Quando a percussão é o coração

No domingo, 7 de abril, o trio Metá Metá esteve com o compositor Douglas Germano no palco do Agulha, na zona norte de Porto Alegre.

Lugar de bom espaço, aconchegante – de luz e conforto. Banda de apresentação fenomenal.

Um trio com Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (guitarra) e Thiago França (saxofone), que tem nas suas obras uma tendência forte ao jazz, brasileiro, bem sambado – aliás, eu, na minha ingenuidade sonora, chamaria muito mais de um samba jazzado. Foi um show de sopros e cordas – de violões, cavaco e vocais. E de presença de palco. Impressionante como pessoas com semblante simples, no ápice de suas artes, performando magistralmente, parecem gigantes ali na nossa frente, quase na distância de nosso toque.

E o som… Quem ouve Metá Metá, gravado, nas suas plataformas de streaming favoritas – ou baixando as músicas do próprio site da banda (aqui!) – vai perceber que o elemento percussivo está muitas vezes bem presente. Só que o trio é formado por músicos sem as batidas. E confesso que não senti falta do pulsar grave, porque o equilíbrio voz-cordas-sax foi tamanho que entendi o ressoar do meu tambor interno completando as melodias – meu coração foi o “molho”.

Destaque para a facilidade com que Juçara Marçal canta, que voz, que mulher – aclamada como “Deusa!” pela plateia (de mais homens que mulheres, interessante).

Quem não conhece a banda e gosta de música boa… Pesquisa que não vai se arrepender (aqui o Wikipedia, o insta oficial, ali o site oficial, neste aqui, o insta do Douglas Germano, um encaixe que se mostrou perfeito).


Release oficial do show, adaptado:

O @agulha.poa recebeu de maneira inédita o mágico encontro entre alguns de seus artistas favoritos: @metametaoficial & @douglas__germano ✨

Metá Metá é formado por @jucaramarcal (voz), @thiagosax (sax) e @kikodinucci (guitarra) desde 2008. A banda tem 3 discos lançados e 2 EPs, onde funde elementos da canção brasileira com música africana, jazz e rock. “Metá Metá” em yoruba quer dizer “três ao mesmo tempo”.

Já Douglas Germano é compositor desde 1986, gravado pela primeira vez pelo grupo Fundo de Quintal e conhecido nacionalmente na voz de Elza Soares. Autor de discos antológicos como Golpe de Vista, Escumalha e o mais recente, Partido Alto. Em 2016 ganhou o Prêmio Multishow na categoria Música do Ano por sua “Maria de Vila Matilde”. Com a mesma canção foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor música em língua portuguesa.

O repertório desse show reuniu canções dos discos de ambos artistas, bem como inspirações e versões de canções que certamente irão crescer a partir desse encontro.


Texto original de Gustavo Türck, fotos de Têmis Nicolaidis.

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