“Enquanto a Luz Não Chega” faz eventos de oficina em escolas e pontos de cultura
Como divulgação didática das artes envolvidas e também uma das contrapartidas do projeto, o Coletivo Catarse e a Cia Lumbra têm levado o processo de trabalho do curta-metragem como uma atividade para expor uma metodologia que vem entrelaçando o teatro de sombras e a produção audiovisual em diversas parcerias nos últimos anos. Iniciando o giro no Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, no 1º de maio, os responsáveis por roteiro e direção, Gustavo Türck e Têmis Nicolaidis – que também faz parte da Cia Lumbra -, apresentaram os filmes “A Viagem de Jacinto” e “Criaturas da Literatura – Drácula” como uma caminhada histórica na construção de uma linguagem que deve culminar exatamente com o lançamento do curta “Enquanto a Luz Não Chega”. Ambos conversaram com educadores populares presentes e que entendem também aquele ponto de cultura como uma referência na região do bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre, na construção de espaços que fazem a reflexão sobre o papel da cultura no desenvolvimento da arte e na construção de possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Viviane Marmitt, parte do coletivo NuTA (Núcleo de Teatro de Animação do Quilombo do Sopapo) e uma das responsáveis pela organização da 17ª semana de aniversário do Ponto, explicou o convite a este encontro: “A 17ª Semana do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo foi pensada para aproximar a comunidade do entorno do Bairro Cristal com o Ponto de Cultura. Muita gente ainda não conhece profundamente o que a gente faz, e a nossa ideia foi trazer para cá vários tipos de atividades, vários tipos de arte, vários tipos de pessoas que trabalham com arte, com disseminação da arte e cultura. Essa foi a motivação de trazer o Coletivo Catarse e a Cia Lumbra, justamente para proporcionar uma atividade diversa, porque também é algo diferente o cinema e as sombras, o teatro de sombras, juntos numa mesma obra“. Em um outro momento, em 11 de junho, foi a vez da EMEF Porto Novo – na Comunidade Porto Novo, bairro Santa Rosa de Lima, Zona Norte de Porto Alegre – receber a oficina. Com presença de Alexandre Fávero, responsável pela direção de arte, e Gustavo Türck, duas turmas do 9° ano do Ensino Fundamental encheram a sala de multimeios da escola para também conversar sobre como uma arte milenar – as sombras – pode se incorporar numa outra que recém completou pouco mais de um século de existência – o cinema. Esta atividade na Porto Novo também serviu como uma intersecção de projetos, servindo de “aula inaugural” de um processo de oficinas de produção audiovisual que devem ocupar 5 semanas numa parceria da escola com o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre “Nos últimos tempos, a gente tem notado uma participação cada vez maior dos jovens – e até mesmo das crianças – no uso dos dispositivos eletrônicos para fazer fotografias, vídeos e até mesmo para fazer a edição desses materiais. É um meio de expressão, de comunicação, que usa a música, que usa as imagens em movimento e é uma maneira de eles se conectarem com os amigos, com os parentes e com pessoas que às vezes estão muito distantes deles. Essa linguagem audiovisual passa a ser dinâmica, que corresponde a essa velocidade desse mundo contemporâneo. Então, é fundamental que nós que trabalhamos com conteúdo audiovisual nos aproximemos das escolas e desse interesse desses jovens por essa linguagem. E, aí, vem uma questão que é muito interessante, que é o tempo de cada um em se relacionar com os dispositivos, com os meios e com as linguagens. Eu trabalho com a linguagem do teatro de sombras, que é muito antiga, muito primitiva e extremamente artesanal. E ela se difere um pouco, apesar de ter muitas semelhanças, com o tempo de produção dessas imagens. E o cinema, que é essa linguagem que tem ainda um outro tipo de relação diferente do teatro, que é uma arte que se caracteriza por ser feita ao vivo. Então, quando a gente leva essas duas linguagens, que se complementam, que se conversam e que se aproximam, mas também possuem características muito específicas, a gente consegue chegar próximo de uma ideia de uma relação e de possibilidades de novas maneiras de se expressar. E com essas oficinas de audiovisual, no contexto do uso dos telefones celulares, das câmeras mais compactas e também de programas pra gente fazer essa edição dessas imagens, me parece que a gente consegue alinhar diferentes maneiras de oferecer pra esse público que já usa e que cada vez tem mais necessidade de entender procedimentos, entender processos criativos e utilizar isso nas suas redes, nos seus territórios criativos. É uma alegria a gente poder estar fazendo parte dessa evolução de audiovisual junto com esses jovens que estão aí curiosos e interessados em usar esses meios.” – comenta Alexandre Fávero, da Cia Lumbra, que há mais de 30 anos desenvolve sua arte em sombras. As oficinas de produção audiovisual que tiveram esta “aula inaugural”, em conjunto com o Projeto Enquanto a Luz Não Chega, agora devem seguir em quatro quartas-feiras seguidas, trabalhando a autoestima e o pertencimento do território numa comunidade relativamente nova que é a Porto Novo – uma área de loteamentos imobiliários populares criada pelas remoções de moradores, principalmente das Vilas Dique e Nazareth, na última década e meia. É um projeto que anda através de uma emenda impositiva, de responsabilidade do Coletivo Catarse, numa parceria com agentes comunitárias de saúde da US Santíssima Trindade e a escola. As oficineiras serão Lorena Sánchez e Maria Luiza Apollo – ambas também fazendo parte da equipe do filme Enquanto a Luz Não Chega. Ainda se prevê mais uma atividade de oficina envolvendo o projeto em escola, que se realizará em 01/07, na EMEF Nossa Senhora do Carmo, na Restinga, em ação com o Ponto de Cultura TV Restinga – um encontro que também fará parte do circuito de lançamento do filme! (Aguarde divulgação!) * Aqui abaixo você poderá conferir os filmes “A Viagem de Jacinto”, …
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