Imperdível texto de Marco Weissheimer publicado no Sul 21. Interessante entender que se os EUA se posicionam sobre algo no tabuleiro geopolítico mundial, a chance de que a posição contrária seja a correta ou mais sensata ou mais próxima dos interesses da população de qualquer país é imensa.
Os neonazistas no século 21: a ameaça da barbárie está de volta?
Por Marco Weissheimer, Sul 21.
Depois de tudo o que aconteceu no século XX, é surpreendente que o nazismo volte a ser uma referência política na Europa. Surpreendente e preocupante, beirando o trágico. Depois da Grécia, agora é a Ucrânia que mostra ao mundo os seus neonazistas agrupados em organizações com milhares de seguidores. Com um agravante: os neonazistas ucranianos estão no poder, junto com outras forças políticas nacionalistas e de extrema-direita, que acabaram dirigindo politicamente os protestos de rua das últimas semanas.
A cobertura midiática sobre a crise na Ucrânia vem se concentrando, de modo geral, nas disputas geopolíticas envolvendo Estados Unidos, União Europeia e Rússia. Trata-se de uma questão importante, sem dúvida, mas há um silêncio preocupante sobre notícias que vem da Ucrânia sobre a ação de forças políticas e paramilitares de extrema-direita. Violência, xenofobia e antissemitismo integram o caldo de cultura da realidade política do país nestes dias. A deputada ucraniana Natalia Vitrenko, do Partido Socialista Progressista da Ucrânia, acusou em um artigo os Estados Unidos e a União Europeia de estarem ajudando a erguer um regime nazista em território ucraniano. Ela relata a seguinte situação:
“Por todo o país, pessoas estão sendo espancadas e apedrejadas, enquanto os membros “indesejáveis” do Parlamento da Ucrânia estão sofrendo intimidação em massa. As autoridades locais veem suas famílias e crianças sendo alvo de ameaças de morte caso não apoiem a instalação deste novo poder político. As novas autoridades ucranianas estão maciçamente queimando os escritórios de partidos políticos adversários, e anunciaram publicamente a ameaça de processo criminal e proibição de partidos políticos e organizações públicas que não compartilham a ideologia e os objetivos do novo regime.”
– leia a íntegra no Sul 21, clique aqui