Por Juremir Machado da Silva.
No Esfera Pública, programa que Taline Oppitz e eu apresentamos todos os dias na Rádio Guaíba das 13 às 14 horas, cruzamos Carlos Araújo, ex-deputado, homem que resistiu à ditadura e pagou com prisão, e o deputado de extrema-direita Jair Bolsonaro, que, inimigo dos Direitos Humanos, queria presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Bolsonaro, com a agressividade e a grosseria de sempre, partiu para o ataque. Acusou Araújo, que foi casado com a presidente da República, e Dilma Rousseff de assaltos e outros crimes.
Com muita elegância e serenidade, Carlos Araújo respondeu que foi julgado em seis Estados brasileiros pelos mesmos atos. Condenado, cumpriu pena de prisão de quatro anos. Inteira. Daí a sua pergunta em relação aos que torturaram, mataram e executaram todos os muitos crimes da ditadura militar de 1964:
– O senhor acha, deputado Bolsonaro, que eles também devem ser julgados?
Bolsonaro tergiversou, esperneou, agrediu, cuspiu mais insultos e não respondeu.
Sofreu um nocaute aplicado com luva de pelica.
Mudamos de de assunto. Perguntei a Bolsonaro sobre a Comissão de Direitos Humanos. Ele desembestou em críticas a bandidos. Meteu homossexuais no meio. Perguntei-lhe se era homofóbico e se tinha problemas com homossexuais. O deputado não hesitou. Lascou um resposta no seu pior estilo. Algo assim:
– Claro que não, ou não estaria conversando contigo agora.
Declarei-me prontamente não ofendido.
Não vejo qualquer ofensa em ser chamado de homossexual.