O Bloco, a margem e o inquérito que diz "milícia"

Cinco moradores de Porto Alegre, um de Pelotas e um de Alvorada receberam na última semana oficiais de Justiça em suas casas com uma mesma intimação: dez dias para apresentar um advogado para que tenha início um processo contra eles.

Por Alexandre Haubrich / Jornalismo B

As acusações: constituição de milícia privada; dano qualificado; emprego de artefato explosivo ou incendiário; lesão corporal; e furto qualificado. Os nomes: Rodrigo Barcelos Brizola, Gilian Vinícius Cidade, Matheus Pereira Gomes, Lucas Boni Maróstica, Alfeu da Silveira Neto, José Vicente Mertz e Guilherme da Silveira Souza. Seis deles são integrantes com participação ativa no Bloco de Luta pelo Transporte Público, movimento que esteve à frente dos recentes protestos em Porto Alegre, que ganharam notoriedade a partir de junho de 2013. Brizola e Alfeu são militantes da Frente Autônoma e moradores da ocupação Utopia e Luta; Gilian e Matheus são do PSTU; Lucas é do Juntos, coletivo de juventude ligado ao PSOL; e Vicente é militante da anarquista Resistência Popular.

O inquérito para enquadrá-los foi aceito parcialmente pelo juiz Sandro Luz Portal, virou processo e pode até mesmo resultar em pedidos de prisão preventiva durante a Copa do Mundo.

O inquérito número 00121300450132, que reúne mais de seiscentas páginas, teve início na madrugada de 27 para 28 de junho do ano passado, após a prisão em flagrante de Guilherme nos acontecimentos que seguiram um protesto na Praça da Matriz, em Porto Alegre. Naquele dia, Matheus, Lucas e outros ativistas se reuniram com o governador Tarso Genro (PT), em nome do Bloco de Luta. O ato que se seguiu estava planejado como um protesto tranquilo, com carro de som e shows – algo diferente das manifestações anteriores, baseadas em caminhadas saídas da frente da Prefeitura. Mas o clima era tenso, e, com gritos de “protesto não é festa”, grupos reunidos na praça pediam outro tipo de ato. A mudança acabou acontecendo. Pedras e garrafas voaram contra o policiamento, que fazia a guarda do Palácio da Justiça. Bombas de gás fizeram o caminho contrário. O confronto se espalhou pelo Centro e pela Cidade Baixa, onde o policiamento já era ostensivo horas antes do protesto.

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