Nova Vila Dique: "Saímos da merda para a bosta seca"

É dramática a situação atual das famílias removidas da antiga Vila Dique, em virtude das obras de duplicação da pista do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A obra está no pacote para que a cidade receba dois ou três jogos da Copa do Mundo de 2014. No vídeo, os moradores mostram a nova Vila Dique (onde as famílias estão sendo reassentadas). Falta creche, escola, posto de saúde, trabalho. As casas são péssimas. Na entrevista, o morador Gilberto pergunta se pode falar um palavrão, e depois esclarece: “A gente estava patinando na merda lá, agora nós estamos patinando na bosta seca aqui.” Vídeo produzido pelo GT de Comunicação dos comitês populares da Copa de 2014:

Jornada Continental de Solidariedade com Honduras

28 de junio, martes, en el Comité Latino Americano 19h: documentário Honduras – Semillas de Libertada partir das 20h: apresentação musical e debate Entrada libre! Esta atividade será transmitida a partir das 20h – horário oficial do Brasil – via internet através dos bogs do Comite Latino Americano e do Coletivo Catarse. Importante: o bar do Comitê abrirá somente após o término das atividades. Comitê Latino AmericanoRua Vieira de Castro, 133 (quase esquina com Venâncio Aires)(51) 3207.8733 – 8470.7377Porto Alegre – RS/Brasilcomitelatinoamericano.blogspot.com

Chocolatão: Manda quem pode, obedece quem precisa?

As imagens e entrevistas foram produzidas em parceria pelo Grupo de Assessoria Justiça Popular – GAJUP, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Setor de Assessoria Jurídica Universitária – SAJU e Coletivo Catarse, mas a edição da matéria é da própria TV Brasil, a partir do material que fornecemos. Você pode saber mais sobre a remoção da vila Chocolatão em outras postagens que já fizemos:Vila Chocolatão às vésperas da remoção VILA DO CHOCOLATÃO: Direito ao Direito de escolha. Irregularidades seguem na remoção da Vila Chocolatão. Mais sobre como as obras da Copa desrespeitam direitos humanos? Acesse A Copa passa por aqui…

IBGE HACKEADO

O site do IBGE foi alvo de hackers e ficou fora do ar nesta sexta-feira, em mais uma ação desse tipo contra sites do governo brasileiro na Internet. A página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Internet aparecia desde a madrugada com o título “IBGE Hackeado – Fail Shell”. Logo abaixo, foi publicada uma imagem de um olho humano, nas cores da bandeira nacional e com a inscrição “Ordem e Progresso”. A página apresentava ainda uma mensagem dizendo que este mês o governo “vivenciará o maior número de ataques de natureza virtual na sua história feito pelo Fail Shell”. Segundo o texto, esses ataques são uma forma de protesto “de um grupo nacionalista que deseja fazer do Brasil um país melhor”. Havia ainda uma observação em relação a importantes grupos de hackers, como LulzSec e Anonymous, ressaltando que no Brasil “não há espaço para grupos sem ideologia”. Ainda pela manhã, a página do IBGE na Internet ficou inacessível, e as mensagens foram retiradas. “O site do IBGE sofreu uma invasão na madrugada e agora decidimos retirá-lo do ar para uma análise melhor pela diretoria de informática”, afirmou a chefe de comunicação do instituto, Sílvia Maia. Segundo ela, o banco de dados do IBGE não foi afetado. Na quinta-feira, o site da Presidência, que hospeda informações que são públicas e não sigilosas, sofreu “acessos simultâneos” que tiraram o portal do ar. Segundo uma porta-voz do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a ação não foi para roubar dados.A Presidência informou que foram feitos serviços de manutenção em alguns sites do governo para deixá-los mais seguros contra acessos de hackers. O grupo de hackers denominado LulzSecBrazil afirmou no microblog Twitter na quinta que copiou dados protegidos no site do ministério, mostrando supostas diferenças entre contribuições e recebimentos de dinheiro do governo federal em Estados que serão sede dos jogos da Copa do Mundo, em 2014.Além disso, o grupo divulgou dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O mesmo grupo reivindicou na quarta-feira a autoria de um ataque ao site da Petrobras, que ficou fora do ar. O grupo também tentou invadir, sem sucesso, o site da Presidência e da Receita Federal, segundo o governo.

Manifestação de Estudantes PUC-RS

No último dia 16 de junho dezenas de estudantes da Pontificia Universidade Católica (PUC) do RS fizeram uma manifestação no campus da universidade. Contrários ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) que mantém a mesma corrente partidária a frente da entidade há mais de 20 anos, os estudantes reuniram-se para manifestar repúdio e indignação contras os membros que formam o DCE e são acusados de fraudar eleições e agir com violência contra os opositores há anos dentro do campus. Questiona-se também, a conivência da universidade com as corrupções do DCE. Assista abaixo vídeo produzido pelo Coletivo Catarse.

Ruralistas matam dois por semana, mas o MST é que é violento?

 Cuidado com essa gente violenta  Mais de 1600 assassinatos de lideranças ou militantes camponeses nos últimos 25 anos. Em média, mais de um por semana. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Só nas últimas três semanas, seis mortes na Amazônia. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. No último fim de semana, arrombamento da sede da CPT do Maranhão. E o MST é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Duas semanas atrás, um líder quilombola, também no meu Maranhão querido, sofreu atentado a bala em sua casa. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Centenas de militantes e defensores de direitos humanos sofrem com ameaças de policiais, pistoleiros e da própria Justiça, como o advogado José Batista Gonçalves, condenado por fazer o seu trabalho de assessoria jurídica e tentar evitar conflitos que levassem pessoas à morte. No 24 de maio passado, enquanto Sarney Filho anunciava com pesar o assassinato de José Cláudio, na tribuna da Câmara, os agroboys da Kátia Rebelo e do Aldo Abreu vaiavam nas galerias. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical” porque derruba pés de laranja. Só no Pará, mais de 900 trabalhadores rurais ou apoiadores da luta campesina foram assassinados nos últimos 30 anos. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Em Pernambuco ou no Rio Grande do Sul, a Polícia Militar intimida (com bombas, sirenes e tiros), prende, espanca e tortura. Ou, simplesmente, executa. Como no Massacre do Eldorado dos Carajás. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Os movimentos propõem limite para latifúndios (existentes em muitos países “mudernos”) e atualização de índices de produtividade (defasados “apenas” em três décadas e meia) e o sabujo do Bóris Casoy lê editorial dizendo que a propriedade e o Estado de Direitos estão ameaçados no Brasil. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Tipo em Coqueiros, no Rio Grande do Sul, onde uma única fazenda ocupa 30% do município e gera 6 empregos, aí o MST ocupou várias vezes… E é “violento”, “fora da lei”, “radical”. A PEC que expropria terras onde existir trabalho escravo mofa há mais de década no Congresso Nacional, mas o Código da Motosserra que envergonha o Brasil no exterior é aprovado com folga em dois anos. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Mais de cinco mil pessoas de entidades e movimentos sociais que não aceitam a lei do latifúndio vivem e dormem com um ou dois olhos abertos, atentos a um tiro certeiro como bala que já cheira sangue. E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”. Sem falar na ultra-esquerda (que, muitas vezes, fala para o próprio umbigo e para as paredes) que acusa o MST de ser governista ou recuado demais. Publicado no site Pragmatismo Político.

Número de homicídios entre negros é o dobro que entre brancos

O número de negros assassinados no Brasil é duas vezes maior do que o de brancos, apesar de cada grupo representar cerca de metade da população do país. A constatação é de um levantamento feito pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS) referentes a 2006 e 2007. Nesses dois anos, 59.896 negros foram assassinados. Entre os brancos, o número foi de 29.892. A diferença entre o número de homicídios de negros e brancos é maior entre as crianças e jovens de 10 a 24 anos. Entre os maiores de 40 anos, o número de homicídios é quase o mesmo nos dois grupos. Segundo o coordenador do laboratório, Marcelo Paixão, os números mostram que os negros estão sujeitos a uma exposição maior de risco que os brancos, em várias partes do país. “Isso é determinado por razões que são sociais, ou seja, pelo modo de inserção das pessoas no interior da sociedade, e que fazem com que elas tenham maiores probabilidades de virem a sofrer um atentado violento contra suas vidas ao longo de seu ciclo de vida”, explicou.Um dos fatores sociais que poderia explicar esse risco maior é o local de moradia, já que muitos negros moram em áreas mais violentas, como as favelas do Rio de Janeiro, de São Paulo ou de Pernambuco. Além disso, de acordo com Paixão, há pesquisas que mostram que a letalidade policial – a morte provocada por policiais – é maior entre os negros do que entre os brancos. Um terceiro fator seria a baixa auto-estima da juventude negra que vive em áreas pobres e que não vê alternativas para a sua vida, e que, por isso, teria mais probabilidades de se envolver em situações de risco. A maior desigualdade entre homicídios de brancos e negros é encontrada na região Nordeste. Enquanto a relação populacional da região é de 2,4 negros para cada branco, a relação de mortes é de 10 negros para cada branco. Já a região Sul é a única do país onde essa tendência não é sentida, visto que a relação populacional e a relação de homicídios por cor é igual: 0,2 negro para cada branco. fonte: Agência Brasil

CUMPRA-SE A SENTENÇA INTEIRA

Por Anivaldo Padilha, Marcelo Zelic, Roberto Monte e Vicente Roig* O estado brasileiro publicou no site da Secretaria de Direitos Humanos comunicado informando que efetuou a publicação no Diário Oficial e no jornal O Globo dia 15/06 da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o caso Julia Gomes Lund e outros. Diz a nota da Ministra: “Publicar o resumo dessa sentença é parte do cumprimento do Estado brasileiro em relação ao que foi decidido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso da Guerrilha do Araguaia (1972-1975). Dentre os aspectos emblemáticos da sentença destaca-se a necessidade de continuar as buscas para identificar e entregar os restos mortais dos desaparecidos políticos aos seus familiares; oferecer tratamento médico, psicológico e psiquiátrico para as vítimas que requeiram e, sistematizar as informações sobre a Guerrilha e demais violações ocorridas durante o regime militar no Brasil.” De fato, é parte do cumprimento da sentença dar ciência à população brasileira dos termos da condenação do Brasil pelos fatos ocorridos na Guerrilha do Araguaia, cumprir o prazo de divulgação, mesmo que no último dia, sinaliza desejo de cumprimento, mas destacar como emblemático somente as buscas aos desaparecidos, é reduzir a abrangência da condenação que o Brasil sofreu na Corte. É necessário que o país cumpra a sentença INTEIRA. A apuração dos fatos e a responsabilização dos culpados pelos assassinatos, torturas e desaparecimentos forçados, entendidos na jusrisprudência da Corte Interamericana como crimes de lesa-humanidade, TAMBÉM TEM DE SER cumprida pelo Estado. Estamos no meio do ano e para cumprir a sentença é preciso remover os obstáculos que impedem a apuração e a responsabilização dos autores destes crimes julgados na Corte, ou seja, reorientar o judiciário brasileiro sobre a interpretação da Lei de Anistia, possibilitando aos atingidos e ao Ministério Público Federal abrirem processos e para isso a posição da AGU vai na contra-mão das intenções sinalizadas pela Ministra Maria do Rosário em seu comunicado. No capítulo XI da sentença, que trata sobre as reparações esperadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, temos que o estado Brasileiro tem a obrigação de investigar os fatos e se for o caso punir. Desta forma o posicionamento da AGU reafirmando a prevalência da decisão do STF frente aos tratados internacionais, incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro, é uma afronta à Corte e aos cidadãos brasileiros. Não se cumprem sentenças condenatórias pela metade, não se escolhe o que cumprir e o que não cumprir de uma condenação. PELO RESPEITO AOS TRATADOS INTERNACIONAIS PRESENTES EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO.PELA REVISÃO DA DECISÃO DA ADPF 153 PELO STF. PELA ALTERAÇÃO DA LEI DE ANISTIA E APROVAÇÃO DO PL DA DEPUTADA FEDERAL LUIZA ERUNDINA. PELO FIM DO SIGILO ETERNO. O não cumprimento integral da sentença, diminue o esforço pela criação da Comissão da Verdade. Discutirmos sua criação e silenciarmos frente a revisão da ADPF 153 traz insegurança jurídica para o avanço dos direitos humanos no Brasil e nega-se a justiça. Sabemos do compromisso da Ministra Maria do Rosário com o direito à verdade e a justiça, mas é impensável para os defensores de direitos humanos que o Governo de nossa presidenta Dilma Rousseff insista em remar contra a corrente da evolução dos direitos humanos e da luta contra os crimes de lesa-humanidade no continente e procure esconder em baixo do tapete a impunidade que tanto tem prejudicado nosso país! Para os que desejarem consultar os termos da condenação do Brasil vejam a partir das páginas apontadas abaixo. XI. REPARAÇÕES 245A. Parte Lesionada 251B. Obrigações de investigar os fatos, julgar e, se for o caso, punir os responsáveis, e de determinar o paradeiro das vítimas 253C. Outras medidas de reabilitação, satisfação e garantias de não repetição 264D. Indenizações, custas e gastos 298 Leia aqui a íntegra da sentença: https://www.direitoshumanos.gov.br/sobre/sistemasint/lund.pdf Abraços. *Anivaldo PadilhaEx-preso políticoMembro da Igreja Metodista e associado de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço Marcelo ZelicVice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São PauloCoordenador do Projeto Armazém Memória Roberto MonteCoordenador da Rede de Direitos Humanos e Cultura – DHNetCoordenador do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular do Rio Grande do Norte Vicente RoigAdvogadoEx-preso políticoVice-Presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São PauloSecretário Geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo https://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/06/17/presidenta-o-pai-do-padilha-fez-o-gurgel-tremer-anistiar-quem/