As novas experiências de inexperientes oficineiros

Como já falamos, estamos desenvolvendo ofinas de vídeo com crianças, adolescentes e até mesmo adultos em duas comunidades.Uma é em São Leopoldo.A Têmis e o Rafael Vespo estão trabalhando com o Vlady – um parceirão nosso – uma oficina de animação com a gurizada.Dessa, vai sair uma experiência atuada e apresentada por eles.No momento, o Vlady está trabalhando expressão corporal e fazendo com que eles tomem noção dos personagens, além de instigar a criatividade em cima do roteiro.Acho que vai sair um filme super bom.Aguardem que a gente publica por aqui! E a outra é na Vila Santa Rosa, no bairro Rubem Berta.O lugar é tão longe que o ônibus tem que ir pela Freeway.Chegando lá, a sensação é de que se está em uma outra cidade.A Têmis mesmo já deu a tal da gafe: “Vou pegar o ônibus, então, para voltar para Porto Alegre”.A risada foi geral: “Tá certo, então vou lá em casa pegar a enxada pra capinar…” – responderam.É, essa inexperiencia toda traz algumas situações engraçadas – que poderiam até ser constrangedoras, se não fosse a bela natureza das pessoas com quem estamos nos envolvendo.Em uma das explicações que fiz sobre o processo de edição, fui falar sobre o computador como ferramenta: “E aí? Todo mundo tem computador em casa?”.É.Lá estava eu, depois que terminei a pergunta, me indignando com estapafúrdio questionamento: “Rapaz, olha onde tu tá, burrão! Desce desse pedestal pequeno-burguês de quem mora nos altos do Petrópolis! Filhinho de papai, guri de apartamento…” – brigava comigo minha consciência.Consciência esta muito mais feroz do que meus interlocutores.A gurizada caiu na gargalhada!“Ih, tio! AHAHAHAHAAHAH, nem brinca com isso! Tá nos tirando?”.Tá certo, tá certo.Meu lapso foi para saber se todos conheciam computador, se tinham acesso.E minha ingenuidade pequeno-burguesa foi respondida: sim, todos sabiam e tinham acesso a computador.Aliás, isso foi outra coisa que nos chamou a atenção.Há várias Lan Houses pela Santa Rosa, mais do que qualquer outro estabelecimento comercial…Bem, o lance é que está sendo uma experiência sensacional.É muito bonito ver a ânsia de aprender nos olhos daquela gurizada.Com a chegada de equipamentos (é um projeto do MinC), só imagino a reação da galera, pois a Têmis levou uma claquete e foi um negócio… Na seqüência tem mais relatos.Na foto, Têmis, Rafael (de costas) e Vlady (de barba) na rodinha em São Leopoldo.

Joana D'arc registra sua dignidade

A Extensão Comunitária da PUC/RS desenvolve há um ano na Vila Joana D’arc um projeto de geração de renda, que tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida da comunidade. Apoiado pelo programa Fome Zero da Petrobras, agora o Joana D’arc em Luta pela Dignidade terá um registro audiovisual (realizado pela Catarse) do seu processo de construção e das mudanças que gerou na vida de muitos moradores.

Guaranis segundo os Guaranis

De 11 a 14 de abril aconteceu em Porto Alegre a 2ª Assembléia Continental Guarani. A Catarse registrou os quatro dias de atividades que os cerca de 800 índios promoveram no Parque da Harmonia e numa marcha que fizeram junto com outros movimentos sociais até o Centro da cidade. Financiado pelo Centro Indigenista Missionário (CIMI), foram as lideranças guaranis que propuseram um filme falado em sua própria língua, tendo como protagonistas e entrevistados somente os índios.

Kuaray do Sul no Memorial do RS

A reportagem cinematográfica Kuaray do Sul, realizada pela Catarse em 2006, foi exibida em 21 de abril no Memorial do RS, durante programação da Exposição Cultura e Arte Indígena Guarani, promovida pelo Instituto de Estudos Culturais e Ambientais (IECAM) e Artesãos Mbyá-Guarani.

Acampados – cinco filmes para o MST

Produzir comunicação pra ajudar a mudar o estado das coisas. Desejo que nos move e que cria a energia que faz existir a Catarse. Desde a cooperativa anterior – que muitos de nós fizeram parte – pensávamos em um dia trabalhar pro MST e pra esta outra sociedade que o Movimento reivindica, e que seus integrantes têm coragem pra lutar por ela. Na Coomunica não foi possível trabalhar pra movimentos sociais, não seria. Foi por limitações como esta que saimos de lá. Já havia acontecido ano passado quando registramos em vídeo o Acampamento Continental Guarani em São Gabriel, quando a Via Campesina e o Centro Indigenista Missionário nos chamaram pra trabalhar juntos. Agora, em fevereiro, rodamos acampamentos e assentamentos de todo o RS conhecendo por dentro de qual revolução o MST se ocupa, a de promover a nova mulher e o novo homem, que tenham consciência do mundo em que vivem, e concentrem força pra enfrentar os que acham que compraram o direito de mandar no planeta e dele sugar tudo o que puderem pra si. Estes poucos têm sob seus domínios a maioria da população, seja pela alienação que seus instrumentos – como a grande mídia – produzem, seja pelos serviços que seus funcionários nos governos lhes prestam, ou pela miséria que administram, tolhindo a liberdade do homem que não sabe se hoje terá algo para comer. Destas nossas andanças saíram três vídeos que estão sendo usados pelo Movimento no seu trabalho de base, um quarto registro está em finalização e mais adiante editaremos um quinto filme, ampliando as questões tradadas nos outros. Estamos felizes em saber que a comunicação que escolhemos fazer pode ajudar na decisão de pessoas a integrar movimentos como o MST. Abaixo, texto do André no blog agenciadisparate.blogspot.com “Reportagem (de uma série de quatro) sobre a situação de acampados e assentados do MST no Rio Grande do Sul. O primeiro episódio realizado na região de Nova Santa Rita. Um filme de dentro do Movimento, sem demagogia. Uma brecha que a imprensa gorda faz questão de deixar de lado na cobertura sobre reforma agrária no Brasil. Informações manipuladas, opiniões injustas são o que prevalecem no imaginário midiático. A elite brasileira ainda considera perigoso que o povo se una para lutar por seus direitos, porque isso altera as relações de poder na sociedade. Mas para entender o MST é preciso ouvir as pessoas que fazem o Movimento: porque são elas que acreditam na desconcentração de terras, renda e riqueza no campo; acesso ao meio ambiente saudável e amor pela natureza; autonomia como trabalhador; futuro de tranquilidade para suas famílias. Y num país em que o povo mobilizado conduza às mudanças. Pelo fim da exploração, da vergonha e da pobreza. A luta do MST é a luta das pessoas que formam o MST. Terra, justiça e liberdade.”

Dois Cartuns

Esses cartuns vão participar de duas exposições organizadas pela Grafar. O lá de cima é sobre a Monocultura de Eucalipto e o debaixo sobre Aquecimento Global.

Kuaray do Sul

Um filme em busca do mito guarani Sepé Tiaraju junto aos movimentos populares. De como sua luz se manifesta na atualidade: no espírito, no coração e nas ações de pessoas simples.

Rafael lança em livro Artur, o arteiro

O catársico Rafael está lançando seu primeiro livro de quadrinhos. Não é a toa que quem conhece seu trabalho o admira. Leiam o que o Edgar Vasques (autor do Rango) escreveu sobre ele no prefácio: “Rafael tem toda a ferramenta do grande cartunista: o desenho limpo e expressivo, simples (sem ser pobre) que veicula a verve reflexiva e falsamente ingênua das piadas ferinas. Isso o leitor descobre imediatamente no Artur e companhia. Mas tem mais: Rafa é jornalista, editor e visionário. Ainda na faculdade, foi um dos criadores do Bodoque, um zine diferenciado, cujas idéias desembocaram, com coerência e coragem, numa bem-sucedida experiência alternativa de jornalismo e ativismo cultural, que ele vem tocando com seus companheiros. Essa visão jornalística, abrangente e crítica, também está presente na historieta, que se inspira na infância (anos 80) do autor. E, sendo esse autor o multi-Rafa, podemos dizer, sem dúvida e sem trocadilho: essa “infância” é apenas o começo.” Quê: Lançamento do livro Artur, o arteiroQuem: Rafael CorrêaQuando: 23 de outubro, seugunda-feira, às 20hsOnde: Botequim Carioca (Rua Dr. Timóteo, 846, Porto Alegre)Um exemplar, um abraço e um autógrafo = 10 pilas

Usuários do GAPA/RS lançam jornal sobre HIV/AIDS

O GAPA/RS – Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS do Rio Grande do Sul está lançando a primeira edição do jornal Mais Expressão de Vida. Escrito por pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS, o principal objetivo do projeto é ampliar a informação sobre o tema e sensibilizar as pessoas atingidas pela epidemia da AIDS para a adoção de atitudes positivas. Mas também estimular o protagonismo dos usuários da ONG, qualificando-os para atuarem como multiplicadores de hábitos, informações e atitudes relativas à epidemia, tornando-os sujeitos ativos na luta por direitos e construção da cidadania. Catarse promove oficinas de comunicaçãoEm encontros semanais, o grupo recebe orientação de jornalistas da Catarse sobre produção de textos e fotos, debate sobre assuntos relacionados ao HIV/AIDS, escolhe as pautas e realiza entrevistas. O principal diferencial deste jornal é justamente ser escrito por quem conhece por dentro a realidade de viver e conviver com HIV/AIDS, e isso se expressa nos textos. Cada edição conta com um encarte especial produzido por populações específicas, falando sobre suas particularidades. Neste primeiro número foi abordada a situação das travestis. A distribuição dos exemplaresO jornal é distribuído gratuitamente pelos próprios autores das matérias em locais onde a população busca informação ou atendimento para HIV/AIDS, como nas salas de espera nos Serviços de Saúde ou em outras ONGs. A Catarse também é responsável pelo projeto gráfico, diagramação e edição do jornal. Contatos para entrevistas e debates:GAPA/RS – Fone: 3221.6363 – E-mail: gapars@terra.com.brCoordenadora do projeto: Grazielly GiovelliAssessoria de imprensa: Catarse – Coletivo de ComunicaçãoF: 3012.5509