Um tal Sr Volante em POA, espero que um carro a menos

Por Cíntia Barenho. Publicado em Centro de Estudos Ambientais. Este desenho animado(abaixo) eu vi várias vezes quando era “pequena”, mas é meu companheiro que sempre lembra o dito cujo. Porque as pessoas transformam-se ao estar atrás do volante? Por quê o trânsito é tão mortal quanto uma guerra, especialmente com os jovens? Por quê as cidades são estimuladas e projetadas para uso de carros? Puxa são tantos os porquês… Desde que vim viver em Porto Alegre quis participar da Massa Crítica. Primeiro faltava a bicicleta. Depois começou a faltar tempo em função das minhas viagens de trabalho. Mesmo não podendo pedalar com o coletivo, sempre me preocupei em divulgar e estimular que outras pessoas juntem-se a esse movimento, que busca refletir que bicicleta também é um meio de transporte, que os ciclistas tem o direito de ir e vir como os motoristas de carro, que um carro a menos é algo que devemos começar a pensar para as nossas cidades. Mesmo não acompanhando a Massa Crítica, já andei algumas vezes de bici pelas ruas de POA. Andei não a passeio, mas sim me utilizando desse veículo como meio de transporte. Infelizmente fiquei apreensiva e com um certo medo algumas das vezes. Primeiro porque há um bando de machistas, que além de se acharem donos da pista, acham-se no direito de assediar as mulheres que estão utilizando uma bicicleta (vide um relato de ciclistas postado AQUI ). Segundo, porque não há, obviamente, ciclovia/ciclofaixa na qual você possa trafegar com um mínimo de segurança: é motorista que abre a porta do carro sem olhar para o lado; é motorista que não utiliza o pisca para sinalizar que irá dobrar; é motorista que avança o sinal vermelho e por ai vai….Terceiro poderíamos dizer a dúvida que temos de onde estacionar nossa bicicleta: dificilmente encontramos um bicicletário, mas mesmo encontrando ou não, ficamos receosos se ao voltar nossa bicicleta ainda estará por lá (veja exemplos AQUI) . Poderia numerar outros motivos, mas esses já me parecem suficientes… Utilizar a bicicleta para me locomover pouparia muito do meu tempo, que utilizo caminhando, no entanto, como trafegar com bicicleta se a cidade não está nem ai para o ciclista? Como trafegar de bicicleta se o diretor da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o senhor Vanderlei Cappellari, diz para um tal jornal (que não mais tem espaço nesse blog) que não havia sido avisado sobre a ação de andar de bicicletas, promovida pela Massa Crítida de POA. Quer dizer que agora para sair às ruas devemos informar à EPTC? Será que o motorista criminoso, que felizmente já foi identificado, avisou a EPTC que “brincaria de boliche”, com as pessoas que de forma saudável e crítica andavam de bicicleta pelas ruas da Cidade Baixa? Enfim, minha solidariedade e minha indignação a todos e todas que estavam no massa crítica de ontem e foram brutalmente feridos. Sigo com a perseverança que para ser “Total Flex” não é necessário ter um automóvel que de forma um tanto enganosa, brinca de ser “menos poluente” ou “mais livre”, pois o motorista pode escolher o combustível. Tal perseverança é de que possamos escolher, ou melhor, sermos livres para escolher se vamos de carro ou a pé, se vamos andar de bicicleta ou optar por um transporte público de qualidade e com preços justos. Vida longa a todos aqueles que buscam uma melhor qualidade de vida e alternativas sustentáveis de mobilidade urbana! Vida curta a todos os senhores do volantes… criminosos no trânsito! Em tempo, vale conferir o post recente do massa crítica>> Absurdo. A RBS continua usando o termo acidente para descrever a tentativa de homicídio.

Assembléia hoje do movimento Massa Crítica

por Massa Crítica Depois do ocorrido na Massa de ontem, acredito que estamos todxs com os ânimos exaltados. Estive aqui com outros companheirxs acompanhando os jornais, twitter, blogs, trocando telefonemas, emails, enfim. É muito bom ver a comoção de quem estava lá (e de quem não estava também) funcionando diretamente contra a contra a grande mídia, que tentou de diversas formas culpar xs participantes da Massa pelo “acidente”, incitar a dúvida e deslegitimar nosso ato. Foi muito bom também ver que todxs continuaram lá. Está se falando muito do atropelamento, mas sofremos muito nas mãos das autoridades também. A BM chegou e nos disse para dispersar, liberar a pista, e quem quisesse que fosse prestar BO na delegacia. Nos negamos. Se tivéssimos nos dispersado, teria sido perdida a força solidária que se gerou ali após o atentado. A EPTC se preocupou apenas em, como sempre, garantir a circulação dos carros. Uma unidade da BM chegou a aparecer armada no local, com os fuzis virados para nós. A intenção não era nos proteger, era nos reprimir. Quando a Polícia Civil finalmente chegou (quantas horas depois?), a má vontade deles foi lamentável. Cada ação tomada por eles não foi resultado do cumprimento da sua obrigação, mas sim de nossa constantes reivindicações. Se dependesse das autoridades, a pista teria sido liberada minutos depois do atropelamento em massa e o caso nunca ganharia a notoriedade que ganhou nos noticiários. O que estou tentando dizer é que o pouco que conquistamos até agora foi resultado da força espontânea, autônoma e horizontal característica da Massa. Não somos um grupo uniforme, pelo contrário, a heterogeneidade é o que nos define. Algumxs pedalam por lazer, outrxs usam a bicicleta como transporte, há aquelxs que trabalham pedalando e também aquelxs que ainda estão aprendendo a andar de bici. A Massa é um ponto de convergência móvel para todxs que sentem a opressão do trânsito caótico e carrocêntrico no topo de suas bicicletas ou mesmo a pé. É importante que nos mantenhamos assim: que este infeliz episódio sirva para agregar mais pessoas à Massa, trazer mais vozes e diversificar nosso discurso. O que não podemos deixar acontecer é que a pressão que sofremos (da BM, EPTC, mídia, comentários covardes aqui no blog, etc) funcione de forma a tornar o discurso da Massa único. Faço mais uma vez o convite: vamos todxs hoje nos reunir na assembléia e construirmos juntxs a pauta e as ações a serem tomadas a respeito. Lembrando que a Massa não chegará a um ponto comum em certos assuntos porque ela não pode ser homogênea, uma vez que a diversidade é saudável e é o que nos dá força como Massa Crítica. Não podemos nos culpar pelo que aconteceu ontem e algumas atitudes não devem ser revistas. O que: Assembléia para discutir curso de ação da MassaQuando: Neste domingo dia 27, às 17h.Onde: Cidade da Bicicleta (Rua Marcílio Dias, 1091, quase esquina com a Érico Veríssimo) Abraços,Natã.

Massa Critica sob Ataque

Polícia civil trata atropelamento em massa que ocorreu ontem na capital como “lesão corporal sem intenção, mesmo com os vários testemunhos de que o veículo jogou intencionalmente o veículo em cima do grupo de ciclistas que tinha aproximadamente DUZENTAS pessoas, atingindo 10 pessoas.O grupo de ciclitsta do movimento internacional Massa Crítica, se reúne para pedalar pelas principais ruas da capital gaúcha na última sexta-feira de todo mês. Apesar das mais de 40 testemunhas sobre a intencionalidade do ocorrido, como os relatos detalhados no site do movimento, a polícia civil está tratando o ocorrido como lesão corporal sem culpa. É mole?

Pela Revolução dos Ciclistas

Ontem, no começo da noite, um motorista jogou seu carro contra um grupo de ciclistas que se encontram na última sexta do mês para celebrar a bicicleta como meio de transporte: Estas pessoaas estavam participando de um encontro do movimento Massa Crítica. No seu blog, definem como “uma celebração para quebrar a monotonia, mecanicidade e agressividade do trânsito urbano, levando alegria e outros elementos mais humanos – braços, pernas e rostos – ao asfalto.” Ontem, braços, pernas e rostos ao asfalto foram justamente conseqüência do que há de mais desumano: Ainda na definição do movimento: “Juntos por um trânsito mais humano, por cidades mais bonitas e alegres, por um mundo mais respirável.” NESTE DOMINGO, DIA 27 DE FEVEREIRO, ÀS 17H, VAI ACONTECER UMA ASSEMBLEIA NA CIDADE DA BICICLETA (RUA MARCÍLIO DIAS, 1091), EM PORTO ALEGRE. PEDALE ATÉ LÁ, PELA REVOLUÇÃO DOS CICLISTAS! Leia também: Fossa Crítica – Reflexões (longas) sobre o Atropelamento em Massa. Em dezembro, publicamos aqui um vídeo produzido pelo Coletivo Catarse sobre o Massa Crítica:

O momento em que uma coisa se transforma em outra

É possível aprender com o que colocamos fora, com o que os outros fazem com o que colocamos fora. Na vida, quem cata algo? Mais um catador de imagens e palavras, catador de histórias e emoções. Catador do lixo, do seu lixo, do meu, da matéria que se transforma, nos transforma. É possível sorrir vivendo do lixo, vivendo no lixo. É possível sorrir. É possível montar uma biblioteca com os livros que vão pro lixo. É possível comer do lixo, quando é preciso comer o lixo. E é preciso ver além dele, ver as pessoas. É possível fazer arte, fazer planos. É possível ser triste. Será possível deixar de ser? No momento em que não é possível mais ser o mesmo porque já nos transformamos em outro, o abraço, o choro. Ainda o passado e ao mesmo tempo o futuro. Tudo o que foi e o que será. Agora. A passagem pelo próprio descobrimento. Descoberta de alguém que estava dormindo no corpo. É possível aprender quando nos colocamos fora, pra fora, lá fora. Nosso lixo. Nossa riqueza. Na lanterna, um olho acesso pro escuro. A garota procura pedaços: fatias de plástico, cacos de vidro, restos de alumínio, cabelos de boneca. Nossos pedaços e restos se confundem com os dela. Correm os pés na terra, corre o chorume no olho. No olho, algo que apodreceu se desmancha para vir algo novo:

Exibição de O GRANDE TAMBOR em Pelotas

*clique na imagem para ampliar* O Projeto Tambor de Sopapo desenvolvido pelo Coletivo Catarse está realizando exibições do documentário em Pelotas, neste mês de fevereiro. Na próxima quinta feira será apresentado o filme na quadra da Escola de Samba GENERAL TELLES, seguido do ensaio da bateria que conta com seis tambores de sopapo. Neste ano, a TELLES faz uma homenagem ao centenário do Grêmio Esportivo Brasil. *Cartaz feito pelo artista gráfico pelotense Emerson Ferreira, do Coletivo Ocupação.

A herança maldita do agronegócio

“O uso dos agrotóxicos não significa produção de alimentos, significa concentração de terra, contaminação do meio ambiente e do ser humano”. por Manuela Azenha, do Vi o Mundo Raquel Rigotto é professora e pesquisadora do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Coordenadora do Núcleo Tramas – Trabalho, Meio Ambiente e Saúde, Raquel contesta o modelo de desenvolvimento agrícola adotado pelo Brasil e prevê que para as populações locais restará a “herança maldita” do agronegócio: doenças e terra degradada. Desde 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos para se tornar o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, é também o principal destino de agrotóxicos proibidos em outros países. Na primeira parte da entrevista, Raquel fala sobre o “paradigma do uso seguro” dos agrotóxicos, que a indústria chama de “defensivos” agrícolas. De um lado todo mundo sabe que eles são nocivos. De outro se presume que haja um “modo seguro” de utilizá-los. O aparato legislativo existe. Mas, na prática… Raquel dá um exemplo: o estado do Ceará, que é onde ela atua, não dispõe de um laboratório para fazer exames sobre a presença de agrotóxicos na água consumida pela população. Ela começa dizendo que em 2008 e 2009 o Brasil foi campeão mundial no uso de venenos na agricultura. Na segunda parte da entrevista, Raquel diz que os agrotóxicos contribuíram mais com o aumento da produção de commodities do que com a segurança alimentar. Revela que cerca de 50% dos agrotóxicos usados no Brasil são aplicados na lavoura da soja. Produto que se tornará ração animal para produzir carne para os consumidores da Europa e dos Estados Unidos. Diz que o governo Lula financiou o agronegócio a um ritmo de 100 bilhões de reais anuais em financiamento — contra 16 para a agricultura familiar — e que foi omisso: não mexeu na legislação de 1997 que concedeu desconto de cerca de 60% no ICMS dos agrotóxicos. Enquanto isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) está completamente despreparado para monitorar e prevenir os problemas de saúde causados pelos agrotóxicos. Na terceira parte da entrevista Raquel diz que Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nem sempre tem apoio dentro do próprio governo para tratar do problema dos agrotóxicos. Afirma que é tarefa de pesquisadoras como ela alertar o governo Dilma para a gravidade do problema, já definida por pesquisadores como uma “herança maldita” que as grandes empresas do agronegócio deixarão para o Brasil; doenças, terras degradadas, ameaça à biodiversidade. Ela lembra que o rio Jaguaribe, que corta áreas de uso intensivo de agrotóxicos, é de onde sai a água para consumo da região metropolitana de Fortaleza. Leia a íntegra da entrevista.

Desaparición de activista ambiental colombiana

por Amigos da Terra Brasil Organizações da sociedade civil na Colombia denunciaram o desaparecimento da ambientalista Sandra Viviana Cuellar Gallego em Cali, desde o dia 17 de fevereiro. Amigos da Terra Internacional e Censat Agua Viva – Amigos da Terra Colômbia necessitam ajuda para pressionar as autoridades colombianas, para que acelerem a busca de Sandra Viviana. Sandra é uma engenheira ambiental de 26 anos. Trabalha na proteção de bacias e humedales, assim como na defesa da participação equitativa das comunidades locais nas decisões ambientais que as afetam. Trabalhou com Censat Agua Viva – Amigos da Terra Colômbia nos temas florestais. Seus documentos de identidade foram achados no sábado 19 de fevereiro, junto ao seu telefone celular, em uma zona a cerca de onde devia tomar o transporte público até Palmira, para dirigir-se a Universidade Nacional da Colômbia. Segundo a denúncia realizada por sua família, a ativista pode ter sido abordada por delinquentes no bairro Belalcazar, acerca da residência de seus pais. Entretanto não se descartam motivos políticos en seu desaparecimento. Em Cali, o ambientalista Hildebrando Vélez, está liderando os esforços locais na busca de Sandra. O dirigente falou da necessidade de que a comunidade internacional conheça o caso e pressione as autoridades para garantir seu regresso logo. Muitos ambientalistas têm sido asassinados ou desaparecem na Colômbia. Devemos enviar uma mensagem as autoridades colombianas e mostrar-lhes que estamos supervisionado sua resposta. Por favor assine a seguinte carta que será enviada ao Diretor do Programa Presidencial de Direitos Humanos, à Defensoria do Povo e ao Fiscal Geral: MODELO DE CARTA Ciudad, fecha Como defensores de la vida, queremos hacerle llegar nuestra profunda preocupación por el bienestar de la Ingeniera Ambiental Sandra Viviana Cuellar Gallego, joven ambientalista desaparecida en extrañas circunstancias desde el pasado jueves 17 de febrero en Cali, cerca al Puente del Comercio, en la salida hacia Palmira. Sandra Viviana debía dirigirse a esta ciudad para cumplir compromisos laborales en la Universidad Nacional. La joven ambientalista ha colocado sus esfuerzos en la recuperación del río Cauca y en la defensa del agua. Sandra había trabajado con la Asociación CENSAT – Amigos de la Tierra Colombia y actualmente estaba trabajando por la defensa de una reserva natural cercana al municipio de Yumbo (Valle del Cauca). Solicitamos vehementemente a las autoridades colombianas, la mayor brevedad en las diligencias policiales y de investigación para hallar con la mayor prontitud a la compañera ambientalista, con tal de garantizar su vida e integridad. Esos son los deseos más importantes de su familia, amigos y compañeros de diferentes organizaciones sociales en América Latina. Instamos a las autoridades colombianas especial atención en este caso. Estaremos muy atentos en el seguimiento de los acontecimientos en Cali para su búsqueda, ya que este hecho, como tantos otros en tierras colombianas, nos llenan de preocupación y tristeza. Enviar para: HERNAN JAIME ULLOA VENEGAS hernanulloa@presidencia.gov.coDirector del Programa presidencial de Derechos Humanos y Derecho Internacional Humanitario WOLMAR ANTONIO PEREZ ORTIZDefensor del Pueblo Calle 55 No. 10 – 32 Bogotá D.C. Fax. 640 04 91 defensoria@defensoria.org.co secretaria_privada@hotmail.com MANUEL TORRES MONERO Personero Municipal de Santiago de Cali personeria-cali@emcali.net.co JORGE IVÁN OSPINA Alcalde de Santiago de Cali alcalde@cali.gov.co Con copia a: comunicaciones@censat.org

Sem alardes, CPMI do MST é oficialmente encerrada

Foi formalmente encerrada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A instância criada pelos ruralistas para vasculhar as contas do movimento foi coberta com uma pá de cal no último dia 31 de janeiro, sem que o relatório final fosse submetido à votação dos membros da comissão. Apresentado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) em 21 de outubro de 2009, o requerimento que criou a CPMI do MST assim definia seus objetivos: “apurar as causas, condições e responsabilidades relacionadas a desvios e irregularidades verificados em convênios e contratos firmados entre a União e organizações ou entidades de reforma e desenvolvimento agrários, investigar o financiamento clandestino, evasão de recursos para invasão de terras, analisar e diagnosticar a estrutura fundiária agrária brasileira e, em especial, a promoção e execução da reforma agrária”. Leia mais sobre o assunto no Blog da Redação da Repórter Brasil, novo espaço para a divulgação de conteúdos variados que tenham relação com o trabalho desenvolvido pela ONG Repórter Brasil.