Famílias de sem teto são expulsas pela polícia em Porto Alegre

Famílias ligadas ao MTST ocuparam um grande vazio urbano, no bairro Morro Santana, em Porto Alegre, na madrugada de 07 de novembro. A área já havia sido ocupada anteriormente por outras famílias, que foram despejadas. Segundo Cláudia Ávila, advogada do Movimento, a área foi de uma cooperativa habitacional que enganou os cooperados e nunca construiu. Hoje, é terreno de reserva para a especulação imobiliária.

A Brigada Militar esteve determinada a retirar as famílias, mesmo que não houvesse um mandato judicial de reintegração de posse, alegando que não era necessário pois se tratava de um flagrante de invasão de propriedade privada. Por volta das 14:00h, informaram que haviam recebido uma liminar do Judiciário dando respaldo legal para a ação militar contra os sem teto, mas nenhum oficial de justiça esteve lá nem o documento foi mostrado, segundo integrantes do MTST.

Em um pouco mais de 14 horas de ocupação desde a chegada ao local, pressionados por um iminente despejo forçado pelas tropas policiais, e mesmo que estivessem negociando por telefone uma solução com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, os sem teto deixaram a área pacificamente para garantir a integridade física das pessoas.

Durante algumas horas, a área foi abrigo para muitas famílias que buscam um lugar onde viver. Agora é de novo apenas capim e cercas, além de lonas queimadas pela polícia.

O déficit habitacional em Porto Alegre está em torno de 70 a 75 mil moradias.

Foto MTST RS
Foto por MTST RS

 

 

 

 

 

 

 

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