Comida ou mercadoria: do que se alimenta o mundo?

As reportagens em áudio da série “Comida ou Mercadoria: do que se alimenta o mundo?” são resultado de um projeto de intercâmbio da agência de notícias Pulsar Brasil em conjunto com a Rádio Matraca, de Berlim, e a Radio Dreyeckland, de Freiburg, grupos de mídia alternativa da Alemanha. Os conteúdos são distribuídos gratuitamente, e pensados especialmente para reprodução em rádios comunitárias e livres. As reportagens também foram publicadas em espanhol e alemão. Atual forma de produção de agrocombustíveis não é sustentávelÉ o que afirmam os entrevistados da primeira reportagem da série “Comida ou Mercadoria: do que se alimenta o mundo?”. Neste programa sobre o direito à alimentação, saiba o que está por trás da produção de agrocombustíveis. https://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8030 Liberação de transgênicos é feita em meio ao desconhecimentoNesta segunda reportagem da série “Comida ou Mercadoria: do que se alimenta o mundo?”, entrevistados explicam o que são os transgênicos e quais são suas consequências para a saúde da população e do meio ambiente. https://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8034 O problema da fome no mundo não é a falta de alimentosNa terceira reportagem da série “Comida ou mercadoria: do que se alimenta o mundo?”, ouvimos que a fome do mundo não resulta da falta, mas da má distribuição dos alimentos. https://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8080 Cooperativas cultivam alimentos sem venenos e regionalizam a produçãoNa quarta reportagem da série “Comida ou mercadoria: do que se alimenta o mundo?”, conheça duas experiências alternativas ao agronegócio, uma no Brasil e outra na Alemanha. https://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8087

TVE exibe especial sobre Massacre de Porongos

O especial sobre o Massacre de Porongos é destaque da programação da TVE na terça, 20/9, às 20h30min. O programa aborda o genocídio sofrido pelos negros da Infantaria Farroupilha, que foram desarmados e mortos no Cerro dos Porongos, em Piratini, no dia 14 de novembro de 1844, pouco antes do fim da Guerra dos Farrapos. Foram convidados para falar sobre o assunto os historiadores Moacyr Flores, autor do livro Negros na Revolução Farroupilha – Traição em Porongos e farsa em Ponche Verde, Juremir Machado da Silva, autor do livro História regional da infâmia – O destino dos negros e outras iniquidades brasileiras (ou como se produzem os imaginários), e o diretor técnico do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF) Cláudio Knierim, que fala sobre a contribuição dos negros para a formação da identidade do gaúcho. Os acontecimentos envolvendo o Massacre de Porongos não estão registrados na chamada história oficial. Durante a Guerra dos Farrapos, uma das tropas, que era composta por escravos, foi assassinada em função de um acordo de paz entre o Barão de Caxias, representante do Império, e o líder republicano David Canabarro. O especial sobre o Massacre de Porongos tem apresentação de Alan Barcellos e direção de Vera Cardozo. TVEEspecial Massacre de Porongos Terça, 20/9, às 20h30minReprise no domingo, 25/9, às 22h30min Informações do site da TVE e do RS Urgente.

A imagem do desenvolvimento ou a vaca da ganância?

Recebemos por email este contundente depoimento de Viviane Camejo: “Fui na Expointer semana passada e não pude deixar de refletir sobre essa imagem. Uma vaca gigantesca, de tão gorda não conseguia ficar muito tempo em pé e, segundo o criador, não está prenha. É uma técnica que alguns seres humanos usam para ganhar dinheiro: utiliza-se várias intervensões para que a vaca produza mais leite e engorde mais, muito mais do que o natural, e a vaca que produz mais leite leva o prêmio para o seu dono… Há quem ache isso maravilhoso, pois para mim é apenas um reflexo do que estamos fazendo com nós mesmos e com todas as formas de vida desse planeta. Fica aí a reflexão. Pobre bicho, desse, dos outros e de nós mesmos…” Foto de Ariana Oliveira.

A guerra dos Guarani-Kaiowá: Reza para parar bala. Retomada para andar justiça.

Do acampamento que o grupo de indígenas Guarani-Kaiowá mantinha na beira da estrada no município do Iguatemi, não sobrou barracas, pertences ou comidas, tudo foi queimado. O grupo voltou ao local e afirma que só deixará a área depois que suas terras tradicionais forem demarcadas. Por Joana Moncau em DesinformémonosFotos: MPF, Joana Moncau e Spensy Pimentel Mato Grosso do Sul, Brasil. Os disparos vinham em sua direção. Ergueu os braços para os céus com o Mbaraka na mão e rezou. Uma bala de borracha acertou suas costas. Mesmo ferido, o xamã Guarani-Kaiowá de mais de 60 anos, não parou de cantar. “Onde caí rezei para que não morresse ninguém”, conta. Seu canto era abafado pelos sons de tiro. E assim amanheceu. Nenhum morto naquela madrugada do dia 23 de agosto. Do acampamento que o grupo de quase 30 indígenas Guarani-Kaiowá mantinha na beira da estrada no município do Iguatemi, não sobrou barracas, pertences ou comidas, tudo foi queimado. Pelo menos quatro indígenas foram feridos pelas balas de borracha e espancados. Acampavam ao lado da Fazenda Santa Rita, que pertence ao prefeito desse município. Lá está o território indígena tradicional conhecido como Pyelito Kue – Mbarakay que reivindicam desde longa data. A mais recente tentativa de retomada da área teve início no último dia 09 de agosto. O grupo de Guarani-Kaiowá ocupou parte da Fazenda Santa Rita. Não se passaram quatro dias para que sofressem violentos ataques por parte dos pistoleiros encapuzados e armados. Tiveram que sair correndo do local e se esconder na mata para se proteger, onde pretendiam ficar e resistir. Entretanto, segundo liderança indígena do grupo informou por telefone ao antropólogo kaiowá Tonico Benites, no dia 17 de agosto, a situação ficou insustentável. Depois de dois dias em que as crianças, homens e mulheres já estavam sem comer nada, só bebendo água, parte do grupo decidiu sair da mata. “Nesse momento se depararam com os homens da fazenda armados e os indígenas pediram para que não lhes matassem e nem espancassem as crianças. Os jagunços disseram que deixariam eles saírem vivos dessa vez, mas que não sairiam com vida se retornassem”. Ameaçados, deixaram a fazenda para montar o acampamento na beira da estrada que faz divisa com a mesma e seguir com sua luta. Mesmo assim, foram atacados no último dia 23. Se a ameaça não cessou, a determinação dos indígenas se fortaleceu. “Voltamos para o mesmo lugar, onde havia barraco queimado levantamos outro no lugar”, conta membro do grupo. Seus integrantes afirmam: “Vamos ser enterrados aqui, daqui não saímos, vivos ou mortos estamos aqui”. O ataque está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) e o procurador da república, Marcos Antônio Delfino, abrirá um inquérito por genocídio para apurar o caso, que teve repercussão internacional. Enquanto isso, o grupo segue recebendo ameaças de que pistoleiros retornarão para retirá-los do local e aqueles que querem apoiá-los recebem intimidações. Das outras retomadas Em julho de 2003, o grupo Guarani Kaiowá que ocupou a área Mbarakay já havia tentado retornar à Terra Indígena Pyelito Kue – Mbarakay. A ocupação não durou dois dias, foram expulso por pistoleiros das fazendas da região, que invadiram o acampamento dos indígenas, torturaram e fraturaram as pernas e os braços das mulheres, crianças e idosos. Em dezembro de 2009, o grupo retornou à região e foi espancado, ameaçado com armas de fogo, vendado e jogado à beira da estrada em uma desocupação extra-judicial, promovida por um grupo de pistoleiros a mando de fazendeiros da região. Na ocasião, mais de 50 pessoas, inclusive idosos, foram espancadas, e um adolescente desapareceu. O maior grupo indígena do BrasilEssa última ocupação foi realizada quase um ano após a Funai lançar um pacote de grupos de identificação de terras indígenas no estado, em 2008. Estão previsto o reconhecimento e a demarcação de terras indígenas em 26 municípios da região sul do Mato Grosso do Sul, entre elas Pyelito Kue – Mbarakay. As ocupações das terras reivindicadas pelos indígenas são para pressionar pela rápida conclusão dos trabalhos de identificação, a cargo da Funai. Os Guarani-Kaiowá formam o maior grupo indígena do Brasil: são 45 mil pessoas que vivem no Mato Grosso do Sul. Nesse estado, que abriga a segunda maior população indígena do país, esse grupo sofre constante violência e racismo. Os Guarani-Kaiowá vivem em pequenas “ilhas” de terra que, somadas, alcançam pouco mais que 42 mil hectares – compare-se com o 1,7 milhão de hectares da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, onde vivem 20 mil pessoas. Acossados pelos fazendeiros, rodeados por pastagens e plantações de soja e cana, sem terra, nem mata – da mata original ali não restam mais que 2% –, lutam a duras penas para sobreviver. *Com informação do antropólogo kaiowá Tonico Benites, do conselho da Aty-Guasu. Veja outras fotos AQUI.

Loucos e invisíveis: a indiferença como política

Por Lucio Barcelos * – Médico Sanitarista –Setembro de 2011 Antes de tratar do assunto que pretendo apresentar nesse espaço – como vivem e sobrevivem os moradores do Hospital Psiquiátrico São Pedro – creio ser indispensável fazer um breve comentário sobre as características atuais do sistema público de saúde remanescente? Grifo o “remanescente” porque, mantido o ritmo atual do processo de privatização, em poucos anos a parcela pública no sistema não passará de um traço. Com o agravante de que será, como já é, um traço caracterizado pela pobreza crônica e, aparentemente, incurável, produzida pelo descaso permanente e escandaloso dos governantes. O resultado, como todos sabemos, é um sistema que vive no limite da insolvência, para atender cidadãos vistos pelos governantes como de segunda ou terceira classe. Voltando ao cerne da questão: como vivem e sobrevivem os invisíveis pacientes do São Pedro. Os moradores do São Pedro são idosos, em sua maioria não têm mais referência familiar, são pobres, muitos apresentam deficiências físicas e muitos são deficientes mentais, antes de pacientes psiquiátricos. Quem sabe de sua existência? Quem se importa com eles? Nos últimos 100 dias, passei pela experiência de ser diretor geral daquele hospital. Não foi, digamos assim, uma experiência bem sucedida. E isso se deu não porque a solução dos problemas do hospital seja de altos custo e complexidade, exigindo grandes tecnologias ou vultosos investimentos. Ao contrário, são problemas comezinhos, banais. São paredes úmidas e rachadas; vidros quebrados; janelas que não se fecham; fios elétricos que não comportam a instalação de condicionadores de ar; além de prédios envelhecidos e deteriorados, com escadas nas quais os pacientes, entre idosos e deficientes, caem e se ferem. Acrescente-se a essa situação, um quadro de funcionários insuficiente, envelhecido e, por excesso de carga de trabalho, adoecido. Tanto que permitiu o surgimento de um fato inusitado: a existência, desde 2009, de prestadores privados de serviço, dentro do hospital, remunerados com os benefícios que os pacientes recebem por meio da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. E, para completar, a direção central da Secretaria da Saúde joga estruturas administrativas para dentro da área física do hospital, com o intuito de beneficiá-las com uma gratificação de 45% (por lei devida somente a quem trata de pacientes), ocupando instalações reformadas, usurpando-as dos pacientes. Afinal, quanto custa resolver esse problema? Custa módicos e ridículos R$ 254.000,00. Uma migalha. Quanto custa contratar 240 ou 250 funcionários? Outra migalha, se compararmos com os dez bilhões de reais que em 2010 foi o montante de desoneração, via incentivo fiscal, que o Estado deixou de recolher de impostos potenciais. Ou seja, iniciativa e vontade política são suficientes para solucionar os problemas desse hospital. Para encerrar, é bom lembrar que as únicas coisas crônicas que existem na saúde, são algumas doenças, a incompetência dos governantes e a utilização de políticas privatizantes, contrárias aos interesses da população. * Lucio Barcelos pediu exoneração do cargo no dia 19 de agosto.

Ventre Livre começa produção do edital Lab Cultura Viva

Depois de oficinas de produção no Rio de Janeiro e das primeiras reuniões de equipe no Ventre Livre, a turma que vai permanecer no processo de formação em Produção Audiovisual no ponto de cultura deu início oficialmente aos trabalhos para o primeiro de 4 micro-documentários a serem produzidos até o final do ano. No domingo, as profissionais em saúde da rede do GHC, que já fizeram um módulo de oficina de 1 ano em 2010, discutiram o roteiro e o cronorama da produção das filmagens na sede da Catarse. Saiba mais no blog do Ventre, clique aqui.