Frutos de resistência – Marcha das mulheres indígenas pelas lentes da Retomada Gah Ré

Em abril deste ano, pouco antes do Acampamento Terra Livre, a mulher araucária Gah Té plantou uma semente: “precisamos de oficinas para que a juventude da comunidade possa cobrir a ‘III Marcha das Mulheres Indígenas – Mulheres Biomas em defesa da Biodiversidade”. Setembro chegou trazendo os frutos: a juventude da retomada participou da marcha entre os dias 11 e 13 com a câmera em punho, registrando sua luta do seu próprio ponto de vista.

Imprensa negra em pauta no MUSECOM

Na manhã da última quarta foi realizada a abertura da exposição “Tição: Existência e Resistência” no Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom). A abertura contou com a presença de autoridades como a Secretária de Estado da Cultura Beatriz Araújo e Welington Silva, diretor do museu.

Entrega de mudas de juçara para o Faupoa

O Coletivo Catarse, na figura de dois cooperados, Bruno Pedrotti e Marcelo Cougo, esteve na abertura do décimo encontro do Faupoa – Fórum de Agricultura Urbana e Periurbana de Porto Alegre, que foi realizado nas dependências do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Ampliado da Restinga, na última sexta, 15 de setembro. O Faupoa reúne diversas iniciativas de hortas coletivas urbanas no município de Porto Alegre, seja em comunidades, escolas, unidades de saúde, unidades de assistência social, unidades prisionais, unidades de recuperação de dependentes químicos, espaços com cunho religioso e de recuperação ambiental, entre outros. Entre os seus objetivos estão: divulgar, estimular, trocar e desenvolver experiências em práticas de agricultura urbana, agroecologia, hortas urbanas, jardinagem e arborização em espaços urbanos, promovendo o cultivo e o consumo de hortaliças, frutas, grãos e plantas alimentícias não convencionais (PANCs). Foram entregues duas dezenas de mudas de palmeira Juçara, fruto do nosso envolvimento enquanto coletivo de comunicação e produção cultural com essa espécie de palmeira, nativa da Mata Atlântica, e que representa um ponto central na manutenção da biodiversidade, assim como um importante incremento econômico para as populações que vivem nesses territórios que se estendem do sul do Brasil até o Espirito Santo. Coletadas durante a I Carijada Kaatártica, as mudas foram distribuídas para as hortas participantes do encontro. Para conhecer mais e fazer contato, acesse a página no Facebook do Fórum. O Coletivo Catarse tem um histórico de envolvimento com a Juçara desde o advento da Rede Juçara, rede de agricultores florestais que trabalham a sustentabilidade a partir dessa palmeira. Dentre os trabalhos de comunicação que fizemos junto com a rede está a trilogia “O ser juçara” . A trilogia retrata, além de toda diversidade encontrada no domínio da Mata Atlântica, as experiências do ser humano com os saberes associados ao manejo da floresta nativa, em especial da Palmeira Juçara. Este primeiro episódio apresenta a relação direta e indireta das pessoas com a floresta, os modos de vida, as conexões que existem entre as experiências retratadas – e a perspectiva de que é possível se viver de maneira sustentável em todos os espaços. O ser Juçara é um documentário produzido pela Associação Içara, Butia Dub e Coletivo Catarse, apoiado pela Rede Juçara, a ser lançado em três episódios (Nós e a Floresta, Cultura em Transformação e Alimento para a Vida) de cerca de 30 minutos cada, sobre a cadeia de valores econômicos, sociais e culturais do manejo sustentável da Palmeira Juçara (Euterpe edulis) – o açaí da Mata Atlântica, atualmente ameaçada de extinção assim como todo o bioma. É parte integrante do Projeto Cadeia de Valores da Palmeira Juçara, financiado pelo edital Fortalecendo Comunidades na busca pela Sustentabilidade, uma parceria entre o Fundo Socioambiental CASA e o Fundo Socioambiental CAIXA. No segundo episódio, está em questão a transformação do modo de se enxergar e se relacionar das pessoas com a palmeira. Por décadas – séculos! -, considerada fonte do melhor palmito, foi objeto de um extrativismo que, quando realizado apenas por comunidades tradicionais e famílias que se instalavam em áreas de sua incidência, inicialmente era sustentável, mas que, a partir de um desenvolvimentismo econômico que enxergou neste um produto de grande valor agregado – para os agroindustriários, nunca para os coletores, conhecidos como “palmiteiros” -, passou a ser ameaçada de extinção. Já há cerca de duas décadas este panorama vem se modificando pela disseminação do conhecimento de que os frutos da Palmeira Juçara – o açaí da Mata Atlântica – também são viáveis economica, ecologica e culturalmente. No terceiro e último episódio, Alimento para a Vida, fiinaliza a nossa história apresentando as alternativas e a importância que os frutos da Palmeira Juçara têm para oferecer para alimentar nossas vidas. Com certeza sua contribuição vai para além da nutrição e da culinária, mas é, sim, um elemento delicioso que pode compor os mais variados pratos. No entanto, é preciso entender esta palmeira como parte de uma cadeia de valores Aproveitamos para convidar a se inscrever no nosso canal do youtube, curtir e compartilhar esse conteúdo, para que essa informação chegue mais longe e ajude a preservação das nossas matas. Texto: Marcelo CougoImagens: Marcelo Cougo e Bruno PedrottiEdição: Bruno Pedrotti.

I Carijada Kaatártica – uma atividade para revisitar e vivenciar práticas de ancestralidade

O que se passou ali?Nesses restos de uma história passada.Cada elemento do fim conta um pouco do começo. Neste mês de agosto, de 2023, mais precisamente entre os dias 3 e 6, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre revisitou origens da cultura originária do Rio Grande do Sul realizando a I Carijada Kaatártica. Localizada no município de Triunfo, no sítio dos Nicolaidis Cardoso, na região conhecida como Vendinha, a função reuniu a coletividade e mais alguns amigos numa produção artesanal de cerca de 25 kg de erva-mate. Iniciamos numa jornada para buscar o soque em Rolante, levamos a Triunfo e partimos a organizar o acampamento, as estruturas e o carijo – quarta, quinta e sexta-feira (2, 3 e 4 de agosto). Um adendo, na sexta-feira ainda teve coleta de mudas de Palmeira Juçara, semeadas pelos integrantes do Coletivo Catarse há mais de 6 anos, quando da realização de um Planejamento Estratégico no sítio. Esta, também, uma cultura de resistência, de luta ambiental e de sustentabilidade no domínio da Mata Atlântica – assista ao O Ser Juçara e entenda! ( ep1, ep2, ep3). No sábado, um grupo seguiu para o Sítio “Segredos da Terra”, no Corredor dos Garcias, interior do município de Triunfo, de propriedade do médico veterinário e grande parceiro Fabio Haussen Pereira Junior, para fazer a colheita da erva-mate. No local, já planejando uma poda que mantivesse alguns pés para uma segunda carijada – no local, em início de outubro! -, realizou-se um pequeno manejo, com liberação de espaço para facilitar o rebrote dos pés de erva cortados. Cortou-se o suficiente para encher um carijo de 1,70m x 1,70m e de 1,10m de altura. A chegada da erva no Sítio dos Nicolaidis Cardoso coincidiu com a chegada de um grupo de pessoas que veio diretamente da “Oficina de Vídeo para Defesa de Territórios com o Celular”. A ação, envolvendo os indígenas da Retomada Gah Ré, no Morro Santana em Porto Alegre, ministrada por Vitor Ribeiro, de Niterói-RJ, da ONG Witness e Plataforma Bombozila, foi realizada em continuidade ao projeto Coral, articulação latinoamericana de fortalecimento do vídeo como ferramenta de defesa de direitos socioambientais. De lá, chegaram representantes da etnia Kaingang e Guarani, além do próprio Vitor e demais colegas de Coletivo. “Eu tinha pouquíssima – pra não dizer nenhuma – informação sobre o carijo e a erva-mate como um todo. Quando participei da Carijada, tive a chance de estar junto e aprender sobre o processo, com gente comprometida com sua preservação. A dedicação das pessoas envolvidas e a forma como a brasa era mantida me deixaram muito impactado. Todas as etapas do processo, a convivência em torno do fogo, a cantoria, poder beber o mate recém-nascido no carijo, foi muito impactante pra mim. Senti muita confiança na postura do Coletivo Catarse em trabalhar junto com os povos indígenas para resgatar essa cultura ancestral. Como um carioca que não tem hábito de tomar o mate, acabei voltando com a erva para casa e apresentando paras pessoas na minha comunidade. E fez muito sucesso: equanto sorviamos, eu lhes mostrava os vídeos do fogo, do carijo, do soque, e lhes contava como as pessoas se organizaram coletivamente em torno dessa feitura. Algumas pessoas compararam o trabalho coletivo do mate ao que fazemos na pescaria artesanal de canoa aqui da região, quando nos mobilizamos para pegar, limpar e cozinhar o pescado. Dessa forma acredito que pude compartilhar com minha comunidade esse aprendizado e esse respeito pelo conhecimento ancestral da Natureza.” – relatou Vitor. Com a coletividade completa, se deu início aos processos de encarijamento, partindo-se ao sapeco – primeiro contato da erva-mate com o fogo, quando se passam as folhas rapidamente pelas labaredas altas para gerar um “estralar” alto, demonstrando que as membranas da folha se romperam -, depois a quebra e montagem dos ramos, para, em fim, colocar e preencher o estrado do carijo com a erva-mate. Com o braseiro do sapeco, inicia-se o fogo, mantendo-se o controle de um fogo baixo e uniforme por pelo menos 12h – neste caso, pela umidade da noite, 14h. É a fase da secagem, lenta e gradual, uma noite longa, acompanhada pelos carijeiros que fazem a ronda, trocando causos e conversas ao pé do fogo sem descuidar jamais. O amanhecer, o avanço do Sol chegou, a erva secou, saiu do carijo e foi ao cancheador, para a primeira quebra – não sem antes, ainda bem cedinho, sair o primeiro matezido, bueno, colhido pelas mãos defumadas e batido na mão de pilão, para, então, ir à cuia, que vai fazer sorver o melhor amargo para aquele momento. A fase final é a música do soque mecânico batendo, um samba, cadombe, tambor sequenciado, afinando a erva cancheada e preparando a distribuição da erva a todos, cheia de conhecimento e história, mas não só mais aquela ancestral, mas, agora, também com a de todos que trabalharam. Participaram desta carijada:Têmis, Gustavo, Mainô, Marcelo, Bruno, Billy, Sheiná, Kaariuk, Liane, Ruwer, Najla, Alexandre, Cris Cubas, Vini, Vitor, Lorena, Van Fejj, Kanindé, Vherá Xunú, Eraldo, Estela, Rita, Navarro, Dr. Fábio e família. Depoimento de Alexandre Fávero, artista, sombrista há mais de 20 anos: Texto: Gustavo TurckFotos: Billy Valdez, Bruno Pedrotti, Têmis Nicolaidis.

Oficina de fotografia na Retomada – dia 19 de agosto de 2023.

Dando continuidade à nossa formação em fotografia com jovens da Retomada kaingang Gãh Ré realizada com apoio da Witness Brasil, fui buscar o pessoal no Morro Santana. Lá deixei algumas instruções para Van Fej, que ia viajar com sua vó, Gãh Té, para Nonoai. Essa viagem ia ser a primeira da jovem como “fotógrafa” das atividades da Cacica. A nossa outra oficinanda, Fran, estava apoiando o trabalho de sua mãe com artesanatos. Desse modo fomos eu e Jonas rumo ao Centro, primeiro na Catarse, buscar equipamentos, e depois ao museu Júlio de Castilhos, onde estava tendo a Virada da exposição com coleções fotográficas indígenas no espaço Memória e Resistência. Nesse momento tivemos a companhia do Billy Valdez, fotógrafo do Coletivo Catarse. A visita por todos os cantos no museu rendeu várias fotos legais e pudemos seguir nossa oficina na prática. Depois, voltando para a sede da Catarse, foi o momento de aprender a baixar os arquivos no notebook e voltar pra Retomada, não sem antes deliciarmo-nos com um belo Xis coração de almoço! abaixo, algumas das imagens captadas por Jonas Durante a atividade. Texto: Marcelo CougoFotos da Oficina: Marcelo Cougo e Billy Valdez.

Na Trilha das Andarilhas pelas lentes da Retomada Gah Ré

Seguindo as oficinas de fotografia com a juventude Kaingang da Retomada Gah Ré com apoio da Witness Brasil, a função dessa vez foi no Centro de Porto Alegre. Acompanhar a peças “Na Trilha das Andarilhas”, do Quilombo do Sopapo dirigido pelo bonequeiro Leandro Silva, foi uma experiência muito impactante, tanto esteticamente como pelo discurso forte que ecoou pela Praça do Tambor e arredores. Uma oportunidade para o grupo de oficinandos ver e registrar a arte popular feita nas ruas, pelo povo e para o povo. Os bonecos gigantes da Trupi di Trapo, a música, tudo foi motivo de encantamento e observação cuidadosa pois, afinal, estávamos em “aula”. Uma aula de cidadania. Oportunizar aos jovens essa experiência foi muito legal! Mas também foi muito importante transitar portando máquinas modernas e manter o olhar atento ao que nos cercava. No final fomos toda turma comer uma deliciosa pizza no Mariamaria Espaco Cultural Aguardamos a próxima! Texto: Marcelo CougoFotos: Vanfejj, Jonas e Fran.

Ciclo Audiovisual de Impacto Social, com Vitor Ribeiro, em Porto Alegre

No inicio do mês de agosto recebemos o Vitor Ribeiro, video ativista e articulador da Witness Brasil, para uma sequência de encontros sobre o uso do vídeo como ferramenta de defesa de direitos e territórios. O primeiro encontro foi na noite de 4 de Agosto na sede do Cirandar, ponto de cultura com sede no Centro de Porto Alegre. Além de contar um pouco de sua trajetória no audiovisual, o documentarista, oficineiro multimidia e articulador social também trouxe um pouco da sua vivência na produção do filme a Rota da Canoa, junto da comunidade Caiçara de Piratininga, em Niterói/RJ. Um dos fundadores da Bombozila – maior plataforma brasileira de documentários online -, Vitor também trouxe dados importantes sobre os Streamings independentes. De acordo com o oficineiro, o Brasil é um dos países com mais plataformas independentes, tendo iniciativas voltadas para diferentes públicos batalhando pela diversidade nas telas, como Todes Play, Hands Play, Tela Trans, Amazonia Flix, entre outras. Ao final foi realizada uma exibição de curtas e bate papo. Na manhã do dia seguinte, o oficineiro carioca esteve junto dando sequência à série de oficinas de fotografias que estão sendo ministradas pelo Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre junto à jovens da Retomada Gãh Ré com apoio da Witness Brasil. Nessa ocasião, além de exercícios práticos de vídeo com o celular e exibição de filmes, tivemos a oportunidade de acompanhar nosso parceiro (oficinando do projeto CORAL), Vitor Ramón, compartilhando seu conhecimento com Vân Fejj, jovem kaingang, que está sendo preparada para registrar as atividades da Retomada. Ao final, um churrasco e a ida dos participantes para a I Carijada Kaatártica – importantes momentos de articulação e fortalecimento dos laços. texto e fotos: Marcelo Cougo e Bruno Pedrotti.

ELAOPA 2023

Nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2023, ocorreu o XIV ELAOPA, Encontro Latino Americano de Organizações Populares e Autônomas, na cidade de Rosário, Argentina. Criado em 2003, o encontro visa a troca de experiências das lutas políticas, militâncias sociais e trabalhos comunitários que se organizam de forma autônoma. Vídeo produzido pelo Repórter Popular em parceria com o Coletivo Catarse e apoio da Witness como atividade prática do projeto Coral – Território Audiovisual. Acesse também a cobertura do site do Repórter Popular.

Comunicação, cultura, saúde e memória!

Dia 17 de julho o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre recebeu do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) o reconhecimento como Ponto de Memória. O certificado comprava a atuação da cooperativa de trabalho e ponto de cultura em ações de museologia social, desenvolvendo ou apoiando “projetos e ações de museologia social, pautadas na gestão participativa e no vínculo com a comunidade e seu território, visando à identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial, contribuindo para o reconhecimento e valorização da memória social brasileira”. O reconhecimento da entidade é uma grande conquista, que estimula a aprofundar e capilarizar esse trabalho. Mas o processo coletivo interno de se entender enquanto ponto de memória começa muito antes, sendo até difícil definir ao certo sua origem. Teria sido após a morte do Montiel, artista residente do Ponto de Cultura, quando a equipe viu a necessidade de impedir que a obra do artista se perdesse para a umidade, traças e cupins? Ou na catarse dos 18 anos, quando o coletivo percebeu que tinha quase duas décadas de acervo digital. Das jornadas de junho de 2013, passando pelas colheitas de arroz orgânico da Cootap/MST, ocupações urbanas, movimentos indígenas, iniciativas de agroecologia e manifestações culturais das mais diversas. Certamente um momento chave para este trabalho foi a festa dos 20 anos da aldeia Kaingang Fag Nhin, na Lomba do Pinheiro/Porto Alegre. Assistir ao filme “Indíos Urbanos” duas décadas depois junto da comunidade – agora consolidada -, que se reconhecia no registro e se orgulhava da mobilização que garantiu a permanência no território, conferiu significado ao trabalho. Momentos como esse reafirmam a importância dos registros audiovisuais. Mas também reforçam a urgência de seguir mantendo o que já está registrado, aprofundando a organização do acervo, disponibilizando e divulgando a memória audiovisual para o público em geral, e, principalmente, para as pessoas e grupos registrados.

Neptunn lança videoclipe da música ‘Onward to Nothingness’

** Publicado originalmente no Portal o Subsolo No último dia 16 de julho a banda de Death Metal Neptunn lançou o videoclipe da música Onward to Nothingness. Uma produção em parceria entre a banda e o Coletivo Catarse / Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. As gravações foram realizadas no estúdio SimSet em Porto Alegre. A ideia do videoclipe é remeter ao “nada” um lugar vazio e perturbador, remetendo o espectador a não saber em qual “realidade” a banda se encontra tocando conforme a “perturbação” visual que acompanha junto o Death Metal da música. Aperta o play que o som é forte. Ficha técnica:Música: Onward to NothingnessMixagem: Felipe “Boss” PujolGravação da bateria: RR44 Artistic Complex VideoclipeProdução: Neptunn, Coletivo Catarse / Ponto de Cultura e Saúde Ventre LivreDireção, captação, edição, cor e finalização: Billy ValdezAuxiliar: Philippe Branco (PH)Apoio: Estúdio SimSet e Agência Acorde Siga a banda Neptunn:Neptunn é:Larissa Pires (vocals)Rafael Giovanoli (guitars/bass)Bruno Fogaça (guitars)Patrícia Bressiane (bass)Matheus Montenegro (drums) texto e fotos: Billy Valdez.