Na busca do pequeno por Justiça, quem ganha é o veneno do grande

Pelotas, 18 de junho, manhã de todos os santos. Na Rua São Jorge, bairro Santa Teresinha, conversamos com Seu João. Ele, que hoje cedo perdeu o freio do seu caminhão velho (muito velho), saiu fora da estrada e quase se acidentou vindo pra cá. Na feira de pequenos agricultores, que procura vender alimentos sadios para a gente humilde da comunidade, encontramos na banca dele o único mogango, machucado. Ele mostra, acha que foi uma galinha quem aprontou a bicadas aquele pequeno estrago. Conta que essa hortaliça só vingou na terceira tentativa de plantio. Nas duas vezes anteriores ele perdeu a produção para o veneno que não colocou nas plantas. Seu João, homem de pele branca, olhos azuis e mãos negras de terra tem dois hectares no bairro rural de Sanga Funda. Explica que o agrotóxico pulverizado nas grandes áreas de arroz vem pelo ar e queima sua lavoura. Sete pequenos agricultores que tiveram suas plantações perdidas entraram na Justiça para buscar a indenização. Em frente ao juiz, o latifundiário culpou a empresa que contratou pra fazer o serviço de afogar seu arrozal nos químicos. Mas disse não lembrar do nome dessa empresa. A ação não deu em nada. João desconfia que seja porque a Justiça é amiga do gerente de uma agência bancária local, envolvido com esse negócio de vender arroz envenenado à população. Ele nunca tinha nos visto antes, e contava em tom de desabafo e denúncia como se soubesse que não poderíamos guardar esta informação conosco, como fazemos agora. Dona Maria, que nos acolheu em sua casa e coração, ganhou de presente o mogango, uma espécie de abóbora que o Mestre Batista (marido dela) e também meu pai cresceram comendo por aquelas bandas do Sul.

Vídeo da marcha da CONAES

Veja o vídeo produzido na marcha da II Conferência Nacional da Economia Solidária, que tem como obejtivo entregar no Congresso Nacional o projeto de lei para regulamentar as políticas públicas construídas pelo movimento.

Marcha da II CONAES

Marcha realizada, na tarde de ontem, na Esplanada dos Ministérios, pelo movimento da Economia Solidária para levar ao Congresso o projeto de lei para regulamentar as políticas públicas para o setor no Brasil. Para o movimento, a consolidação das práticas solidárias, a propriedade coletiva e a autogestão precisam ser regulamentadas e transformadas em lei, para que o Estado tenha uma alternativa socioeconômica para milhares de trabalhadores autônomos organizados em empreendimentos coletivos sem patrão. Segundo alguns integrantes da marcha, a população precisa conhecer a Economia Solidária para ter possibilidade de comprar produtos e serviços de pessoas que buscam uma nova forma de organização para mudar a sociedade. Reportagem Sérgio Valentimfotos Carlos Gomes – coletivo fora do eixo

II Conferência Nacional da Economia Solidária

O Coletivo Catarse está participando da equipe de cobertura colaborativa da II CONAES, Conferência Nacional da Economia Solidária, em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, de 16 a 18 de junho. O movimento da Economia Solidária brasileiro debate o direito às formas de organização econômica baseadas no trabalho associado, na propriedade coletiva, na cooperação e na autogestão, reafirmando a Economia Solidária como estratégia e política de desenvolvimento. As conferências públicas são momentos privilegiados de participação ativa da sociedade que possibilitam a expressão direta dos diversos interesses, necessidades, demandas e proposições de diferentes setores ou segmentos organizados da sociedade, além da representação do poder público nas esferas municipal, estadual e federal. O desafio do movimento é avançar no reconhecimento do direito a outra economia que conduza a outro modelo de desenvolvimento. Esse direito será uma conquista dos sujeitos políticos que constroem a economia solidária no Brasil e que reivindicam o reconhecimento do Estado Brasileiro na forma de instrumentos efetivos de políticas públicas e programas de Economia Solidária, com participação e controle social. As atividades da II CONAES tiveram início em janeiro de 2010, com as convocações das Conferências Estaduais e a formação das Comissões Organizadoras Estaduais que, por sua vez, planejaram e convocaram as Conferências Regionais ou Territoriais Preparatórias às etapas estaduais. Ao todo, foram realizadas 187 Conferências Regionais ou Territoriais abrangendo 2.894 municípios brasileiros, com 15.800 participantes dos segmentos representativos locais da Economia Solidária. Nessa etapa foram discutidos livremente os eixos temáticos da II CONAES com um conjunto significativo de contribuições para a etapa estadual. Além disso, essas conferências territoriais ou regionais elegeram democraticamente 4.440 delegados/as para as conferências estaduais, sendo 1.022 do poder público, 1.094 das organizações sociais e 2.324 de empreendimentos econômicos solidários. Posteriormente, foram realizadas 27 Conferências Estaduais de Economia Solidária, entre os meses de março e maio de 2010 com a participação de 4.659 pessoas, entre delegados/as e convidados/as. Na etapa estadual de preparação à II CONAES foram debatidas e sistematizadas as contribuições ao Documento Base da II Conferência, resgatando as contribuições que vieram das etapas anteriores. Como delegados das Conferências Estaduais foram eleitos 1460 delegados para participação na etapa nacional, sendo 365 do poder público, 365 de organizações sociais e 730 de empreendimentos econômicos solidários, conforme estabelecido previamente no Regulamento Geral para representação dos estados na II CONAES. Reportagem Sérgio Valentimfotos Guilherme Marin – Instituto ivoz

Assembleia popular em defesa das comunidades quilombolas

Convocação importante! Assembleia Popular com a seguinte pauta: Resistência , Estrutura e Mobilização em defesa do Decreto 4887/2003; e em torno da ADI-3239 do DEM e pela Titulação Imediata das Terras de Quilombo. Local: Quilombo da Família Silva – Porto Alegre- Rua João Caetano nº 1140 às 19h do dia 16.06.2010, próxima quarta-feira. Companheiros(as) do Movimento Negro e Social, bem como do Movimento Nacional em Defesa e Sustentabilidade dos Territórios Quilombolas, estamos presenciando o recrudescimento dos ataques às Comunidades Quilombolas em todo País na iminência do julgamento da ADI-3239 do DEM, contra o Decreto 4887/2003. Ao mesmo tempo, os movimentos para responder a esses ataques tem sido no mínimo tímidos, para não dizer inertes e ineficientes considerando os interesses em jogo.As informações sobre a pauta de julgamento da ADI no STF estão extremamente truncadas e não são socializadas e até o presente momento as entidades e organizações do movimento social e negro se limitaram a manifestações virtuais e petições, como as referentes à necessidade de Audiência Pública antes do julgamento da ADI 3239 que estão sendo olímpicamente desconsideradas pelo próprio STF. Não existe espaço para acreditarmos que poderemos ter uma Vitória no STF, simplesmente, pelas brilhantes argumentações presentes nos Amicus Curiae distribuídos, ou de reuniôes em “petit comite” com alguns interlocutores escolhidos a dedo pelos entes institucionais com responsabilidade sobre a matéria, na medida em que se não houver mobilização estaremos caminhando para a derrota. Por isso, a Associação Quilombo da Família Silva, Associação Quilombola dos Alpes, Gt-Quilombola do MNU-RS, ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA ROSA OSÓRIO MARQUES (QUILOMBO DE MORRO ALTO), REDE QUILOMBOS DO SUL, com seu protagonismo na LUTA DE RESISTÊNCIA QUILOMBOLA que culminou com a criação do Movimento Nacional em Defesa da Titulação e Sustentabilidade dos Territórios Quilombolas no FSM-2010 vem convocar a todos(as) a se somar a resistência contra a retirada de Direitos na construção da mobilização em torno da defesa do Decreto 4887/2003. Nesse sentido convocamos para:1- Assembleia Popular com a seguinte Pauta:Resistência , Estrutura e Mobilização em defesa do Decreto 4887/2003; e em torno da ADI-3239 do DEM e pela Titulação Imediata das Terras de Quilombo.Mobilização e agenda.Local: Quilombo da Família Silva – Porto Alegre- Rua João Caetano nº 1140 às 19h do dia 16.06.2010. A HORA É VER O QUE CADA UM VAI PODER FAZER OBJETIVAMENTE PARA, A PARTIR DE SEU LUGAR , CONTRIBUIR PARA A MOBILIZAÇÃO. Assinam esta carta,Damiã Braga – AQUIPEDRA, AQUILERJ, Militante de base do MNU-RJLorivaldino Silva – Quilombo da Família Silva – Membro do GT- Quilombola do MNU-RSWilson Rosa- Quilombola de Morro Alto RS- Membro de GT- Quilombola MNU-RS.Davison- Quilombola dos Alpes – Membro do GT-Quilombola do MNU-RSGT- Quilombola MNU-RSREDE QUILOMBOS DO SUL O Coletivo Catarse apóia a defesa dos quilombos e a permenência dos quilombolas em seus territórios tradicionais. Abaixo, algumas reportagens produzidas pela Catarse e veiculadas aqui: Reportagem sobre a resistência da Família Silva em seu território, exibida na TV Brasil e no webdocumentário Nação Palmares, sobre e realidade vivida em quilombos de todo o Brasil: https://coletivocatarse.blogspot.com/2008/10/catarse-integra-equipe-que-ganhou.html https://www.youtube.com/watch?v=exvU0z1x-wk&feature=player_embedded Festa de titulação do Quilombo da Família Silva – Primeiro Quilombo Urbano Titulado do Brasil https://coletivocatarse.blogspot.com/2009/09/quilombo-da-familia-silva-primeiro.html Quilombo dos Silva: um marco na luta quilombola e novo paradigma para rediscutir as cidades. Entrevista com Onir Araújo: https://coletivocatarse.blogspot.com/2010/01/quilombo-dos-silva-um-marco-na-luta.html Agrofundamentalistas impedem INCRA de trabalhar em Bagé https://coletivocatarse.blogspot.com/2010/04/agrofundamentalistas-impedem-incra-de.html Fomos a Bagé: conflito que se desenha por área de quilombolas deflagra mais do que o aparente https://coletivocatarse.blogspot.com/2010/04/fomos-bage-conflito-que-se-desenha-por.html Quilombo de Palmas cercado pelos ruralistas https://coletivocatarse.blogspot.com/2010/04/quilombo-de-palmas-cercado-pelos.html Catarse entrevista ruralistas que trancam acesso ao Quilombo de Palmas em Bagé https://coletivocatarse.blogspot.com/2010/04/catarse-entrevista-ruralistas-que.html Direito das comunidades quilombolas corre risco de ser tornado inconstitucional: https://coletivocatarse.blogspot.com/2010/05/direito-das-comunidades-quilombolas.html Foto: crianças do Quilombo dos Silva, em Porto Algre, por Thais Fernandes.

Lideranças Guarani exigem ações da FUNAI no RS

Documento final da reunião de lideranças Guarani no Rio Grande do Sul, junho de 2010: Nós, lideranças das aldeias Guarani de Passo Grande, Petim, Coxilha da Cruz, Água Grande, Pacheca, Itapuã, Lami, Estiva, Lomba do Pinheiro, Varzinha, Arroio Divisa, articuladas através da CAPG – RS (Conselho de Articulação do Povo Guarani-RS), nos reunimos nos dias 08, 09, 10, 11 de junho na área indígena Flor do Campo, em Passo Grande, município de Barra do Ribeiro – RS para tratar dos problemas que afetam nosso povo. A reunião teve como eixos de reflexão: a morosidade dos poderes públicos no desenvolvimento das políticas de assistência, uma vez que estas deveriam ser efetuadas de forma eficiente e continuadas nas comunidades Guarani no estado do Rio Grande do Sul; às questões fundiárias, em especial a demora nas ações de demarcações das terras; os impactos que as duplicações das BRs 116 e 290, projetadas pelo governo federal, causarão sobre as nossas comunidades, que vivem nas margens destas rodovias. Queremos ressaltar que na região de abrangência direta e indireta das duplicações das duas rodovias federais estão sendo desenvolvidos os trabalhos de identificação e delimitação das terras de Arroio do Conde, Petim, Passo Grande, Ponta da Formiga, Itapuã e Morro do Coco. Além destas áreas, que estão sendo estudadas por dois GTs, é necessário que a Funai cumpra com sua obrigação e constitua um outro grupo de trabalho para identificação e delimitação das terras do Lami, Estiva, Capivari e Lomba do Pinheiro. Este grupo de trabalho deveria ter sido criado pela Funai em 2009, no entanto o órgão indigenista vem protelando esta decisão. Nós reivindicamos também que seja retomado o procedimento de demarcação da terra de Irapuã localizada nas margens da BR 290, entre os municípios de Caçapava e Cachoeira do Sul e que foi paralisando há quase uma década, sendo que desde então as nossas famílias permanecem na beira da estrada sem ter a possibilidade de entrar na terra tradicional e lá construir uma vida mais digna. Nós lideranças Guarani exigimos que: – sejam demarcadas todas as nossas terras Guarani conforme determinação Constitucional; – seja assegurado, pela Funai, o bom êxito dos trabalhos de identificação e delimitação das áreas em estudo, uma vez que existem grandes pressões de autoridades e da mídia local contra os trabalhos dos GTs; – seja criado imediatamente o GT para as terras de Capivari, Estiva, Lomba do Pinheiro e Lami; – sejam retomados os estudos de identificação e delimitação da terra de Irapuã; – sejam retirados os ocupantes não indígenas da terra do Cantagalo, que foi homologada, no entanto a Funai e o Incra não procederam aos estudos para efetuar o pagamento das benfeitorias de boa fé e o reassentamento das famílias; – sejam respeitas e assumidas as propostas das comunidades Guarani que estão sendo encaminhadas ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte – DNIT quanto as compensações e mitigações pelos impactos que as duplicações irão causar sobre as terras e sobre a vida dos Guarani. Passo Grande, 11 de junho de 2010. Conselho de Articulação do Povo Guarani-RS Não esquecemos como o Estado do RS desrespeitou, humilhou e foi violento com o povo Guarani há dois anos. O vídeo é um exemplo de como as populações indígenas são freqüentemente tratadas pelas autoridades em nosso país: Mais sobre o que aconteceu no dia primeiro de julho de 2008, clique aqui.

A história da água potável (The Story of Bottled Water)

Indicação de Jacques Saldanha, permanente colaborador do Coletivo, editor do site Nosso Futuro Roubado. Dos mesmos produtores que “História das Coisas”Lançado em março de 2010, o filme The Story of Bottled Water explora ao longo de sete minutos os ataques da indústria de garrafas d’água sobre a água de torneira, bem como o uso de sedutoras campanhas publicitárias com motivos supostamente sustentáveis para encobrir as montanhas de lixo de plástico que produzem. Nos Estados Unidos, mais de meio bilhão de garrafas d’água são consumidas semanalmente. A conclusão do filme convida os espectadores a consumir água de torneira, não apenas assumindo um compromisso pessoal de evitar a água de garrafa, mas também cobrando investimentos que disponibilizem água de torneira potável para todos. Visite o site oficial: https://storyofstuff.org/bottledwater/ Padrões de manipulação na grande imprensa: a inversão Como filiados de carteirinha ao Centro de Estudos Comparados das Sacanagens da Mídia Corporativa, não poderíamos perder a oportunidade para relacionar o recado do filme ao caderno Planeta [Sustentabilidade e Meio Ambiente], do O Estado de S. Paulo, edição especial sobre água, de 22 de março de 2010 [que estava na gaveta esperando um boa oportunidade]. Reparem o título da contracapa ao lado: “Não basta matar a sede. Tem de ter grife” e preço$ das garrafas [clique na imagem]. E o destaque: “Marketing, tradição, acidez e quantidade de bolhas transformam garrafinhas d’água em um mercado bilionário”. Mas logo abaixo do destacado blábláblá consumista está o assunto que realmente interessa e que deveria estar como destaque da página: “É hora de fugir do engarrafento”, entrevista com a jornalista americana Elizabeth Royte, autora do livro How water went on sale and why we bought it, algo como Loucos por água – Como a água passou a ser vendida e por que nós a compramos [imagem abaixo]. Para o professor Perseu Abramo, padrão de inversão é o que “opera o reodernamento das partes, a troca de lugares e de importância dessas partes, a substituição de umas por outras e prossegue, assim, com a destruição da realidade original e a criação artificial de outra realidade. É um padrão que opera tanto no planejamento como na coleta e na transcrição das informações, mas que tem seu reinado por excelência no momento de preparação e da apresentação final, ou da edição, de cada matéria ou conjunto de matérias” [do livro Padrões de manipulação na grande imprensa, editora Fundação Perseu Abramo, página 28]. “É hora de fugir do engarrafamento de água”“Eu me sinto uma idiota comprando água engarrafada”, diz a jornalista americana Elizabeth Royte, autora do livro: Bottlemania – How water went on sale and why we bought it (Loucos por água – Como a água passou a ser vendida e por que nós a compramos)”. Sua inspiração veio do fato do mercado de água engarrafada ser o que mais crescia entre as bebidas, “Comecei a pensar como a gente chegou a o ponto de ter 50 bilhões de garrafas descartadas por ano nos EUA” disse Elizabeth em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. Ela explica que antes do uso de cloro no sistema de tratamento público, fazia sentido comprar garrafas de água, mas com a chegada de água tratada nas casas das grandes cidades, o mercado mudou. “Foi nos anos 80 que criaram a idéia de que era fundamental para a saúde beber muita água. ‘Uma ação esperta do marketing desta indústria”. Com a cultura de beber tanta água durante o dia veio a importância da portabilidade da mesma. “Nos anos 90 a Coca-Cola e a Pepsi perceberam que estavam perdendo espaço para este mercado e na época elas vinham sendo criticadas por estimular consumo de refrigerantes. Decidiram então, entrar neste mercado. E elas tinham muito dinheiro para investir em propaganda. “Foi aí que a água engarrafada ganhou um grande empurrão”, revela Elizabeth. A jornalista conta que bebe a água da torneira de sua casa e aconselha a todos a fazerem o mesmo. Para quem ficar inseguro com essa opção, ela sugere levar uma amostra da água para um laboratório. Se a qualidade não for comprovada, a americana defende o uso de um filtro. “Aí basta comprar uma garrafa reutilizável e levá-la sempre, assim como seu celular e suas chaves. Não é preciso comprar água privatizada em pequenas garrafas de plástico!”

A agricultura e o Código Florestal* – será só isso?

Na semana de repercussão sobre projeto para alterar o Código Florestal prioritariamente aos interesses da agricultura comercializada, as fotos da postagem logo abaixo sobre o Rio Maquiné denunciam um dos pontos mais critcados do relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo [PC do B-SP] na comissão especial da Câmara dos Deputados: a redução de 30 para 7,5 metros a área mínima de preservação ambiental às margens dos rios. Um trabalho dos ruralistasO texto do deputado comunista, considerado “o pior retrocesso ambiental dos últimos 45 anos da história do país”, foi um serviço cobrado dos cofres públicos pela advogada e consultora jurídica da frente parlamentrar do agronegócio Samanta Piñeda. O pagamento de R$ 10 mil está registrado em duas parcelas iguais de R$ 5 mil divididas entre os gabinetes de Rebelo e do presidente da comissão especial, Moacir Micheletto [PMDB-PR], via verba indenizatória a que os deputados têm direito para o funcionamento de seus gabinetes. As informações são do O Estado de S. Paulo, terça-feira, 8 de junho. *O título da postagem é reprodução do artigo de Aldo Rebelo e explicita a conveniência do deputado com as demandas da política mercantil para o meio ambiente imposta pelos ruralistas.Será mesmo que existe escassez de terras agricultáveis no Brasil? Ou um bloqueio à expansão do agronegócio? É o Código Florestal que coloca os produtores rurais na ilegalidade? Não seria a Bolsa de Valores de Chicago?O maior problema ambiental brasileiro é a questão fundiária. Mesmo que todos os produtores rurais regularizassem suas terras e obedecessem ao Código Florestal, ainda existiriam 100 milhões de hectares de vegetação não protegidos ambientalmente e que podem, portanto, sofrer com desmatamentos. O levantamento faz parte de um estudo elaborado pela Universidade de S. Paulo com a de Chalmers, na Suécia, usando os dados oficiais mais recentes [Probio, do MMA; Inpe e Imazon].