Nós somos e atuamos como...
Clique nos quadros abaixo e conheça a nossa trajetória através dos anos:
- Cooperativa de Trabalho
- Ponto de Cultura
- Coletivo Catarse / Ventre Livre
- Ponto de Memória
De modo geral, o Coletivo Catarse é uma cooperativa de comunicação e produção cultural, fundada no ramo do cooperativismo de trabalho em 2004. Com relação a sua atuação profissional, seguindo sempre as expertises de seus cooperados e parceiros, ao longo de 20 anos desenvolveu uma série de trabalhos de cunhos históricos, etnográficos, artísticos e culturais. Foram projetos envolvendo comunidades indígenas e quilombolas, da luta do campo, dos direitos humanos, do patrimônio imaterial, movimentos culturais urbanos, da “história não contada”, entre tantos outros – várias frentes que envolviam parcerias diretas com as comunidades ou instituições de sociedade civil ou em editais e/ou chamadas públicas e conveniamentos com o poder público, como com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por exemplo. Há, ainda, mais recentemente, uma grande aproximação com museus, como o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa e o Museu Antropológico do Rio Grande do Sul, que estão realizando com o Coletivo Catarse uma série de atividades, que vão desde a cedência de espaço para exposições fotográficas até a produção de podcasts com conteúdo museológico.
Importante destacar o envolvimento do Coletivo Catarse com a Política Cultura Viva. No ano de 2008, conveniou o projeto do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre na rede de cultura e saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), numa articulação entre Ministério da Saúde e Ministério da Cultura. Em 2009, começou a trabalhar a interface entre cultura e saúde na Vila Jardim, um bairro com altos índices de vulnerabilidade social da cidade de Porto Alegre. Ali, foram desenvolvidas atividades de registros da memória local, de educação e saúde e formação. O Ponto de Cultura promoveu oficinas de fotografia na lata, colagem, de Tambor de Sopapo, Cinema no Ponto, acolhimento de operativos de posto de saúde e do GHC, produção audiovisual com grupo de adolescentes, participação em assembleia comunitária do bairro, peças teatrais, circo, apresentações musicais nas ruas da comunidade, entre outros. Já em 2011, o Ventre Livre acolheu o artista plástico e vizinho Paulo Montiel como artista residente. Homem negro e pesquisador das culturas de tradição afrodescendentes, desenvolveu atividades junto ao Ponto até 2019, quando faleceu, deixando como legado um precioso acervo artístico, de pinturas a óleo em quadros e outros meios, das divindades ligadas ao panteão Yorubá, cultuadas pelas tradições do Batuque, Quimbanda, Umbanda e Candomblé do Rio Grande do Sul – obras estas que se encontram hoje sob concessão de resguardo do Coletivo Catarse, fazendo exposição na sua sede e em outros espaços eventuais que tratem da cultura afrodescendente. Ao término do primeiro conveniamento, o Ponto de Cultura se deslocou do bairro Vila Jardim para atuar de forma descentralizada, mantendo-se administrativamente junto à sede da cooperativa no bairro Petrópolis até fins de 2018, quando, então, em janeiro de 2019, deu-se a mudança para o Centro Histórico de Porto Alegre, na Comuna do Arvoredo, em um espaço maior, onde foi possível expor os trabalhos de Paulo Montiel e que conta com salão e espaço de eventos para as oficinas, projeções de filmes, atividas artístico-culturais, entre outros. Neste meio tempo, o projeto ainda teve novo conveniamento, com a Secretaria de Estado da Cultura, promovendo diversas oficinas e festivais dos filmes produzidos, inclusive, durante a pandemia – produções estas voltadas a profissionais agentes de saúde, assistentes sociais, agentes culturais de outros pontos de cultura, etc. Neste ínterim, além dos convênios diretos de projeto de Ponto de Cultura, o Ventre Livre foi contemplado em diversos editais de prêmios (Pontinhos de Cultura, por exemplo) e de estrutura (Lei Aldir Blanc – 2021), mantendo seu espaço compartilhado e disponível para as mais diversas atividades culturais, que se mantiveram ininterruptas desde a implementação do projeto incial.
Hoje, entende-se que Coletivo Catarse e Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre sejam a mesma coisa, não mais uma instituição com um projeto, mas uma única iniciativa com estrutura própria, de produção artístico-cultural, de patrimônio histórico e de geração de trabalho e renda, para cooperados e parceiros, com atividades ininterruptas, inclusive, em tempos de pandemia até os dias de hoje. Segue em atuação constante com o binômio comunicação e produção cultural, registrando, difundindo e amplificando saberes e fazeres de comunidades tradicionais, grupos periféricos e movimentos do campo e da cidade. São produtos de registros de patrimônios imateriais, como a fabricação artesanal de alimentos – erva-mate, mandioca, dendê, polpa de “açaí” juçara, pesca cooperativa, pecuária familiar -; manifestações culturais – tambor de sopapo, maçambique, candombe, ijexá, capoeira, Umbanda, Batuque, Quimbanda -; diversas manifestações das culturas Kaingang e Mbyá-Guarani, incluindo o preparo de alimentos e medicinas tradicionais, cantos, danças, artesanatos e manifestações das espiritualidades de cada cultura – e expressões artísticas como teatro de bonecos, teatro de sombras, canto coral, fotografia, música, entre tantas outras.
Isso tudo gerou um grande conteúdo, que se procura disponibilizar ao público de maneira gratuita tanto por meio de produtos de comunicação acabados (documentários, exposições, livros, revistas, podcasts, lives, conteúdos multimídia em sites e redes sociais, etc.), em oficinas, eventos culturais, vivências, como disponibilizando os arquivos para novos trabalhos de parceiros e/ou pesquisadores, que ciclicamente nos procuram para acessar nosso acervo – o Coletivo Catarse já foi tema de diversas dissertações de mestrado de trabalhos de administração, economia solidária, produção cultural, comunicação; já cedeu imagens e outros elementos para outros projetos historiográficos, de resgate e construção de linhas temporais históricas (a diáspora do povo negro e sua contribuição no Rio Grande do Sul, contada através de um avatar que é o Tambor de Sopapo, por exemplo); e, hoje, está em um projeto de construção de uma metodologia museológica para organização e disponibilização do seu acervo junto a uma instituição internacional (Witness) e o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa. Assim, influenciado pelos vinte anos de experiência, o Coletivo vem reforçando sua atuação na salvaguarda da memória social comunitária registrada. A aproximação com instituições museológicas busca justamente qualificar este trabalho, com o intuito a curto prazo de garantir que os registros – incluindo mas não se restringindo ao audiovisual – estejam organizados e disponíveis aos diversos públicos. A médio e longo prazo, espera-se que os registros salvaguardados possam contribuir para reflexão e análise das realidades registradas.
Lançamento do documentário Índios Urbanos. Foi uma fala de Francisco, liderança kaingang, que deu nome ao doc: “A sociedade precisa entender que somos índios urbanos”, referindo-se a necessidade dos indígenas (expressão ainda não usual à época) serem acolhidos pelas cidades e poderem viver tranquilamente nelas. Morando numa comunidade com infraestrutura precária, num bairro periférico de Porto Alegre, a comunidade kaingang resgata os motivos que a trouxe para a capital e reivindica seu direito a existir na cidade mantendo sua identidade cultural. Posteriormente, a comunidade conquistou uma área no bairro Lomba do Pinheiro, onde hoje está a Fag Nhin. O documentário foi realizado pela Cooperativa de Comunicação Coomunica, que contava com integrantes que fundaram a Cooperativa Catarse no ano seguinte, e este trabalho é considerado embrionário do que viria a ser a sua atuação no futuro.
Primeira cooperativa de trabalho fundada no Rio Grande do Sul com sete pessoas e legalmente registrada, já que na época a legislação exigia 20 integrantes, resquício ainda de um período anterior em que se pensavam cooperativas exclusivamente para agricultores do meio rural. Inicialmente, uma cooperativa exclusivamente de comunicação, sendo fundada por cinco jornalistas (duas jornalistas e três jornalistas), um publicitário e um artista gráfico. Depois, a cooperativa foi agregando integrantes com trajetórias nas áreas da Cultura e das Ciências Sociais. Ao longo de quase 20 anos de existência, mais de 30 pessoas já integraram oficialmente o Coletivo, além de tantas outras parcerias mais duradouras, que marcaram a produção da cooperativa até agora.
Início das atividades do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, projetado e administrado pelo Coletivo Catarse. Através de um acordo firmado entre o Ministério da Cultura e Ministério da Saúde e o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), com o apoio da Unidade de Saúde Divina Providência, o Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre adquire o certificado Cultura Viva e passa a trabalhar de diversas formas a cultura em atividades no bairro Vila Jardim, em Porto Alegre.
Contratados pela Radiobras, integrantes do Coletivo Catarse produzem reportagem sobre o Quilombo da Família Silva (Porto Alegre), que estreia o quadro Outro Olhar, da TV Nacional de Brasília e da TV Brasil, espaço do jornalismo participativo dentro da então nova emissora pública. A reportagem cinematográfica integrou o web documentário Nação Palmares, da Agência Nacional, que recebeu o Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo e Direitos Humanos naquele ano, na categoria web. Outras quatro reportagens foram produzidas por cooperados do Coletivo Catarse para o Outro Olhar, retratando cultura e direitos humanos em diversos estados: Pará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerias, São Paulo e Rio de Janeiro.
O Coletivo Catarse foi contemplado em edital de patrimônio cultural imaterial, do IPHAN – Insitituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com o projeto Tambor de Sopapo – Resgate Histórico da Cultura Negra do Extremo Sul do Brasil. O projeto originou o longa-metragem O Grande Tambor, com trilha sonora original, um livro com as entrevistas do documentário e uma cartilha com o método de construção do tambor pelo Mestre Baptista e seu filho José Baptista. Você pode acessar as informações do projeto, assistir ao filme e baixar materiais produzidos clicando aqui.
Iniciou-se o trabalho comunitário e estruturação da sede do ponto de cultura na Vila Jardim com participação ativa na rede de pontos de cultura do GHC e do RS. Na sede do ponto de cultura desenvolveu-se oficinas de fotografia na lata, colagem, Tambor de Sopapo, sensibilização corporal, grafite, produção audiovisual e música, entre outras atividades como cinema no Ponto, grupo de adolescentes VJ Online, além de levar peças teatrais para as ruas da comunidade. Acolheu, também, o projeto Workshop para Letristas de Música, com Magno Mello.
Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre em parceria com a fotógrafa Fernanda Rechenberg são contemplados pelo Prêmio Interações Estéticas (Residências Artísticas em Pontos de Cultura), do Ministério da Cultura e Funarte, como uma política pública de fomento e difusão de experiências de diversidade e democratização cultural. É produzido um livro-álbum (e um vídeo sobre o processo de construção do livro) resgatando os retratos em família, com a comunidade no entorno do ponto de cultura, no bairro Vila Jardim, em Porto Alegre. Você pode baixar o livro, assistir ao vídeo e ter acesso a outros conteúdos do Ventre Livre aqui.
Neste mesmo ano, recebe o Prêmio Pontinhos de Cultura, do Ministério da Cultura. O edital concedeu prêmio a entidades sem fins lucrativos, legalmente constituídas, e instituições governamentais estaduais, distritais e municipais que atuam na(s) área(s) sócio-cultural-artístico-educacionais referentes à Crianças e Adolescentes, ou que estejam envolvidos em parceria com escolas, universidades públicas ou demais instituições com o objetivo de promover uma política nacional de transmissão e preservação da Cultura da Infância e da adolescência, por meio de projetos e ações que assegurem seus direitos segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O Coletivo Catarse foi novamente contemplado em edital de patrimônio cultural imaterial, do IPHAN – Insitituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com o Projeto Carijo: Herança do Conhecimento Ancestral na Fabricação da Erva-mate. O projeto originou o média-metragem Carijo, com trilha sonora original, um livro e uma cartilha sobre método de construção da estrutura do carijo para fabricação de erva-mate. O livro, de autoria do biólogo Moisés Luz, é resultado de pesquisa sobre a resistência camponesa e a conservação ambiental no âmbito da fabricação artesanal de erva-mate no Rio Grande do Sul. Você pode acessar as informações do projeto, assistir ao filme e baixar materiais produzidos clicando aqui.
Contemplado no edital da terceira edição do Etnodoc, com o média-metragem Batuque Gaúcho. O Edital de Apoio à Produção de Documentários Etnográficos sobre o Patrimônio Cultural Imaterial (Etnodoc) foi criado em 2007, para apoiar a documentação e difusão do Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro por meio da produção de documentários inéditos para exibição em redes de televisão públicas. A gestão do prêmio foi feita pela Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) e o Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI/Iphan). As três edições do Etnodoc contemplaram 46 documentários, de média duração (26 minutos), em um universo de quase dois mil inscritos.
O Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre acolheu o artista plástico e vizinho Paulo Montiel como artista residente. Homem negro e pesquisador das culturas de tradição afrodescendentes, desenvolveu atividades junto ao Ponto até 2019, quando faleceu, deixando como legado um precioso acervo artístico, pinturas em quadros e outros meios, das divindades ligadas ao panteão Yorubá, cultuadas pelas tradições do Batuque, Quimbanda, Umbanda e Candomblé do Rio Grande do Sul - obras estas que se encontram hoje sob concessão de resguardo do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre/Coletivo Catarse, fazendo exposição na sua sede e em outros espaços eventuais que tratem da cultura afrodescendente.
Ainda neste ano o Ventre Livre participou do projeto LabCultura Viva produzindo uma série de audiovisuais em formato de oficina que originou a Coleção Ventre Livre composta pelos filmes: Pedras no Caminho, Novas Estruturas, Imagens Faladas, Descobrindo Montiel, Saúde no Ponto e Saúde Alimentar. Desenvolveu, também, o Projeto Fazendo Cena (Prêmio Pontinhos de Cultura 2010).
Projeto Nós da Rede contemplado no Edital SEDAC nº 07/2013 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC Processos Culturais Colaborativos” vinculado à Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (SEDAC/RS).
Com extinção do projeto de pontos de cultura e saúde, pelo Governo Federal, em 2014 o Ventre Livre é reconhecido como Ponto de Cultura pelo Governo do Estado do RS.
As produções audiovisuais do Ponto de Cultura foram veiculadas no Canal Universitário do Rio de Janeiro pela distribuidora da Fiocruz. Trabalhou-se junto ao Paulo Montiel nos calendários anuais de Orixás e aprovou-se o segundo edital de Ponto de Cultura e Saúde, focando no trabalho com o Paulo Montiel, difusão da cultura do Tambor de Sopapo e foi realizada oficina de quadrinhos e cartuns no Grupo Hospitalar Conceição, com os cartunistas Santiago e Rafael Corrêa, ambos premiados em festivais no Brasil e internacionalmente.
O Ponto de Cultura desenvolveu oficinas práticas de produção audiovisual para trabalhadoras(es) de saúde do Grupo Hospitalar Conceição e oficina de construção de Tambor de Sopapo com o mestre e Luthier José Batista.
Projeto Roda Carijo contemplado no edital 03/2015 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC #juntospelacultura” vinculado à Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (SEDAC/RS).
Projeto Uma Tainhas no Dilúvio - contendo filme/websérie ficcional e site - apoiado pelo fundo Socioambiental CASA em edital na linha de ação (tema): Água e questões socioambientais do meio urbano.
Websérie “O Ser Juçara”, produzida pela Associação Içara, Butiá Dub e Coletivo Catarse, apoiada pela Rede Juçara e financiada pelo edital Fortalecendo Comunidades na busca pela Sustentabilidade, uma parceria entre o Fundo Socioambiental CASA e o Fundo Socioambiental CAIXA. Aborda a cadeia de valores econômicos, sociais e culturais do manejo sustentável da Palmeira Juçara - o açaí da Mata Atlântica, atualmente ameaçada de extinção assim como todo o bioma.
Episódio 1 - Nós e a Floresta
Episódio 2 - Cultura em Transformação
Episódio 3 - Alimento para a Vida
O projeto ainda originou um videoclipe para a música Vida pra Viver [Bichos e Plantas], da trilha sonora original da Banda ButiaDub.
Projeto Ubiratan Carlos Gomes – Entre o sonho e o som, uma vida dedicada às artes populares tem por objetivo juntar e mostrar a trajetória artística do do músico e bonequeiro Mestre Bira (Ubirajara Toledo), contemplado no Edital de Seleção Pública n.º 1, de 26 de abril de 2018, Culturas Populares - Edição Selma do Coco, vinculado ao Ministério da Cultura.
O Ponto de Cultura e Saúde retoma as atividades (depois de ter suas ações paralisadas em 2017 e 2018 por falta de repasse de verba) com diversos ciclos de oficinas de Produção Audiovisual e Trilha Sonora. O resultado destas produções podem ser conferidas pelos Festivais Ventre Digital, Edição Pré-Pandêmica e Edição Pandêmica. O ano de 2019 foi marcado, também, pelo falecimento de Paulo Montiel, a partir disso, foca no registro de falas e histórias de diversos mestres griôs através do programa em podcast Heavy Hour. Participação no 9º Fórum dos Pontos de Cultura e na rede de Pontos de Cultura do RS.
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