Sabor local na merenda dos alunos

A nova Lei da Alimentação Escolar exige, desde 2009, que as escolas comprem, no mínimo, 30% de alimentos produzidos pela agricultura familiar. No município de Maquiné, litoral norte do Rio Grande do Sul, um grupo de agricultores se uniu para fornecer produtos frescos, com o compromisso da regularidade. A organização dependeu da aproximação deles com entidades que atuam para o desenvolvimento rural e com a administração pública. O acordo estabelecido com a Prefeitura garante, desde o mês de agosto, a entrega para 11 escolas na rede municipal. São 600kg de alimentos por vez, distribuídos em cerca de 50 caixas. Mariana Ramos, nutricionista da ONG ANAMA, participa da equipe que faz o meio de campo, recolhendo na roça e levando para as crianças. Essa é uma das ações do projeto que ela ajuda a coordenar: Agroecologia e Agricultura Familiar, financiado pelo Programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania. Na entrevista a seguir, detalhes dessas mudanças. O fornecimento de alimentos para a merenda escolar, em todo o Brasil, está passando por transformações há quase um ano. Por que?Mariana – Com a aprovação da lei 11.947, em junho de 2009, o Brasil passa a regulamentar a sua política de alimentação e nutrição mais antiga – o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Criado em 1955, o PNAE atende hoje cerca de 47milhões de crianças e jovens, sendo destinado a todos os alunos das redes públicas e filantrópicas de ensino no Brasil, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.A lei institui, dentre outras questões, a obrigatoriedade da compra de no mínimo 30% dos recursos repassados pelo governo federal aos estados e municípios em alimentos produzidos pela agricultura familiar das próprias localidades e regiões. A implementação desta lei e, particularmente, a compulsoriedade da aquisição da agricultura familiar tem promovido muitas reuniões, desafios e aprendizados aqui no município de Maquiné.Para que a agricultura familiar consiga abastecer as escolas, com alimentos de qualidade, com regularidade e compromisso, é preciso todo um processo de organização dos agricultores e de aproximação entre administração pública, escolas, agricultores e entidades que atuam com o desenvolvimento rural. Em Maquiné, estamos nos reunindo e construindo uma experiência de entrega da agricultura familiar desde maio deste ano. Conseguimos realizar a primeira entrega em agosto, de um total de 10 entregas que deverão ser feitas até o final do ano, conforme o contrato estabelecido entre Prefeitura e agricultores familiares em julho. Leia a entrevista na íntegra.

Massa Crítica de Porto Alegre

Reportagem do Coletivo Catarse sobre a Massa Crítica, celebração de ciclistas na busca de meios de transporte sustentáveis, como a bicicleta. Visando visibilidade e respeito em meio a selva de pedra nas grandes cidades do mundo. Veja a reportagem sobre este movimento em Porto Alegre.

Justiça Estadual autoriza grilagem em prédio de moradia popular

por coordenação da Comunidade Autônoma Utopia e Luta Poder Judiciário Estadual autoriza “grilagem” no primeiro prédio público brasileiro destinado à moradia popular, prejudicando família realmente necessitada e que, de fato, faz uso social do imóvel. Família está sendo despejada de forma irresponsável pela JustiçaNo dia 02 de dezembro passado, o Juiz Flávio Mendes Rabelo, pertencente a 16ª vara do Poder Judiciário Estadual, demonstrou mais uma vez a insensibilidade da Justiça gaúcha diante de um caso de exclusão social, dando parecer favorável a grilagem e a especulação imobiliária. A beneficiaria de uma das unidades habitacionais no prédio da Comunidade Autônoma Utopia e Luta, Patrícia Silva dos Santos, conhecedora de todos os critérios do projeto social, nunca fez uso do imóvel desde a sua regularização (que aconteceu há dois anos), caracterizando abandono. Em várias ocasiões foram criados espaços de conciliação, negados por Patrícia, que demonstra através de suas atitudes a intenção de se utilizar do recurso público federal para fins de grilagem imobiliária, tentando por duas vezes alugar o espaço de moradia para terceiros, desrespeitando assim os critérios e acordos coletivos dos moradores e a função social do apartamento. Depois de várias tentativas de solucionar a questão da unidade abandonada por 20 meses, a unidade habitacional foi ocupada por uma família, formada pela mãe solteira e suas duas crianças, uma delas com paralisia cerebral, que residiam na beira de um valão em zona de risco, no bairro Três Figueiras. Atualmente, ela e as crianças estão recebendo melhoras no atendimento médico e social por parte de entidades parceiras, obtendo um melhor acesso aos serviços públicos e contando com o apoio solidário da comunidade Utopia e Luta, que com essas ações faz cumprir a função social da unidade de moradia, conforme contrato realizado com a Caixa Econômica Federal. Mas para surpresa de todos, o juiz Flávio Mendes determinou o despejo da mãe com as crianças, declarando que o direito à propriedade é inviolável, e que questões de assistência social seriam competência de outras áreas. Com esta atitude, o juiz desrespeita os artigos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os contratos realizados com a Caixa Econômica Federal, que assegura a legítima função social da unidade habitacional, colocando a Justiça do RS ao lado da especulação imobiliária e grilagem em projetos que recebem recurso público. Para nós, moradores da comunidade autônoma UTOPIA E LUTA, ficam alguns questionamentos: – Os recursos públicos podem ser usados para especulação imobiliária? – O Estatuto da Criança e do Adolescente permite este modelo de injustiça social? – Será que esta medida insensível e irresponsável não pode gerar um precedente, construindo assim um novo modelo de corrupção e desvio dos recursos públicos? Convocamos todas as forças sociais do país a se manifestarem, e rejeitar esta medida que coloca a questão da propriedade acima da humana e viola os direitos do cidadão em estado de exclusão. Entenda o projeto da Comunidade Autônoma Utopia e Luta: Financiado pela Caixa Econômica Federal pelo programa Crédito Solidário, com incentivo do Ministério das Cidades, é o primeiro prédio abandonado do INSS a ser revitalizado para moradia popular. O processo se deu após a aprovação da lei 11.461, em maio de 2007, que permite que os imóveis abandonados da União possam ser repassados para entidades sociais com fins de moradia, para população de baixa renda. O antigo prédio do INSS, na Avenida Borges de Medeiros, 727, depois de ter sido ocupado em 2005 nas vésperas do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, é na atualidade o único prédio no país que conseguiu esta regularização e desenvolve um programa de inclusão social inédito no Brasil, em parceria com entidades sociais, sindicais, órgãos federais, governos municipal e estadual. Reconhecido pela ONU-Habitad, que neste ano de 2010 convidou integrantes para apresentar esta experiência em seminário internacional na Cidade de Istambul, Turquia, com países de diferentes regiões do mundo, para debater o tema dos despejos forçados e direitos humanos. Desde maio de 2009, o projeto se desenvolve com os princípios da autogestão, com padaria comunitária, lavanderia, atelier de costura, serigrafia, horta comunitária no terraço, teatro e espaço de educação infantil, que se encontra em fase de desenvolvimento recebendo o apoio da Petrobrás, da CGTEE, e Colégios Maristas RS (com um centro de inclusão digital), Embrapa, Sindicato de Metalúrgicos, com o fundo de apoio solidário e Unisol Brasil, rede de cooperativas de economia solidária. Os serviços de manutenção do prédio, como limpeza, portaria e lavanderia são realizadas pelos próprios moradores em escala coletiva e mutirões, a fim de evitar custos que comprometeriam a renda de sustento familiar. Os resultados durante estes meses de ocupação têm sido animadores, homens e mulheres retomando os estudos, melhorando a qualidade de suas ocupações empregatícias, vestuário, alimentação transporte público e saúde. Crianças praticando esportes, melhorando sua qualidade de educação e aprendizado permanente na vida social comunitária. Em outras palavras, dignidade cidadã, que é inalienável direito de cada ser humano. ATENÇÃO: CONVOCAMOS TODAS AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, MILITANTES E ATIVISTAS PARA O ATO DE RESISTÊNCIA “SOMOS TODOS UTOPIA E LUTA”. NESTA QUINTA FEIRA, 09/12, A PARTIR DAS 13H ATÉ AS 18H30MIN. CONTRA A AUTORIZAÇÃO DE GRILAGEM POR PARTE DA JUSTIÇA DO RS. ESTAREMOS TODOS REUNIDOS EM FRENTE A O PRÉDIO, NA ESCADARIA DA BORGES, 727.

O GRANDE TAMBOR

O Documentário O GRANDE TAMBOR – das charqueadas ao carnaval: a trajetória do tambor afrogaúcho, estréia no dia 12 de dezembro em Pelotas, no Teatro Guarany, as 20h. A entrada é 01 kg de alimento. Em Porto Alegre será no dia 13, as 20h no CineBancários e no dia 16 as 21h no Afrosul Odomodê. A entrada é franca. Visite o site do projeto, clicando aqui.

POVO DA COPA

POVO DA COPA Despejados pelo confortoDesalojados em nome do desenvolvimentoRetirados, removidos, promovidos? Exilados em nome do deus… futebolVidas escanteadas para lá da linha de fundo Incertezas, dúvidas, angústias como em uma cobrança de pênaltiEm jogo o lucro de poucos e as milhares de vidasDe um lado o luxo dos ricos, do outro a miséria dos pobresTudo em nome das chuteiras da pátria. (R.BRIZA) integrante do Utopia e Luta

PARADA LIVRE de Porto Alegre

O Coletivo Catarse realizou uma reportagem sobre a 14ª Parada Livre de Porto Alegre, realizada no último dia 28 de novembro no parque da Redenção. Milhares de pessoas participaram da Parada que consiste na maior manifestação pública do Movimento GLBTS. Confira a reportagem.