Carta de Porto Alegre: querem acabar com os quilombos

Participe AQUI do abaixo-assinado em defesa dos quilombolas e dos quilombos! Carta de Porto Alegre Carta ao povo brasileiro e ao movimento quilombola e social negro em defesa da luta quilombola e, em especial, aos irmãos quilombolas que estarão no 4º encontro da CONAQ. As organizações quilombolas, entidades e ativistas negros e sociais reunidos no encontro quilombola negro e popular realizado no dia 16 de julho último, no quilombo da família silva em porto alegre, vem perante a população e ao povo brasileiro denunciar a grave situação de ataques aos direitos das comunidades quilombolas e fazer uma convocação para a luta e organização. A luta quilombola é secular. Nós e o conjunto das entidades e organizações do movimento negro somos herdeiros e fazemos parte dessa frente. Hoje, informalmente, são mais de cinco mil comunidades nos mais variados graus de organização e mobilização pela defesa de seus direitos e em todos estados da federação. As reações contra esse processo de luta e organização do nosso povo vem mostrando a sua face. A opção de “desenvolvimento” oficial exclui a maior parte do povo brasileiro e especificamente o povo negro e os povos indígenas. As comunidades quilombolas vêm sofrendo forte ataque aos seus direitos em várias esferas, como a ação direta de inconstitucionalidade (adi 3239) ajuizada pelo DEM (democratas ex-PFL); o projeto de decreto legislativo de autoria do deputado Valdir colatto (PMDB – SC) projeto 44/2007. Ambos ataques, o primeiro no Supremo Tribunal Federal e o segundo no Congresso Nacional, estão na iminência de serem votados em Brasília e visam retirar a efetividade do artigo 68, do ato das disposições constitucionais transitórias da constituição federal de 1988 (que garante a titulação das terras de quilombo), bem como, atacam conquistas expressas no decreto 4887/2003 (que regulamenta procedimentos para demarcação e titulação dos nossos territórios) com efeitos devastadores para a luta da grande maioria das comunidades quilombolas. Esses ataques refletem os interesses dos grandes latifundiários rurais e urbanos, grandes empreiteiras, empresas de papel e celulose e multinacionais contando com cumplicidade das grandes empresas de comunicação (escrita e falada). São essas pressões que explicam as alterações das instruções normativas do INCRA pelo governo federal, burocratizando e retardando o processo de demarcação e titulação das terras quilombolas (que já é lento, pois nos últimos 8 anos somente 15 comunidades foram tituladas) à revelia das comunidades quilombolas. Em resposta a essas ações, varias entidades e organizações do movimento negro e quilombola deram entrada na OIT – Organização Internacional do Trabalho, de denúncia do estado brasileiro, por descumprimento da convenção 169 da OIT. Acusando os pouquissimos recursos disponibilizados para demarcação e titulação de terras e a extremamente baixa execução orçamentária desses recursos, não atingindo em média 10% dos valores previstos; os assassinatos e ameaças de morte à várias lideranças quilombolas, ativistas sociais e lutadores(as). Estamos resistindo, como demonstram as mobilizações recentes no Maranhão, Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Alertamos que o momento é de unidade e vimos a público denunciar todos aqueles que procuram isolar o movimento quilombola do conjunto do movimento negro e social. No momento em que se aproxima o 4º encontro da CONAQ, fazemos um alerta e um chamado especial aos quilombolas presentes nesse encontro que será realizado no rio de janeiro de 03 a 07 de agosto do corrente ano para nos mobilizarmos para barrar esses ataques e garantir nossas vidas e nossos direitos. A derrota dos quilombolas seria um retrocesso nas conquistas do povo negro e para o conjunto das lutas sociais no país. Nesse sentido convocamos a todos(as) para: 1- A Marcha Quilombola Negra e Popular sobre Brasília no dia 14 de setembro de 2011, contra a adin 3239 do Dem; contra o PDL- 44/2007 do deputado Valdir Collato, PMDB – SC; denuncia dos assassinatos e ameaças de morte nas comunidades quilombolas, exigindo garantias do estado para segurança das comunidades, punição e prisão para os assassinos e mandantes e reparação para as famílias das vítimas; exigência de titulação das terras quilombolas e recursos para sustentabilidade de nossas comunidades; denuncia dos cortes orçamentários para a área social e da baixa execução orçamentária; denuncia do genocídio da juventude negra; denuncia do racismo institucional. Exigimos reparação ao nosso povo pelos crimes de lesa humanidade, cometidos ao longo de 511 anos de história do nosso país. 2- Construção de comites amplos nos estados em defesa dos territórios quilombolas, da titulação e sustentabilidade das comunidades quilombolas e contra a adi- 3239 do Dem e o PDL 44/2007, indicando o dia 16 de agosto para lançamento dos referidos comites. 3-Construção de um vinte de novembro unificado nacionalmente com eixo na defesa das comunidades quilombolas; contra o genocídio de nossa juventude; em defesa das políticas afirmativas; contra a homofobia e perseguição religiosa. PELA TITULAÇÃO IMEDIATA E SUSTENTABILIDADE DAS TERRAS QUILOMBOLAS.BASTA DE RACISMO E ASSASSINATOS!REPARAÇÃO JÁ! Frente Nacional Em Defesa Dos Territórios Quilombolas;MNU;Quilombo Raça e Classe CSP-Conlutas;Frente de Luta Quilombola Negra e Popular de Porto Alegre;Rede Quilombos do Sul;Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telegrafos do Rio Grande do Sul;AGB Porto Alegre;MR – Movimento Revolucionário.

O que resta aos jovens?

 Abaixo parte do processo de criação de um vídeo, gravação do áudio para filme na qual o tema é a juventude. Estão no vídeo Zé Fernandes e Kelli G. Soares, educandos da Escola Josué de Castro(ITerra) em Veranópolis-RS. A poesia é de Mario Benedetti.   O que resta aos jovens?O que resta por provar aos jovensneste mundo de paciência e asco?somente grafitti? rock? cepticismo?também lhes resta não dizer amémnão deixar que lhes matem o amorrecuperar a fala e a utopiaserem jovens sem prisão e com memóriasituarem-se numa história que é a suanão se converterem em velhos prematuros O que resta por provar aos jovensneste mundo de rotina e ruína?cocaína? cerveja? claques?resta-lhes respirar / abrir os olhosdescobrir as raízes do horrorinventar paz se os desordeirosse entenderem com a naturezae com a chuva e os relâmpagose com o sentimento e com a morteessa louca de atar e desatar O que resta por provar aos jovensneste mundo de consumo e fumovertigem? assaltos? discotecas?também lhes resta discutir com deusquer exista quer não existaapontar mãos que ajudem / abrir portasentre o coração próprio e o dos outros /sobretudo resta-lhes fazer futuroapesar das ruínas do passadoe dos sábios malandros do presente.                          Mario Benedetti

Comitê Popular da Copa realiza grande manifestação no Rio de Janeiro

No último sábado, durante o sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo, no Rio de Janeiro, uma manifestação organizada pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas percorreu as ruas da cidade até a Marina da Glória, onde acontecia o evento. Participaram do ato vítimas das criminosas remoções de favelas e bairros pobres levadas a cabo pela prefeitura, sem-tetos, além de professores da rede estadual em greve e vários outros setores dos movimentos sociais. Indignados com os impactos avassaladores dos mega-eventos nas vidas do povo, os manifestantes percorreram as ruas da zona sul da cidade até o local do sorteio, que custou, nada mais, nada menos que 30 milhões de reais aos cofres públicos. Quando chegaram ao local, os cerca de mil manifestantes bloquearam a Avenida Infante Don Henrique, mesmo com o forte aparato policial mobilizado para reprimir possíveis protestos. Com o caminho em direção a Marina da Glória bloqueado pela polícia, os setores mais combativos do movimento permaneceram sentados na rua até a chegada de alguma autoridade para ouví-los. Demonstrando indiferença, um representante do Ministério dos Esportes foi ao local e ouviu as reinvindicações dos grupos que estavam protestando. Com isso, o ato chegou ao fim, mas não a luta de milhares de pessoas que estão, todos os dias, tendo suas vidas arruinadas em prol da Copa e das Olimpíadas. Reportagem: Patrick Granja www.anovademocracia.com.br

Marinho, educando do ITerra

Entrevista com Marinho, educando da Escola Josué de Castro(ITerra) em Veranópolis-RS. Marinho mostra seu local de trabalho e fala sobre a importância da arte, educaçã e cultura para os movimentos sociais.

Manifesto do Congresso Brasileiro de Cinema contra a CENSURA

O CBC – CONGRESSO BRASILEIRO DE CINEMA, entidades culturais e cidadãos brasileiros abaixo assinados manifestam seu total REPÚDIO a ATOS DE CENSURA à exibição de obras audiovisuais que, contrariando frontalmente o disposto na CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA, infelizmente vêm se multiplicando por todo o país e que, neste momento manifesta-se em sua forma bárbara e virulenta através das consecutivas proibições da exibição do filme “A Serbian Film – Terror sem Limites”, na cidade do Rio de Janeiro, primeiramente no Espaço Caixa Cultural, dentro da programação da RioFan2011 – por veto da Caixa Econômica Federal, empresa patrocinadora do evento – e logo a seguir, momentos antes de sua pré-estréia no Cine Odeon, por determinação judicial exarada pela juíza Jatahy Nygaard, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio de Janeiro, originária de ação movida pelo Diretório Regional do PARTIDO DEMOCRATAS, quando para além da mera proibição da exibição do filme, lembrando os mais obscuros e dolorosos tempos da ditadura, sem qualquer base legal, já que sem amparo até mesmo na determinação judicial exarada, desembocou na ação de “seqüestro” da cópia em 35mm da obra. Acerca destes ATOS DE CENSURA, merece registro que o mesmo filme, após ter se submetido a todos os trâmites legais impostos pela Ancine e pelo Ministério da Justiça, inclusive no que diz respeito à classificação indicativa, estabelecida pela Portaria 3.203, de 8 de outubro de 2010, já havia sido exibido sem qualquer problema de ordem legal e sem causar quaisquer danos sociais, nas programações do Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico, realizado na cidade de Porto Alegre (RS) e do Festival Internacional Lume de Cinema, realizado na cidade de São Luís (MA). Neste contexto, julgamos ainda mais preocupante de que estes ATOS DE CENSURA estejam ocorrendo justamente na cidade do Rio de Janeiro, que sempre foi tida por grande parte dos brasileiros como sendo “CAPITAL CULTURAL” do país. E que por conta do poderio de suas empresas midiáticas faz com que os acontecimentos locais tenham repercussão nacional. É também necessário o registro de que às PROIBIÇÕES / ATOS DE CENSURA acima mencionados foram determinadas por “autoridades” que sequer assistiram a obra CENSURADA e que, portanto, por não terem o conhecimento prévio acerca do seu real conteúdo, na prática, utilizaram de seus poderes de maneira no mínimo discricionária, desproporcional e inaceitável dentro do ESTADO DE DIREITO, e atenderam apenas as provocações e pressões exercidas por forças que sempre relutaram em aceitar a plena vigência da DEMOCRACIA, esquecendo que a LIBERDADE DE EXPRESSÃO e de PLENO ACESSO A INFORMAÇÃO E A CULTURA são direitos humanos inalienáveis e fazem parte das cláusulas pétreas de nossa CONSTITUIÇÃO, não podendo, portanto serem submetidas aos interesses de grupamentos partidários. Assim, neste momento de perplexidade e indignação, o CBC – CONGRESSO BRASILEIRO DE CINEMA renova seu REPÚDIO a todo e qualquer ATO DE CENSURA e conclama a todos os brasileiros a se manifestarem e LUTAREM CONTRA A VOLTA DA CENSURA ou quaisquer outras atitudes desta natureza, que colocam em risco a própria essência da DEMOCRACIA e o pleno exercício dos direitos de cidadania.Renova ainda seu ALERTA para o fato que, pelos mais variados e sempre injustificáveis motivos, tais atos vem perigosamente se ampliando e se espalhando por todo o país. E precisam encontrar resistência para que as exceções não acabem transformando-se em regra geral. Finalmente apela às autoridades judiciais a imediata revisão da proibição da exibição do filme “A Serbian Film – Terror sem Limites”, bem como a imediata devolução da cópia ilegalmente “sequestrada”. PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO!PELO RESPEITO À CONSTITUIÇÃO FEDERAL!PELA MANUTENÇÃO DA LEGALIDADE E DO ESTADO DE DIREITO!PELO DIREITO DE PLENO ACESSO A INFORMAÇÃO E A CULTURA!BRADAMOS TODOS COLETIVAMENTE: ABAIXO A CENSURA! FILMES FORAM FEITOS PARA SEREM VISTOS E NÃO CENSURADOS! CBC / CONGRESSO BRASILEIRO DE CINEMA Para assinar este documento acesse:https://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N12699 Fonte: https://culturadigital.br/cbcinema/

Jovens de movimentos constroem a história nova, para um mundo que precisa ser novo

São jovens que constroem sua história a partir da dor que experimentaram na carne, da alegria que carregam no coração. Estudam a realidade do campo e da cidade, sobretudo, da condição humana. Investigam os pensadores, refletem, questionam, pensam, elaboram algo novo, próprio, vivo, justo. Discutem ideias, debatem estratégias, alternativas, soluções. Ouvem os que têm o que falar, falam para os que precisam ouvir. Trabalham em coletivo, organizam a luta pela liberdade. E sempre têm um sorriso. Preservam a memória, plantam sementes, rompem correntes, tocam o tambor. E decidiram, de agora em diante, temer mais a miséria do que a morte. Uma câmera em seus olhos são as imagens de um outro mundo, novo. Nós os respeitamos, os admiramos. São os jovens dos movimentos sociais. E esta é a música deles: O vídeo é um pouco do que viveram no Iterra, em Veranópolis, entre 21 e 23 de julho, numa oficina de audiovisual. Outros vídeos virão.

5x Cultura Digital

Cultura livre, vídeo livre, imaginação livre: Cinco Vezes Cultura Digital reúne cinco ensaios audiovisuais produzidos a partir de uma provocação feita pela Casa da Cultura Digital a cinco coletivos de realizadores. Seu ponto de partida é a ideia de #culturadigitalbr. O resultado é a reunião de investigações sobre as transformações que estão em curso no nosso país e no mundo.No Fórum da Cultura Digital Brasileira nos interessou (ao Coletivo Catarse) as ideias de subversão e contra-hegemonia, que as novas tecnologias ajudam a ganhar o mundo. Foi oportunidade de entrar em contato com quem pensa, faz e vive cultura digital, e trabalha para que seja livre. Experiências de pessoas preocupadas em compartilhar, em contraposição as que se consideram donas do conhecimento e restringem, aprisionam, transformam cultura em produto a ser pago apenas por quem pode comprá-la. “É o velho sistema do mundo industrial e suas desigualdades básicas”, nos disse Sergio Amadeu. Contra esse sistema os que reinventam e recriam com sua ousadia e imaginação uma nova proposta de sociedade. Mesmo com as tentativas de vigiar e oprimir o uso da tecnologia, ela se mantém firme a serviço da resistência e da beleza. Saber das pequenas revoluções que nascem da apropriação dessas tecnologias pelas periferias, e de tantas possibilidades de utilizá-las para que o povo se organize nos alimenta e inspira. Neste vídeo produzido a partir do Fórum, saímos do formato documental tradicional para buscar o ensaio e chegamos a um trabalho que tem mais a nossa cara. Um devaneio poético pelas lutas digitais, pela cultura livre. Saravá aos bits revolucionários! Guerrilha Midiática from FLi Multimídia on Vimeo. ACESSE AO SITE DO PROJETO E ASSISTA AOS OUTROS QUATRO VÍDEOS AQUI.