O vídeo que segue é o retrato da política agrária brasileira desde sempre. A nomeação da senadora Kátia Abreu como ministra da agricultura é uma clara mensagem de que vai seguir assim ainda por muito tempo – se depender de quem nomeia esses ministros.
Num simples trailer de uma festa de debutante consta tudo o que se precisa saber sobre onde vai o dinheiro público que financia o latifúndio – alguns mais observadores e críticos verão não somente ironias, mas um tripudiar que sapateia na cabeça da luta por uma sociedade mais justa.
E Kátia Abreu simboliza todos esses valores ali existentes – ela tem sido, por muito tempo, o principal cão de guarda dos grandes latifundiários, fazendo de tudo para opor o Estado, e quaisquer outras forças, às tentativas de realização de uma Reforma Agrária decente.
Pois este e mais outros bailes de debutantes – se você tiver estômago para ir até o fim deste, navegue também pelas sugestões de alguns outros que aparecem ao final – escancaram que não há crise nenhuma no setor primário brasileiro, que os grandes operadores do agronegócio estão acumulando literalmente rios de dinheiro e que não há responsabilidade nenhuma com o Brasil, visto que a fetichização do desejo de todos ali é ser um cidadão estadunidense de classe alta – bling ring total.
Este é o retrato da burguesia brasileira e o desejo dos hospedeiros da opressão. O sonho de se tornarem estadunidense. É muito mais que Katia Abreu, embora ela seja uma representante de peso desta burguesia. É uma cultura vira vira lata que nos impingem bem antes da ditadura. Mas te-la no governo é materializar a contradição e nos dar o sentido da realidade de um país que ainda luta para enfrentar seus algozes.