A palavra como faca

O machucado na carne e no espírito deve ter o direito de machucar com a palavra aquele que lhe infringi dor. Ou aquele que, sendo seu irmão pela natureza humana, se omite diante da tragédia dos seus e segue indiferente. Violentamente Pacífico é um video de Gabriel Teixeira realizado no Bairro da Paz (Periferia de Salvador-BA), entrevistando Ras Mc Léo Carlos, morador local. No youtube é apresentado como arte-educador, libertário, um homem que resiste com violência pacífica. Palavra que corta. Palavra que se mete carne a dentro das idéias, incomoda e, se não faz sangrar faz pensar: Veja este e outros mais em Agência Subverta!

Transgredir para respirar

Há quase um ano… Ação da Via Campesina durante a Jornada Nacional de Luta das Mulheres demonstra a força da mobilização feminina na resistência contra a opressão do Estado. por Jefferson Pinheiro Sentadas na grama, à beira da estrada, em frente ao assentamento Conquista do Chão, em Candiota/RS, no final da tarde de 09 de março, elas bebem cachaça no bico (escondido das crianças), contam histórias, riem. Enquanto o amarelo-luz vai esmaecendo, e um vento quase frio embaralha os cabelos. À noite, se encantam com um céu de lua e estrela. Elas – que conhecem a exclusão, a exploração, a opressão e a repressão, e tomaram consciência de que juntas podem mudar algumas coisas, e de que muitas coisas precisam mudar – têm os olhos no futuro e uma luta no presente. São as mulheres da Via Campesina. São fortes, apaixonantes. Do outro lado da rua de terra fica a Fazenda Ana Paula, propriedade de 18 mil hectares da Votorantim Celulose, 7.500 deles uma imensa lavoura de árvores, que os ambientalistas chamam de deserto verde. Foi ocupada pela manhã, quando cerca de 700 mulheres cortaram centenas de eucaliptos pra denunciar que a monocultura na região resseca os mananciais de água, ameaça a biodiversidade, degrada o meio ambiente, expulsa o trabalhador do campo e gera pobreza. Domingo, dia 08, por volta das 19h, saímos de Porto Alegre debaixo de chuva, um grupo de jornalistas da mídia alternativa, seguindo um carro com integrantes do Movimento. Não sabíamos pra onde. Nessas ações, quanto menos pessoas souberem o destino é melhor, para que a informação não vaze. Joana diz que a ação foi planejada por meses, e um vacilo agora poderia comprometer tudo. Viajamos a noite toda, parando às vezes para que elas monitorassem a estrada, atentas a alguma movimentação da polícia, esperando parte do comboio, que vem de diversas regiões do Estado. É importante que todos os ônibus cheguem ao local de encontro no mesmo horário, porque um veículo parado por horas junto à estrada pode levantar suspeita. Ficamos lá alguns minutos. Minutos longos. A tensão cresce. Dois carros passam, observam. Seguem. Se avisarem a polícia, se algo der errado nesse momento, a mensagem preparada para o amanhecer será frustrada. Ansiedade latente. Atrás de uma curva crescem as luzes. Expectativa. Murmúrios. Silêncio… “São elas!”, alguém grita. São as mulheres da Via Campesina, as companheiras, as lutadoras pelas quais se esperava. Até o local onde a cerca será cortada são mais 40 quilômetros de ruas de areia bem esburacadas. Luiza está a alguns dias na região preparando os detalhes. É ela que ensina os caminhos a tomar no escuro. Antes do dia acordar, param para que as foices e os facões, escondidos na grama, sejam carregados. O rosto junto à janela de vidro, o olhar pra além das cercas desse lugar de conflito e injustiça enxerga tudo o que virá depois. As notícias, os interrogatórios, julgamentos… Conseqüências. Mas há convicção de que é preciso fazer. Enfrentar. O comboio manobra, volta um trecho, acha o ponto. A foice contra o caule é um símbolo, um recado, uma denúncia, um grito. Embaixo dos eucaliptos nada floresce. É tudo seco, árido, estéril. Seriam cortados mesmo pelas máquinas. Na hora do lucro, do muito lucro. Na hora em que as empresas ficam com tudo e a terra fica vazia, usada no limite. E o homem e a mulher já terão ido embora: favela, cidade, desemprego, informalidade, miséria, problema. Por isso elas vibram com cada eucalipto que vem abaixo. Comemoram. Fazem festa. Nas mãos vão ficando os calos. No rosto vai entrando um sorriso. Sorriem com os olhos atrás dos lenços. Era pra terem derrubado mais. Mas ano passado a luta foi dura. A polícia bateu sem piedade. A lembrança incomoda. Por aqui já está bom. Hora da marcha. A área do latifúndio circunda 53 assentamentos, onde 1.800 famílias de agricultores produzem para a subsistência e o mercado local. Além de alterar o bioma do pampa, de prejudicar o meio ambiente, a Votorantim demitiu, em nome da crise financeira, trabalhadores urbanos temporários que não servem mais aos seus negócios. “Como é bom o cheiro de eucalipto cortado ao amanhecer”, diz o câmera extasiado, enquanto colhe as imagens e respira no ar úmido do suor feminino. Elas marcham sobre as pedras do chão, entre o arame farpado e o mar de eucalipto. “É por amor a esta pátria, Brasil, que a gente segue em fileira”, repetem orgulhosas. São de todas as cores, carregam muitas dores, têm todas as idades. Não vão à academia, nem tem a pele protegida por cremes. Não vestem vestidos, nem saltos, não usam batom, não pintam o cabelo e nem por isso são menos lindas, delicadas, sedutoras, femininas. “Não há socialismo sem feminismo”, ensinam. E educam seus filhos pra que entendam essa luta, dentro das lutas. Elas os educam na beira das estradas, sob os barracos de lona, sob o sol e com os pés na terra. Os fazem experimentar a rua, plantar o que será comida, sentir o cheiro da chuva, estudar a vida que levam e a que querem poder levar, viver em comunidade, viver em solidariedade, somar força e dividir conquista. E fazem isso com cuidado, preservando a fantasia e a brincadeira. Porque quem sonha também ensina a sonhar. A polícia chega pelos dois lados de quem marcha, atravessa a fileira dos que caminham. Ostenta o aparato militar. Fazem cara de mau ou transformaram mesmo sua fisionomia? Intimidam. Alguns poucos destoam. A farda não consegue desumanizar a todos. Consegue? Perdi a conta dos quilômetros sob o sol. Foram muitos. Umas ajudam a carregar os filhos das outras, quando os braços já não agüentam esses quilômetros. Paramos duas ou três vezes pra beber e comer pão com banana, dividir os alimentos das mochilas. Se reúnem em grupos, debatem, montam estratégias, tomam decisões. Até chegar a frente de uma das entradas do assentamento Conquista do Chão e da Fazenda Ana Paula. Então descarregar as trouxas, as madeiras e as lonas. Foi rápido a montagem …

TAMBOR DE SOPAPO

Matéria produzida pelo Coletivo Catarse, veiculada na TV Brasil para o Quadro Outro Olhar. O Tambor de Sopapo está na raiz da história do extremo sul do Brasil. Desde as charqueadas até o embalo dos carnavais de rua de Pelotas e de avenida em Porto Alegre. No entanto, a partir dos anos 1970, o processo de carioquização do carnaval brasileiro fez com que este instrumento de difícil construção e de grande porte fosse substituído por instrumentos conhecidos como surdos, também de sonoridade grave e com processo de construção insdustrializado. Como resultado, o tambor de sopapo esteve em vias de extinção, iniciando-se um resgate no ano de 2000, através de iniciativas como o Projeto CABOBU. A Rede Sopapo, criada para resgatar o Tambor de Sopapo e sua contribuição cultural, celebra a adesão da Casa Brasil e da banda Bataclã FC no Fórum Social da Periferia, em Pelotas / RS.Clique aqui e assista ao Fórum Social da Periferia

REDE SOPAPO no Fórum Social da Periferia

A Rede Sopapo, criada para resgatar o Tambor de Sopapo e sua contribuição cultural, celebra a adesão da Casa Brasil e da banda Bataclã FC, no dia 05 de fevereiro, às 17h, durante o Fórum Social da Periferia, que será realizado em Pelotas / RS. O Fórum Social das Periferias é uma iniciativa da Uniperiferia / Rede Periferias, identificada com o empoderamento autônomo e sustentável de comunidades e grupos sociais em situação de desfavorecimento. A atividade da Rede Sopapo será transmitida ao vivo pelos sites do Coletivo Catarse, da Rede Vidadania e Bataclã FC. Para a Rede Sopapo trazer à tona a história deste instrumento é de interesse de toda a sociedade, pois traz consigo o registro material da existência do negro e sua contribuição cultural em uma região dominada pela predominância do positivismo branco.Esta rede constitui-se, então, a partir da articulação de um conjunto de realizações já em andamento e projetadas para o futuro. Nesse sentido, integram-se diversas instituições em uma teia de relações que visa a tão somente fortalecer e potencializar ações de promoção da identidade do negro nesta região do Brasil.Atualmente participam da Rede Sopapo o Coletivo Catarse, os Pontos de Cultura Quilombo do Sopapo, Ventre Livre, Teia Viva e o Movimento de Apoio ao Mestre Batista. Tambor de Sopapo está na raiz da história do extremo sul do Brasil. Desde as charqueadas até o embalo dos carnavais de rua de Pelotas e de avenida em Porto Alegre. No entanto, a partir dos anos 1970, o processo de carioquização do carnaval brasileiro fez com que este instrumento de difícil construção e de grande porte fosse substituído por instrumentos conhecidos como surdos, também de sonoridade grave e com processo de construção insdustrializado. Como resultado, o tambor de sopapo esteve em vias de extinção, iniciando-se um resgate no ano de 2000, através de iniciativas como o Projeto CABOBU. A banda Bataclã FC atua politicamente através de sua força expressiva e musical, entendendo a arte como veículo de transformação social sobretudo. Mestiçagem musical: rock, rap, samba gaúcho, peso, conectividade, poesia, trabalhando ainda com o ativismo musical; eis as ferramentas de transformação. As atividades do Fórum Social das Periferias acontecerão em Pelotas, entre os dias 3 e 7 de fevereiro de 2010, nas estruturas existentes no entorno do CDD – Comitê de Desenvolvimento do Dunas (Incubadora / Projeto Casa Brasil, Estádio Esportivo, Centro Comercial, Escolas, Associação de Bairro e Comunidade Católica), na Av. Ulisses Guimarães, 2057 – Loteamento Dunas.

Quilombo dos Silva: um marco na luta quilombola e novo paradigma para rediscutir as cidades

Em setembro de 2009, foi titulado o primeiro quilombo urbano no Brasil. Encravado num dos bairros mais caros de Porto Alegre, o Quilombo dos Silva se tornou não apenas uma referência para a luta quilombola, mas também para o conjunto do movimento social brasileiro. Em anos de resistência, enfrentando os interesses da elite econômica, os Silva construíram uma história vitoriosa de perseverança, coragem e alteridade. Nesta entrevista com o advogado da família e integrante do Movimento Negro Unificado (MNU), Onir Araújo, ele reflete sobre a situação atual dos quilombos, denuncia as ameaças aos direitos quilombolas feitas pelos ruralistas e seus representantes políticos, revela que a titulação é um marco na reparação às injustiças contra o povo negro e que abre a possibilidade pra se rediscutir o território das cidades.O que se considera hoje um quilombo? Um quilombo hoje é auto-definido. A comunidade ou grupo social se auto-identifica a partir de seus referenciais históricos, vivências, relações com o território: produzir, viver, se relacionar. Isso dá um marco diferencial a essas comunidades. A legislação reconhece. Existe a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), um tratado que o Brasil subscreve que garante o direito a auto-identificação a esse pertencimento grupal e étnico. Em que momento tu começou a acompanhar a situação da família Silva e colaborar pra que a área em que vive fosse reconhecida e titulada? Fomos contatados no início de 2001. O Movimento Negro Unificado (MNU) foi criado em 1978 sempre pautando o referencial de povo negro, rediscutimos a questão racial no Brasil. Tivemos um longo período de denúncia da pseudo-democracia racial e recebemos o caudal de vários processos de organização do povo negro. Entre eles, a questão da luta quilombola. Então, já na década de 80, a gente se articulava no sentido de ter garantias jurídicas de reconhecimento das comunidades quilombolas. Em 1986, teve um encontro nacional de negros pela Constituinte, e houve pressão para que se gravasse na Constituição Brasileira o reconhecimento das terras de quilombo. Acabou se gravando o artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (dá direito ao título das áreas ocupadas por remanescentes de comunidades quilombolas). Ele não surgiu por geração espontânea, nem a criminalização, que antes o racismo era contravenção e depois passou a ser crime inafiançável. Os próprios artigos 215 e 216 que fazem referência a se reconhecer a contribuição negra como patrimônio histórico do povo brasileiro, todas essas garantias na Constituição de 1988 vieram através de um processo de luta, e o MNU teve uma parte importante nessa discussão. Ajudamos a formar a Coordenação Nacional Quilombola (CONAQ), com sessões em vários estados. No Rio Grande do Sul, a gente tem um trabalho antigo em Morro Alto e Casca. Foram militantes do MNU em contato com essas comunidades que começaram a pautar a discussão do reconhecimento. E foi através desse trabalho que tivemos contato com a família Silva. A novidade foi o fato de trazer essa discussão pro urbano. No primeiro Fórum Social Mundial fizemos uma grande oficina trazendo companheiros de outros estados e, no segundo Fórum, pautamos a questão dos Silva. Era uma situação muito complicada. A comunidade procurou a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, que entrou em contato com o MNU. Eles estavam com duas ações de emissão de posse e todas as ações de usucapião transitadas em julgado desfavoravelmente. Aí, realizaram essa discussão, e nós fizemos uma ponte junto ao Ministério Público Federal. Não havia ainda o Decreto 4.887 de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação). Foi uma batalha pra criar um corpo de mobilização em torno da defesa do quilombo. Foi um movimento para transferir a competência de toda a questão territorial, que estava tramitando na Justiça Comum, para a esfera da Justiça Federal. No primeiro momento, tranqüilizou em relação à ordem de despejo que tinha, e houve a divulgação da situação em nível internacional. Na época, não se tinha a questão da auto-identificação, então foi feito um convênio Fundação Palmares e Prefeitura pra se ter um laudo antropológico. Hoje, basta a auto-identificação. O laudo é uma ferramenta que pode ajudar a comunidade a reconstruir o seu referencial histórico através das técnicas da antropologia, mas ele é uma peça assessória, não a peça central. Juridicamente não é necessário? No meu entendimento não. O central é a auto-identificação. E no entendimento da Justiça? Na institucionalidade segue se dando uma importância ao laudo que é só pra criar mais trâmites burocráticos desnecessários. Ninguém questiona se um ítalo-gaúcho se auto-identifica com o referencial de ancestralidade italiana. O mesmo direito os quilombolas têm de se auto-identificar. Então, a discussão equivocada por alguns setores conservadores e reacionários é se eles são ou não quilombolas. Essa discussão está morta a partir da auto-identificação. Isso é inquestionável. O que preocupa aos que são contra é a possibilidade, por se auto-identificar quilombola, de buscar direitos? Como juridicamente um povo se auto-identifica? Pela convenção 169 da OIT não teria que ter processo algum, basta a auto-identificação e a auto-declaração. Em 2008, o INCRA alterou uma instrução normativa que regulamentava o Decreto 4.887. Instruções normativas são passos administrativos para que um decreto ou lei sejam formatados por uma instituição estatal que tem responsabilidade de fazer algum tipo de ação. No entendimento dos quilombolas, essa instrução normativa foi extremamente nefasta porque cria mais entraves burocráticos, dá um peso monstruoso ao laudo antropológico, cria instâncias caso haja conflitos como sobreposição de área quilombola com área de proteção ambiental, a ponto de se paralisar os processos de demarcação para ir a uma junta de conciliação institucional ligada ao Gabinete de Segurança Institucional e a Advocacia Geral da União. Existem muitos processos de demarcação e titulação que estão paralisados em função desse tipo de entrave burocrático. Então, o que ocorre é que nessa nova instrução normativa, a Fundação Cultural Palmares quase passa a ter um poder que antes era meramente de registro. A comunidade se auto-definia quilombola, mandava esse reconhecimento para a Fundação e ela registrava. Agora, esse procedimento cria uma possibilidade de …

Jornada Vídeo nas Aldeias – desconferência audiovisual

O Coletivo Catarse participa na próxima segunda-feira, 25.01, da Jornada Vídeo nas Aldeias – desconferência audiovisual, promovida pela Secretaria da Cidadania Cultural no dia de abertura do FSM10. As atividades, que acontecem no SindBancários (Sindicato dos Bancários de Porto Alegre), Rua General Câmara, 424, Centro, fazem um recorte da produção do projeto precursor na área de produção audiovisual indígena no Brasil, apoiado pelo Programa Cultura Viva com o Pontão Vídeo nas Aldeias. Serão três sessões gratuitas e cada uma delas traz convidados que destacam temas para discussão com o público, abordando desde apropriação de meios de produção pelos povos indígenas até a relação entre tradição e modernidade. A atividade será coordenada pelo Consultor da SCC/MinC, Zonda Bez. A programação começa pela manhã (10h-12h) e tem como tema “Um cocar na cabeça e uma câmera na mão: apropriação dos meios de produção pelos povos indígenas”, com a exibição de dois vídeos do povo Kuikuro “Cheiro de pequi” (36 min, 2006) e “O dia em que a lua menstruou” (28 min, 2004). Será exibido o Extra “O manejo da câmera” (17 min, 2007), que trata da aproximação dos indígenas com os procedimentos audiovisuais com o intuito de registrar as tradições. Os convidados para conversar com o público são Leandro Saraiva, roteirista e representante na jornada do projeto Vídeo nas Aldeias, e Jefferson Pinheiro, que integra o coletivo de comunicação gaúcho Catarse. À Tarde (13h30-15h), o tema da sessão é “Novos tempos e as culturas tradicionais”, tendo como referência a produção audiovisual do povo Huni Kui. Serão exibidos os vídeos “Novos tempos”(52 min, 2008) e “Os cantos do cipó” (25 min, 2006). O dialógo se amplia com a participação de Jô Brandão, coordenadora da Ação Griô da SCC/MinC, e de Lucia Fernanda Jófej-Kaingáng, advogada, pesquisadora sobre proteção dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas e diretora -executiva do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (Inbrapi). A Jornada se encerra (15h-17h) com a exibição do episódio “Olhares índígenas” (26 min, 2009), que integra a série de programas Ponto Brasil – ação colaborativa de produção com coletivos audiovisuais e Pontos de Cultura – assim como os Extras “De volta à terra boa” (21 min, 2008), e “Para os nossos netos” (10 min, 2008), dirigidos por Mari Corrêa e Vincent Carelli com o Povo Panará. O tema “Ação colaborativa com povos indígenas” contará mais uma vez com Leandro Saraiva, coordenador do projeto Ponto Brasil, e James Görgen – representante da Secretaria do Audiovisual do MinC. Construção política comum Já Nos dias 27 e 28, entre 9h e 12h, acontecem as Rodas de Prosa Cultura e comunicação: ações colaborativas para políticas públicas. A proposta é mostrar como o diálogo entre governo e sociedade deixa entrever uma outra forma de construção de políticas públicas, a partir da ligação intrínseca entre Cultura e Comunicação. Pontos, Pontões e Pontinhos de Cultura, fomento à mídia livre, preservação da tradição oral de matriz africana, conferências de comunicação e cultura são alguns dos resultados dessa construção coletiva que terão espaço garantido nas conversas. A coordenação das atividades são de Isabelle Albuquerque (SCC/MinC). Dia 27, na Fundação Cultural de Canoas (antiga Estação Ferroviária – Centro), a roda de prosa tem como tema “Pontos de Cultura e gestão compartilhada: outro mundo possível na gestão cultural”, contando com a presença do Secretário de Cidadania Cultural Célio Turino, que também anunciará os Editais 2010 que serão lançados pela SCC/MinC. Também são convidados para a conversa Jefferson Assunção, Secretário de Cultura de Canoas; Jussara Cony, Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição e gestora da Rede Cultura e Saúde; Thiago Skarnio, do Pontão Digital Ganesha; e Darlene Barboza Kopinski, representante dos Pontos de Cultura do Paraná. Às 14h30, o tema Pontos de Cultura volta à programação em Canoas. A mesa “Pontos de Cultura na América Latina” traz Eduardo Balan, coordenador do grupo El Culebrón Timbal, projeto sociocultural voluntário que atua na grande Buenos Aires (Argentina); Maria Benites, coordenadora de programa acadêmico na Universidade de Siegen (Alemanha) e Presidente do Instituto Vygotskij; Felipe Redó, representante do Instituto Cuca-UNE; Jefferson Assunção e Célio Turino. A seguir, o também escritor Célio Turino lança o livro “Ponto de Cultura: o Brasil de baixo para cima”. No dia 28, a roda de prosa acontece na Câmara Municipal de Canoas ( Rua Ipiranga, 123 – Centro) aborda o tema “Cultura e comunicação: ações colaborativas de fomento”, com a presença de Juana Nunes, coordenadora de Articulação e Mobilização em Rede da SCC/MinC); Paulo Sergio “PC” Barbosa, representante da Ação Griô na Comissão estadual dos Pontos Cultura RS; Julia Basso, do Pontão de Cultura Kuai Tema (Paraná) e Vania Pierozan, do Pontinho de Cultura CuriosaIdade – RS. Outras informações sobre a programação SCC/MinC e Pontão Ganesha podem ser obtidas pelo e-mail scc.comunica@cultura.gov.br/. Texto: Zonda Bez (SCC/MinC)

Tambor de Sopapo na TV Brasil

Sopapo, herança dos escravos, tambor da cultura negra gaúcha ecoa pra ser reconhecido, soa pra ser lembrado na própria terra que o recebeu. O Coletivo Catarse vai contar essa história em documentário, com apoio do IPHAN. E produziu reportagem para o telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil, que foi ao ar na noite de ontem, 21.01, para todo o país (exceto para o RS porque o governo estadual do momento não acha importante retransmitir a programação de uma TV pública que foi criada por outro partido político). A Catarse se junta a Mestre Batista, Giba-Giba e Richard Serraria pra que o sopapo sopape nossos ouvidos, pra que a gente possa dançar ao som de um tambor que é a nossa história. Clique aqui para assitir a reportagem: https://tvbrasil.ebc.com.br/reporterbrasil/video/1989/

Crenças a céu aberto

Essa canção nasceu da leitura de uma coluna na revista Caros Amigos, assinada pelo Gilberto Vasconcelos, que tratava da vida e da obra do historiador, folclorista e antropólogo Luis da Câmara Cascudo, um estudioso apaixonado pelas coisas do Brasil e do seu povo. O trabalho de arranjo é coletivo, com uma boa produção do Guilherme. O vídeo é realização da Têmis Nicolaidis, colega de Coletivo Catarse e no Ponto de Cultura Ventre Livre. Seu primeiro trabalho na banda. Publicado originalmente por Marcelo Cougo no blog Mocotó Elétrico.

Cidadão Boilesen

Cinema e subdesenvolvimentoFernando Birri – 1962 De que cinema necessita a Argentina?De que cinema necessitam os povos subdesenvolvidos da América Latina? De um cinema que os desenvolva.Um cinema que lhes dê consciência, tomada de consciência;Que os esclareça;Que fortaleça a consciência revolucionária daqueles que a tem;Que lhes dê fervor;Que inquiete, preocupe, assuste, debilite aos que tem “má consciência”, consciência reacionária;Que defina perfis nacionais, latino-americanos;Que seja autêntico;Que seja antioligárquico e antiburguês na ordem nacional e anticolonial e antiimperialista na ordem internacional;Que seja pró povo e contra anti-povo;Que ajude a emergir do subdesenvolvimento ao desenvolvimento;Do sub-estômago ao estômago;Da sub-cultura à cultura;Da sub-felicidade à felicidade; Da sub-vida à vida.