MU 36: Mirá al revés

Tierra del Fuego: El mundo desde abajo¿Cómo viven los obreros de la era global? ¿Quiénes encabezan el ranking de la discriminación en la sociedad moderna? ¿De dónde salen los delincuentes? ¿Qué oculta el racismo cibernético? ¿Cómo se construye una casa sin dinero y quiénes erigen otro modelo de sociedad? ¿Cuál es el arte de estos tiempos? ¿Qué suena en la música y qué grita la calle? ¿Cómo escapar del aburrimiento? ¿Quiénes son los desaparecidos de hoy? Estos y otros enigmas zurcen esta recorrida por la isla que marca el fin del mundo y traza una cartografía diferente de la actualidad. Postales para sembrar preguntas, desarmar el mapa y poner las cosas en otro lugar. MU 36 – clique aqui Cooperativa de trabajo Renacer: Otra microondaUna fábrica emblemática que resume la historia económica de las últimas décadas fue recuperada por trabajadores que desafiaron todos los pronósticos. Una trama que incluye piquetes a 14 grados bajo cero, mujeres de hierro y jueces conmovidos. Bariloche: La furia y despuésTres muertos y varios heridos dejaron al descubierto la grieta social de una ciudad de cuento construida sobre una pesadilla. Tras la represión, amenazas y miedo habitan los barrios donde malviven aquellos que ya se consideran “los otros”. Gastón Chillier, director del Cels: Cómo cambiar la manoConsidera que las políticas de mano dura son una estafa y un fracaso, que agravan los negocios policiales y el terrorismo de barrio. ¿Hay opciones? El caso Bariloche. Iván Torres: El precio de la impunidadLa desaparición de un joven en Chubut se juzgará ante la Corte Interamericana de Derechos Humanos, por la inacción del gobierno, que ofreció pagar para olvidar. Impa lanza su Universidad de los Trabajadores: Una fábrica de ideasVicente Zito Lema será el rector de este centro de estudios superiores abierto y gratuito. La primera lección es acerca de cómo obtener sillas: autogestión, arte y fiesta. Sonia Budassi: Periodismo de ficciónPublicó en pocos meses dos libros que comparten un mismo universo: el periodístico. Así recrea a una cronista que persigue a Tévez o escapa del acoso de sus jefes. Pepe Mateos, fotógrafo: Actitud PepeLa foto de un adolescente orinando al batallón policial en Bariloche le devolvió estos días su nombre propio. Cómo es la batalla cotidiana de un obrero de la imagen. Leo Ramos: La otra ResistenciaEs el encargado del Museo de Medios de la capital chaqueña y desde allí impulsa provocadoras intervenciones callejeras. Héroes, monumentos y otras irreverencias. Culebrón Timbal: El agite barrialUna docena de músicos le pone ritmo a la militancia social, inspirados por una tradicional poética inspirada en la magia del conurbano rebelde. Su fórmula la definen como un guiso que mezcla condimentos políticos y artísticos con sabor a cambio.

Da música que toca

Fiz uns passos sinceros, mas sem jeito sobre o palco, quando tocou Assanhado, do Jacob do Bandolim, numa versão da A cor do Som que eu descobri ainda garoto fuçando nos sebos de lps que existiam ali no viaduto da Borges. O Leonam, meu mestre naquele tempo em que eu achei que me formava jornalista, reconheceu o choro, cumprimentou sorrindo. Meu pai, na década de 80, quando chegou o toca-discos lá em casa, educava meus ouvidos nos sambas e nos chorinhos. Pode ser daí, que eu tenha pego gosto pela poesia. A noite chegava sempre bebendo melodia, e minha alma pequena se enchia com o som de um clarinete ou uma cuíca. Foi só agora há pouco, assintindo ao documentário Brasileirinho, que enxerguei Paulo Moura. Esta semana ele faleceu. Nos sites de música as homenagens uma atrás da outra. Paulo merece. Sua música era o próprio ar que atravessava procurando transcender o mundo:

O futuro pertence à juventude popular!

O projeto do capitalismo no Brasil é um projeto de morte. Morte dos sonhos, da dignidade, do futuro e da vida da juventude. Sozinhos não nos resta outro caminho senão a morte. Só um projeto de vida pode enfrentar o destino que a burguesia quer nos impor. Esse projeto de vida é de todo o povo brasileiro: um Projeto Popular para o Brasil. Nos dias 9, 10 e 11 de julho de 2010 a juventude do Rio Grande do Sul ousou mais uma vez enfrentar os desafios colocados para a nossa geração. Num ano em que a burguesia só pensa na Copa e nas eleições, os mais de 400 jovens reunidos na Assembléia Popular da Juventude, em Santa Maria, mostraram que a unidade e a luta são a única forma de conquistar a liberdade. O primeiro ato de rebeldia da juventude numa sociedade individualista é conviver em coletivo. Daí surge a experiência, a força para lutar e a dignidade. Jamais andaremos de cabeça baixa enquanto estivermos unidos. Assim foi esse final de semana: 3 dias de convívio em espaços de organização, mística, formação, oficinas práticas, música, alegria e rebeldia. Jovens de diferentes movimentos sociais, grupos de Hip Hop, violeiros, grafiteiros de diversas cidades enxergaram-se como parte de um mesmo povo. Nesse grande encontro contamos ainda com a presença de companheiras que constroem a Assembléia Popular em Minas Gerais, conhecendo essa experiência de organização em outra região do Brasil. Nesse processo, aprendemos que a luta é como uma semente plantada na nossa alma e na nossa história, que agora começa a brotar. No Acampamento da Juventude Campo e Cidade, em janeiro, o nosso grande desafio era conseguirmos nos ver como jovens que defendem um mesmo projeto de futuro. O levante da juventude na defesa do meio ambiente e contra a venda do Morro Santa Teresa foi um dos frutos do Acampamento de janeiro. No primeiro semestre desse ano a juventude da Via Campesina também realizou mobilizações pelo interior do estado. Multiplicaram-se e cresceram as células de jovens em diversas cidades do estado para construir o Projeto Popular. Agora constituímos a Assembleia Popular da Juventude do Rio Grande do Sul. Para isso fomos desafiados a superar identidades mais restritas e nos colocar à altura da nossa identificação com todo o povo, em todos os lugares onde está. Daqui pra frente, o novo desafio será constituir as Assembléias Populares em todas as regiões e cidades: entre a vizinhança, no bairro, na escola, no assentamento, discutindo as pautas locais de luta e adquirindo nova energia; formar multiplicadores em cada lugar e constituir cursos para formar a nova geração de lutadores. Com certeza contaremos com muitas mãos para essa grande obra. De passo em passo seguimos esse longo caminho. De cabeça erguida olhamos para o horizonte na certeza de que o futuro pertence à juventude popular! Por Levante Popular da Juventude. Acesse o blog aqui.

Sejam realistas: peçam o impossível

(na Faculdade de Letras, Paris, maio de 68) Não fazemos outra coisa,o impossível é o pão em cada boca,uma justiça de olhos lúcidos,uma terra sem lobos, um encontrocom cada fonte ao final do dia.Somos realistas, companheiro, vamosde mãos dadas do sonho à vigília.

Hoje: Exposição de Retratos de Famílias da Vila Jardim

Aparece lá! O Ponto de Cultura Ventre Livre e o Coletivo Catarse convidam a todos e todas para a Exposição Famílias do Jardim, da fotógrafa Fernanda Rechenberg. No dia 10 de julho (sab), às 16 horas, o Ventre Livre receberá os amigos para a abertura da exposição, lançamento do catálogo e do audiovisual do projeto Famílias do Jardim. O Ventre Livre fica na Rua Galiléia, 220 (Bairro Vila Jardim). O Ventre Livre foi transformado em um estúdio durante um fim de semana em que as pessoas da Vila Jardim puderam tirar retratos. Sozinho, com os amigos, com a família. Foram mais de 70 pessoas retratadas pela Fernanda. Cada um pode levar a lembrança desse dia para casa em uma fotografia revelada à moda antiga. Durante os meses seguintes o Coletivo Catarse, Fernanda Rechenberg e Paula Biazus visitaram 10 lares, registrando o momento do encontro familiar. Foram dias de descobertas. Muitas histórias de vida, muita luta, alegria e sofrimento. Humanidade. Cada família recebeu seu retrato impresso – como tradicionalmente se faz a fotografia – para emoldurar, colocar na parede ou em álbum. Mas as fotos também irão correr por aí: em uma exposição itinerante, que passará pelo Ventre Livre, Pontos de Cultura e Postos de Saúde que fazem parte da nossa rede, em um catálogo e um audiovisual sobre o processo. “Mosaico de casas, pessoas e paisagens. Um lugar em que as crianças brincam na rua e são felizes. Terrenos ainda baldios, casas sofisticadas e fortificadas. Casas bem pintadas, casas de madeira, casas com puxado, casas com frestas, casas sem pátio, casas de duas peças, casas de uma janela só. Todas elas inscritas neste bairro desenhado em forma de círculos sobrepostos, de ruas e vielas e becos acolhendo uma diversidade, ora apaziguada, ora conflitante.” Fernanda Rechenberg O Ventre Livre é um espaço aberto a experimentações e troca de saberes e que está em constante transformação. Nasceu para ser uma casa de cultura das famílias da Vila Jardim. E essa relação está sendo construída através de oficinas de foto na lata, sensibilização corporal para mulheres, audiovisual, grafite, teatro, música, além de espaços para os grupos Artebela (artesanato) e Amigos da Saúde (qualidade de vida). “Do momento em que o projeto foi aprovado até a realização da primeira oficina foram nove meses. Foi o tempo que levou para o Ventre dar sua primeira cria. De lá para cá muita coisa mudou e vem mudando. Sempre com a presença da criançada, os vizinhos da Galiléia e a turma do Posto de Saúde. Como muitos dos que estão retratados neste livro, nós também encontramos um cantinho e um aconchego familiar na Vila Jardim.” Marcelo Cougo e Têmis Nicolaidis – Coord. do Ventre Livre. O Ventre Livre é um Ponto de Cultura na interface entre cultura e saúde proposto pelo Coletivo Catarse, escrito em parceria com a atriz Maria Falkembach, e com a participação da Unidade Básica Divina Providência, integrando uma rede de 18 Pontos de Cultura e Saúde sob a responsabilidade do Grupo Hospitalar Conceição em Porto Alegre. CONTATOS: Ponto de Cultura Ventre LivreRua Galiléia, 220 – Vila Jardim – Porto Alegrehttps://pontodeculturaventrelivre.blogspot.com Catarse – Coletivo de Comunicação51. 3012.5509catarse@coletivocatarse.com.brwww.coletivocatarse.com.br

Premiação ao desmatamento

Informacões do Centro de Estudos Ambientais Em tempo de eleições majoritárias, é preciso estar atento para não votar em candidatos com a ficha suja de desmatamento, da destruição ambiental. Abaixo segue a lista daqueles que estão contra a coletividade. por Juliana Sada A reforma do Código Florestal foi aprovada nesta tarde por 13 votos a 5 na comissão especial da Câmara dos Deputados, presidida Moacir Micheletto (PMDB-PR) e que tem como relator Aldo Rebelo (PCdoB). A votação foi acompanhada por ruralistas e ambientalistas, protagonistas de diversas manifestações que interromperam a sessão. Entre as questões mais polêmicas do relatório está o fim da reserva legal para propriedades de até quatro módulos fiscais (na Amazônia isso corresponde a 400 hectares), isto é, não serão obrigadas a manter uma porção de vegetação original conservada. Com a aprovação desta mudança, não é de se espantar que grandes proprietários fracionem suas propriedades para burlar a legislação. Esta movimentação já foi detectada em Araçatuba pela reportagem da Folha de S.Paulo. Outra mudança na lei à favor daqueles que desrespeitam o meio ambiente é a anistia para quem cometeu crimes ambientais até junho de 2008, data da segunda regulamentação da Lei de Crimes Ambientais. O relatório de Rebelo também prevê a redução da faixa de mata ciliar (das margens dos rios) de 30 metros para 15m, em rios com curso de até cinco metros. O discurso de Aldo Rebelo, aliado ao dos ruralistas, é o da proteção da soberania brasileira. Alegam que por trás das ONGs estrangeiras que atuam no Brasil, há o interesse de impedir o crescimento do setor agropecuário brasileiro por meio da limitação da terras cultiváveis. Seria este o real interesse das ONGs quando discursam à favor da preservação do meio ambiente. O relator afirma ainda que as mudanças no Código Florestal atendem aos interesses do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e de produtores rurais. De acordo com a Agência Câmara “o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse que não contesta a autoridade ou representação de entidades, mandatos ou personalidades, mas reivindica sua autoridade como representante do povo para falar em nome deles”. Entretanto, o MST e outros entidades representativas de trabalhadores rurais e camponeses assinaram um manifesto em repúdio ao relatório, alegando que este atende exclusivamente aos interesses dos ruralistas. O substitutivo do Código Florestal deverá ainda passar pela Câmara, o que provavelmente ocorrerá apenas após as eleições de outubro. Abaixo, a votação nominal ocorrida hoje: Anselmo de Jesus (PT-RO) – SIMHomero Pereira (PR-MT) – SIMLuis Carlos Heinze (PP-RS) – SIMMoacir Micheletto (PMDB-PR) – SIMPaulo Piau (PPS-MG) – SIMValdir Colatto (PMDB-SC) – SIMHernandes Amorim (PTB-RO) – SIMMarcos Montes (DEM-MG) – SIMMoreira Mendes (PPS-RO) – SIMDuarte Nogueira (PSDB-SP) – SIMAldo Rebelo (PCdoB-SP)- SIMReinhold Stephanes (PMDB-PR)- SIMEduardo Seabra (PTB-AP) – SIM TOTAL A FAVOR: 13 Dr. Rosinha (PT-PR) – NÃORicardo Tripoli (PSDB-SP) – NÃORodrigo Rollemberg (PSB-DF) – NÃOSarney Filho (PV-MA) – NÃOIvan Valente (PSOL-SP) – NÃO TOTAL CONTRA: 5 REBELO, UM COMUNISTA CHINÊS por Felipe Amaral* A China é sem dúvida alguma, um dos países mais diversificados geograficamente, com uma beleza exótica sem igual, bem como um dos países mais extensos em demissões, além do fato de ser o mais populoso, com cerca de 1.35 bilhões de habitantes. Mas a China tem uma cultura multifacetada, principalmente no que se refere aos contrastes entre os maiores centros urbanos e o interior rural. A história política da China é marcada por uma centralidade no poder imperial, mantida até 1911, através da tradição de casamentos e alianças entre dez grandes clãs ou dinastias, também é marcada por uma série de conflitos civis entre comunistas e nacionalistas. Com a queda do império, foi proclamada a República da China. Em 1949 o Partido Comunista Chinês assume o poder, e lança as bases para uma planificação econômica idealizada e conduzida por Mao Tsé-tunge. Depois de sua morte em 76, Deng Xiaoping, assume o poder e inicia o processo de abertura econômica da China, mantendo a política restrita a duas grandes organizações geopolíticas a República Popular da China, ou China Comunista, e a República da China, conhecida como Taiwan. Esta breve introdução tem como objetivo apresentar uma das maiores potências mundiais do século 21. A abertura comercial possibilitou o crescimento das exportações, a participação ampliada e decisiva no mercado mundial, e acima de tudo, investimentos externos diretos. É o que podemos chamar de Capitalismo Chinês. A China também é campeã em poluição ambiental, com sua matriz energética baseada na queima de carvão, e uma matriz industrial em vias de modernização, mas com um grande déficit em sistemas de controle e gestão ambiental em seu parque industrial. A economia chinesa cresce a passos largos, algo em terno de 9% ao ano, e proporcionalmente cresce a degradação ambiental, visto que as perdas em qualidade de vida e recursos naturais não entram na equação do Produto Interno Bruto. Dados recentes apontam que as emissões chinesas de dióxido de carbono pelo uso de combustíveis fósseis subiram 9% em 2009, contrariando a tendência global de queda. As emissões chinesas de CO2 chegaram a 7,52 bilhões de toneladas no último ano. A China tornou-se o primeiro país na história a emitir mais de sete bilhões de toneladas de CO2 em um só ano, e se consolidou como maior emissor do mundo, depois de ultrapassar os Estados Unidos em 2008. Também não podemos esquecer que a China, pode ser considerada o Paraguai mundial, tendo em vista a comercialização de produtos baratos, de baixa qualidade e muitos falsificados. Há poucos dias aqui no Brasil, o Depuptado Aldo Rebelo, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), portanto um comunista, apresentou seu relatório sobre o Código Florestal Brasileiro. E as expectativas foram superadas, ou as piores possíveis, depois de uma série de declarações criminalizando a legislação ambiental brasileira, Rebelo, apresentou um documento que atende os interesses do grande capital do agronegócio e ao sistema especulativo fundiário. Como não poderia deixar de ser, Rebelo é um belo exemplo do comunismo capitalista. Ou seria ele um comunista oportunista? Com as modificações propostas no Código Florestal, …

Nossos comunistas e ecologistas são menos inteligentes que

Um bom debete gerado a partir da desastrosa reforma do código florestal: NOSSOS COMUNISTAS SÃO MENOS INTELIGENTES QUE OS DOS OUTROS No fim da década de 1990 uma série de enchentes e deslizamentos de terra catastróficos que mataram milhares de pessoas levou o Partido Comunista a encampar propostas que datavam de milhares de anos (estão, p. ex., no Livro do Tao). Sem ter que se preocupar com detalhes como debates democráticos e consultas públicas, os comunistas chineses proibiram a extração madeireira no país e deram gás ao maior projeto de plantio de árvores do planeta. Essa decisão foi tomada apesar das centenas de milhares de empregos perdidos e foi certamente facilitada pelo fato de haver outras fontes de madeira. Sempre há países dispostos a vender seu patrimônio natural a preço de banana para que poucos privilegiados embolsem a verba e vão morar em algum lugar fashion enquanto deixam um leste do Pará para trás. Aqui no Brasil, depois de ver os desastres em Santa Catarina, onde encostas cobertas por bananais vieram abaixo, em Minas Gerais, onde encostas peladas porquê florestas viraram carvão para alimentar siderúrgicas, e São Paulo, onde várzeas ocupadas para saldar dívidas sociais acabaram afogando a pobres e remediados, nosso maior expoente comunista, o alagoano Aldo Rebelo, propõe modificar o Código Florestal para permitir a ocupação de áreas ecologicamente frágeis e, na prática, facilitar o desmatamento. Enquanto os pragmáticos capitalistas do PC chinês tomaram um choque de realidade, absorveram a lição e adotaram medidas dolorosas, mas necessárias, Aldo Rebelo e sua inusitada claque de ruralistas tentam ocultar a realidade com um bizarro discurso ideológico, propagando que apoiar o desmatamento e o perdão a quem nunca se preocupou com o cumprimento de leis é ser nacionalista, defendendo os interesses do Brasil Potência e nosso destino manifesto de líder mundial contra interesses perversos aqui representados por ONGs estrangeiras e um vasto leque de malfeitores. O nacionalismo já foi famosamente descrito como o último recurso dos idiotas e vale lembrar que um famoso movimento nacionalista, o Verde-Amarelismo de Menotti Del Picchia e Guilherme de Almeida, também foi batizado por seus mentores de Escola da Anta. Com perdão ao perissodáctilo, talvez seja hora de ressuscitar o termo. “A inclusão do nacionalismo nos debates sobre o Código Florestal é desalentador, ainda mais considerando como o nacionalismo justificou políticas desastrosas no Brasil, da destruição das ferrovias em prol das rodovias por um idiota que dizia que governar é abrir estradas.” NOSSOS “ECOLOGISTAS” SÃO MENOS INTELIGENTES QUE por Antonio Lisboa Esta é a primeira vez que comento um artigo teu, pois, como gestor de um parque nacional na Amazônia, raramente me sobra tempo para ler “OEco”… mas não posso deixar de contribuir neste “debate” que vc está propondo. O seu perfil diz que vc “é biólogo e doutor em zoologia” e “tem um pendor pela ornitologia e gosto pela relação entre ecologia, economia e antropologia”. Lendo o que vc escreveu, fico curioso em saber qual a sua formação em “antropologia” para poder discursar sobre sua relação com a ecologia. Ser polêmico é um excelente instrumento para chamarmos a atenção para um debate necessário, sobretudo, num mundo governado por uma mídia alienante, que difunde um pensamento único (globalitário e mediocrizante), num país marcado pela total falta de cultura de debate de idéias (brasileiros preferem discutir as pessoas ao invés de discutir idéias!) e interesse intelectual. Mas, é preciso entender que a polêmica, muitas vezes, pode resultar não apenas em maior audiência, mas também, numa excelente oportunidade de dizermos algumas verdades (como alguém disse há muito “entaladas na garganta”) e de se fazer cair algumas máscaras empoeiradas. Isso foi o que ocorreu, por exemplo, quando o Tadeu Schmidt da Globo fez aquele editorial nefasto contra o técnico da seleção brasileira, e que acabou resultando na maior chuva de críticas que a Globo já recebeu até hoje, desmascarando uma emissora que sempre esteve a serviço da elite “global”. Ler o teu artigo e ver a tua coragem em atacar, tão gratuitamente, duas correntes ideológicas associadas à esquerda brasileira e que, você deve saber, certamente têm muitos simpatizantes entre os seus leitores e do O-Eco, me fez lembrar aquele infeliz episódio, me despertando sentimentos parecidos… Em seu artigo, vc afirma que “o nacionalismo já foi famosamente descrito como o último recurso dos idiotas”, também “batizado por seus mentores de Escola da Anta”, e que dos nacionalistas “nenhum merece respeito”… e destaca que “o nacionalismo justificou políticas desastrosas no Brasil, da destruição das ferrovias em prol das rodovias por um idiota”… Qual “idiota”? JK? “Idiota”..? Bem… vamos aos fatos…Primeiramente, nunca houve um governo verdadeiramente NACIONALISTA no Brasil.Qdo Getúlio tentou, ao nacionalizar bancos e empresas estadunidenses, foi “suicidado”… A destruição das ferrovias pode ter sido tudo, menos “nacionalista”, pois serviu justamente aos interesses internacionais da indústria automobilística e petrolífera. Desde quando ser “nacionalista” no Brasil pode significar acabar com ferrovias? Que foi um erro do Jk, sem dúvidas foi, mas daí a dizer que ele era “nacionalista” e, pior ainda, um “idiota”, me parece muito menos inteligente ainda… O nacionalismo, caro Fábio, NUNCA foi política de estado no Brasil, NUNCA! Qdo João Goulart tentou algo nesse sentido foi derrubado por um golpe de estado financiado pelo EUA e coordenado pela CIA. O que sempre houve nesses 500 anos de Brasil sempre foi um feudalismo escravista, substituído por um capitalismo selvagem no século XX e mais recentemente por um neoliberalismo destrutivo, agora com uma embalagem de social democracia. Ao contrário, mesmo a esquerda brasileira, durante décadas, ignorou o nacionalismo em nome de um ”internacional-socialismo” marxista. Diferente do que vc afirma, o verdadeiro nacionalismo brasileiro é, inclusive, filho de estrangeiros, como o inestimável escritor austríaco STEFAN ZWEIG, conhecido por seu humanismo pacifista, autor do livro e da expressão “Brasil: País do Futuro”, cujo amor pelo Brasil era tanto que veio mesmo a morar no Brasil, em Petrópolis, onde acabou suicidando depois de assistir o carnaval… Diferente do que vc sugere, o verdadeiro nacionalismo brasileiro não tem nada a ver com a bancada …