O boi, a árvore e os Kaiowá Guarani

por Egon Heck, publicado no Brasil de Fato A imagem marcante desses dias na imprensa do Mato Grosso do Sul é de centenas de cabeças de gado que morreu de frio, espalhados pelas fazendas na região do extremo sul do Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai. Conforme dados da imprensa, chega a quase quatro mil cabeças de gado que morreram em função do clima frio, conjugado com outros fatores, dentre os quais a irresponsável devastação total das árvores e da mata atlântica e serrado. Ontem, um dos fazendeiros, dando-se conta do quanto tem sido equivocada e absurda a devastação da floresta, se dispôs a plantar árvores em sua fazenda! Triste sina de um pensamento hegemônico, capitalista, para o qual, árvore boa é árvore morta, o mesmo que se afirmava dos índios, os protetores seculares das matas e do meio ambiente. Floresta morta, gado lascado Fatos como o que estamos assistindo nesta região, são apenas a ponta do iceberg do que está por vir, caso se continue na trilha absurda da devastação, do envenenamento e morte das árvores, das águas e da terra. Apesar das claras evidências de que esse tipo de economia do agronegócio da monocultura e da acumulação rápida, a qualquer preço, esteja levando a mudanças climáticas acentuadas com enormes impactos sobre todos os sistemas de vida e sobrevivência ameaçada, nada parece conter essa lógica necrófila do capitalismo. Quando um dos técnicos foi dar seus sábios aconselhamentos de como enfrentar esse cenário apocalíptico da mortandade do gado, simplesmente conseguiu dizer o óbvio ululante: precisa ter árvores que contenham os ventos frios e sirvam de abrigo para os animais diante da agrura do tempo. Quando os Kaiowá Guarani ficam tristes diante da constatação de que a maioria de suas terras que esperam ser demarcadas, são na sua sábia visão “terras mortas”, ou seja, sem árvores, apenas com capim ou expostas há dezenas de anos ao sol, chuvas e venenos. E o pior, são considerados preguiçosos e vadios quando deixam a natureza se recuperar minimamente em terras como Panambizinho, próximo a Dourados, que recuperaram no final da década de noventa. Possivelmente as lições não serão aprendidas. Ao invés de se partir para um discussão séria sobre a recuperação ambiental, urgente e necessária na região, onde o índice de mata nativa em algumas regiões fica abaixo dos 5%, quando o mínimo exigido por lei seria de 20%, se passará a outras atividades produtivas do agronegócio, como o plantio de cana, soja…Ou, como já está ocorrendo, se transfere o gado para o calor tropical da Amazônia. Triste destino de um país, guiado apenas pela lógica da acumulação, do desenvolvimento acelerado e qualquer preço. Quem sabe, pelos menos nas escolas os professores ajudem os alunos a entenderem as causas reais desses fatos para que se possa caminhar para mudanças profundas na estrutura fundiária, meio ambiente e sistema de produção. Anuncia-se que mais gado continuará morrendo em conseqüência de complicações decorrentes do frio intenso por que passaram, sem árvores para os protegerem do frio, do vento e do chuvisco. Enquanto isso os Kaiowá Guarani, em seus confinamentos e acampamentos além do frio, passam fome e seus territórios continuam sem demarcação. Egon Heck – Campanha Povo Guarani Grande Povo, Dourados, inverno de 2010

X Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

O Coletivo Catarse está participando da equipe de cobertura colaborativa do X Encontro de Comunidades Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. O encontro é organizado há dez anos pela Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge – evoluiu a partir da experiência do Festival de Cultura da Vila de São Jorge (Alto Paraíso – GO), nascido em 1998. Simultaneamente, diversas atividades culturais (Shows, Momentos Rituais, Oficinas, Prosas, Encontro de Capoeira e Feira de Oportunidades Sustentáveis), em diferentes espaços (Aldeia Multiétnica, Palco, Igreja, Espaço Dona Chiquinha e Seo Domingos, Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, Espaço Seo Tilu, Espaço Mamulengo, Escola, Galpão do Artesão e Raizama), propiciam,pelos cinco sentidos, uma intensa apreensão e uma vivência profunda das riquezas da Chapada. Além de integrar mais fortemente as expressões culturais da região, promove o intercâmbio dos locais com realidades similares nacionais (Santa Rosa dos Pretos/MA, Povo Kayapó/PA, Povo Krahô/TO, Ganhadeiras de Itapoã e Zambiapunga/BA, Maracatu Leão Coroado/PE, Violas de Cocho/MT, etc.) e com o que é produzido por artistas que atuam em áreas diversas e com diferentes linguagens – de projeção nacional e, até mesmo, internacional, mas sempre ligados à estética das culturas populares e tradicionais (Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, Siba, Roberto Corrêa, Marlui Miranda, Cordel do Fogo Encantado, etc.). O coletivo catarse realizará oficinas de produção audiovisual e autogestão com os índios que irão produzir um vídeo durante o encontro sobre a integração das 11 etnias durante os 7 dias na aldeia multiétnica. Reportagem Sérgio Valentim – Coletivo Catarsefotos Fabrizio Franco – comunicação encontro

Hoje: Assembleia Estadual Negra e Popular

Nem o Ouvidor da SEPPIR é Joaquim Nabuco, Nem Lula e Sarney são, respectivamente, a Princesa Isabel e o Conde D`Eu, nem o Senador Paim é, como vaticinou o velho historiador Décio Freitas, já falecido, um “Zumbi no Senado” se aproximando mais da figura trágica do tio do mesmo, Ganga Zumba, que fez um acordo espúrio com os representantes da Coroa Portuguesa, em detrimento dos Quilombolas Palmarinos, tampouco, o Estatuto da Igualdade Racial é a Lei Àurea do Século 21. A História não se repete, a não ser como uma farsa. Companheiros(as), segue nota pública da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas sobre a Sanção ao Estatuto dos Ruralistas (Dito da Igualdade Racial) Hoje às 19h Assembléia Estadual Negra e Popular da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas no Quilombo dos Silva : Rua João Caetano 1170, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS. Próximo ao Colégio Anchieta. Onir GT-Quilombola MNU-RS NOTA PÚBLICA O ESTATUTO CONTRA O POVO NEGRO A aprovação do Estatuto da Igualdade Racial por acôrdo do DEM, da SEPPIR(Secretaria de Promoção de Políticas para Igualdade Racial do Governo Federal) e de forças minoritários do Movimento Negro Brasileiro deixou um saldo negativo e um sentimento de derrota na maioria da militancia e entidades negras. Este sentimento trouxe para a cena, uma mobilização pelo NÃO SANCIONAMENTO do “ESTATUTO” pelo Presidente Lula. Porém depois de uma lista com mais de 300 assinaturas, 178 entidades negras e populares encabeçadas pelo MNU ( Movimento Negro Unificado), CEN ( Coletivo de Entidades Negras), FONAJUNE ( Forum Nacional de JUVENTUDE NEGRA), Circulo Palmarino e pela CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas, UNEAFRO, pedindo a retirada o estatuto do senado, observa-se agora, que o sentimento de repudio ao Estatuto aumentou AGLUTINOU EM TODO PAÍS ORGANIZAÇÕES HISTÓRICAS IMPORTANTES NA QUESTÃO RACIAL E POPULARES NO PAÍS COMO MST, TRIBUNAL POPULAR, E SINDICAL COMO INTERSINDICAL, CONLUTAS E FASUBRA, QUE SE RECUSAM A FESTEJAR O SANCIONAMENTO DESTE ESTATUTO PROMOVIDO PELO GOVERNO BRASILEIRO, NESTE 20 DE JULHO QUE FICARÁ MARCADO NA HISTÓRIA COMO DIA DO RETROCESSO DE 50 ANOS NA HISTÓRIA DE LUTA DO MOVIMENTO NEGRO BRASILEIRO. A escalada de ataques as conquistas da população negra começou com as ADI contrarias as cotas, depois, com o uso do mesmo instrumento no STF, contraria a atual regulamentação ds terras quilombolas, por iniciativa dos ruralistas do DEM e do PMDB.A aprovação do estatuto excluiu as cotas (serviço público, universidades e candidaturas nos partidos politicos, o direito a Reparação Indenizatória, os Direitos Quilombolas e os Avanços das Políticas de Saúde da População Negra); provocou um retrocesso em todas as reivindicações e conquistas do MN brasileiro nos ultimos 50 anos, com a descaracterização da nossa africanidade, da nossa herança negra, de responsabilização do escravismo como crime de lesa humanidade, e até de auto-reconhecimento da nossa negritude, com o proposito de apagar com um passe de mágica, 500 anos de historia nacional, e a participação de negras e negros. A maior agressão sob o mando ou a conivência dos estados, tem sido o genocídio perpetrado contra a juventude negra, em todos os governos. O uso do DO APARATO ESTATAL como justificativa para os assassinatos de jovens e da população negra EM CONFRONTO POLICIAL, bem como o Golpe dos Ruralistas do DEM e do Governo serve para legitimar estes crimes, e tentar recolocar os negros, naquilo que eles julgam ser nosso lugar, longe das boas escolas, das universidades públicas, dos bons empregos, da representação política, fora do poder. Por esse motivo ,conclamamos a Assembléia Negra e Popular e da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas , no dia 30 de junho em Brasília , que reuniu , 150 lideranças do MN e Quilombola , de Organizações Populares , Sindicais e deliberamos que estariamos fortalecndo este processo nos Estados e Regiões de forma Organizada. A Primeira Assembleia foi realizada na Bahia com Auditório da Universidade Católica da Lapa lotado de lideranças quilombolas que vieram das diversas regiões e das zonas de Conflito do Reconcavo Baiano , lideranças de Matriz Africana dos Terreiros que hoje assumem o Projeto Mulheres da Paz na BA, o segmento de Juventude Negras das Periferias da Cidade mais negra do país , organizaçoes importante como a CPP – Comissão Pastoral dos Pescadores da BA e a Steve Biko compuseram esta Frente além de setores sindicais importantes como a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT BA e a Intersindical , sendo que CONLUTAS esteve presente em nossa Assembléia Nacional . Hoje dia 20 JULHO estará se realizando na Cidade POA , a Assembléia Estadual do RS, no Quilombo da Família Silva , aglutinando os mesmos SETORES e outros organizados e articulados nacionalmente , O Quilombo Silva trata-se do I Quilombo Urbano titulado no País que se constitui na história dos Quilombos Urbanos , um marco político e do ordenamento jurídico que regulariza os Territórios Negros Urbanos que enfrentam nos grandes centros a violência do Mercado Imobiliários assim como os Quilombos Rurais enfrentam os Ruralistas organizados no País a exemplo do DEM e da ADI 3239 que tenta retirar os direitos quilombolas , garantidos constititucionalmente e através do Decreto 4887 , que se torna na conjuntura atual a ameaça aos Fazendeiros de justiça no campo e na cidade. Apesar desta justiça estar muito longe da realidade , quando os numeros que vemos com relação questão quilombola principal força na base desta mobilização, secularmente protagonizando esta luta e tomando como referência a luta na base , com ocupações do Incra em vários estados, e mobilizações de massa como no RS combatendo e resistindo contra o descaso com a nossa causa e os ritmos extremamente lentos no que se refere a demarcação e titulação dos nossos territórios. Cabe ressaltar, o baixíssmo orçamento para as polít icas quilombolas e a execução destes orçamentos, com re cursos contingenciados e desviados para qualquer outra finalidade , menos para efetiva implementação das ações quilombolas , sobretudo no que se refere ao processo de Regularização Fundiária. Ainda neste tema , há praticamente cinco anos o …

MU 36: Mirá al revés

Tierra del Fuego: El mundo desde abajo¿Cómo viven los obreros de la era global? ¿Quiénes encabezan el ranking de la discriminación en la sociedad moderna? ¿De dónde salen los delincuentes? ¿Qué oculta el racismo cibernético? ¿Cómo se construye una casa sin dinero y quiénes erigen otro modelo de sociedad? ¿Cuál es el arte de estos tiempos? ¿Qué suena en la música y qué grita la calle? ¿Cómo escapar del aburrimiento? ¿Quiénes son los desaparecidos de hoy? Estos y otros enigmas zurcen esta recorrida por la isla que marca el fin del mundo y traza una cartografía diferente de la actualidad. Postales para sembrar preguntas, desarmar el mapa y poner las cosas en otro lugar. MU 36 – clique aqui Cooperativa de trabajo Renacer: Otra microondaUna fábrica emblemática que resume la historia económica de las últimas décadas fue recuperada por trabajadores que desafiaron todos los pronósticos. Una trama que incluye piquetes a 14 grados bajo cero, mujeres de hierro y jueces conmovidos. Bariloche: La furia y despuésTres muertos y varios heridos dejaron al descubierto la grieta social de una ciudad de cuento construida sobre una pesadilla. Tras la represión, amenazas y miedo habitan los barrios donde malviven aquellos que ya se consideran “los otros”. Gastón Chillier, director del Cels: Cómo cambiar la manoConsidera que las políticas de mano dura son una estafa y un fracaso, que agravan los negocios policiales y el terrorismo de barrio. ¿Hay opciones? El caso Bariloche. Iván Torres: El precio de la impunidadLa desaparición de un joven en Chubut se juzgará ante la Corte Interamericana de Derechos Humanos, por la inacción del gobierno, que ofreció pagar para olvidar. Impa lanza su Universidad de los Trabajadores: Una fábrica de ideasVicente Zito Lema será el rector de este centro de estudios superiores abierto y gratuito. La primera lección es acerca de cómo obtener sillas: autogestión, arte y fiesta. Sonia Budassi: Periodismo de ficciónPublicó en pocos meses dos libros que comparten un mismo universo: el periodístico. Así recrea a una cronista que persigue a Tévez o escapa del acoso de sus jefes. Pepe Mateos, fotógrafo: Actitud PepeLa foto de un adolescente orinando al batallón policial en Bariloche le devolvió estos días su nombre propio. Cómo es la batalla cotidiana de un obrero de la imagen. Leo Ramos: La otra ResistenciaEs el encargado del Museo de Medios de la capital chaqueña y desde allí impulsa provocadoras intervenciones callejeras. Héroes, monumentos y otras irreverencias. Culebrón Timbal: El agite barrialUna docena de músicos le pone ritmo a la militancia social, inspirados por una tradicional poética inspirada en la magia del conurbano rebelde. Su fórmula la definen como un guiso que mezcla condimentos políticos y artísticos con sabor a cambio.

Da música que toca

Fiz uns passos sinceros, mas sem jeito sobre o palco, quando tocou Assanhado, do Jacob do Bandolim, numa versão da A cor do Som que eu descobri ainda garoto fuçando nos sebos de lps que existiam ali no viaduto da Borges. O Leonam, meu mestre naquele tempo em que eu achei que me formava jornalista, reconheceu o choro, cumprimentou sorrindo. Meu pai, na década de 80, quando chegou o toca-discos lá em casa, educava meus ouvidos nos sambas e nos chorinhos. Pode ser daí, que eu tenha pego gosto pela poesia. A noite chegava sempre bebendo melodia, e minha alma pequena se enchia com o som de um clarinete ou uma cuíca. Foi só agora há pouco, assintindo ao documentário Brasileirinho, que enxerguei Paulo Moura. Esta semana ele faleceu. Nos sites de música as homenagens uma atrás da outra. Paulo merece. Sua música era o próprio ar que atravessava procurando transcender o mundo:

O futuro pertence à juventude popular!

O projeto do capitalismo no Brasil é um projeto de morte. Morte dos sonhos, da dignidade, do futuro e da vida da juventude. Sozinhos não nos resta outro caminho senão a morte. Só um projeto de vida pode enfrentar o destino que a burguesia quer nos impor. Esse projeto de vida é de todo o povo brasileiro: um Projeto Popular para o Brasil. Nos dias 9, 10 e 11 de julho de 2010 a juventude do Rio Grande do Sul ousou mais uma vez enfrentar os desafios colocados para a nossa geração. Num ano em que a burguesia só pensa na Copa e nas eleições, os mais de 400 jovens reunidos na Assembléia Popular da Juventude, em Santa Maria, mostraram que a unidade e a luta são a única forma de conquistar a liberdade. O primeiro ato de rebeldia da juventude numa sociedade individualista é conviver em coletivo. Daí surge a experiência, a força para lutar e a dignidade. Jamais andaremos de cabeça baixa enquanto estivermos unidos. Assim foi esse final de semana: 3 dias de convívio em espaços de organização, mística, formação, oficinas práticas, música, alegria e rebeldia. Jovens de diferentes movimentos sociais, grupos de Hip Hop, violeiros, grafiteiros de diversas cidades enxergaram-se como parte de um mesmo povo. Nesse grande encontro contamos ainda com a presença de companheiras que constroem a Assembléia Popular em Minas Gerais, conhecendo essa experiência de organização em outra região do Brasil. Nesse processo, aprendemos que a luta é como uma semente plantada na nossa alma e na nossa história, que agora começa a brotar. No Acampamento da Juventude Campo e Cidade, em janeiro, o nosso grande desafio era conseguirmos nos ver como jovens que defendem um mesmo projeto de futuro. O levante da juventude na defesa do meio ambiente e contra a venda do Morro Santa Teresa foi um dos frutos do Acampamento de janeiro. No primeiro semestre desse ano a juventude da Via Campesina também realizou mobilizações pelo interior do estado. Multiplicaram-se e cresceram as células de jovens em diversas cidades do estado para construir o Projeto Popular. Agora constituímos a Assembleia Popular da Juventude do Rio Grande do Sul. Para isso fomos desafiados a superar identidades mais restritas e nos colocar à altura da nossa identificação com todo o povo, em todos os lugares onde está. Daqui pra frente, o novo desafio será constituir as Assembléias Populares em todas as regiões e cidades: entre a vizinhança, no bairro, na escola, no assentamento, discutindo as pautas locais de luta e adquirindo nova energia; formar multiplicadores em cada lugar e constituir cursos para formar a nova geração de lutadores. Com certeza contaremos com muitas mãos para essa grande obra. De passo em passo seguimos esse longo caminho. De cabeça erguida olhamos para o horizonte na certeza de que o futuro pertence à juventude popular! Por Levante Popular da Juventude. Acesse o blog aqui.

Sejam realistas: peçam o impossível

(na Faculdade de Letras, Paris, maio de 68) Não fazemos outra coisa,o impossível é o pão em cada boca,uma justiça de olhos lúcidos,uma terra sem lobos, um encontrocom cada fonte ao final do dia.Somos realistas, companheiro, vamosde mãos dadas do sonho à vigília.

Hoje: Exposição de Retratos de Famílias da Vila Jardim

Aparece lá! O Ponto de Cultura Ventre Livre e o Coletivo Catarse convidam a todos e todas para a Exposição Famílias do Jardim, da fotógrafa Fernanda Rechenberg. No dia 10 de julho (sab), às 16 horas, o Ventre Livre receberá os amigos para a abertura da exposição, lançamento do catálogo e do audiovisual do projeto Famílias do Jardim. O Ventre Livre fica na Rua Galiléia, 220 (Bairro Vila Jardim). O Ventre Livre foi transformado em um estúdio durante um fim de semana em que as pessoas da Vila Jardim puderam tirar retratos. Sozinho, com os amigos, com a família. Foram mais de 70 pessoas retratadas pela Fernanda. Cada um pode levar a lembrança desse dia para casa em uma fotografia revelada à moda antiga. Durante os meses seguintes o Coletivo Catarse, Fernanda Rechenberg e Paula Biazus visitaram 10 lares, registrando o momento do encontro familiar. Foram dias de descobertas. Muitas histórias de vida, muita luta, alegria e sofrimento. Humanidade. Cada família recebeu seu retrato impresso – como tradicionalmente se faz a fotografia – para emoldurar, colocar na parede ou em álbum. Mas as fotos também irão correr por aí: em uma exposição itinerante, que passará pelo Ventre Livre, Pontos de Cultura e Postos de Saúde que fazem parte da nossa rede, em um catálogo e um audiovisual sobre o processo. “Mosaico de casas, pessoas e paisagens. Um lugar em que as crianças brincam na rua e são felizes. Terrenos ainda baldios, casas sofisticadas e fortificadas. Casas bem pintadas, casas de madeira, casas com puxado, casas com frestas, casas sem pátio, casas de duas peças, casas de uma janela só. Todas elas inscritas neste bairro desenhado em forma de círculos sobrepostos, de ruas e vielas e becos acolhendo uma diversidade, ora apaziguada, ora conflitante.” Fernanda Rechenberg O Ventre Livre é um espaço aberto a experimentações e troca de saberes e que está em constante transformação. Nasceu para ser uma casa de cultura das famílias da Vila Jardim. E essa relação está sendo construída através de oficinas de foto na lata, sensibilização corporal para mulheres, audiovisual, grafite, teatro, música, além de espaços para os grupos Artebela (artesanato) e Amigos da Saúde (qualidade de vida). “Do momento em que o projeto foi aprovado até a realização da primeira oficina foram nove meses. Foi o tempo que levou para o Ventre dar sua primeira cria. De lá para cá muita coisa mudou e vem mudando. Sempre com a presença da criançada, os vizinhos da Galiléia e a turma do Posto de Saúde. Como muitos dos que estão retratados neste livro, nós também encontramos um cantinho e um aconchego familiar na Vila Jardim.” Marcelo Cougo e Têmis Nicolaidis – Coord. do Ventre Livre. O Ventre Livre é um Ponto de Cultura na interface entre cultura e saúde proposto pelo Coletivo Catarse, escrito em parceria com a atriz Maria Falkembach, e com a participação da Unidade Básica Divina Providência, integrando uma rede de 18 Pontos de Cultura e Saúde sob a responsabilidade do Grupo Hospitalar Conceição em Porto Alegre. CONTATOS: Ponto de Cultura Ventre LivreRua Galiléia, 220 – Vila Jardim – Porto Alegrehttps://pontodeculturaventrelivre.blogspot.com Catarse – Coletivo de Comunicação51. 3012.5509catarse@coletivocatarse.com.brwww.coletivocatarse.com.br