– foto: Simone –
Nos dias 5 e 6 de junho aconteceu, em Brasília, o 1º Prêmio Cultura e Saúde, parte do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva e que contou com a parceria do Ministério da Saúde. O objetivo foi reconhecer o trabalho de iniciativas não-governamentais que trabalham a cultura com a interface na saúde, pensar ações para o aumento do investimento a essas iniciativas, além do intercâmbio de experiências.
Tinha gente de todos os cantos do Brasil. Faz uma semana que voltei de lá e ainda não consegui digerir direito o que aconteceu nesses 2 dias.
– na foto os representantes dos Pontos de Cultura do Grupo Hospitalar Conceição. Ao todo são 10 –
A minha experiência com cultura e saúde iniciou no mês de dezembro de 2008 quando a Catarse aprovou o edital de Ponto de Cultura (Ventre Livre) a partir de um convênio entre o Grupo Hospitalar Conceição, Ministério da Cultura e Ministério da Saúde. Porém, nesses dois dias, essa pouca experiência não foi muito importante. Estava ao lado de iniciativas consolidadas de muitos anos e, de alguma forma conversamos, nos inspiramos e colaboramos um com outro. Quando penso no que vivemos – muito trabalho, pouco tempo, muita informação, muitas descobertas, muita diversidade – a palavra democracia começa a fazer sentido novamente e a palavra trabalho ganha outra dimensão. Pessoas que acreditam no que fazem, que gostam do que fazem, que ainda buscam aprender, se qualificar, descobrir. Que tem a humildade de trocar idéias com quem está começando e a generosidade de dar um pouco de si para a história.
– foto: Adroaldo –
Todos estavam lá porque acreditam que suas escolhas estão contribuindo, de fato, para a construção de um mundo mais humano e justo e todos têm a consciência que só irão conseguir isso em colaboração com outros grupos que pensam desta forma. Nesse sentido todos éramos iguais, todos fomos ouvidos e ouvimos e chegamos a consensos. Não falamos em partido político mas de cidadania, de participação popular e todos trouxeram a sua contribuição para que a mudança continue a acontecer.
É de diversidade que o Brasil é feito, diversidade intelectual, social, racial, sexual, religiosa… é esse grande sopão étnico-cultural. Estávamos presentes ali, trabalhando juntos, criando diretrizes que buscam o apoio crescente a políticas que incentivem ações de cultura com a interface na saúde. Aliás, quem foi que um dia separou a saúde da cultura? Via a saúde na mulher que interpretava, nas palmas, na roda, no chocalho, na voz, no suor e no olhar.
Vejo um momento histórico privilegiado no país, onde a cultura e a educação são estimulados a olhos vistos. Muitos editais foram abertos e muitos outros estão abrindo oferecendo incentivo de diversas formas: pequenas quantias, grandes quantias, propostas diversas…É só se informar (http://www.cultura.gov.br/), só não vê quem não quer.
A cultura está descentralizando aos poucos e atingindo a todos. Eu vejo isso acontecendo e a Catarse está dentro desse processo – lugar que batalhamos ao longo dos nossos 4 anos de existência.
E isso, é só uma pincelada sobre todo esse movimento que estamos presenciando. Com certeza estaremos aprofundando – através de relatos e do nosso trabalho – esse conceito, ainda recente, de Ponto de Cultura. Seguimos, porque não, lutando então…
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