Diante da reintegração de posse determinada pela juiza Clarides Hahmeier, os indígenas da Retomada Multiétnica Gãh Ré, em Porto Alegre no Sul do Brasil, reafirmam a luta em defesa do território.
A Kuja Kaingang Gã Teh, liderança político espiritual à frente da retomada, faz um apelo para que as autoridades reconheçam o direto ao espaço dos povos que estão sendo roubados a 500 anos.
O local é alvo de um empreendimento de condomínio de edifícios da Maisonnave Companhia de Participações, que pediu a reintegração de posse. A empresa que quer retirar os indígenas foi dona de um banco que faliu na década de 80; além disso, coleciona também acusações de fraude, ligações com a ditadura militar, especulação e conflitos com os povos Kaingang e Guarani.
Mesmo com os ataques do poder econômico e judiciário, os povos originários seguem determinados a lutar em defesa do território tradicional que vinha sendo ocupado por seus ancestrais milênios antes da invasão. “Caso tirarem esse espaço de nós, eu sairei no caixão”, conclui Gã Teh.