12 anos da titulação do Quilombo do Campinho (Paraty-RJ)

O Quilombo do Campinho, às margens da BR 101, em Paraty-RJ, comemorou dia 21 de março 12 anos de sua titulação. Foram 2 dias de muita festa e manifestações culturais, que começaram no sábado, com Café da Roça e Roda de Jongo, e culminaram com uma “maratona” no domingo, com capoeira, samba, jongo, rap quilombola e mais muita festa, tudo regado a muita feijoada. Comemorar o aniversário de uma titulação não é tão importante pela titulação em si, um reconhecimento burocrático do Estado, mas o simbolismo de marcar a data em que oficialmente toda aquela luta de séculos se materializa na posse legal do território dá outros contornos para qualquer interpretação.Quilombo do Campinho que começou na história de três mulheres batalhadoras, escravizadas, que receberam as terras, hoje celebradas, após a abolição da escravatura. Ao longo do tempo, criaram suas famílias no local e batalharam contra as mais diversas especulações que sempre ameaçavam seu território, situado entre a histórica e turística Paraty e Ubatuba.Há 12 anos, então, pelas mãos da negra Benedita da Silva, deu-se oficialmente o reconhecimento e posse da terra aos descendentes das três “vozinhas”, e novos desafios começaram a surgir.Um dos principais: o desafio da sustentabilidade.O quilombo fica em área de floresta, às margens da riquíssima Mata Atlântica, e tem internamente trabalhado para o desenvolvimento de agroflorestas nas propriedades dos núcleos familiares, manejando e replantando diversas espécies nativas, entre elas a Palmeira Juçara. Juçara esta o principal motivo de a Catarse estar presente por lá, pois o quilombo, pela representação da AMOQC (Associação dos Moradores do Quilombo do Campinho), integra a Rede Juçara, um projeto em que o Coletivo tem participado ativamente desde 2009 – clique aqui para saber mais sobre a rede.Seguindo o padrão de assentamentos que já visitamos, com 12 anos deste reconhecimento oficial e com a possibilidade de implementação dos mais diversos projetos, já se pode perceber um bom desenvolvimento local, com pequenas vilas de cada núcleo familiar, um restaurante que atrai turismo, casa de artesanato quilombola, um Ponto de Cultura e muita produção e expressão cultural, como a Roda de Jongo e o grupo de rap quilombola RN – Realidade Negra. Por tudo isso e pela certeza de que a luta ainda é grande, pois a especulação imobiliária costuma ser implacável em áreas nobres como esta, às margens de uma rodovia e de zona de mata, próxima a praias belíssimas e amplamente exploradas pelo turismo, que se deseja felicidades e um grande axé a toda a comunidade! – mais algumas fotos aqui

Audiência Pública para discutir a Copa 2014

Comitês Populares da Copa de Porto Alegre convidam para Audiência Pública sobre os impactos das obras da Copa 2014 e a cidade que queremos. Dia 25 de março, às 14h, no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa. O Ministério Público Federal convidou as comunidades e também o Ministério Público Estadual, a Prefeitura Municipal, o Governo do Estado e as secretarias municipais e estaduais envolvidas com a questão. No Brasil, as outras 11 cidades-sede vão buscar audiências públicas para marcar o dia como uma mobilização nacional. Este será o momento das comunidades tirarem suas dúvidas e expor suas reivindicações, assim como, movimentos ambientalistas apresentar suas demandas para a construção de uma cidade sustentável. Copa Sim, mas com respeito aos direitos da população! Informativo do Comitê Popular da Copa Porto Alegre Jornalista responsável: Katia Marko (DRT/RS 7969)

Na beira do mar

Letra de Mateus/ Dadinho Na beira do marchamarei Iemanjá Zumbi, Ogum, Budum, Erum, Ilê Alôu No azul do mar Clamarei, oh! Iemanjá Olhai mãe santa, meu canto de dor Feito em seu louvor Iemanjá, Iemanjá, iê Iemanjá escutai meu clamor Iemanjá, aliviai minha dor Ô, ô, ô… Oh! Meu pai Xangô Ô, ô, ô… Minha mãe Iemanjá valha-me Impossível não pensar nesta ligação, em nossa religiosidade. Mas todo respeito a Iemanjá, que já me devolveu do mar, quando eu fazia a viagem pro fundo das águas.

400 famílias sem terra ocupam fazenda em São Borja

Por Comunicação do MST Quatrocentas famílias sem terra ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam na madrugada desta segunda-feira (21) a Fazenda Palermo, na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul. Os sem terra exigem que o governo estadual finalize a desapropriação da área para o assentamento de 54 famílias acampadas. Também reivindicam que os governos federal e estadual assentem todas as 1 mil famílias sem terra acampadas hoje no estado. Em 2008, durante a marcha do MST à Fazenda Guerra (Norte gaúcho), o governo federal assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em que se comprometia a assentar todas as famílias sem terra acampadas no RS. Até hoje, isso não aconteceu. O MST quer que o governo cumpra com o TAC. A reforma agrária é a saída para o atraso do latifúndio na região de São Borja. Onde hoje só existem alguns animais e poucas pessoas, podem viver 54 famílias produzindo alimento saudável, gerando emprego e movimentando o comércio local. Desapropriação da Fazenda Palermo está parada desde Governo Olívio A desapropriação da Fazenda Palermo já está encaminhada mas, para que a Justiça emita a posse da fazenda ao governo do RS, é preciso que ainda seja pago um valor ao proprietário da terra. O impasse em relação à área existe desde o governo Olívio, quando foi iniciada a desapropriação. Até agora, passados dez anos, ainda não foi resolvido. Somente depois de ter a posse da terra é que o governo do RS poderá assentar as famílias na área. Hoje, 1 mil famílias ainda vivem em beira de estrada embaixo da lona preta no Rio Grande do Sul. Muitas, estão acampadas há 9 anos. Desde a desapropriação de parte da Fazenda Southall em São Gabriel (Fronteira Oeste), em 2008, nenhuma família sem terra é assentada no estado. A reforma agrária tem sido deixada de lado pelo governo federal, que prioriza o agronegócio. O Governo Lula assentou menos famílias sem terra que o de Fernando Henrique Cardoso e, até o momento, a presidente Dilma Rousseff não apresentou plano de reforma agrária. Milhões de reais são destinados, pelo governo federal, para salvar as empresas da crise e anistiar as dívidas dos latifundiários, mas não há recurso para a reforma agrária, que gera emprego no campo e produz alimentos para a população do país. Todo o nosso apoio ao MST.

Rede Juçara reunida em Ubatuba

Iniciou hoje mais uma reunião da Rede Juçara, na sede do IPEMA, em Ubatuba, São Paulo. O encontro, que vai até sexta-feira, dia 18, faz parte do processo de organização e articulação permanentes proposto pela rede e, nesta etapa, está fazendo a avaliação das atividades do último ano e avaliando estratégias de manutenção da mesma. Estão presentes representantes de instituições de todos os pólos da Rede Juçara – do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Foto: Dilton de Castro (Anama/Papa-Mel)