Advogado do estudante que denunciou brigadianos por racismo está ameaçado

Em uma entrevista à Catarse, Onir de Araújo, advogado do estudante Hélder Santos que veio da Bahia para estudar história em Jaguarão – RS, também está sofrendo ameaças devido as denúncias de violência policial e racismo feitas pelo jovem em março deste ano. As denúncias geraram um inquérito militar e o afastamento dos brigadianos envolvidos. Desde então, várias pessoas, inclusive o advogado, estão sofrendo ameaças que, segundo as vítimas, partiram dos brigadianos. Assista a reportagem do Coletivo Catarse.

Zero Hora está com a Reitoria da PUCRS e o MP, conivente com máfia no DCE

Quando estudamos na PUC, muitos de nós hoje na Catarse, acompanhamos de perto as eleições fraudadas para o DCE ano após ano. Se sabia das eleições no dia em que aconteceriam, ou depois que já havia sido feita quase sob sigilo, para se perpetuarem na direção meia dúzia de estudantes corruptos e que nunca fizeram absolutamente nada pelos estudantes da universidade. Parece que isso sempre foi interessante à direção da PUC, porque sabia das denúnicias de irregularidades e se omitia. A mídia corporativa sempre tratou como uma desavença entre estudantes. Talvez nunca tenha feito uma reportagem séria sobre o assunto. Também não é de seu interesse. Já se passaram 10 anos desde que saímos de lá, mas sobre isso nada mudou: publicado no site do Jornalismo B: *NOTA DOS BLOGUEIROS DE ESQUERDA (EBLOG) EM APOIO AOS ESTUDANTES DA PUCRS O grupo dos Eblog – Blogueiros de Esquerda – apoia os estudantes combativos da PUCRS e repudia veementemente as agressões desferidas pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) dessa universidade há mais de 20 anos. As agressões – físicas ou não – se repetem ano após ano, a cada eleição fraudada, ameaça ou via de fato, e a Reitoria da PUCRS, vergonhosamente, se omite, assim como o Ministério Público, deixando à própria sorte milhares de estudantes de uma das universidades mais importantes do país, mas que não consegue sequer garantir aos próprios alunos a segurança e o direito à democracia interna. Dessa forma, repudiamos não apenas as ações do DCE, mas as omissões dos diversos órgãos que deveriam proteger a liberdade dos estudantes contra uma máfia instalada desde a década de 1990. Ao mesmo tempo, manifestamos nosso apoio e solidariedade não apenas aos estudantes da PUCRS envolvidos nos recentes protestos, mas a todos os agentes e entidades sociais presentes nessa importante luta democrática, e os convidamos a usar nossos espaços da mídia independente e popular para publicizar e defender suas demandas. Eblog – Blogueiros de Esquerda Alexandre Haubrich – www.jornalismob.wordpress.comLucas Morais – www.diarioliberdade.orgThiago Miranda dos Santos Moreira – www.ruminantia.wordpress.comLuka – www.bdbrasil.orgRenata Lins – www.chopinhofeminino.blogspot.comGilson Moura Henrique Junior – www.tranversaldotempo.blogspot.comAndré Raboni – www.acertodecontas.blog.brRodrigo Cardia – www.caouivador.wordpress.comNiara de Oliveira – www.pimentacomlimao.wordpress.comMayara Melo – www.mayroses.wordpress.com *** Há 20 anos o DCE da PUCRS é comandado pelo mesmo grupo, os indícios de fraudes nas eleições são gritantes, a cada pleito se repetem ameaças a estudantes, e já há até denúncias de lavagem de dinheiro e de envolvimento da “máfia do DCE” em uma execução. Em todo esse tempo, o grupo que controla as comunicações no Rio Grande do Sul esteve calado. Na noite da última segunda-feira, durante protestos contra o DCE que vinham acontecendo há uma semana, integrantes do Diretório agrediram fisicamente duas garotas, sob o olhar dos seguranças da universidade. Então, nesta terça, Zero Hora resolveu publicar uma matéria sobre o assunto. Mas continuou calada. Desde a chamada na capa já começam as distorções sobre o que ocorreu – e está amplamente divulgado em diversos blogs, perfis no Twitter e no Facebook e até vídeos postados no Youtube. “BM contém novo confronto entre estudantes na PUC” é a chamada, com a linha de apoio falando em “briga entre alunos contrários e favoráveis à direção do DCE”. O foco não poderia ser a BM, mas as agressões. Não houve “confronto entre estudantes”, como se estivessem todos no mesmo nível, o que houve foram agressões de integrantes de um grupo que controla o DCE há 20 anos a estudantes. E não eram “contrários e favoráveis à direção do DCE”, era a própria direção do DCE agredindo estudantes favoráveis a eleições livres. Na página 35, novamente o título foca na ação da BM e fala em “briga de estudantes”, quase como se fosse um empurra-empurra na hora do recreio em uma escola de Ensino Fundamental. Não é. Logo no primeiro parágrafo, “disputa estudantil que se arrasta desde a semana passada”. Não. Se arrasta há 20 anos, ainda que Zero Hora venha ignorando o tema desde sempre. Depois, “No cerne do conflito (…) estaria a eleição para definir os representantes para um congresso da UNE, em Goiânia”. Ainda que esse tenha sido o estopim, “no cerne do conflito” está o mar de lama onde nada o DCE da PUCRS, com a conivência da universidade e do Ministério Público. O texto principal tem cinco parágrafos que não dizem nada sobre a realidade do DCE da PUCRS. No canto, há ainda um quadro “Entenda o caso”, que não explica nada. Entre o texto principal e o tal quadro, uma retranca: “Protestos já causaram até bloqueio de avenida”, se escandaliza Zero Hora tentando escandalizar o leitor e colocá-lo contra mais um protesto desses baderneiros que trancam o trânsito. Por outro lado, o site do Correio do Povo colocava no ar já ontem à noite depoimentos de uma das garotas agredidas dentro das dependências da PUCRS e de um membro da diretoria do DCE. * Mais informações no blog do Movimento 89 de Junho, que coordena os protestos por liberdade e democracia no DCE da PUCRS.

Doe vida!

Um dos projetos do Coletivo Catarse é o Ponto de Cultura Ventre Livre.Dentre as várias atividades realizadas na Vila Jardim, um bairro cheio de contrastes sociais em Porto Alegre, há as Oficinas de Produção Audiovisual – com enfoque na relação saúde e cultura, principalmente voltado aos trabalhadores da rede de atendimento das unidades básicas de saúde do bairro.Além de aprender as teorias da construção da imagem em movimento, estes profissionais são estimuilados a produzir.Aqui embaixo um resultado dessas oficinas, um vídeo de estímulo à doação de medula, realizado inspirado na luta de Matheus Cony, também oficinando do ponto de cultura e um jovem que está travando uma dura batalha contra a leucemia. Conscientize-se, ajude a difundir esta ideia.Doe e compartilhe o vídeo!

Mbyá Guarani – Santa Maria/RS

NOTA DE FALECIMENTO, TRISTEZA E INDIGNAÇÃO. Higienização e genocídio praticado no município de Santa Maria, à luz da teoria lúgubre de Malthus. Morreu ontem de noite no hospital universitário de Santa Maria o filho do Pajé do Acampamento Indígena Mbyá Guarani do Arenal, Marcelino Martins. A criança de apenas dois dias e sua mãe Suzana Benites tiveram que ser internadas no sábado, após passarem mal no acampamento em conseqüência do agravamento da saúde provocado pelo parto sem condições e pela pneumonia da mãe e do filho. O parto precoce foi provocado pela tosse e a febre da mãe que estava com pneumonia, a criança já nasceu com a mesma doença e por pouco não morre antes, o que provavelmente ocasionaria o óbito da genitora, também.  O mais chocante de tudo isso, é que a mãe entrou em trabalho de parto sozinha, debaixo de um barraco de lona preta, em uma das noites mais frias do ano, sem água, sem luz, sem médico, sem parteira, com pneumonia, com febre, sem nunca ter acesso a atendimento ou qualquer outro serviço médico específico que possui por ser indígena. E mais “Bizarro” de tudo isso, já que se ultrapassou o conceito de “palhaçada”, pois agora temos uma criança morta, um pai desesperado e triste e uma mãe no Centro de Tratamento Intensivo do hospital de Caridade, é que esse povo guerreiro que forjou a identidade sulina; Apesar de viver de forma constante há mais de 1.500 anos nessa região; Apesar de ter sido responsável pela fundação e viabilização da cidade na primeira metade do século XIX; Apesar de viver no acampamento do Arenal a mais de 20 anos na mesma situação; Apesar de já ter convocado, através do MPF, todos os órgãos responsáveis pelo atendimento de seus direito para uma assembléia popular onde entregaram suas reivindicações históricas; Apesar de esses órgãos terem se comprometidos diante do Promotor Público senhor Harold Hoppe em atender as demandas emergenciais da comunidade; A mais de um mês nada acontece! E essa população continua sem as mínimas condições humanas de viver no local onde vivem, continua tendo o seu acesso aos direitos universais mais elementares como, Educação, Saúde, Água, Luz, Moradia, etc; dificultados e na maioria das vezes negado pela sociedade local que os considera invisíveis. Enquanto isso… o Ministério Público que era quem, por força constitucional, deveria estar protegendo essa comunidade, apenas solicita informações, protela as decisões que deveriam ser tomadas, preocupa-se em desqualificar grupos como o GAPIN, centra sua ação em torno de discussões vazia como as que faz em relação ao que é artesanato indígena?, Se eles podem vender bijuteria no centro… etc.; …. a Prefeitura Municipal, a FUNAI, a SESAI o Governo do Estado etc. e etc., além de soluções paliativas, apenas discutem de quem são as responsabilidades ou cobram informações uns dos outros e não se entendem, não tem uma política, não possuem um planejamento de suas ações e sequer possuem um cadastro atualizado da população que mora no local. A única política de Estado, que se percebe na cidade de Santa Maria, há vinte anos no mínimo, em relação aos povos indígenas é a Malthusiana. Fundamentada na teoria lúgubre de Malthus. “Para eliminar-se uma comunidade não precisa bombardeá-la, basta lhes tirarmos, direitos básicos como saneamento, saúde, água, luz, etc., e deixarmos que a natureza se encarregue do resto”. Isso é uma política clara de genocídio. Não é admissível que até agora não foi possível construir nem que fosse uma casa de madeira apenas, ou que não tenhamos ainda um agente de saúde indígena  na comunidade, por exemplo. O que significa deixar uma população sabidamente com problemas nutricionais debaixo de lona com esse frio, sem água potável, sem luz, sem saneamento, sem acompanhamento adequado de uma equipe de saúde capacitada? O resultado foi rápido: duas crianças internadas com quadro grave de pneumo nia e uma morte, além da mãe que continua na CTI do hospital, isso em apenas quarenta dias, ou seja, a política esta sendo aplicada com total sucesso.  GAPIN – Grupo de Apoio aos Povos Indígenas

Aniversário de 104 anos é notícia?

Com certeza!Ponto de Cultura Ventre Livre/Coletivo Catarse esteve presente na ação dos profissionais da Unidade Básica de Saúde Barão de Bagé, na Vila Jardim, Porto Alegre, comemorando e registrando os 104 anos da Vó Tonica.Negra, mulher, descendente de pessoas escravizadas, ainda viva para contar a sua história. – clique aqui para ver mais fotos

A luta dos quilombolas de Morro Alto – RS

No litoral do Rio Grande do Sul, famílias quilombolas lutam para ter a titulação de suas terras. É a comunidade de Morro Alto, que fica há cem quilômetros da capital Porto Alegre. Além da luta pelo direito das terras, os quilombolas querem uma indenização do Estado Brasileiro. Isso porque uma rodovia federal foi construída dentro da área que eles reivindicam. Este é o nosso Outro Olhar de hoje. Assista a reportagem do Coletivo Catarse.

1° Encontro de Negras e Negros da UFRGS

1° Encontro de Negras e Negros da UFRGS Sexta Feira (10/06)Local: Auditório da FACED 18hs- Atividade Cultural 19hs-Mesa: “A Luta histórica pela emancipação das negras e dos negros no Brasil e os desafios da atualidade.”Professor Mario MaestriOnir de AraújoDCEQuilombo Raça e Classe da CSP-ConlutasDCE/UFPEL Sábado(11/05)Local: Auditório da FACED 9HS- Mesa: “Debatendo as cotas Raciais, por uma UFRGS Pública e Popular”ANDES-SNASSUFRGSDCEDEDS das 13:30 as 16hs- GD’sMulheresJuventudeSaúdeEducaçãoCultura 17hs- Plenária Final 20hs- Margem Abandonada Medeamaterial – Levanta Favela

Pesquisadora da UFRJ aponta relação entre coronelismo midiático e agronegócio

Para a pesquisadora da UFRJ Suzy dos Santos o modelo midiático passa por crise, mas tem mecanismos de perpetuação. Dois temas emergiram na agenda nacional nos últimos dias: a lista de políticos sob posse de outorgas de radiodifusão e o embates agrários permeados pelo novo Código Florestal e assassinatos de ambientalistas no Pará. Tratados de forma separada pelo noticiário tradicional, ambos apresentam relação direta segundo a pesquisadora da Pós Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ, Suzy dos Santos. Ela cita a relação com a questão agrária como um dos caminhos para compreender como o coronelismo midiático se comporta e suas relações com o poder federal: “Essa similaridade não é coincidência. Se for olhar os bens declarados dos políticos donos de outorgas, verá que uma parcela expressiva também tem negócios rurais”. O modo autoritário de exercer o poder dos radiodifusores e do agronegócio é exaltado por Santos: “Há um link mais complexo na questão do coronelismo que é esse do mandonismo, da histórica formação de guardas privadas e da atuação de grupos oligárquicos como poder supremo no interior do país”. Um caso representativo para a avaliação de Suzy é o senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE). Ex-ministro das Comunicações e ex-presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, Eunício é radiodifusor em Corumbá, no estado de Goiás, onde declarou ter a maioria dos seus 81 imóveis rurais conforme indica o projeto Excelências da Ong Transparência Brasil. Coronelismo e democracia A pertinência do termo “coronelismo midiático” é defendida por Suzy a partir de uma avaliação histórica: “Se formos pensar em coronelismo como um sistema político, tal qual definido no campo da história nacional, é sistema característico de períodos de transição. O coronelismo ‘tradicional’ teve força na transição para a república e esse que chamamos de ‘eletrônico’ na transição para a democracia.” O exemplo mais costumeiro para ilustrar este fenômeno na redemocratização esta entre 15 de março de 1985 a 05 de outubro de 1988, quando o então presidente José Sarney e o então Ministro das Comunicações Antônio Carlos Magalhães distribuíram 91 outorgas de radiodifusão diretamente a deputados e senadores constituintes. Dos 559 constituintes, 146 parlamentares, ou 26,1% do total, eram controladores de empresas prestadoras desse tipo de serviço. A partir destas referências Suzy descreve a construção do modelo do negócio da comunicação brasileira com base na relação de intimidade entre donos de meios e poder político, em especial numa relação de clientelismo com alto grau de reciprocidade. Para ela os emergentes religiosos costumam dar continuidade a tais práticas e cita como exemplo a rede Record: “Eles usaram a mesma estratégia da Rede Globo na política, e pior, os afiliados deles não traem de jeito nenhum”. Além dos neopentecostais, Suzy cita novas estratégias de perpetuação do fenômeno como as dos meios comerciais do eixo Rio-São Paulo nos quais os políticos associados votam nos seus interesses e atuam como uma bancada coesa. A vitalidade dos radiodifusores nos dias atuais também é explicada pela imbricação dos papéis de patrão e cliente no atual estágio do capitalismo: “A entrada do capital internacional e a pulverização das formas de produção e distribuição de conteúdo dão um novo rumo a esse modelo”. CriseAs oligarquias que configuraram o sistema coronelista na mídia estão cada dia mais frágeis, segundo Suzy. Ela enxerga uma crise do setor a partir de dois condicionantes: a democratização do país e a disseminação de tecnologias comunicacionais: “Está muito mais difícil controlar a informação. Há 20 anos matavam os jornalistas, matavam os inimigos, serravam o corpo e jogavam na frente da TV. Hoje ainda morre muita gente no Brasil, mas é mais visível a manipulação da informação”, sentencia a pesquisadora. Suzy diz ser perceptível o crescente desconforto da sociedade com a “excrescência” do sistema de comunicações nacional, entretanto, coloca panos quentes sob qualquer mudança veloz: “Acho que ainda demora e depende muito da conscientização social”. Reportagem de Pedro Caribé, no Observatório do Direito à Comunicação, publicada pelo EcoDebate, 08/06/2011.