Tambor de Sopapo na TV Brasil

Sopapo, herança dos escravos, tambor da cultura negra gaúcha ecoa pra ser reconhecido, soa pra ser lembrado na própria terra que o recebeu. O Coletivo Catarse vai contar essa história em documentário, com apoio do IPHAN. E produziu reportagem para o telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil, que foi ao ar na noite de ontem, 21.01, para todo o país (exceto para o RS porque o governo estadual do momento não acha importante retransmitir a programação de uma TV pública que foi criada por outro partido político). A Catarse se junta a Mestre Batista, Giba-Giba e Richard Serraria pra que o sopapo sopape nossos ouvidos, pra que a gente possa dançar ao som de um tambor que é a nossa história. Clique aqui para assitir a reportagem: https://tvbrasil.ebc.com.br/reporterbrasil/video/1989/

Crenças a céu aberto

Essa canção nasceu da leitura de uma coluna na revista Caros Amigos, assinada pelo Gilberto Vasconcelos, que tratava da vida e da obra do historiador, folclorista e antropólogo Luis da Câmara Cascudo, um estudioso apaixonado pelas coisas do Brasil e do seu povo. O trabalho de arranjo é coletivo, com uma boa produção do Guilherme. O vídeo é realização da Têmis Nicolaidis, colega de Coletivo Catarse e no Ponto de Cultura Ventre Livre. Seu primeiro trabalho na banda. Publicado originalmente por Marcelo Cougo no blog Mocotó Elétrico.

Cidadão Boilesen

Cinema e subdesenvolvimentoFernando Birri – 1962 De que cinema necessita a Argentina?De que cinema necessitam os povos subdesenvolvidos da América Latina? De um cinema que os desenvolva.Um cinema que lhes dê consciência, tomada de consciência;Que os esclareça;Que fortaleça a consciência revolucionária daqueles que a tem;Que lhes dê fervor;Que inquiete, preocupe, assuste, debilite aos que tem “má consciência”, consciência reacionária;Que defina perfis nacionais, latino-americanos;Que seja autêntico;Que seja antioligárquico e antiburguês na ordem nacional e anticolonial e antiimperialista na ordem internacional;Que seja pró povo e contra anti-povo;Que ajude a emergir do subdesenvolvimento ao desenvolvimento;Do sub-estômago ao estômago;Da sub-cultura à cultura;Da sub-felicidade à felicidade; Da sub-vida à vida.

Rede Sopapo em Pelotas

A Rede Sopapo representada pela Catarse, Bataclã FC, Quilombo do Sopapo, Ventre Livre e Teia Viva estão em Pelotas para dar apoio ao Mestre Batista – luthier construtor de Tambor de Sopapo – que passa por um momento de saúde delicado. Ouça a entrevista dada à Radiocom – Rádio comunitária de Pelotas – onde

Jornalistas bundões

Ungaretti é jornalista. Não é bundão. Está sendo processado por Ronaldo Bernardi, do Jornal Zero Hora, pelas críticas que faz ao trabalho do fotógrafo. Ungaretti é professor. Está sob censura. Criticar ou comentar algumas matérias e material fotográfico de Zero Hora em seu site significa pagar uma multa diária de 150 reais. Medida que está completando um ano. Sempre usou seu Ponto de Vista pra estimular, fundamentalmente, o espírito crítico dos estudantes de jornalismo. Consegui salvar alguns de seus textos e indicações, antes que a página saísse do ar. Me alimento ali muitas vezes, no trabalho de tentar levantar outra informação sobre os marginais que a grande mídia comercial elegeu e ataca, nessa luta diária de classes. Mas o jornalista e professor censurado atua nas brechas, cava outro espaço pra compartilhar conosco seu ponto de vista sobre as ruas, as pessoas, a vida e o que nos omitem os jornalistas cães de guarda, que abanam o rabo para seus donos nas redações, e latem (vociferam) para os que se aproximam dos muros, pixar com as verdades que cortam. Esta sua postagem de ontem (12.01), no blog que resiste: JORNALISTAS BUNDÕES Andréia vive pelos bares do Mercado Público de Porto Alegre. Quer casar com um coroa, branco. Promete fidelidade e dedicação. Sempre usou camisinha. Tem 38 anos. Disse que já foi mais bonita, mas quer voltar a se cuidar. Estava tentando levantar uma grana para visitar o filho em Florianópolis. É super bem humorada. Suas observações sobre os frequentadores dos bares é de quem sabe tudo da vida. De uma vida sofrida. Ele é Paulo Monteiro. Um técnico em enfermagem. Está sumido do emprego. Deveria estar trabalhando em um hospital de Porto Alegre. Um dos filhos, o que está com o cartão bancário dele, treina no Grêmio. O outro estuda para prestar vestibular na medicina. Ele admite que têm problemas de alcoolismo. Quando fala que está morando na rua começa a chorar. Estava se preparando para dormir na rua Voluntários da Pátria. Não tinha feito uma refeição durante todo o dia. Não disse muito mais do que isso. É super educado. Anderson Alexandre procurava o que comer no lixo da Avenida Independência (PA). O iugurte, de todos os potinhos que encontrou, estava estragado. No máximo conseguiu uma ou outra fruta. Recolheu algum material de plástico para vender. É mais um morador de rua que vive do lixo. Os jornalistas são uns bundões. Pontodevista está sob censura. Gostaria de dar o nome de alguns desses bundões. Os que com a bunda pregada diante dos computadores, das modernas redações, são os donos do mundo. O fotojornalismo é das fotos/divulgação, do material já editado pelas agências ou das pautas da perfumaria. Não posso fazer nada. É a minha opinião. O meu final de segunda-feira foi marcado por estas histórias de vida. Com 78 quilos (quatro a mais que Tarso de Castro) de músculos e fúria, sem o seu talento, transfiro esta porrada a todos vocês. Jornalistas bundões um dia serão obrigados a prestar conta, das histórias não contadas. Por nos empaturrarem de tanto lixo perfumado. Todos com diploma. O jornal “Última Hora” de Porto Alegre, sob a orientação de Samuel Wainer, começou a circular em fevereiro de 1960. Ninguém tinha diploma. Não compre nenhum jornal, pelo menos hoje. Existem melhores textos de ficção. Lixo ficcional não serve para nada. Intoxica. Os marginais, os que estão à margem, vão comer os bundões. Qualquer dias desses. Palavras como estiletes. Quero perfurar a alma das pessoas.

Yeda rejeita a TV Brasil, de graça, e paga para ter Cultura

A Catarse foi o primeiro coletivo independente a produzir conteúdo jornalístico para a TV Brasil, em setembro de 2007, quando a TV ainda não havia entrado no ar. Mesmo que o projeto para remunerar as participações do quadro Outro Olhar (produções independentes no telejornal) tenha sido interrompido, a TV Brasil é um canal importante para fortalecer a mídia pública, de interesse público, e veicular conteúdo que não temos nas tvs comerciais abertas nem na TVE do RS. Nosso apoio e desejo que a TV Brasil chegue logo, arejando a programação num dos estados em que mais fortemente se percebe o quanto os coronéis da comunicação fazem mal a sociedade. E que a TVE/RS permaneça de pé, até que caia o desgoverno da Yeda. Rede de TV gaúcha perderá ao menos R$ 500 mil anuais em produção de programas; emissora diz que está “bem servida” pela parceria com SP Ana Flor, da reportagem localFonte:Folha de São Paulo em 07.01.2010https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0701201011.htm O governo gaúcho, da tucana Yeda Crusius, rejeitou uma proposta para que a TV educativa local, a TVE, retransmita a TV Brasil, do governo federal, para renovar contrato em que passará a pagar para veicular programas da TV Cultura -emissora ligada ao governo tucano de São Paulo. Abrir mão da parceria com a TV Brasil significará para a TVE a perda de pelo menos R$ 500 mil em produção de programas ao ano, além de investimentos para migração para o sistema digital. A emissora gaúcha fica ainda obrigada a mudar de sede, já que o prédio que ocupa há 30 anos e que pertencia ao INSS foi comprado pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), responsável pela TV Brasil. A presidência da TVE afirma que não há necessidade de acordo com a TV do governo federal, porque “está muito bem servida” pela parceria com a TV Cultura. Mas, como a emissora de São Paulo decidiu cobrar pela retransmissão, a TVE passará a desembolsar em torno de R$ 20 mil ao mês. “Nosso momento atual é investir em programação local. Queremos reorganizar uma fundação que busca desesperadamente sua autossustentação”, afirmou o presidente, Ricardo Azeredo. Dentro do governo gaúcho, a opinião é que a TV Brasil é um instrumento do governo Lula. Aliados de Yeda citam como exemplo o viés governamental de programas jornalísticos, como o “Repórter Brasil”, que precisa ser retransmitido pelo menos uma vez ao dia pelas parceiras estaduais. Segundo o diretor jurídico da EBC, Luís Henrique Martins dos Anjos, a proposta feita à TVE inclui repasse de cerca de R$ 500 mil para produção de material jornalístico e programas que seriam incluídos na grade nacional da TV Brasil e a possibilidade de utilizar a tecnologia da emissora federal na migração para o sistema digital.O diretor afirma que a TV Brasil já paga pelos direitos de transmissão dos principais programas da TV Cultura -como o “Roda Viva” e infantis-, que a emissora gaúcha poderia levar ao ar sem custos. Além disso, mais de 50% da grade de programas é aberta para produções locais. “A única explicação que eu encontro é a orientação política”, diz ele, que é responsável pela instalação da EBC no RS. Martins dá o exemplo da TV educativa de Minas Gerais -outro governo tucano-, que tem parceria com a TV Brasil e recebe para produzir quatro programas que vão ao ar em todo o país. “Não é normal que todas as TVs educativas estejam erradas”, afirmou ele.O diretor afirma que a TV Brasil tem interesse em pagar em torno de R$ 400 mil para que a TVE produza um programa infantil em rede nacional. “A governadora fez um anúncio de que [a TVE] ia mudar de local. Mesmo assim, nós vamos reiterar a proposta”, diz. A presidente da EBC, Teresa Cruvinel, vai enviar um novo convite ainda neste mês.Com o fracasso das negociações com a TVE, o Rio Grande do Sul passa a ser o único Estado em que a TV Brasil está sem parceria para retransmissão.

Reflexões e Mostra de Artes Cultura Negra

Neste sábado (19/dez) será lançado o Movimento de apoio ao Mestre Batista, Mestre Griô e Luthier, que tem sido fundamental na preservação do Tambor de Sopapo. O evento Reflexões e Mostra de Artes Cultura Negra ocorrerá em Pelotas, no Auditório Projeto Casa Brasil – Dunas, a partir das 17h. Os ingressos, que serão revertidos em recursos para o Mestre Batista, têm valores de R$ 2,00, R$ 5,00 e R$ 10,00 e estarão à venda no local. O Auditório Projeto Casa Brasil – Dunas fica na Avenida 01, nº 2057, Loteamento Dunas. Informações pelo fone (53)3228.7261. Reflexões e Mostra de Artes Cultura Negra é uma realização da União das Escolas de Samba de Pelotas, ONG AMIZ e Odara, com o apoio da Catarse – Coletivo de Comunicação, da banda Bataclã FC e dos Pontos de Cultura Ventre Livre e Quilombo do Sopapo de Porto Alegre. Confira a programação: 17h: CONVERSAÇÕES sobre o Projeto “Tambor de Sopapo – Resgate Histórico da Cultura Negra do Extremo Sul do Brasil” e sobre o lançamento da Rede Sopapo (Richard Serraria, Catarse e Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo); Projeto Educação Quilombos (UFPel – FaE); e O Quilombo é Aqui (projetos 2010 Loteamento Dunas)19h: MOSTRA CULTURAL com a presença da Ação CaÔ, com Richard Serraria, Marcelo Cougo e Sérgio Valentim; Mostra de Dança ODARA e Afropel, Núcleo de Artes Rede Vidadania (Violeir@s), Banca CNR, Edu da Matta – Vândalos e Bateria da Imperatriz da Zona Norte (fundada pelo Mestre Batista). SOBRE O TAMBOR DE SOPAPO O Tambor de Sopapo está na raiz da história do extremo sul do Brasil – desde as charqueadas até o embalo dos carnavais de rua e de avenida da região. No entanto, a partir dos anos 1970, o processo de ‘carioquização’ do Carnaval fez com que este instrumento, de grande porte e construção artesanal, fosse substituído por instrumentos conhecidos como surdos, também de sonoridade grave e com processo de produção industrializado. Como resultado, esteve em vias de extinção, iniciando-se um resgate no ano de 2000 através de iniciativas como o Projeto CABOBU. O Movimento de apoio ao Mestre Batista, Mestre Griô e Luthier fundamental na preservação do Tambor de Sopapo, pretende trazer à tona a história deste instrumento, resgatando a contribuição cultural do negro em uma região caracterizada pela predominância do positivismo branco. Nesse sentido, integram-se diversas instituições em uma teia de relações que visa essencialmente a fortalecer e potencializar ações de promoção da identidade afrodescendente do Brasil.