Utopia e luta contra o nazifascismo, o racismo, a opressão

A Comunidade Autônoma Utopia e Luta foi atacada, pela segunda vez, por nazifascistas. Rasgaram sua bandeira, picharam em sua porta símbolos que representam intolerância, violência e morte. Neste vídeo, integrantes da comunidade contam e refletem sobre o que aconteceu: Nesta sexta, 08 de julho, às 19h, uma grande manifestação acontecerá em frente ao prédio do Utopia e Luta contra toda forma de opressão, racismo, nazifascismo e discriminação: Nota pública Utopia e Luta: A intenção da Comunidade Autônoma Utopia e Luta nunca foi de criar embate com qualquer grupo político seja ele qual for. Inclusive pensamos que o debate não deve ficar polarizado em nosso assentamento, as ameaças neo nazistas são contra a sociedade como um todo, visam um pensamento de morte e segregação, que nos leva apenas à violência. Queremos apenas seguir o trabalho que viemos construindo há 6 anos desde a ocupação do prédio. Que é tocar uma padaria, serigrafia, teatro, lavanderia, costura e horta como ferramentas inclusivas diante as crises em todas a areas que afetam nossa sociedade. Nossas pautas são positivas e não queremos lutar contra o sistema, mas construir um novo, mais solidário, justo e cooperativo, com a promoção da diversidade. Não vemos motivações que levem ao ódio e ataque dos grupos neo nazistas, pois não somos comunistas, socialistas, anarquistas, não somos apenas negros, homossexuais, judeus, somos uma pluralidade de pessoas e famílias que buscam dignidade e autonomia através da autodeterminação. Aos que criticam esta autonomia, visam apenas interesse de desqualificação, minimizando o fato ocorrido de segregação neo nazista, portanto os que desviam o assunto ao debate de nossa autonomia estão defendendo e acobertando os ataques discriminatórios, numa postura completamente desconectada diante da importância que estes ataques violentos vêm causando em Porto Alegre contra nossa sociedade. Enfim, não estamos por guerra, este tempo já passou, pensamentos discriminatórios não tem mais vez, lutamos por diversidade, lutamos por outra economia de abundância e solidária, lutamos contra toda forma de opressão, lutamos por uma sociedade sem violência, seja ela capital, simbólica ou física. Prosseguiremos com nosso trabalho sério e afirmativo sem aceitar provocações que apenas levam ao conflito desnecessário. O combate contra os pensamentos neo nazistas devem ser feitos pelas autoridades e pela sociedade como um todo que é agredida constantemente por pensamentos fascistas e preconceituosos. TODOS CONTRA A OPRESSÃO!

Mulheres do Campo e da Cidade se encontram por justiça e liberdade

Aconteceu no sábado, 02 de julho, o Encontro de Mulheres do Campo e da Cidade – Entre o poder da tortura e a tortura do poder. Organizado pela ONG Acesso, em parceria com a THEMIS e MST, o encontro se realizou no Centro de Formação Sepé Tiaraju, assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, e foi patrocinado pela Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça. Estiveram presentes mulheres de diversas organizações sociais: MST, Movimento das Mulheres Camponesas, Resistência Popular, Mulheres da Paz (Guajuviras – Canoas), MTD, Levante da Juventude, SAJU, Acesso, THEMIS, Procuradoria de Canoas, CPT, Utopia e Luta, Renaap e Somos. Entre as propostas do encontro, justamente reunir as militantes desses diversos movimentos para debaterem, através do recorte da justiça de transição, o papel da mulher na luta por direitos e na efetivação da democracia e liberdade, diante da nossa redemocratização inacabada:

Encontro da mulheres do campo e da cidade

Informando que estiveram presentes mulheres integrantes do:– MST.– Movimento de Mulheres Camponesas – MMC.– Resistência Popular.– Mulheres da Paz.– MTD.– Levante da Juventude.– SAJU.– Acesso.– Themis.– Procuradoria de Canoas.– CPT.– Renaap. – Utopia e Luta. -Somos.

Ciclo de Debates Sobre Conflitos Agrários – Nas Terras do Bem-Virá

Entrada Franca Sinopse do filme: Um dos documentários mais completos para se entender a questão dos conflitos agrários no Brasil. Trabalhadores sem opção de sobrevivência em seus estados partem para a Amazônia, no Pará, para trabalhar nas fazendas iludidos pelo sonho de se poder conseguir o sustento de suas famílias. Mas a realidade é outra, grande parte não volta mais, torna-se um contingente de trabalhadores escravos, inseridos em um ciclo vicioso de trabalho e dívida com seu patrão. Após serem explorados durante décadas, muitos tornam-se indigentes. Muitos dos que tentam escapar desse sistema, são assassinados. O chamado “Agronegócio” do latifúndio está quase sempre associado a diversas práticas nocivas a sociedade e ao planeta: quase todas as fazendas da região são produtos da grilagem, ou seja, são terras da União que de alguma forma foram fraudadas em nome de alguém; os pistoleiros, quando não a polícia do Estado, promovem a “limpeza” humana das áreas, ameaçando, assassinando os colonos que lá antes habitavam. Esse modelo está ligado a derrubada de florestas, extinção de espécies, queimadas, contaminação dos recursos hídricos, a concentração de terras e de renda. Para fazer frente a isso, surgem os grupos sociais, como o Movimento dos Sem Terra, a Pastoral da Terra e personalidades internacionais, como Dorothy Stang, que enfrentam o poder dos fazendeiros, políticos corruptos, assassinos e a mídia tradicional (Fonte: https://docverdade.blogspot.com/2010/01/nas-terras-do-bem-vira-2007.html – Trailler: https://www.youtube.com/watch?v=dhSFmz5-yn4&feature=related Contexto e Justificativa: Embora os processos e formas de expropriação a que estão submetidos grupos subalternos que vivem nas áreas rurais do país possam variar e se transformar ao longo do tempo, historicamente, a realidade brasileira tem sido marcada por inúmeros conflitos agrários, concentração da terra e violências de toda ordem cometidas contra trabalhadores rurais, agricultores pobres, posseiros e populações tradicionais. Por trás destes fenômenos encontra-se o avanço das chamadas “frentes de expansão”, cujo agente pioneiro na fronteira agrícola costuma ser, desde a Lei de Terras de 1850, a grilagem de terras. Tais frentes, ao integrarem regiões aos circuitos capitalistas de produção sem que haja a inserção efetiva do Estado presente enquanto agente garantidor de direitos, além de desestruturarem modos de vida tradicionais e regras costumeiras, por vezes, seculares, trazem consigo uma série de efeitos sociais e econômicos perversos para as populações locais, bem como a destruição de ecossistemas e parte dos biomas aos quais se acham associados. Especificamente no caso das situações de violência no campo, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CANUTO et al., 2009), só no ano de 2009 ocorreram 25 assassinatos envolvendo algum tipo de conflito agrário no país (no Rio Grande do Sul, o agricultor sem-terra Elton Brum faz parte desta estatística, morto pela Brigada Militar durante manifestação do Movimento Sem-Terra numa fazenda em São Gabriel). A mesma CPT aponta que, neste mesmo ano, foram registradas 9.031 famílias ameaçadas pela ação de pistoleiros, sendo que a isto se somam inúmeros casos de fazendas onde são cotidianamente encontradas pessoas vivendo em regime de trabalho escravo. Submetidas a condições desumanas de trabalho e a alguma forma de exploração por dívida (sendo a mais conhecida delas o “sistema de barracão”), dados do Ministério do Trabalho (https://www.mte.gov.br/fisca_trab/quadro_resumo_1995_2010.pdf) revelam que, entre 1995 e 2010, cerca de 39.200 trabalhadores foram resgatados pelo “Grupo Móvel de Fiscalização Móvel”. Paralelamente a isto, assiste-se atualmente a um revigoramento do modelo desenvolvimentista inaugurado nos anos 1970 com os governos militares, o qual investe no financiamento de grandes projetos agropecuários e de infra-estrutura (mineração, barragens, estradas, ferrovias etc.). A despeito de supostos benefícios que possam trazer ao país, fato é que tais empreendimentos têm desencadeado sérios conflitos envolvendo a expulsão de agricultores de suas terras, confrontos (por vezes, genocídios) entre empresas públicas ou privadas e várias etnias indígenas, além de migrações em massa (em Rondônia, por exemplo, o consórcio encarregado de construir a hidrelétrica de Jirau, que recentemente esteve na mídia por conta de manifestações envolvendo seus empregados, mantém em seu canteiro de obras cerca de 22 mil trabalhadores, a maioria deles trazidos da região Nordeste). Por sua vez, este incremento no número de conflitos, espoliação, desmatamento e violência se insere num contexto nacional de invisibilidade dos movimentos sociais e de suas demandas, cujas organizações, associações e sindicatos tem sido alvo de uma preocupante a crescente criminalização tanto parte da dita grande mídia como por setores dos Poderes Legislativo e Judiciário. É dentro deste contexto que se insere o documentário Nas Terras do Bem-Virá, o qual traz à tona tais questões. Deste modo, considerando a premência se discutir temas como os acima citados (entre eles: conflitos agrários, violência no campo, concentração fundiária, expansão da fronteira agrícola, trabalho escravo e destruição de recursos naturais) e da urgência de torná-los visíveis enquanto problemas socialmente relevantes, a apresentação e o debate qualificado deste filme e dos processos que ele aborda seria uma oportunidade essencial para que não só a comunidade universitária, mas a sociedade de Porto Alegre como um todo, possa ter acesso e participar ativamente de tais discussões. Ficha técnica:Diretor: Alexandre RampazzoBrasil: 2007, 111min.Produtora: Tatiana PolastriEmpresa produtora: Varal FilmesRoteiro: Alexandre Rampazzo e Tatiana PolastriDiretores de fotografia: Fernando Dourado e Alexandre RampazzoMontagem: Fernando DouradoMúsica: Nanah Correia, Julian Tirado e João Ba Prêmios: – It’s All True – Festival Internacional de Documentários – Brasil – Menção honrosa– Festival dos Três Continentes – Venezuela – Prêmio de melhor filme– Mostra Etnográfica da Amazônia – Brasil – Prêmio de melhor filme– Mostra Contra o Silê ncio de Todas as Vozes – México – Menção Honrosa– Prêmio “Luta Pela Terra” – janeiro de 2009 – concedido nos 25 anos do MST – Sarandi-RS– Mostra FICA – Brasil– XXIII Festival de Inverno da Chapada dos Guimarães – Brasil– Mostra do Audiovisual Paulista – Brasil Divulgação: Cleyton Gerhardt (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural – PGDR -, Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

"Se alguém for preso tu morre!"

Denunciamos aqui no blog, há duas semanas, a ameaça de morte feita contra o advogado Onir Araújo, por sua atuação na defesa do jovem Hélder Santos, que precisou deixar o estado do RS após denunciar policiais em Jaguarão. Hoje Onir recebeu novas ameaças: “Ilmo. Sr. Dr. Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Repasso, para conhecimento de Vossa Senhoria, carta recebida hoje em meu escritório em Porto Alegre, onde são reiteradas as ameaças de morte em decorrência de minha atuação, não só como profissional, mas, também, como integrante do Movimento Social Negro na defesa dos Direitos Territoriais étnicos e contra o racismo, em especial no que se refere ao caso do estudante Helder Santos, vítima de violência policial em Jaguarão, neste Estado, caso já de conhecimento de V. Senhoria e da Secretaria de Segurança. A Carta em si revela que é necessário que se leve a sério as solicitações feitas, anteriormente, de prisão preventiva dos militares envolvidos no episódio, bem como, que o Estado do Rio Grande do Sul se empenhe, efetivamente, em tomar as providências cabíveis, para que se estirpe da Corporação esses maus policiais, sob pena de todos nos tornarmos refens de um grupo que usurpa e deturpa o princípio Constitucional de Segurança Pública dos Cidadãos e do Estado Democrático de Direito. Não me calarei e reitero que o que possa acontecer a mim ou familiares meus é de responsabilidade do Estado, pois, sem sombra de dúvida, as ameaças estão partindo de pessoas da Corporação retro citada. Sem mais para o momento.No aguardo de providências urgentes. Onir de AraujoGT-QUILOMBOLA MNU-RS”