“Estão nos acostumando ao silêncio obrigatório, à onipresença das sirenes, à venda criminosa dos nossos maiores patrimônios públicos.
Estão nos acostumando a uma cidade e uma sociedade cinzentas, a um desgoverno municipal que não ouve, impõe, reprime: a população se mobiliza e sua voz cresce, chama atenção para suas reivindicações, mas estas são reduzidas a caso de polícia. Chegou-se ao cúmulo de uma secretaria como a SMIC hoje ser sinônimo de repressão e não de gestão. Estão nos acostumando a uma sensação de impotência que pesa toneladas.
Nossa resposta será na cara do prefeito. Independente de afinidades partidárias, na próxima quinta-feira, 4 de outubro, semana da eleição, vamos mostrar o repúdio da cidade às políticas do governo Fortunati. Sem perder a ternura. Nosso palco e arena é a Praça Montevidéu, em frente à Prefeitura. A concentração é a partir das 16h com diversas atividades que seguem noite a dentro. Levemos amigos, faixas ou materiais para fazê-las, canecas, instrumentos musicais pro festerê. E nossa alegria como uma bandeira, como um direito.
O pessoal do Cabaré Do Verbo convida a todos para cantarmos um mantra em roll, vamos fazer um ritual de cura do local para nascer uma flor no asfalto e vamos acender 100 velas. São cem pedidos para que arte volte para a rua, lembrando que ali já teve muitos artesãos e artistas. Vamos sacralizar três pontos no Largo também.”
Onde: Praça Montevidéu, Prefeitura, Porto Alegre
Quando: 04 de outubro, quinta-feira
Horário: 16h
Evento organizado por diversas pessoas.
Página no facebook: www.facebook.com/defesadaalegria
“Defender a alegria como um princípio”
Mario Benedetti
Defender la alegría como una trinchera
defenderla del escándalo y la rutina
de la miseria y los miserables
de las ausencias transitorias
y las definitivas
defender la alegría como un principio
defenderla del pasmo y las pesadillas
de los neutrales y de los neutrones
de las dulces infamias
y los graves diagnósticos
defender la alegría como una bandera
defenderla del rayo y la melancolía
de los ingenuos y de los canallas
de la retórica y los paros cardiacos
de las endemias y las academias
defender la alegría como un destino
defenderla del fuego y de los bomberos
de los suicidas y los homicidas
de las vacaciones y del agobio
de la obligación de estar alegres
defender la alegría como una certeza
defenderla del óxido y la roña
de la famosa pátina del tiempo
del relente y del oportunismo
de los proxenetas de la risa
defender la alegría como un derecho
defenderla de dios y del invierno
de las mayúsculas y de la muerte
de los apellidos y las lástimas
del azar
y también de la alegría.