Hoje tem a Marcha

Apesar da repressão policial ocorrida com os manifestantes da Marcha em outras capitais do Brasil, o povo de Porto Alegre vai as ruas. Assista o vídeo da Marcha do ano passado.

5ª Feira da BioDiveRSidade

Realizou-se ontem a 5ª Feira da BioDiveRSidade que contou com o apoio de vários coletivos de Porto Alegre, construindo um evento autogestionário e popular ocupando o centro da cidade. Mais precisamente no Largo Glênio Peres, aquele que foi privatizado pela Coca Cola, leia-se VONPAR. Os coletivos organizaram atividades durante todo o dia, que começou com a montagem da Geodésica as seis da manhã e terminou com o som do Maracatu Truvão, as dez da noite. A rádio da biodiversidade funcionou todo o tempo e abriu espaço para diversas manifestações das pessoas que passavam e das que estavam visitando a feira. Mesmo diante da tentativa da SMIC – Secretaria Municipal de Indústria e Comércio – tentar proibir o funcionamento da rádio, ameaçando acionar a Brigada Militar, alegando que não tínhamos autorização para ligar o som. A funcionária da prefeitura não quis se manifestar, mas na discussão com os organizadores, afirmou que o Largo não é mais um espaço público. Teremos agora que pedir autorização à VONPAR – para ocupar um espaço público? Os coletivos realizaram uma ação direta em protesto a privatização dos espaços públicos de Porto Alegre com um teatro sobre como as grandes empresas estão lucrando enquanto mais de 3000 mil famílias estão sendo removidas e colocadas em bairros distantes do centro. Os manifestantes cobriram um painel com a marca da Coca Cola que já foi colocado em todo o Largo Glênio Peres. Veja as fotos e o vídeo da montagem da geodésica

Catarse para a Rede Juçara: Festa da Juçara no Quilombo da Fazenda

Uma das mais importantes características da Rede Juçara talvez reste no fato de que o processo de uso dos frutos da Palmeira Juçara não seja exclusividade de uma única comunidade, de um único tipo humano ou étnico, mas, sim, que compreende uma diversificação cultural imensa, seguindo exatamente o que historicamente se construiu como Brasil. E o elo que une a todos dentro de uma região espacial que compreende vários estados da federação não é somente a própria palmeira, e, sim, a Mata Atlântica e sua biodiversidade.(…) Abaixo segue parte do depoimento da líder comunitária local, Laura, que traz a contextualização do seu território e a incorporação da Juçara na cultura culinária local. Este material, juntamente com o que está sendo produzido neste mês de maio e princípios de junho, faz parte do que virá a ser a revista da Rede Juçara. Texto e imagens de Gustavo Türck, fotos de Têmis Nicolaidis. – íntegra no site da Rede Juçara, clique aqui

Feira da Biodiversidade: um espaço de encontro para os movimentos contra-hegêmonicos

Acontece a partir de hoje uma série de atividades para marcar o Dia Internacional da Biodiversidade. Seu auge é a Feira da Biodiversidade, no Largo Glênio Peres, durante todo o dia na próxima quinta-feira (19.5). Organizada por diversos coletivos desde 2007, com a proposta de manifestar e celebrar as lutas pela biodiversidade, compreendida não somente pelo viés biológico, mas como toda a diversidade de manifestações sociais, culturais e ambientais, a programação tem um forte caráter contra-hegemônico. É um evento para refletir e agir na construção de um planeta que reconheça e respeite essa diversidade. Venha participar, encontrar as pessoas, conversar, trocar experiências, se manifestar, divulgar os temas importantes para o mundo justo e solidário que sonhamos e ousamos construir. Ajude a divulgar. “É um espaço de resistência na cidade”. Bruna Engel, do Núcleo Amigos da Terra Brasil. “Criamos a Festa com pessoal daqui, sem partido, sem governo, sem empresa. É uma janela para que as pessoas possam acessar outras coisas”. Fernando Campos Costa, do Núcleo Amigos da Terra Brasil e Casatierra. “É uma oportunidade pras pessoas conhecerem os grupos dessa nova geração política que está surgindo em Porto Alegre”. Ana Paula de Carli, do Casatierra. 5ª Semana da biOdiveRSidade progRamaÇão ciNema bioDiveRSidade Quarta-feira, 18.mAio.2011, 19h“O Grande Tambor”A diáspora africana no Rio Grande do Sul através da trajetória do Tambor de SopapoDebate após o filmeSala Redenção da UFRGS feiRa dA bioDiveRSidadeQuinta-feira 19.mAio.2011Largo Glênio PeresDurante todo o dia: bancas com exposição de trabalhos de coletivos e movimentos, rádio, oficinas, teatro, capoeira. 05h – Montagem da Geodésica 16h – Teatro de Rua – Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela… 17h – Espetáculo Bonecos de Pau – Grupo de Teatro de Bonecos A Divina Comédia 18h – Telejornal da biodiversidade 19h – Roda de Capoeira – Grupo de Capoeira Angola Zimba 20h30min – Maracatu Truvão 21h30min – desmontagem da Geodésica agriCULtura uRBaNaSexta-feira 20/05/11, 17hEspaço Utopia e Luta (viaduto da Borges de Medeiros) fESta dE cOnfRAterNizaÇãoSábado 21.mAio.2011, 22hGalpão do Parque Harmonia maRCha dA maCoNhaDomingo 22.mAio.2011, 15hParque da Redenção Histórico: O dia da bioDiveRSidade surgiu da crítica à forma como se “comemorava” a Semana do Meio Ambiente. Historicamente essa “comemoração” representava uma apropriação da data por empresas, governos e partidos políticos com o objetivo de fazer marketing verde. Dentro desse quadro, o discurso do movimento ambiental era “Dia do Meio Ambiente: nada a comemorar”. Em 2007, diversos coletivos se juntaram para estragar essa festa. Naquele ano a ONU instituiu o Dia Internacional da Biodiversidade, que foi subvertido por esses coletivos e movimentos, contrabandeando temas que não aparecem na grande mídia. Esse momento histórico representou uma mudança na luta ambiental, que passou a ser debatida dentro dos mais diversos movimentos sociais e coletivos. Então surge o dia da bioDiveRSidade, para manifestar e festejar as lutas pela biodiversidade. Esta biodiversidade que é compreendida não somente pelo viés biológico, mas como toda a diversidade de manifestações sociais e culturais que buscam contrapor a força hegemônica. Mais no blog da Festa da bioDiveRSidade. OrganizAÇÃO: AgeNCia sUbverSiva cEL3Uma, Amigos da Terra Brasil, Assembléia Permanente das Entidades de Defesa do Meio Ambiente (APEDEMA), Associação de Mulheres Vitória Régia, Casa Tierra, Cinturão Verde, Comitê Popular da Copa / Cristal, Contraponto – Espaço de Cultura, Saúde e Saber, Coletivo Catarse, COOPAN/ COOTAP – Loja da Reforma Agrária, Econsciência, EMEF Gilberto Jorge, Expressão Popular, Família Bellé – frutas nativas, Fórum de Educação da Restinga e Extremo Sul (FERES), Grupo de Apoio a Reforma Agrária – GARRA, Grupo de Agroecologia – UVAIA, Grupo de Capoeira Angola Zimba, Grupo de Teatro de Bonecos A Divina Comédia, Grupo Mamangava, Grupo Viveiros Comunitários, InGá- Estudos Ambientais, Cambada de Teatroem Ação Direta LevantaFavela…, Malta do Be-a-ba de Angola, Maracatu Truvão, MST, NegrArte (Artesanatos Ecológicos), Núcleo de Economia Alternativa NEA/ UFRGS, Princípio Ativo, Programa Macacos Urbanos, Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, Rede Orientada ao Desenvolvimento da Agroecologia – RODA/UFRGS, SEMAPI, TV Nagô/Falange de comunicação, Urbanus in Natura, Utopia e Luta, Vanguarda Abolicionista, Via Sapiens, Zé da Terreira

HQ em processo

Ano passado fiz um roteiro de HQ para o Rogê desenhar. O resultado ficou bem bacana e resolvi registrar em video a fazeção da última página. O Maumau se entusiasmou e vai fazer a cor. A história completa vocês vão poder ler na próxima edição da revista Adeus Tia Chica, ainda sem data para lançamento. Pizza from temis on Vimeo.

Uma rede para uma nova geração política: sem empresa, sem partido, sem governo

Na última terça-feira (10.5), na CaSaNaT, enquanto se aguardava o começo da reunião dos coletivos que estão organizando a 5ª Semana da biOdiveRSidade, conversamos rapidamente com três pessoas que são fundamentais nesse processo desde o seu começo. Ana Paula de Carli (do CaSatieRRa), Bruna Engel (do Núcleo Amigos da Terra) e Fernando Campos Costa (o Fernandão, que integra os dois grupos) falaram sobre o porquê acreditam que a Festa é um momento tão especial do ano para os movimentos contra-hegemônicos, que trabalham para construir o mundo justo e solidário que todos sonham, mas que ainda poucos ousam viver. Ana: A gente vive falando sobre rede. Hoje em dia, mais do que nunca a gente atua em rede, mas sem encontros não se fortalecem as redes. Tem muitos grupos que não se conhecem, muitos pontos da rede que não estão conectados. Então, a Festa é um espaço pra esses coletivos se conectarem, se conhecerem, trocarem ideias e ver o que o outro faz, que é o mais importante. E ver que não é tão diferente, não é tão distante do que se está fazendo também, só que de outro jeito. Fernandão: Mostra, às vezes, a coisa da gente ter na prática muito mais identidade e consenso do que quando fica discutindo. A Festa é um espaço que criamos para nós. Uma coisa que a gente está fazendo aqui, com pessoal daqui, sem partido, sem governo, sem empresa. A gente se identificando com a sociedade civil e intervindo num espaço que consideramos especial, que é o largo Glênio Peres, porque é onde o trabalhador de Porto Alegre está circulando. É super importante poder dialogar entre classes e ter discussões entre movimentos e grupos, e poder nesse momento ter uma prática desse discurso. A gente ouvir o que as pessoas estão vendo na cidade, as angústias das pessoas porque elas não têm com quem conversar. É ouvir realmente o olhar da sociedade civil. Como é que se ouve as pessoas que estão passando por ali? Dali, a gente pode tirar algumas ideias, contribuições, algumas formas de explicar as coisas porque, às vezes, ou por termos da técnica ou acadêmicos, a gente fica com uma linguagem que só a gente entende. Ali, vamos botar à prova o nosso discurso, como é que a gente consegue conversar com pessoas que estão o dia inteiro trabalhando nesse dia a dia, sem ter tempo pra fazer uma formação, se engajar em algum movimento. Que a Festa possa ser uma porta, uma janela para que possam acessar outras coisas e a gente acessar as pessoas também. Ana: Além disso, é um espaço pras pessoas conhecerem os grupos dessa nova geração política que está surgindo em Porto Alegre, que está fazendo um outro tipo de política e que normalmente não se conhece, não aparece em lugar algum, não tem visibilidade. Fernandão: A nossa geração vem empurrando a geração da frente (que está nos espaços), dizendo que a gente tem uma política, vê as coisas de uma forma diferente, às vezes. E a gente coloca isso em xeque: quer ocupar os espaços, quer dialogar politicamente com as pautas que temos no dia a dia. A Feira serve pra gente se encontrar uma vez por ano, pra poder acertar esses pontos e ver também como evoluiu nesses cinco anos, com grupos que hoje trabalham no dia a dia juntos. Hoje tem grupos que estão unidos e trabalhando juntos com pautas conjuntas, com alinhamentos políticos conjuntos e que se encontraram por causa da Festa. E cada ano é uma possibilidade de conhecer outros grupos, de criar não só esse momento, esse evento, mas esse processo. É colocar na prática todo o discurso do Fórum (Fórum Social Mundial), e que a gente tem colocado no processo do nosso cotidiano aqui em Porto Alegre. É como se relaciona, como a gente realmente transforma esse movimento num processo. Bruna: Uma coisa muito legal que aconteceu esse ano foi os encontros itinerantes de organização da Festa (que são semanais). Desde a primeira reunião as pessoas tem se encontrado nas sedes dos coletivos. Além de estar abrindo hoje as portas da Casa NAT pro pessoal da Festa da Biodiversidade, este é um espaço de resistência na cidade, como também são os espaços de outros coletivos que estão aqui. É importante essa visibilidade e, todo mundo que está na organização da Festa se sentir acolhido nos espaços que a gente tem se reunido. Fernandão: Terá uma banca das comunidades afetadas pela Copa (de 2014), que virão ocupar um espaço na Feira. E outros temas como código florestal, a campanha contra os agrotóxicos, a defesa da zona rural de Porto Alegre, a agroecologia… Então, esse tema da soberania alimentar na cidade, dentro de todo o seu contexto, e o das pessoas que estão sofrendo algum impacto por causa das obras da Copa, e que estão reivindicando seus direitos, são assuntos importantes de debate e que também vão estar na Feira. As fotos são da Feira em 2010.

O Grande Tambor na Festa da Biodiversidade

Dia 18 de maio tem exibição do documentário O Grande Tambor na sala Redenção na UFRGS, as 19 horas. Será o primeiro dia de atividades da Festa da Biodiversidade. Durante todo o dia 19: bancas com exposição de trabalhos de coletivos e movimentos, rádio, oficinas, teatro, capoeira. 05h – Montagem da Geodésica16h – Teatro de Rua – Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela…17h – Espetáculo Bonecos de Pau – Grupo de Teatro de Bonecos A Divina 18h – Telejornal da biodiversidade19h – Roda de Capoeira – Grupo de Capoeira Angola Zimba19h30min – Maracatu Truvão21h30min – desmontagem da Geodésica Mais informações: festa da biodiversidade