizarmos, neste momento emblemático da história, temos que enfrentar o desafio de construirmos uma agenda comum de luta, resistência e organização. Se juntos identificamos o inimigo enfrentaremos melhor os ataques que se avizinham, com independência e autonomia em relação ao Estado, aos Governos e aos governistas de plantão. Felipe da Costa Franco

Nota da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa a respeito da ação policial em Pinheirinho

A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, reunida em Porto Alegre nos dias 21, 22 e 23 de janeiro de 2012, condena veementemente a brutal ação policial que desocupou a favela do Pinheirinho, em São José dos Campos, São Paulo. A notícia, que recebemos com consternação, é um choque, por sua ferocidade e covardia que, de acordo com relatos, teriam custado sete mortes. Infelizmente, contudo, não é uma surpresa. Quem está atento aos fenômenos de transformação do espaço urbano brasileiro nos últimos anos, sabe da violência que caracteriza os processos de exclusão que atingem às comunidades mais pobres, mesmo quando eles não se manifestam pela força física. Pinheirinho é um caso trágico, mas exemplar: um terreno dedicado à especulação imobiliária, que pertence à massa falida de Naji Nahas, notório criminoso financeiro; cerca de 1.600 famílias, totalizando mais de 6.000 pessoas, vivendo no local há oito anos; descaso das autoridades em todos os níveis, mas especialmente a prefeitura, com a regularização e a infraestrutura da área; uma intervenção direta do aparelho estatal (no caso, o governo do Estado de São Paulo) contra a população mais carente e em favor de interesses privados. Nada disso, claro, é novidade; mas essas dinâmicas têm se acelerado nos últimos anos e ganharam, mais recentemente, um impulso fortíssimo com a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. O que temos visto são remoções criminosas,atingindo cerca de 170 mil pessoas no Brasil inteiro, e desrespeito aos direitos mais básicos, em favor de uma lógica que privatiza os lucros, enquanto socializa custos e prejuízos à população. Estes prejuízos se distribuem desproporcionalmente, e é a população mais fragilizada, em particular, que arca com o peso maior. Megaeventos são, no mundo todo, exatamente isso: grandes desculpas para criar-se um estado de exceção que permite a uns poucos maximizar seu ganho nas costas de muitos que pagam caro, seja por meio de impostos, seja pela perda da moradia, seja pela perda de direitos trabalhistas, seja, como é o caso hoje, com a vida. Exigimos justiça para as famílias do Pinheirinho, mas também para aqueles que terão de ser responsabilizados e punidos por este arbítrio. Em primeiro lugar, o governador Geraldo Alckmin, que hoje inscreveu seu nome no panteão dos governos do Estado de São Paulo: agora ele também tem o seu Carandiru. Têm que pagar o preço do abuso, ainda, o juiz titular da 3ª Vara Federal, Carlos Alberto Antônio Júnior, que cassou a liminar que suspendia a ação de reintegração de posse, alegando que a justiça federal não teria competência para atuar no caso, apesar da manifestação de interesse da União em comprar a área disputada; e especialmente a juíza da 6ª Vara Cível, Márcia Faria Mathey Loureiro, que planejou a ação junto com o comando da Polícia Militar; bem como os comandantes envolvidos na operação. Mas se Pinheirinho é exemplar, também o é pela organização e empenho da comunidade em lutar pelos seus direitos. Rodaram o mundo fotos e vídeos destes homens e mulheres comuns que, jogados pelas circunstâncias numa luta desigual por seus direitos e sua dignidade, elevaram-se ao papel de fonte de inspiração e admiração para muitos. Pinheirinho pode cair, mas Pinheirinho não acabará para todos aqueles que seguirão lutando esta mesma luta. A partir de hoje, Pinheirinho somos todos nós. (mais fotos da invasão da polícia aqui)

FST 2012: Catarse na cobertura jornalística para a Carta Maior

Nossa primeira reportagem cinematográfica de cobertura do FST 2012 para a Carta Maior. Encontro Vozes, que aconteceu ontem [21/01], no Jardim Botânico de Porto Alegre. Um oxalá aos que vierem para cá a tecer redes. Ao som mais simples de um tambor tribal. Com os pés no chão, no contato mais direto com a terra – nossa pacha mama. Os olhos buscando nos outros olhos a expectativa de um encontro harmonioso, frutífero. Os corpos unidos em um mesmo espírito de congregação com as forças da natureza. Assim foi dada a largada do Fórum Social Temático de 2012, quase uma benção a todos para os debates que teremos pela frente nos próximos 8 dias.

Movimentos Sociais mobilizados para o FST

Ocorrerão nos próximos dias, na Região Metropolitana de Porto Alegre, oficinas de formação da Universidade Popular dos Movimentos Sociais – Rede Global de Saberes (UPMS), mobilizando os movimentos para o FST. Coordenadores da UPMS, entre teóricos, pesquisadores e representantes de movimentos sociais se reúnem hoje nos Capuchinhos para acertar os últimos detalhes das oficinas que ocorrerão dia 21 e 22 de Janeiro, em Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo, reunindo ao todo 150 pessoas de diversos países. A UPMS é um espaço de formação intercultural que promove um processo de interconhecimento e auto-educação dos movimentos sociais. Formada por Entidades da sociedade civil e algumas universidades. Coordenada pelo CES – Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, EURALAT – Observatório Eurolatinoamericano de Democracia e Desenvolvimento Social, IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, ICAE – Conselho Internacional para Educação de Adultos, e o IPF – Instituto Paulo Freire. Foi proposta no FSM de 2003 e vem realizando diversas oficinas em vários países do continente americano. As oficinas preparatórias do FST são as primeiras em âmbito internacional, reunindo representantes de vários países do continente americano. Boaventura Souza Santos Professor da Universidade de Coimbra . Lilian Celiberti Articulacion Ferminista Marcosur Coordenação da UPMS

Conexões Globais 2.0: Participe da Agência Colaborativa!

Por Gisele BarbieriFoto: Nanda Barreto A Agência de Comunicação Colaborativa é mais uma proposta do Conexões Globais 2.0, de 25 a 28 de janeiro, para reunir a produção dos ativistas digitais, durante os dias do evento, e transformá-la em informação para a rede. Assim, todo o material como fotos, vídeos e textos, produzidos a partir de até mesmo um telefone celular poderão ser compartilhados via web e publicados no nosso site. Se você gostou da ideia, faça parte dessa Agência como voluntári@! Publique as informações sobre o evento no seu blog e publique no Twitter utilizando a hashtag #ConexoesGlobais. Também estamos no Facebook. Ou participe mais diretamente dessa construção coletiva, entrando em contato pelo e-mail conexoesglobais@gmail.com. Anexe seu minicurrículo e descreva sua área de interesse. Durante o Conexões Globais 2.0, essa equipe de comunicadores multimídia será responsável por produzir e agregar os conteúdos veiculados na rede. Tendo um espaço na própria Casa de Cultura Mário Quintana para que todos possam baixar, editar e compartilhar seus materiais. Estamos esperando pela sua participação! Haverá prêmios para as melhores coberturas colaborativas. Em breve, mais informações!

Oficinas de tecnologia pra seguir ocupando as ruas do mundo

O corpo, a palavra e o gesto de cada uma e cada um ocupando as ruas em 2011 foram as armas das novas revoluções, que derrubaram governos e abalaram estruturas do sistema em muitos lugares. E pras pessoas estarem juntas nas praças do mundo, resistindo e provocando transformações, as novas tecnologias e a internet têm sido instrumentos fundamentais. Durante o Fórum Social Temático, de 25 a 28 de janeiro, a Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, vai receber o Conexões Globais 2.0, encontro que pretende debater os rumos da mobilização social na era da internet. Desconferências, conexões culturais, diálogos globais, comunicação colaborativa e o Terceiro Fórum de Mídia Livre. E oficinas gratuitas pra aprender muitas coisas sobre tecnologia e melhor fazer circular ideias, ações, projetos e denúncias. Estes conhecimentos podem ser muito úteis para as mobilizações populares. As oficinas são atividades práticas, com a ideia central de estimular e fortalecer a autonomia e autogestão d@s atores da comunicação e da cultura digital. Tem atividades de como criar uma rede de internet sem fio e conquistar “webautonomia”, mandando as operadoras de internet pro espaço. Aprender a utilizar ferramentas gratuitas para comunicação multimídia, usando sites para criação de narrativas interativas. Construir uma mídia móvel (mimosa), elaborada a partir de reuso de sucata tecnológica, que produz, reproduz ou capta informação. Também tudo o que se precisa saber para colocar uma radio(web) na rede. Aprender a construir sites na plataforma gratuita WordPress e estratégias de publicação e divulgação dos conteúdos. Como usar os celulares conectados à internet pra fazer jornalismo. Na oficina de ferramentas digitais para ocupações, trabalhar com ferramentas inovadoras, criadas especialmente para os movimentos, além de novos usos das já existentes. Veja aqui a programação completa das oficinas. E se você não puder ir, combine com alguém do seu coletivo pra estar lá: Dia 25 14h às 18h – Diga “adeus” às operadoras de internet! Saiba como criar uma rede Mesh de internet sem fio e conquiste “webautonomia” na internet da sua casa, local de trabalho ou até mesmo no bairro onde você mora. As redes do tipo Mesh possuem a vantagem de serem redes de baixo custo, fácil implantação e bastante tolerantes a falhas. Nesse sistema de conexão, cada laptop é um nó, ou seja, os computadores estão interligados entre si, e não dependendo de apenas um servidor central. Desta maneira é possível transmitir mensagens de um nó a outro por diferentes caminhos. Nesta oficina, com ajuda da Associação Software Livre.org, você aprende a configurar a sua, e ainda participa da construção da rede Mesh na Casa de Cultura Mario Quintana. Saiba mais aqui. Oficineiro: Rodrigo Troian – @rtroian Administrador que acredita que tudo são sistemas operacionais e protocolos, curioso sobre pequenos sistemas embarcados, acha que as pessoas ainda vão retomar o poder quando todos se conectarem, tenta entender o caos na organização coletiva, vegetariano por não concordar com o sistema produtivo, leitor assíduo de ficção por acreditar que todos precisam viajar um pouco. + 14h às 18h – Seja um VJ livre Aqui você pode aprender a base para realização de VJing e realizar performances visuais em tempo real utilizando sistema Linux, além de conhecer mais sobre temas como pesquisa de conteúdo e o uso do software e interfaces de controle. Prática focada no LiVES (software livre) e no controle de interfaces. Oficineiro: VJ pixel – @vjpixel Fuçador de tecnologias livres, que atua como VJ desde 2002 e pequisa o desenvolvimento de interfaces digitais interativas em seu memeLab, o VJ pixel irá compartilhar sua experiência, mostrando seus próprios métodos de trabalho, a forma como prepara e realiza suas apresentações, desde a seleção de conteúdo até a edição ao vivo de imagens. + 14h às 18h – Vire um repórter 2.0! Aprenda a utilizar ferramentas gratuitas para comunicação multimídia. Conheça uma série de sites e serviços úteis e de uso imediato para criação de mapas, narrativas interativase serviços da web que ajudam no dia-a-dia de quem se comunica pela rede. Oficineiro: André Deak – @andredeak Pós-jornalista, fotógrafo, professor na pós-graduação da Faap e da PUC nos curso de Jornalismo Digital. Recentemente lançou com Felipe Lavignatti o projeto Arte Fora do Museu, contemplado com o prêmio Funarte. Co-fundador da Casa da Cultura Digital. Compartilha suas ideias e descobertas em Jornalismo Digital. + 14h às 18h – Robótica livre Realize seu sonho de infância e aprenda a construir um robô com lixo eletrônico. Em meio a soldas, fios e lixo eletrônico, soluções livres substituem produtos comerciais (e caros) e permitem que qualquer um se aproprie da tecnologia e dê seus primeiros passos na Robótica. Nesta oficina, você aprenderá a criar kits robóticos alternativos e, a partir deles, protótipos de robôs, braços mecânicose afins. Oficineiros: Eloir José Rockenbach é coordenador Técnico do CRC do Centro Social Marista – Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento em Robótica Livre e integra o Conselho Geral da Associação Software Livre. Felipe Santos é educador de inclusão digital da rede Marista. + 14h às 18h – Crie uma mimoSA (Mídias Móveis SA) O conceito de “mimoSAs” poderia render – e rende – trabalhos teóricos densos, mas sua prática é bastante simples, divertida e estimulante. Uma “Mídia Móvel SA” é um objeto artístico, geralmente elaborado a partir de reuso de sucata tecnológica, colaborativamente, que produz, reproduz ou capta informação. Nesta oficina, você aprenderá a construir mimoSAs-Grio: cineminhas que juntam técnicas analógicas dos primórdios da produção de imagens em movimento, e as novíssimas tecnologias de transmissão e compartilhamento de vídeo pela internet, num espaço público onde o aprendizado coletivo, cultural, tecnológico e social é incentivado. Pré-requisitos? Curiosidade e disposição! Oficineiros: Alissa Gottfried (@louvadeusa) é arteducadora popular conectiva da editora Ecoaecoa. Felipe Nunes é arteducador da Ecoaecoa. + 14h às 18h – Obra de arte com lixo eletrônico Venha produzir uma escultura colaborativa! Sob incentivo de Glauco Paiva, artista plástico que trabalha as questões sociais ligadas ao consumo das tecnologias e através do descarte de eletrônicos, ou e-lixos, estudantes, designers, artistas, hackers e curios@s estão convidados a experimentar e propor …