Uma releitura dos eventos de Junho e de Julho

*Por Tania Jamardo Faillace. Em que circunstâncias, as pessoas saem espontaneamente às ruas para protestar ou desafiar autoridades? 1. Quando as condições concretas de sua existência estão insuportáveis: fome, desabrigo absoluto, violência institucional generalizada, catástrofes sem socorro. Essa saída à rua equivale a uma “fuga para a frente”, de quem não tem mais o que perder. Uma espécie de “estouro da boiada”. 2. Quaisquer outras circunstâncias implicam em organização e pensamento convergente através de associações ideológicas ou classistas, confissões religiosas, provocação política, luta revolucionária. As manifestações de junho/julho no Brasil, consideradas de modo geral, não se encaixam nas condições do item 1. Não se tratava de cidadãos desesperados, mas de jovens bem alimentados e com boa saúde, que desfrutaram do movimento até de uma forma bem humorada e lúdica. Em relação ao item dois, podemos descartar o associativismo classista, o embate religioso, e a luta revolucionária, uma vez que não estamos dentro desse processo. Ficamos de momento com a hipótese da provocação política.

Sessão Bodoqe de Cinema IX

Hoje, terça-feira, 6, O Banheiro do Papa. Na sequência das aparições do Papa argentino na terra brasilis, um filme sobre as esperanças que uma visita como esta deixa nas pessoas, sem necessariamente se realizarem. Um filme sensível e reflexivo.