Há uma lacuna na historiografia da música popular brasileira do século passado. Essa lacuna se dá justamente em um dos períodos mais ricos e mais difíceis do fazer artístico nacional. O período da ditadura cívico-militar, principalmente o compreendido entre os anos do AI 5 (Ato Institucional número 5), de 1968 até 1978. Quem produziu memória e estudo, em livros, revistas e teses acadêmicas, acabou por deixar de fora desses estudos, intérpretes e compositora(e)s de uma vertente chamada pejorativamente de cafona (algo similar ao brega de hoje em dia). Essa turma de artistas dava suporte econômico às gravadoras e por conseguinte ao cast de artistas, considerados de “bom gosto” e engajados politicamente, pois eram os mais vendidos e os mais tocados nas rádios do Brasil. Desvelar esses “segredos” é um dos motivos da existência do Musical Talismã, projeto iniciado por Álvaro Balaca (voz) e Marcelo Cougo (violão, baixo e voz) e transformado em banda com a adesão de Rodrigo Vaz (violão e guitarra) e Alex Becker (bateria). Para além deste resgate há, ainda, o envolvimento afetivo de quem ouvia essas canções nos velhos rádios à pilha ou em vitrolas portáteis e ainda guarda na memória as belas melodias e as letras desbragadas em sentimentos, verdadeiras crônicas de seu tempo e do nosso povo.

Banda Talismã – Marcelo Cougo (violão, baixo e voz), Alex Becker (bateria), Álvaro Balaca (voz) e Rodrigo Vaz (violão e guitarra).

Esse projeto foi lançado em uma live no canal do Facebook da comunicadora Karine Faria e no canal do Youtube do Coletivo Catarse, numa segunda feira de outubro. Nesse bate papo a banda conversou sobre história, memória e as motivações de montar esse projeto, além de tocar 4 canções emblemáticas dessa ideia.

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