"…a palma da tua mão é branca negão. o canto do sopapo é negro negão…"

No dia 18 de setembro o Ventre Livre esteve no Piquete Chama Viva, no acampamento Farroupilha, comemorando 1 ano da política cultural do Grupo Hospitalar Conceição – o guarda-chuva da 1ª Rede de Pontos de Cultura e Saúde do Brasil.

Foi uma noite muito especial onde através da letra da música, do toque do sopapo, das palavras – e da presença – do Mestre Chico, tivemos a oportunidade de comemorar o negro e a sua relação com o Estado do Rio Grande do Sul, o que muitos tentam – diariamente – esquecer (infelizmente).

Na ordem, Mestre Chico, Richard Serraria, Marcelo Cougo (Redenção) e Kino

Sopapo dois zero zero e o nove (28 e 29 de março de 2009)
(Serraria & Redenção)

Charqueadas Dunas Areial
Ao sol tem branco e preto: Laranjal
Rio Grande, Cachoeira, Caçapava,
Liberdade, noite alta, minha alma
A Princesa é uma senhora de idade avançadа
E nas noites de sábado
ela dança abraçada
com o velho sopapo negro.

O natural e o sintético
O essencial e o sincrético
O temporal e o profético
Intáctomo parado no ar
Igual onda que quebra à beira mar.
Nem beija flor nem helicóptero
Nem mesmo Dadá Maravilha aquilo conseguiu
Só viu e ouviu quem esteve lá

Sorrindo abraçado junto aos meus, chorei abençoado,
meu deus não estava pintado
foi esculpido em madeira nobre
sonho recortado no compensado
Aprendi que na hora quando param-se os relógios,
Bem ali nasce o sagrado.

Para entender mais sobre a história por trás da letra acessa o blog do Marcelo, o Mocotó Elétrico

Mestre Chico no sopapo


Kino no sopapo. Ainda em setembro ele vai estar ministrando uma oficina de sopapo no ventre livre. Clica na imagem para ampliar:

Fotos: Júlia Flôres

(http://www.flickr.com/photos/jzfflores

http://www.flickr.com/photos/jzfflores2

e, ainda, http://rabiscosebobagens.blogspot.com)

Título: da música do Serraria Giba Gigante Negão

Um comentário

  1. Não acredito numa tradição que não se recrie e mais, que não leve em conta a contribuição afro descendente à construção do estado. Tudo bem, em discursos tudo fica muito bonito e bem resolvido, mas cadê o sopapo na música gaúcha? Cadê o negro na literatura gaúcha (para além do Negrinho do Pastoreio, negro escravo e para além do Negro Bonifácio, tudo isso apenas em Simões Lopes Neto, início do século XX quando já estamos no século XXI)? Os pontos de cultura vem dando especial contribuição no sentido do reconhecimento das manifestações vindas da África e entranhadas na vida cotidiana desse país (Ventre Livre, Quilombo do Sopapo, União da Tinga, Odomodê dentre outros). 20 de setembro e 20 de novembro, apenas 60 dias de distância temporal mas anos luz de distância real que estão ainda a exigir profunda reflexão crítica!

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