Sessão Bodoqe de Cinema I

SANTIAGO ÁLVAREZ – o olho da revolução.

Uma parceria entre o Comitê Latino-Americano e o Coletivo Catarse. Para assistir e conversar sobre filmes a cada duas semanas, sempre às terças, 19:30. Entrada franca, na Vieira de Castro, 133, Porto Alegre.

Sessão Bodoqe de Cinema I
Filmes de arte, independentes, engajados, marginais, militantes, autorais, subversivos, humanistas, políticos, revolucionários, sociais, críticos ou seja lá o nome que lhes derem. Nos interessa também a diversidade de temas, geografias, linguagens, narrativas e autorias. O debate é livre após a exibição, e só acontece se o público quiser. Mas não há lugar melhor para um bate-papo sobre um filme do que nas mesas de um espaço como o Comitê.

Nos inspiram ideias de Fernando Birri, cineasta argentino que escreveu em 1962 o poema-manifesto Cinema e Subdesenvolvimento:
De que cinema necessitam os povos da América Latina?
De um cinema que os desenvolva.
Um cinema que lhes dê consciência, tomada de consciência;
Que os esclareça;
Que fortaleça a consciência revolucionária daqueles que a tem;
Que lhes dê fervor;
Que inquiete, preocupe, assuste, debilite aos que tem “má consciência”, consciência reacionária;
Que defina perfis nacionais, latino-americanos;
Que seja autêntico;
Que seja antioligárquico e antiburguês na ordem nacional e anticolonial e antiimperialista na ordem internacional;
Que seja pró povo e contra anti-povo;
Que ajude a emergir do sub-estômago ao estômago;
Da sub-cultura à cultura;
Da sub-felicidade à felicidade;
Da sub-vida à vida.

Estreia da Sessão Bodoqe de Cinema com Santiago Álvarez – o olho da revolução.

Começamos na próxima terça, 26/03, com o realizador Santiago Álvarez, que na sua obra documental vai do registro da revolução cubana a reflexões sobre momentos históricos das Américas e da Ásia. Sua produção se destaca pela presença ativa do jornalismo, genial uso da montagem e emprego de áudio como parte indissolúvel da ação dramática.

Sobre ele, escreveu o também cineasta Orlando Senna: “O último dos grandes e também o mais instigante, o que mais impactou os jovens cineastas da segunda metade do século passado. Santiago e seu cinema transgressor, radical, panfletário, inventou o clipe, utilizou cenas ficcionais distorcidas, usou dramática e visualmente as palavras, explodiu e implodiu a imagem com um grafismo inédito no cinema e incendiou a reflexão e a percepção teóricas ao inventar e defender o conceito de dramaturgia da informação, a organização artística de fatos, imagens e opiniões. Ele dizia e demonstrava na prática que não lhe interessava registrar e sim participar da realidade”.

Os filmes:
Now (1965 / 06 min.)
El tigre saltó y mató,… pero morira,… morira!!! (1973 / 16min.)
Mi Hermano Fidel…! (1968 / 18 min.)
Hanoi, martes 13 (1967 / 38 min.)

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