cuRSo de BioconsTRUção no caRnaVal

A busca das tecnologias ancestrais tem como justificativa a potência da nossa própria autonomia. de 4 à 8 de maRço de 2011 CaSa TieRRa – ECOnsciência Hoje temos visto cada vez mais, mega obras de infraestrutura de alto custo, para tentar solucionar o problema dos assentamentos humanos, executadas geralmente por grandes empreiteiras. Acreditamos que as soluções devam ser locais, acessíveis e de baixo custo, valorizando as relações de troca e os conhecimentos tradicionais e locais, com respeito à natureza. A proposta do curso de bioconstrução é apresentar técnicas de construções mais sustentáveis, praticando-as do contexto urbano ao rural de Porto Alegre. Partindo do contexto da cidade consolidada, conheceremos soluções em pequena escala, como do espaço CasaNAT, (centro de referência para edificações sustentáveis no meio urbano) e também no Sítio Recanto das Pedras, na Lomba do Pinheiro, borda entre o urbano e o rural, espaço de moradia, produção e educação ambiental. Seguimos adentrando o rural, no sítio Capororoca, no Lami, espaço de agroecologia, agroindústria, turismo rural e pesquisa. E daí para o Espaço de Conservação Econsciência, situado no Morro São Pedro, em área de Mata Atlântica, ambas localizadas dentro do cinturão verde de Porto Alegre, que, como metrópole, sente os efeitos da expansão desordenada desse modelo globalizado de desenvolvimento. O curso propõe ferramentas e técnicas que possibilitem um olhar crítico e um uso mais sustentável deste espaço. Programação: Dia 4 – ABERTURA DO CURSO – Casa NAT (Olavo Bilac, 192 Cidade Baixa)19:00 – Apresentação dos participantes 20:00 – Dinâmica do curso 21:00 – Aula teórica sobre conceito de bioconstrução; e os Ciclos da Água 22:00 – Encerramento da noite Dia 5 – MANEJO ADEQUADO DAS ÁGUAS – Sítio Recanto das Pedras (Lomba do Pinheiro)8:00 – Encontro no centro de Porto Alegre e translado de ônibus de linha até o Sitio 9:00 – Atividades práticas Montagem da fossa ecológicaMontagem dos leitos de evapotranspiraçãoConstrução da cisterna e montagem do sistema de descarte da água12:00 – Almoço 13:30 – Alternância das atividades práticas 16:00 – Lanche 16:20 – Alternância das atividades práticas 18:50 – Translado para o Econsciência 21:00 – Janta Pernoite no Econsciência Dia 6 – TÉCNICAS DE VEDAÇÃO EM TERRA – Econsciência – Espaço de Conservação7:30 – Café da manhã 8:15 – Aula teórica sobre técnicas de vedação em terra 9:45 – Atividades Práticas Taipa de pilãoMini super adobe em em sacos de panoPau a pique12:00 – Almoço 13:30 – Alternância das atividades práticas 16:00 – Lanche 16:20 – Alternância das atividades práticas 18:30 – Encerramento das atividades práticas 20:30 – Janta 22:00 – Baile Pernoite no Econsciência Dia 7 – ACABAMENTOS ALTERNATIVOS – Econsciência – Espaço de Conservação8:15 – Café da manhã 9:00 – Atividades práticas Reboco com terraTintas NaturaisMosaico de revestimentosReboco com cal12:00 – Almoço 13:30 – Alternância das atividades práticas 16:00 – Lanche 16:20 – Alternância das atividades práticas 20:30 – Janta Pernoite no Econsciência Dia 8 – USO DO FOGO – Sítio Capororoca7:30 – Café da manhã 8:30 – Translado até o Sitio Capororoca 9:30 – Atividade prática Fogão a lenha de alta eficiênciaForno a lenhaSerpentina em fogão a lenha12:00 – Almoço 13:30 – Alternância das atividades práticas 16:00 – Lanche 16:20 – Alternância das atividades práticas 18:30 – Encerramento das atividades práticas e avaliação do curso 19:30 – Retorno a Olavo Bilac Ministrantes: Equipe Casatierra Investimento:Até dia 10 de fevereiro: estudantes – 410 reais ou 3 x 145 reais profissionais – 460 reais ou 3 x 165 reais Até dia 25 de fevereiro: estudantes – 450 reais ou 2 x 240 reais profissionais – 500 reais ou 2 x 260 reais Até dia 4 de março: estudantes – 480 reais somente à vista profissionais – 530 reais somente à vista O valor do curso inclui o transporte ida e volta ao centro de Porto Alegre, pernoite em alojamento coletivo ou camping, café da manhã, almoço, lanche da tarde e janta, material didático e certificado registrado. Faça sua inscrição pelo e.mail institutoeconsciencia@gmail.com ou curso@econsciencia.org.br; ou pelo fone 51 91050910.

Copa: moradores se mobilizam contra remoções no Cristal e na Cruzeiro

Por Raquel Casiraghi. Fotos de Katia Marko, em Comitê Popular Copa 2014. Cerca de 200 moradores do bairro Cristal e da Vila Cruzeiro, na zona sul de Porto Alegre, participaram da assembleia realizada nesta quarta-feira (09/02). População não irá aceitar que prefeitura faça remoções para locais distantes, usando como desculpa a Copa do Mundo de 2014. Para visualizar a galeria de fotos clique AQUI. Aos poucos, os moradores foram se aprochegando ao pátio da Igreja Santa Teresa, na rua Comandaí. Um ou outro chegava com o vizinho ou alguém da família, uma cuia e uma térmica à tiracolo. À medida que os ponteiros se aproximavam das 19h, horário marcado para iniciar a assembleia, o povo começou a vir em grupos; famílias inteiras, mães e pais com seus filhos, todos querendo saber sobre o que iria tratar a reunião. Uma trupe do Levante da Juventude, organização de jovens urbanos, animava com batucadas e cantorias, fazendo a espera passar um pouco mais rápido. Logo que chegou o carro de som, todos e todas seguiram em caminhada pela rua Comandaí até a avenida Divisa. Foi ali, numa esquina com a junção das duas ruas estradas, que a assembleia começou. As lideranças que organizaram a atividade falaram sobre o projeto da duplicação da Avenida Tronco, uma das obras previstas pela prefeitura de Porto Alegre para a Copa do Mundo de 2014, da qual a cidade é uma das sedes. Embora a prefeitura não tenha divulgado dados oficiais, ela estima a remoção de 1,3 mil famílias para a obra. Para onde ninguém sabe, já que a prefeitura ainda não deu nenhuma informação aos moradores e nem às lideranças. Mas de uma coisa se teve certeza: as pessoas não querem sair da região. Seu Darci, do Morro Santa Teresa, trouxe a experiência de luta dos moradores do morro, que impediu a venda da área de mais de 70 hectares pela ex-governadora Yeda Crusius no ano passado. Também alertou os moradores da Cruzeiro e do Cristal para as falsas ofertas de melhoria feitas pela prefeitura. “Cuidado com os bônus de R$ 40 mil oferecidos pela prefeitura. Onde vocês vão comprar uma casa regularizada por esse valor? Bem longe daqui, se ainda conseguirem comprar. Ainda podem colocar vocês numa casa de passagem ou oferecem pagar aluguel (aluguel social) por seis meses. Mas depois desse tempo vocês vão para onde? Povo, não aceitem, não se deixem enganar. Lutem por seus direitos!”, falou Seu Darci, bastante aplaudido pelos moradores. Seu Esio, liderança da associação de moradores da Vila Barracão, falou da importância da participação dos moradores na luta contra as remoções. Michele, uma liderança também do Morro Santa Teresa, chamou as mulheres para participarem da luta. “Mulheres, vamos para a rua exigir os nossos direitos!”, falou animada. Copa Sim, mas com respeito aos direitos da população! Da esquina, os moradores caminharam mais um pouco e bloquearam um trevo, onde está prevista a construção de uma praça, que irá cortar a Avenida Tronco ao meio. Somente para esta obra devem ser removidas 100 famílias. Ali no local boa parte dos moradores já foram avisados pela prefeitura da obra, mas a questionam, principalmente porque sofrem com a falta de infraestrutura. “Moro há 33 anos aqui. Criei os meus três filhos. Esse beco sempre foi assim”, disse meio que resignado um senhor já aposentado. “Minha casa é a quarta, neste beco. Pelo projeto, a porta da minha casa vai dar para a avenida”, explicou o senhor quando foi perguntado sobre quantas famílias seriam removidas do local. Uma jovem, com o seu filho no colo, estava indignada. “Quando aqui chove muito, o esgoto transborda. Tenho que carregar meu filho no colo, caminhando no meio do esgoto. Pedimos há tempo para que a prefeitura arrume esse beco e nada. Agora, quer nos tirar para construir uma praça! Precisamos é de melhorias”. No final da assembleia, os moradores decidiram não responder ao cadastro feito pela prefeitura municipal, rejeitar a construção da praça naquele local e de exigir que, se famílias precisarem ser removidas, que sejam reassentadas na mesma região e não em bairros distantes e de periferia, como a prefeitura têm feito ultimamente com as comunidades. Cada um e cada uma também saiu com o compromisso de chamar os vizinhos para a próxima reunião. Assista o vídeo sobre a mobilização:

FSM 2011 – Dacar – Encerramento e avaliações

Foi tudo muito simbólico. O Fórum Social Mundial 2011 começou celebrando a vitória do povo tunisiano em derrubar o ditador Ben-Ali e terminou, nesta sexta (11), horas depois da queda do presidente egípcio Hosni Mubarak. A feliz coincidência de datas foi mais um elemento para afirmar, como desejavam os movimentos sociais africanos que vieram ao Fórum, o lugar do continente na luta anticapitalista e antiimperialista e na construção de uma nova geopolítica internacional. A cerimônia de encerramento revelou a capacidade de superação dos movimentos altermundistas e sua vontade de aproveitar o espaço do Fórum Social Mundial para de fato construir alianças concretas em torno de suas diferentes lutas. Mais de 20 planos de ação, resultantes das assembléias de convergência que aconteceram nos dias 10 e 11, foram apresentados no FSM para 2011 e 2012. Leia a matéria completa da repórter Bia Barbosa na Ag. Carta Maior.

FSM 2011 – Dacar – Depoimento libertário!

A equipe da Agência Carta Maior, na qual o Coletivo se integrou no FSM 2011, cruzou com Wedad Ekkerda’oui, ativista egípcia, diversas vezes durante esses dias e a apreensão dela por um desfecho positivo no Egito era enorme. Chegamos a colher um depoimento ontem, quando notícias anteciparam a queda de Mubarak. Mas com o discurso da noite do ditador, deixamos o material na gaveta. Hoje, após sabermos da notícia, procurava por ela na Festa de Encerramento. E a encontrei. Em outro depoimento dado à Carta Maior, mais longo, para a repórter Bia Barbosa, instantes antes da queda do ditador Mubarak, a tradutora egípcia afirmava que seu povo está unido de forma inédita, superando barreiras históricas de gênero e de religião. Antevendo o que estaria por vir, ela assegurava então que os protestos continuariam se necessário fosse.

Ninguém pode contra o povo que se levanta

Hoje, o povo venceu. Sempre pode. Viva o povo do Egito! Viva todo o povo do mundo! Aproveito para recordar esta história que Galeano conta em Memória do Fogo III – O século do vento. E que não se pode nunca esquecer: Cinco mulheres – O inimigo principal qual é? A ditadura militar? A burguesia boliviana? O Imperialismo? Não, companheiros. Eu quero dizer só isso: nosso inimigo principal é o medo. Temos medo por dentro. Só isso disse Domitila na mina de estanho de Catavo e então veio para La Paz, a capital da Bolívia, com outras quatro mulheres e uma vintena de filhos. No Natal começaram a greve de fome. Ninguém acreditou nelas. Vários acharam que esta piada era boa: – Quer dizer que cinco mulheres vão derrubar a ditadura? O sacerdote Luis Espinal é o primeiro a se somar. Num minuto já são mil e quinhentos os que passam fome na Bolívia inteira, de propósito. As cinco mulheres, acostumadas à fome desde que nasceram, chamam a água de franco ou peru, de costeleta o sal, e o riso as alimenta. Multiplicam-se enquanto isso os grevistas de fome, três mil, dez mil, até que são incontáveis os bolivianos que deixam de comer e deixam de trabalhar e vinte e três dias depois do começo da greve de fome o povo se rebela e invade as ruas e já não há como parar isso. Em 1978, as cinco mulheres derrubam a ditadura militar. Foto: Reuters

FSM 2011 – Dacar – Manifestação contra Mubarak

No último dia de atividades do Fórum Social Mundial, nesta sexta-feira (11), cerca de 150 ativistas de diversos países realizaram um protesto em frente a Embaixada do Egito em Dacar. A manifestação foi pacífica. Os ativistas pediram a queda do regime do presidente Hosni Mubarak, que, em discurso à nação na noite de quinta-feira (10), ainda resistia a renunciar. Talvez, tenhamos participado do último ato internacional contra o ditador do Egito. Mudanças de rumos. Viva o povo egípcio! Enquanto trabalhávamos na edição deste vídeo aí abaixo, o povo do Egito dava seus primeiros gritos de libertação. A revolução se faz em instantes, mas a luta de um povo é um processo que pode levar seus 30 anos. Acabo de voltar da Festa de encerramento do FSM 2011 e a alegria dos egípcios ali era imensa.

Sobre Viúvas, performance da Tribo

Ontem, me conta Daniel – filho de Edgar e Sandra, dois atuadores do Ói Nóis Aqui Traveiz -, uma mulher chegou ao meio dia para garantir a entrada que é distribuída às sete da tarde. Reclamou que a fila parecia com a do SUS. Quando a performance sobre a ausência lhe deixou presente uma América Latina viúva de muitos homens assassinados por ditaduras, ela pediu desculpas, abraçou o rapaz. É sempre assim, ele diz: “no final da peça nos perdoam” (pelas longas horas na fila). Na estreia, mais de 200 pessoas quiseram conhecer as viúvas, mas menos de 50 podem por cada noite. Houve confusão, e uma funcionária da Usina do Gasômetro chamou a polícia. Uma experiência em teatro de vivência. Em Viúvas – Performance sobre a Ausência, trabalho em andamento. Onde está você, que não se pode esquecer?Agora, são cinco sentados na grama, como se esperassem em música: a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranqüilo. Mas já as rodas giram e o sol que bate no vidro gasto do ônibus da Monumental Turismo inquieta, joga seus pedaços de luz no rosto dos que espiam. Margeamos o Guaíba e a poesia nos mira com suas claridades e sombras. Trapiche. Chegada. No meio do rio, a proa aponta para duas enormes chaminés de uma indústria na outra margem. Dobramos à esquerda. Por trás das nuvens, o céu em lilás já está quase morto no horizonte, de onde a noite vem trazendo o passado. No convés, um passageiro do tempo se levanta, olha para suas lembranças na direção das águas. Quando volta o rosto, já é o personagem que todos escutam: “Foi quando eu estava exilado, foi então que me ocorreu. Eu não conseguia dormir à noite…” “Será preciso nomear esta pátria?” (da angústia, da injustiça), ele põe a pergunta sobre nossas cabeças. Em silêncio, achamos que não. Qualquer carne, qualquer espírito em qualquer geografia latina pode alcançar esta dor. Esta dor que vem de novo, agora. Com a mão em minha barriga o homem de terno preto e óculos escuro me para. Depois, ordena: “Atravesse a passarela e coloque-se em terra firme”. Na entrada da ilha, outros iguais a ele nos esperam com matracas atravessadas sobre o peito. Iguais, talvez, as que foram usadas para transformar pais, maridos e filhos em horror e cadáveres. Penso no poder do aço dos que governam atravessando a resistência dos que sonham a liberdade. Na pedra iluminada, junto ao rio, uma mulher canta em uma língua estranha. Mas a melodia eu entendo, conversa comigo. Ela avisa: “Temos esperado, todas as mulheres. Há muito que estamos esperando.” Um outro atuador passa em revista aos que desembarcaram, encara, bem de perto. Alguns minutos para sentir o lugar. Logo, o peso das botas em marcha sobre a laje assusta outras viúvas, desesperadamente coloridas, enlouquecidamente solitárias e tristes. Este novo e velho ditador tem palavras para ludibriar: “Na memória de alguns a guerra continua. Se formos capazes de esquecer o passado, as feridas vão cicatrizando. Democracia, uma nova terra para um povo novo…” Mas viemos aqui para não esquecer, todos. “Os desaparecidos políticos são fantasmas que voltam sempre. Querem lembrar que não podem ser esquecidos”, está escrito no material de divulgação da performance. A Tribo um canal para que eles nos encontrem, nos falem. Então, aquela mulher de antes já carrega suas cadeiras vazias sobre as costas. No meio da escada, me olha nos olhos, nos seguramos os dois, um dentro dos olhos do outro. “Ali, onde o rio pensa numa direção e depois muda de opinião, foi ali que eles morreram.” Estamos nas ruínas do que foi um presídio. Nas celas, os presos são as mulheres socando pilões. Ela sua, todo o rosto, toda a alma, e bate contra o milho que jorra. É Alexandra. Desta vez desviei o olhar, fui para as inscrições na parede: “Pirata 14.05.82”, esteve ali. “Eu chorava e minha mãe não escutava” – foi gravada quando, por quem? O presídio foi desativado apenas em 1983. Vem de novo a mulher, a da pedra e da escada, a que conduz a dor, a revolta e o choro. Sophia. A que põe a mão em meu peito, enquanto conta. Que um pai vira fumaça preta, fumaça e cinzas. Onde está teu marido, Alexandra? Onde está Emiliano? Onde está Miguel? Onde estão todos? Os nomes vão sendo chorados, gritados pra fora com saliva. Chove milho sobre a agonia da viúva. De joelhos, ela recolhe grãos sobre os pés dos que assistem mudos, mudados. Em pé, abraça a gente que veio lhe ver, neste funeral sem corpo. Sarah, a fotógrafa que muitas vezes esqueceu a câmera pendurada no pescoço pra viver as emoções da peça, me diria depois que aquelas mulheres eram como os presos puídos, triturados ali como milho no pilão. Enlouquecidamente solitárias e tristes. Menos na festa. A festa aconteceu anos antes e está sendo recordada agora. Nós entramos dentro das lembranças, e interagimos com elas. Outra época, outra atuadora, então uma jovem sorridente me leva pela mão até o baile. Bebo vinho, ao som da gaita e do cajón. Meus olhos dançam na roda, giram, bato palmas. Às vezes, o rio me acorda. Um mosquito zune em meu ouvido. Sob o céu, à noite, entre escombros, envolvido em águas. Na festa, converso com um camponês. Ele me diz que a produção no campo está aumentando porque muitos são os que abandonam os latifúndios e se juntam aos que tem os dedos de terra, os que trabalham em coletivo, sem patrões, os que constroem o destino, e que agora dançam em minha frente. “Ao nosso redor existem aldeias, aldeias dos vivos, aldeias dos mortos”, a anciã ensina ao mais moço. É a nossa história. Para enxergá-la, vemos os corpos nus, descobertos, amontoados, imóveis. Dois personagens falam, mas não os ouço mais. Quando voltam os ouvidos para o corpo, só escuto o motor do barco. Estamos outra vez no convés, e desta vez engolidos pelo escuro, quando os fogos são acessos na …

FSM 2011 – Dacar – Boaventura defende ações coordenadas para implodir o sistema

A pergunta colocada nesta quarta-feira (9) pelo sociólogo português Boaventura de Sousa Santos aos ativistas do FSM foi: como produzir muitos Cairos ao mesmo tempo a ponto de mudar o sistema? “Nosso desafio é criar protestos sociais simultâneos e sincronizados em todo o mundo, com diferentes agendas políticas, mas convergentes na crítica aos Estados não legítimos. O que é novo no Cairo é que, ali, a partir da troca de informações, conseguiu-se uma sinergia na ação do ponto de vista nacional. Mas ainda não conseguirmos promover ações globais para desestabilizar o capitalismo”, disse. Veja a íntegra da fala de Boaventura no FSM 2011-Dacar.

FSM 2011 – Dacar – Fatimatou Djibo, da Via Campesina

Entrevista com a agricultora Fatimatou Djibo, do Níger, uma da líderes da delegação da Via Campesina no Senegal, que informa sobre a campanha contra a violência às mulheres, que o movimento reforçou este ano aqui em Dacar; também explica as ações dos campesinos contra as sementes transgênicas e critica a alta dos preços dos alimentos em nivel mundial.

Merenda escolar sustentável

O vídeo que o Coletivo Catarse produziu para a ong ANAMA, sobre a merenda escolar no município de Maquiné, foi ao ar no telejornal da TV Brasil, na segunda passada, dia 07. Uma postagem com a versão completa da reportagem foi publicada aqui em dezembro. Esta, a versão que foi ao ar na TV: Você também pode assistir o vídeo direto na página da TV Brasil ou no site do Overmundo.