PARADA LIVRE de Porto Alegre

O Coletivo Catarse realizou uma reportagem sobre a 14ª Parada Livre de Porto Alegre, realizada no último dia 28 de novembro no parque da Redenção. Milhares de pessoas participaram da Parada que consiste na maior manifestação pública do Movimento GLBTS. Confira a reportagem.

RBS no Osso

Relato enviado por Ana Campo sobre atuação da gorda mídia no último final de semana: “Era o auge de três dias de ensinamentos, rituais, medicina Kaingaing. O tradicional batizado no qual o chá frio é bebido e derramado sobre a cabeça, também serve de cura àqueles que já passaram pelo bautismo. Pajés do interior do estado estavam no Morro do Osso, localizado na zona sul de Porto Alegre, para o evento organizado pela comunidade Kaingaing que lá vive desde 2004, composta por 31 famílias. Eu fui de ônibus Serraria que me deixou na boca do morro. A vista, o guaíba, deslumbrantes. Até os índios o caminho é de casarões e silêncio desértico, a subida convida a perder-se e achar alguém para certificar-me de que a memória não anda tão mal é tarefa difícil. Quem existe ali são os porteiros, pintores, seguranças. Por sorte, abordei uma moradora saindo de casa, arredia abriu a janela do carro e me deu indicações. Chegando à comunidade, o cenário é outro. O conforto? Do lado de fora, entre as árvores, à sombra, as casas de madeira apenas necessárias. Muita gente, música e a alguma fumaça das ervas em queima para preparação do chá. Não estava lá para ser batizada, curada ou passar por qualquer manifestação estranha a meu ceticismo e sim para aprender sobre ervas e rever os amigos Kaingaingues sempre ativos culturalmente e lutadores cônscios de seu direito à moradia e da garantia do respeito à sua ancestralidade. Na fila do chá, uma repórter. Televisiva, ela anunciava em alto e bom som que seria batizada, o cacique alertou: – Será curada. Biólogos, antropólogos, amigos, registrávamos aquele encontro de pajés com nossos mega pixels. O estranhamento já estava quase brechtiano sob a literal narração de cena protagonizada pela repórter quando o “câmera”que a acompanhava escrachou de vez e bateu boca com Luis, que fotografava ao lado. A disputa? Por espaço para captar as imagens. A discussão não teria cabimento ali, em meio aos pajés, em meio a tudo. O cacique interveio prontamente e exerceu a liderança que lhe foi incumbida, pela qual responde diariamente e, durante a qual foi covardemente baleado pela Brigada Militar em operação da SMIC em pleno Brique da Redenção. E o cacique Valdomiro disse à equipe da empresa de comunicação mais poderosa do estado que ali não era local de intolerância e prepotência, que todos ali tinham direito ao registro, que nenhum convidado seria desrespeitado e mais, que dali saíssem imediatamente e deixassem as imagens como prova cabal de quem tumultuou a cerimônia. Candidatos de A a Z que se aliam ao diabo para ter mais dois minutinhos de tv durante as campanhas eleitorais, pasmem, o cacique pôs a RBS morro abaixo. E tudo continuou como previsto, os pajés batizando, quem desejava devidamente batizado, a música testemunhando, as câmeras registrando, eu anotando. O cacique pedindo desculpas pelo comportamento, dos outros. Meu vegetarianismo não ficou para o churrasco. O ceticismo? Nunca em relação ao ser humano, em meio a debates infindáveis e abstratos sobre democracia e direito na sociedade de classes pós-moderna, o cacique provou que sua ancestralidade entende de democracia, direito e dignidade. Que democracia é qualquer coisa menos o aparente multiculturalismo apresentado pelo monopolismo. A disputa por espaço? Disso o Maurício, a Ione, o Jayme, a Marlene entendem muito bem, afinal, os “empreendimentos” de RBS/MAIOJAMA desejam, de um jeito ou de outro, estar no morro para captar as melhores imagens”.

Parada Livre de Porto Alegre

O Coletivo Catarse fará a cobertura da parada livre que será no próximo domingo no parque da redenção. Mesmo com as ameaças homofóbicas de grupos nazista gaúchos, divulgados na mídia comercial, o movimento GLBTS aumentará a festa que consiste na maior manifestação pública do movimento social. Participe!

"quero minha liberdade de crítica. por ela já passei dois anos na cadeia"

Está imperdível a postagem “Estava autorizado a cascatiar”, do blog Ponto de Vista, por W.U. Há 6 anos tentamos, pelo Coletivo Catarse, fazer JORNALISMO, como sempre nos orienta Ungaretti. Não abrimos mão de esticar a corda até o limite em qualquer trabalho que façamos. Já fomos censurados algumas vezes, das formas mais esdrúxulas possíveis. Toda vez que dividimos nossas angústias com o professor sobre esses momentos, ele sempre nos indica o caminho da certeza: “Se eles censuraram, é por que vocês acertaram na veia”. Fui testemunha de defesa do dois processos absurdos movido pelo fotógrafo do Grupo RBS contra W.U. e pude confirmar que tudo não passaria de um sujo jogo de cena, se não fosse a ousadia e firmeza do Ungaretti, que deixou registrado para a história da Justiça os valores primordiais da ética de nossa profissão. Numa das audiências do criminal, acompanhei do lado de fora da sala o passa-régua que Ungaretti deu no showtógrafo durante mais de 90 min, sendo ainda interpelado por uma promotora do Ministério Público e pelo juiz. Escutava, sem muita definição, a voz firme e alta do Velho durante o tempo todo que falava – a situação tinha engrossado. Quando saiu da sala, Ungaretti parecia flutuar dois dedos do chão. Olhou nos meus olhos e no do Adriano Santos [Celeuma] e soltou: “Acabei de lavar a alma”. Espero que a Justiça libere o quanto antes o depoimento desse dia para publicação. Já escutei a leitura de várias partes e é um documento primiroso de enfrentamento à gorda mídia. “Deixei registrado quase tudo que considero importante nesses 40 anos de jornalismo que vivi. Agradeço imensamente a oportunidade”, me dizia ele, repetidas vezes, naquele dia. Leiam a porrada: “Continuo impedido de – livremente – comentar determinadas matérias e fotos de Zerolândia (jornal Zero Hora/RBS). Estou submetido a uma multa diária de 150 reais caso desrespeite esta determinação da Justiça. As ações foram movidas por um funcionário com 35 anos de firma. Uma cria da Casa, como se diz. Em primeira instância, na espera criminal, fui absolvido. Existe a possibilidade de recurso por parte do funcionário/RBS. Ele está obrigado a pagar as custas do processo e o meu advogado. Estou com todo o conteúdo da revista eletrônica Pontodevista – trabalho de sete anos – fora da rede, material que era usado em atividades didáticas de ensino de jornalismo na UFRGS. Não havia como “limpar” este material dos conteúdos que motivaram as ações. Escrevo estas notas, periodicamente, não só para informar os novos leitores do Blogpontodevista, mas para que cerca de 150 a 200 leitores diários, em Brasília, tenham consciência dos mecanismos de censura a que estão submetidos jornalistas que trabalham com a Internet, como último espaço que, em princípio, seria possível exercer a crítica. Resolvida esta pendenga, favorável ou não a Pontodevista, irei apenas assinalar que os meus reais objetivos já foram alcançados. Deverei ressaltar também que, independente do resultado final, continuarei sendo o professor Ungaretti, cuja história é de 45 anos de militância política (dois de cadeia), 40 de exercício do jornalismo, e quase 20 como professor. E nenhum prêmio. Ainda, em um outro momento, pretendo agradecer a todos os integrantes da rede de conivências corporativas por não terem se manifestado em solidariedade. Mesmo sabedores de quem eu sou e da minha história, assim como sabedores, também, do histórico do funcionário/RBS. Caso isso acontecesse teria ficado em uma situação de absoluto constrangimento e sob suspeitas. Não é por acaso o silêncio. É preciso ressaltar, ainda, que não por qualquer tipo temor abandonamos a crítica diária a Zerolândia. É uma prática repetitiva. Este espaço pode ser ocupado por outros até mesmo como aprendizado. Só enventualmente estaremos analisando uma ou outro aspecto, mas muito mais com o espírito de não perdermos o treino. Não é mais o centro de nossa atividade. E, ao final de todo esse processo, em caso de uma solução favorável, não temos a mínima intenção de qualquer comemoração. Pelo contrário. Ficará apenas a lástima de não termos ampliado, na ocasião, as críticas a todos os que foram coniventes com as práticas do funcionário. O cara fazia o que fazia com autorização, ou no mínimo com a omissão, do chefe da fotografia e do editor do jornal. Poderia dizer muito mais, mas quero distância de tudo isso. Alguém, também, deve ser responsável pela matéria “O estatuto do desarmamento bandido da Vila Cruzeiro”. quero minha liberdade de crítica. por ela já passei dois anos na cadeia “fui avisado por um ‘colega’ que não era saudável ler teu blog (PONTODEVISTA) na redação (ZH) nem dizer-se teu amigo logo que comecei lá.” Reproduzi, no Facebook, este pequeno trecho de um e-mail que foi enviado por um ex-aluno. E a seguir fiz o seguinte comentário: alguns ex-alunos me confirmaram este comentário. Um Bundão, da velha geração, chegou a pedir para uma ex-aluna defender o carinha que está me processando. Pode isso seu Richardo Chaves, o Kadão? Essa informação conta ponto prá ti na firma? Faça bom proveito! E você me conhece desde dos tempos da sucursal da Veja dirigida pelo Paulo Totti. Quero ser processado por todos vocês. É uma grande oportunidade de deixar registrado, nos anais da Justiça – para a história – o que penso deste lixo de jornalismo. Mesmo que isso me custe o quase nada que eu tenho. quero minha liberdade de crítica. por ela já passei dois anos na cadeia todos foram coniventes com as cascatas. Ninguém é inocente nesta parada. O fotógrafo é um coitado, instrumentalizado pelos editores. Estes instumentalizados, conscientemente, pelo PRBS para quem venderam a alma. Só falta quererem me provar que o Marcelo Rech e o Ricardo Chaves (Kadão) não sabiam que cascata é cascata. Juro, quero distância de tudo isso. Não tenho interesse nesse confronto. Até pelo simples fato de que tenho consciência de não sou nada diante do crimonoso poder do PRBS. Quero o exílio. Quero ser esquecido no ambiente da categoria, assim como na área do ensino de comunicologia da UFRGS. Mas tenho certeza de …

LLAMADA PORTO ALEGRE: oficinas de candombe e encontro de tambores

LLAMADA PORTO ALEGREOficinas de candombe e encontro festivo com tambores uruguaios e brasileirosConvidado especial: Sebastián Jantos* (Uruguai) No mês da consciência negra, Tamborearte Produções e o Centro Cultural Afro-Sul Odomodê promovem a integração de tambores brasileiros e uruguaios. O evento aconterá em dois momentos: uma oficina e uma festa, ambos ligados ao candombe, cultura popular e tradicional afro-uruguaia tocada e dançada principalmente no período de carnaval. A oficina acontecerá em três módulos progressivos, dias 24, 25 e 27 de novembro, das 19h às 21h. No sábado, último dia da oficina, será realizado um encontro festivo na qual o oficineiro, compositor e multi-instrumentista uruguaio Sebastián Jantos e seus convidados especiais (Filipe Narcizo, Lucas Kinoshita e Zé Ramos) farão um show autoral para abrir a noite. Seguem a festa o grupo Maracatu Truvão e a cuerda de candombe do oficineiro, Guerreros Ijigbò. Por último, e em comemoração ao legado percussivo africano, as alfaias e os tambores uruguaios farão uma integração com tambores irmãos. Dentre eles, o gaúcho tambor de sopapo, os djambês do Odomodê Tambor, os berimbaus e os tambores de Maçambique do Nação Periférica. Durante a festa, os oficinandos terão a oportunidade de mostrar o resultado tocando juntos em uma comparsa, formação com grande número de tambores de candombe. O grupo Africanamente fará uma roda de capoeira Angola e nos intervalos das apresentações, Lucas Luz discotecará seu set cheio de ritmos das diversas culturas tradicionais e populares do Brasil. Dentre eles, côcos, maracatus, congados, carimbós, cirandas, caroços, bandas de pife, afoxés, jongos, sambas de roda e é claro, candombes e murgas uruguaias. Oficina: 24, 25 e 27/11Horário: 19h -21hInvestimento: R$ 20,00 cada módulo, pacote antecipado dos 3 módulos R$ 50,00. Festa Show: 27/11Com Sebastián Jantos e convidados, Cuerda Guerreros Ijigbó, Maracatu Truvão e tambores irmãos.Horário: 22hIngresso: R$ 8,00 *Sebastián Jantos é músico e multi-instrumentista: arranjador, compositor, toca percussão, baixo, guitarra, violão, acordeón e canta melodias com peculiaridades rítmicas. Apreciador e pesquisador da música brasileira, tem feito shows por Maranhão, Ceará, Santa Catarina, Curitiba, Porto Alegre, Pelotas, entre outros. Sebastián tem um CD lançado intitulado “Fui Yo” e está gravando outros 2, “Hoy” (também solo) e “Próximo”, com Javier Cardellino. https://www.myspace.com/sebastianjantos Oficina de Percussão:Tambores de Candombe, com Sebastián Jantos (Uruguai) O Candombe é uma manifestação da cultura popular uruguaia com suas raízes na herença percussiva africana. Os tambores são tocados nas ruas, principalmente nos carnavais e feriados, acompanhados de muita dança. Em grande número, os tambores consituem uma comparsa e em menor número são chamados de cuerda, que deve ter no mínimo 3 tambores: o chico (mais agudo e com função de condução), o repique (médio e responsável pela clave e floreios) e o piano (o mais grave e que dá a marcação), cada um tem uma técnica específica de ser tocado.Com foco na prática e integração dos participantes, a oficina abordará alguns ritmos tocados no carnaval Urugauio, como o Candombe, a Habanera, o Milngón e os Afros, além da contextualização e história da música afro-uruguaia. Datas: 24, 25 e 27/11 (quarta, quinta e sábado).Local: Afro-Sul Odomodê (Av. Ipiranga, 3850).Horário: 19h às 21h.Faixa etária: a partir de 13 anos.Nível: não há pré-requisitos. Se tiver tambor de Candombe e baquetas, favor levar.Preço: R$ 20,00 o dia de oficina. Pacote com os 3 módulos R$ 50,00 até 22/11. Inscrição e reservas:Pelo e-mail: jumkino@terra.com.br , aos domingos no Odomodê, das 12h às 15h no restaurante Mantra (Rua Santo Antônio, 372) ou no instituto de bateria Bateras Beat (Rua Garibaldi, 698).As inscrições só serão efetuadas a partir do pagamento e as vagas são limitadas. Módulos da Oficina de Candombe: Módulo I01. Introdução;02. Construção, desenvolvimento e evolução do gênero em um marco de referência geográfico e temporal;03. Primeira aproximação aos elementos musiciais do candombe;04. “Ping-Pong” de perguntas e respostas. Módulo II06. Estudo pormenorizado dos elementos musicais do candombe (os tambores, sua técnica de execução, os padrões rítmicos e suas variações conforme os bairros de Montevidéu;07. Prática com os participantes. Módulo III 08. Prática com os participantes;09. Introdução a outros ritmos tocados nas “comparsas afro-uruguaias”10. Formação de uma “cuerda de tambores” para sair na rua tocando. Assuntos AbordadosANTECEDENTES HISTÓRICOS:OrígensAs naçõesDas nações às sociedadesAs comparsas das sociedades de negros e “lubolos”Os tamboresOs bairros A MÚSICA AFRO-URUGUAIA:A expressão musicalo afro-uruguaiaO tamborToques básicosA música dos tamboresToques de madeiraToques de pianoToques de chicoToques de repiqueMúsica que executam os tambores nos cenários de carnaval.MilongónHabanerasAfros APOIOS: Ponto de Cultura Ventre Livre, Catarse Coletivo de Comunicação, Nazari Stúdio, FÉsta Pesquisas em Culturas Populares e Tradicionais, Instituto de bateria Bateras Beat, Bataclã FC, Nação Periférica, Mantra Restaurante, Africanamente, Maracatu Truvão e Pizzinha. REALIZAÇÃO: Tamborearte Produções. Uns vídeos: Sebastian Semperena da Cuerda Guerreiros Ijigbò: https://www.youtube.com/watch?v=akKcX-aZCs4&feature=mfu_in_order&list=UL John Silva do Nação Periférica: https://www.youtube.com/watch?v=bV14Tqpg7xQ&feature=mfu_in_order&list=UL Edson Angoleiro do Africanamente: https://www.youtube.com/watch?v=UEtwvU_cmaI&list=ULUIcuzlvm3xE&playnext=1 Lucas Kinoshita da Tamborearte: https://www.youtube.com/watch?v=zGZr4daXLQg

Semana da Consciência Negra

O Coletivo Catarse realizou reportagem que foi ao ar na terça-feira na TV Brasil sobre a Semana da Consciência Negra. Tratando em depoimentos da criação da identidade negra no Brasil, expõe um pouco do questionamento de um povo que sofreu humilhações desde a sua chegada no país e que, com muita forçca, consegue passar adiante o orgulho de ser negro. Alguns desses depoimentos são parte do filme O Grande Tambor, que o Coletivo Catarse está produzindo e que será lançado em dezembro. A montagem da matéria é de Sérgio Valentim e Jefferson Pinheiro.