9 anos de Catarse!

27 de setembro, 9 anos depois.

Em agosto deste ano, participamos do evento “II Seminário História e Ideologia”, com o tema “Mídia, dominação e resistência” promovido pelo Programa de Pós-Graduação em História e pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUC/RS. Naquele momento, apresentamos alguns de nossos mais recentes trabalhos, em diversas frentes – projetos audiovisuais, coberturas jornalísticas, jornalismo revista e apoio e divulgação cultural – tecemos comentários sobre a realização de cada trabalho e também refletimos sobre a importância do Coletivo Catarse e sobre nossa forma de atuação.

O Dossiê do evento será publicado na Revista Oficina do Historiador no final deste ano, porém aproveito o momento da comemoração de 9 anos do Coletivo Catarse para divulgar parte de nossas reflexões e prestar uma homenagem aos colegas, companheiras, companheiros, cooperadas, cooperados, catársicas e catársicos  que com suas ideias, seus sonhos, sua criatividade e seu trabalho constroem, todo dia, esse Coletivo.

Atualmente existe um conjunto de meios de comunicação – cinema, rádio, televisão, jornais, revistas e internet – que formam um sistema poderoso para gerar lucros e, por serem mais acessíveis às massas, exercem um tipo de manipulação e controle social, produzindo uma cultura massificada que realiza impiedosamente os ditames de um sistema de dominação econômica injusto.

Frente a isso, o existir do Coletivo Catarse, em si, já representa uma resistência, mas principalmente, por sempre buscar o ponto de vista dos movimentos sociais, tão criminalizados em nosso país. Além disso, o próprio modo de organização, que contrapõe a hierarquização, não só é um desafio diário a todos os envolvidos como também desafia o senso comum de quando se pensa em formas de trabalhar e formas de organizar.

A democracia, como nos lembra Chauí (2008) não se trata de reduzir a liberdade à competição econômica da chamada “livre iniciativa”; a democracia se caracteriza para além da simples ideia de um regime político, não sendo o regime do consenso, mas do trabalho dos e sobre os conflitos, os quais são considerados legítimos e necessários para a constante ampliação de direitos.

Desta forma, o material produzido pelo Coletivo Catarse sempre provoca uma reflexão interna no grupo; uma vez que afirmamos não haver imparcialidade e assumimos nosso posicionamento político, também compreendemos a importância de que as pessoas que utilizam nosso material façam suas próprias reflexões e tirem suas conclusões.

Sendo assim, a existência de um veículo de comunicação como o Coletivo Catarse é de extrema importância para que seja possível quebrar paradigmas existentes na construção do imaginário das pessoas, contestar o sistema que nos é imposto e para contribuir com a real consolidação da democracia, o que ainda está em processo em nosso país.

Patricia De Camillis

*Chaui, Marilena. Cultura e democracia . En: Crítica y emancipación : Revista latinoamericana de Ciencias Sociales. Año 1, no. 1 (jun. 2008- ). Buenos Aires : CLACSO, 2008.

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