Mostra Catarse 5 anos à Margem

Comemorando seu quinto aniversário, o Coletivo Catarse convida a todos para a abertura da MOSTRA CATARSE 5 anos à Margem, que ocorrerá nesta quinta-feira, 8 de outubro, às 19h, no Arquivo Público do Estado do RS (Riachuelo, 1031). Na programação, um apanhado das produções audiovisuais do Coletivo nestes 5 anos de existência, entre curtas, médias e longas-metragens, animações, documentários e cinerreportagens. A Catarse estará exibindo esta faceta de seu trabalho sempre nas quintas-feiras, às 19h, no APERS, até 5 de novembro. As exibições serão seguidas de debates. Entrada Franca. Com um trabalho autoral e engajado, o Coletivo firmou olhar nos movimentos e organizações do povo, que entendem a cultura como um direito humano e a comunicação como uma ação transformadora. Hoje, a cooperativa é responsável pela proposta de um Ponto de Cultura, o Ventre Livre, foi premiada com o Vladimir Herzog de Direitos Humanos (2008, junto com a Agência Brasil), com o 8° Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, e menção honrosa no XVII Salão Internacional de Desenho para Imprensa, tem documentários exibidos em vários estados do Brasil, em ações de cidadania e defesa dos direitos humanos. Já trabalhou para dezenas de entidades da sociedade civil. PROGRAMAÇÃOMOSTRA CATARSE 5 anos à MargemSempre nas quintas-feiras, às 19h.No Arquivo Público do Estado do RS (Riachuelo, 1031). 08 de OUTUBROBugigangasCulpa nossa de cada dia Deriva Galpão de triagem Aniversário de Othoniel Espaço Público 15 DE OUTUBROQuilombo Urbano Me dê motivos para ir emboraTempo de Pedra 22 DE OUTUBROSérie Migrantes da CanaKuaray do Sul 29 DE OUTUBROA busca de Maria Questão de Gênero 5 DE NOVEMBROUsina Catende É Possível SINOPSES Bugigangas (7’)As Bugigangas hoje permeiam as relações sociais em diversos níveis, desde aproximar pessoas que estão fisicamente distantes através da comunicação como distanciam as pessoas que vivem próximas, como no caso da família Silva. Culpa nossa de cada dia (6’)Vídeo realizado colaborativamente com o programa Ponto Brasil.Histórias de vida contadas num confessionário em praça pública. Deriva Galpão de triagem (4’30)“O fetiche se constitui pela sua inatingibilidade. Quanto mais distante se apresentam [as mercadorias], mais desejadas são. Os ditadores de ontem e de hoje, servem-se ainda destas estratégias, para se perpetuarem na arte de serem adorados. Uma vez bolinadas, conhecida sua materialidade, o encanto fenece. De forma inteligente os sistemas criam outros, e outros tantos para continuar a ópera”. Trecho de As mesmices globais, de Pedro Figueiredo. Aniversário de Othoniel (2’25)Flanando pela cidade. Dá nisso. Espaço público (5’30”)Exercício de vídeo com câmera fotográfica. A integração do teatro e da rua. Imagens capturadas no ensaio e apresentação da Farra de Teatro, em Porto Alegre – RS. Quilombo Urbano dos Silva (5’)Realizada para o quadro Outro Olhar, da TV Brasil, a reportagem integrou o web-documentário Nação Palmares, vencedor do 30º Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos 2008. Me dê motivos para ir embora (20’)Bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre, 2009. Há quase uma década foi anunciada a construção de um shopping ao lado do Hipódromo Cristal. As obras da primeira fase iniciaram em 2006 e terminaram em 2008. Junto com o rápido progresso vieram os problemas. Ao invés de novos empregos, urbanização de vilas e outras melhorias, surgiu o projeto de remoção de um número expressivo de famílias para a expansão do espaço físico deste empreendimento imobiliário. Tempo de Pedra (51’)Tempo de Pedra acontece na relação de um lugar com suas pessoas; a cidade e os corpos. O cenário é o centro histórico de Porto Alegre/RS. Ali, pousa diariamente a grande feira, auto-organizada e vivida principalmente por pessoas de classes populares; é o fenômeno Camelódromo da Praça XV, uma gigante instalação, que há décadas se configura em um espaço onde espontaneidade, improviso e estética se fundem e caracterizam o modo de ser e agir, no cotidiano intenso da rua. Kuaray do Sul (31’)Kuaray do Sul é uma reportagem cinematográfica em busca do mito guarani Sepé Tirajú, durante a Assembléia Continental Guarani, em 2006. De como sua luz se manifesta na atualidade: no espírito, no coração e nas ações de pessoas simples. Na guerreira gente que luta na vida por terra, por sentimento de comunidade, afirmação cultural, percepção de tempo milenar e dignidade às nossas e às futuras gerações. A busca de Maria (6’)Maria, uma jovem como tantas outras, parte em busca de sua identidade. Questão de Gênero (90’)Acompanha, durante um ano, a vida de sete pessoas que, em comum, têm o sentimento de que nasceram em um corpo que não era o seu. Homens que nasceram mulheres, mulheres que nasceram homens contam como se descobriram transexuais e como buscam viver em sua verdadeira identidade de gênero. Usina Catende (9’)Catende é considerada uma das maiores experiências brasileiras em auto-gestão e economia solidária, fruto da recuperação de um Engenho falido. Em terras de reforma agrária, diversificaram a lavoura, preocupados também com o meio ambiente, e melhoraram muito a qualidade de vida de mais de quatro mil famílias. Reinventaram suas próprias vidas, num processo de desenvolvimento humano (mas também econômico) profundo. É Possível (51’)Desafiar abertamente os poderosos que geram pobreza, desigualdade e concentração de riquezas foi uma luta constante, desde 1984, período em que o MST se transformou em um dos mais importantes e reconhecidos movimentos sociais do mundo. Acompanhando o cotidiano em acampamentos e assentamentos no Rio Grande do Sul, marchas e enfrentamentos, mais contribuições de cinegrafistas ativistas e trechos de filmes, a reportagem traz as principais questões que envolvem o desafio de se fazer a reforma agrária. CONTATOS:Pedro De Camillis51.9826.4685pedro@coletivocatarse.com.br Catarse – Coletivo de Comunicação51.3012.5509catarse@coletivocatarse.com.br

MST desocupa o INCRA em Porto Alegre

O MST desocupou as 13:40 desta terça feira 15 de setembro a Sede do INCRA em Porto Alegre-RS. Mesmo sem ter suas reinvidicações atendidas o Movimento avalia como exitosa esta manifestação. Segundo Antonio de Almeida, o Toninho, os oito dias que as famílias ficaram no Incra e nas Fazendas Antoniazzi em São Gabriel acabaram sem confrontos

Entrevista com Valdely Kinupp

Assista o vídeo do Projeto PANCs [clique aqui]O que de especial te motivou a trabalhar com as plantas alimentícias não-convencionais?Foi a questão econômica e de sustentabilidade, mas também o prazer de fazer um trabalho novo, praticamente inédito, da forma como foi feito. Pensando numa alternativa, desde a sobrevivência na selva, na lida do campo, mas também numa perspectiva de geração de renda, empregos, conservação da natureza, porque hoje a gente vive uma monotonia alimentar. As PANCs, e nossa biodiversidade como um todo, seja ornamental, medicinal, madeireira são, muitas vezes, negligenciadas. Especialmente as alimentícias aqui no Brasil – se a gente olhar a nossa mesa, no que existe de cardápio nos restaurantes, dos self-service ou nas gôndolas dos supermercados e nas feiras, praticamente tudo é exótico, pouco é local, com baixa importância regional, nacional e, muito menos, internacional. O RS, mesmo sendo considerado um dos celeiros do Brasil, não está adaptado a futuras mudanças climáticas – e vários estudos internacionais vêm mostrando que as plantas regionais, as ditas plantas “daninhas”, as plantas espontâneas, são muito mais adaptadas [até por rotas metabólicas e fisiológicas diferentes] ao aumento do gás carbônico e da temperatura no ar, em comparação com as commodities agrícolas. Não estamos preparados para catástrofes e desastres ambientais, porque as pessoas não sabem mais o que comer do seu quintal. E isso é um ciclo vicioso. As crianças deveriam aprender desde cedo nas escolas que existem milhares de plantas que podemos comer. Isso deve ser rotineiro, para que as pessoas deixem de encarar como comportamento de pobre que está passando por carência ou comida para porco. Muitas vezes, nas saídas de coletas que realizamos periodicamente, sempre aparecem curiosos. Eu já aproveito para fazer uma educação informal, mostrando o que é comestível, e mesmo assim, alguns ainda pensam que sou uma pessoa que está passando necessidade, porque estou catando um frutinho qualquer ali no mato. Precisamos quebrar essa tabu. Sabendo que determinada planta é comestível, você não mais a verá como mato. É preciso aprender isso: tudo foi mato um dia, até as pessoas descobriraem que aquilo se poderia comer, com as plantas mudando de categoria e inaugurando um novo paradigma alimentar. Só existe preocupação da sociedade quando ocorrem secas drásticas e as pessoas ficam sem uma planta folhosa local para comerem e precisam trazer de outras regiões. Se, por exemplo, estivéssemos plantando bertalha (e.g., Anredera cordifolia, A. krapovickasii – Basellaceae), como hortaliça aqui no RS e não o alface, os agricultores não estariam passando tantos problemas, porque são plantas que toleram o período de estiagem e co-evoluíram neste ambiente. A bertália foi um dos carros-chefe na minha pesquisa, ou espinafre- gaúcho, como preferi registrar popularmente, que você pode comer as folhas, muito rica em zinco, ótimo para memória, uma planta perene, mas que possui outra boa vantagem: além folhas como verdura, há as batatinhas áreas e também os tubérculos subterrâneos na pequena batata que ela produz que são legumes, com usos similares a batata-inglesa. Destes órgãos amiláceos foi descoberta uma substância nova, em 2007, de proteção para cavidade gástrica, que inibe a ação de tripisina [“Ancordin”]. Alguns estrangeiros queriam comprar cerca de duas toneladas de batata. Cadê o produtor? Não há cultivos racionais desta espécie no Brasil. E continuamos falando da nossa biodiversidade, mas comendo a biodiversidade dos outros continentes/países. Criamos vaca e galinha que não são nossas. Plantamos trigo, arroz, café, laranja, eucalipto e soja, e nada é do Brasil. Cadê a criação de anta, veado, mutum? Cadê o plantio de bertalha, ália, crem, jacaratiá… A domesticação do pêssego-do-mato? E tantas outras hortaliças e frutíferas silvestres com grande potencial agrícola e nutricional. Não existe. As pessoas valorizam tanto suas tradições em cada um dos nossos estados, falam bastante da biodiversidade, mas não a conhecem, e isso é riqueza abstrata. Se fala que a Amazônia vale trilhões. Vale nada. As pessoas estão passando fome lá. Muita gente vivendo precariamente, como aqui, na famosa Porto Alegre, com sua periferia cheia de pessoas comendo mal, sentindo frio ao dormir. Não adianta termos uma biodiversidade imensa na Região Metropolitana se não a comemos ou a utilizamos de forma sustentável para outros fins. Muito menos geramos divisas e empregos, porque ninguém planta. Nós somos xenófilos, gostamos do que é de fora, aceitamos de pronto. Meu intuito é fazer a extensão, a popularização, dessas plantas nativas e subsidiar outras áreas do conhecimento, não ficar uma ação isolada. Que a Agronomia possa estudar isso no aspecto fitotécnico e horticultural;, a Nutrição pesquisar a parte bromatológica;, a Química, a Bioquímica, a Farmácia com a parte toxicológica e fitoquímica. Ninguém pesquisa aquilo que não se conhece. Trazer à tona, resgatar e propor novas plantas para serem incorporadas na dieta humana conduz aos estudos transversais. E aí a importância, num trabalho básico desse como o nosso, de detalhar as plantas nativas. Mas friso que não se pode entender isso como uma verdade absoluta. É uma proposta em construção, que começa desde as experiências individuais dos pesquisadores envolvidos, nos relatos de pessoas que fazem uso tradicional, por dados de etnobotânica antigos. E será apenas um segmento da pesquisa, que servirá como subsídio para outras áreas de conhecimento.E aí, o mais importante disso o que é? Ponderar o uso e ter diversificação. Por isso a ciência é dinâmica. Todas as plantas têm seus prós e contras, seus modos de preparo adequados, períodos de consumo, com maior ou menor sensibilidade das pessoas. Mas nós não podemos blindar as plantas não-convencionais por acharem que são mais tóxicas que as comuns que você tem no dia-a-dia. Há carência de pesquisa, pois o comum é pesquisar só aquilo que está badalado: o morango ou tomate. E não se pesquisa nosso juá nativo, que tem tanto ou mais licopeno que o tomate, porque nem se conhece. Por isso a necessidade da transdisciplinaridade e de fazer essa passagem para o uso real e efetivo da nossa flora diversa. Nós não sabemos nem quantas espécies temos no Brasil ainda – 50 mil?, ficando restrito à Botânica? Não há …

O Olho da Revolução – Mostra de Filmes no CineBancários

O Coletivo Catarse, em parceria com a Associação Cultural José Martí/RS, o CineBancários e SindBancários, está promovendo a Mostra Santiago Álvarez – O Olho da Revolução. Os filmes foram trazidos pela Thais Fernandes, de Cuba, em outubro de 2008. Um dos realizadores mais importantes do cinema cubano, Santiago Álvarez, terá alguns de seus filmes exibidos em uma mostra inédita. Sua obra documental vai do registro da revolução cubana a reflexões sobre momentos históricos das Américas e da Ásia. Fundador e editor do noticiário ICAIC Latinoamericano, sua produção se destaca pela presença ativa do jornalismo, genial uso da montagem e emprego de áudio como parte indissolúvel da ação dramática. O ICAIC – Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos – foi a primeira instituição criada pelo governo revolucionário de Cuba. Em 2009, ambos completam 50 anos. A obra de Santiago, por motivos diversos, ainda é desconhecida do público brasileiro. A seleção da Mostra Santiago Álvarez – O Olho da Revolução, é resultado de uma coletânea de 3 DVDs lançada pelo ICAIC, com alguns dos filmes realizados pelo documentarista. São ao todo 14 filmes, entre curtas, médias e longas. 24/09/09, às 19:00, debate com ORLANDO SENNA Local: CineBancários Rua: General Câmara, 424 – Porto Alegre ORLANDO SENNA Cineasta, roteirista, escritor, jornalista e professor de cinema, foi Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura de 2003 a 2007 e diretor geral da TV Brasil de 2007 a 2008. Foi também diretor da Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Banõs, sediada em Cuba. Realizou, em 1988, em parceria com Santiago Álvarez, o documentário BrasCuba.