O tambor tem raízes, tem ancestrais, tem descendentes. O Sopapo do Mestre Baptista está vivo pelas mãos do seu filho José Baptista. Na oficina de instrumentos, que segue em Pelotas em plena atividade, filho e pai estão juntos. Separados em carne, mas unidos pelo astral e pelo som de um tambor:
“Depois do falecimento do meu pai, eu não queria, não pensava em fazer o tambor. Mas, de repente, despertou isso em mim e descarreguei tudo neste instrumento. Algo que eu negava, que não queria porque me causava uma dor, uma saudade do pai, hoje é o meu consolo. Acho que o amor que trazemos dentro da gente, tudo se transforma em luz, e a maior prova do amor é a saudade, que justifica a presença do amor. E através deste instrumento meu pai está presente, eu sinto ele presente, está no sangue, na ancestralidade.” Zé Baptista
A mãe, Dona Maria, celebra:
“Que a gente possa ter mais e mais êxito neste trabalho com o filho José Baptista, que está dando continuidade ao legado do Mestre. A gente escuta muito bem o rufar dos tambores. Que os pais espirituais possam trazer bons fluídos para todos nós, para toda a minha família.”