Faces de Eva

O “Faces de Eva” é uma instalação de teatro musical, que está em sua 2a montagem. Este trabalho, tem sua criação livremente inspirada no musical “Evita”, e explora os caminhos por onde mulheres exerceram o poder, em suas épocas e com seus talentos e convicções. Estas mulheres “Evas”, que surpreendem a todo o instante, conquistando diferentes espaços e com isto, reescrevendo uma história, escrita por um olhar masculino e machista. O TMA é um coletivo que possui como processo de criação, a pesquisa e o estudo das situações, identificando e explorando os fatos encobertos por narrativas de histórias oficiais. “Faces de Eva” traz texto, canto e movimentos, que poeticamente mostram Evas repensadas e desconstruídas. Nominado de instalação, este trabalho explora diferentes espaços, na busca de diferentes ângulos de visão para o espectador e variantes de percepção por proximidade e movimento com a plateia. Os ensaios estão acontecendo no salão da Comuna do Arvoredo e tem uma pré-estreia marcada para agosto no espaço Força e Luz. Acompanhe pelas redes: Montagem: TMA PRODUÇÕES (@tmacriacaoemontagem)Co-produção: Coletivo Catarse e Ponto de Cultura Ventre Livre (@coletivoctarase)Apoio: Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo)Direção: Raul Voges (@raulvoges)Assistência de Direção e produção: Têmis Nicolaidis (@temis.nicolaidis) Pesquisa: Elenco TMA Coletivo e Escola Elenco:Cristine Patane (@cristinepatane)Fabíola Barreto (@fabirbarreto)Gabi Walenciuk (@gabiwalenciuk)Guilherme Fraga (@guillermefraga)Ighor Pozzer (@ighorpozzer)Raul Voges (@raulvoges)

Enquanto a Luz Não Chega – desenvolvimento

“Enquanto a Luz Não Chega” é um filme que teve o início da escrita de seu roteiro há uma década. São muitos anos – e alguns bons períodos em gaveta – que fizeram com que a motivação de um grupo de artistas independentes, trabalhando autonomamente para sua realização, se tornasse um tanto obscura, mas não ausente nem defasada. Lá atrás, na ocasião, o Coletivo Catarse compunha um grupo de estudos e criação audiovisual chamado de Cinehibisco – com foco em desenvolvimento de linguagem no gênero ficção. Foi ali que se trabalhou a primeira versão do roteiro de uma história livremente inspirada no livro de Josué Guimarães, Enquanto a Noite Não Chega. A nova história fala sobre o isolamento ocasionado pelo excesso da virtualidade, das relações remotas e da dependência quase total da tecnologia para se tocar a vida. O filme pretende colocar em perspectiva uma reflexão do que as pessoas poderiam realmente precisar para se conectar com o outro e consigo mesmo. Como uma pessoa sente-se preparada para lidar com a vida, quando tudo o que se faz é mediado por dispositivos eletrônicos e, então, a energia elétrica se vai, deixando um vazio que parece ser devastador? As tecnologias contemporâneas, nesse sentido, não mais atrapalhar do que salvam o dia? De sua criação até o momento presente, quando será transformado em imagens, o “pano de fundo” para este roteiro já teve modificações drásticas – a sociedade vivenciou uma pandemia, há desastres naturais que colocaram em perspectiva exatamente as dependências do tipo de vida construída nas grandes cidades e, cada vez mais, é uma realidade deparar-se com os inúmeros apagões ocasionados por sobrecargas que a vida moderna ocasiona. Também é um fator para destaque a crescente alienação das pessoas no mar de desinformação e vaidades das redes. Ou seja, o argumento inicial, após 10 anos, parece mais atual do que nunca, e, talvez, na diegética do filme, as pessoas possam permitir-se mergulhar no escuro e, assim, reencontrar-se. Este é um projeto que teve início em fevereiro e que passou os 4 primeiros meses em montagem de equipe, estruturação de cronogramas das etapas de desenvolvimento, pré-produção, produção, filmagens e pós-produção – e, sobretudo, de análise e adaptação de seu roteiro original pelos autores/roteiristas/diretores. Como uma peça que pretende ser arte, com uso de linguagem fantástica da animação em sombras, mas que tem o seu “pé” fincado na verossimilhança, precisa, também, se adequar a uma realidade que caiu como uma bomba d’água nos processos narrativos previstos – as enchentes históricas de Porto Alegre, de maio de 2024, a cidade onde acontece todo o enredo do filme. Mantendo a previsão de lançamento para janeiro de 2025, neste quinto mês se inicia a transição da fase de desenvolvimento para a de pré-produção, exatamente com este desafio de reerguer e reescrever cenas e ações dos personagens para que estes não se tornem alheios a uma realidade que também os vai tocar. “Enquanto a Luz Não Chega” é uma realização do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, com projeto aprovado no Edital Lei Paulo Gustavo – Cinema – Linha 3: Produção de Curta-Metragem por Empresas Produtoras – Município de Porto Alegre. Direção e roteiro de Gustavo Türck e Têmis Nicolaidis – com equipe já confirmada de Alexandre Fávero na direção de arte, Lorena Sánchez na direção de produção, Marcelo Cougo assinando a direção de trilha, Billy Valdez na fotografia e operação de câmera e Bruno Pedrotti na assistência geral. Nesta nova fase, iniciam-se as discussões das realizações das visões de arte e fotografia, as ideias de locações e composição de elenco e os conceitos musicais que vão dar o tom à história. Há muito mais por vir!

A arte viva de Ubiratan Carlos Gomes

Pontos de memória são lugares que abrigam de forma prática aquilo que forma a a cultura e a história de um povo. Pode ser um museu, uma biblioteca, um ponto de cultura, uma acervo de imagens da televisão ou um site, entre muitas outras coisas. Dito isso vamos ao causo: Ubiratan Carlos Gomes, o Bira do Anima Sonhos, participou semana dessas do Cantos do Sul da Terra, programa comandado por Demétrio Xavier na nossa (Sempre nossa!!!) TVE, TV pública do Rio Grande do Sul. Pois esse foi o ponto de partida para que algumas memórias viessem à tona. Depois do programa algumas pessoas nos procuraram, (Coletivo Catarse) para perguntar do Bira. Queriam mandar lembranças, falar de antigamente, contar e saber como iam as coisas. Uma dessas pessoas foi o Gilmar, de São Jacob, lugar que fica entre São Marcos e Vacaria, na Serra riograndense. Pois Gilmar nos procurou para enviar um vídeo bastante rico de uma apresentação do Anima Sonhos durante a festa de seu casamento (do Gilmar), em 1991. Gravado em fita guardada desde então, há pouco tempo foi digitalizada e subida para o Youtube há bem pouco tempo. Um registro raro e importante com os gêmeos ainda formatando seus clássicos bonequeiros. É importante registrar que esse contato só foi possível por termos mantido um site onde está guardada uma parte da trajetória do Bira e do Anima, www.ubiratancarlosgomes.com.br. Através desse site foi feito o contato que foi desperto pelas imagens do programa da TVE. Uma cadeia de agentes trabalhando a memória de um lugar, um trabalho financiado em boa parte por recursos públicos. Desse modo, agora, além do canal do Gilmar na rede social também vai estar, o vídeo, no site do Bira. Ponto pra memória!

Estamos fazendo um filme!

Numa parceria com o Ponto de Cultura Vale Arvoredo, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre desenvolveu, ao longo do mês de abril, Vamos fazer um filme? oficina prática de produção audiovisual para crianças, através de projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo no município de Morro Reuter. Foram 5 encontros até o momento, quando crianças do 1º, 2º, 3º e 4º anos da EMEIEF Tiradentes tiveram a oportunidade de experimentar um pouco de como é a lida da produção de um vídeo mais trabalhado. Juntos, contamos histórias, assistimos filmes, trabalhamos em grupo, fizemos um roteiro e filmamos um pequeno curta-metragem – que está em fase de edição. “Num momento onde o audiovisual é onipresente em nossas vidas, a importância de um projeto como este é o desenvolvimento de um pensamento crítico a respeito do que é consumido como entretenimento ou mesmo como informação. Saber e viver os bastidores de um filme, a exemplo do que foi feito com essas turminhas, é desmistificar as produções, colocando em perspectiva o conteúdo que chega através dos computadores, televisões e, principalmente, celulares. É estimular a reflexão a respeito do que é verdade e do que é puramente ficção. Colocar os pequenos como produtores de um filme é dar voz ativa ao público que diante de uma tela, normalmente é passivo e, isso, é dar ferramentas para que possam decodificar as mensagens, tendo opinião própria sobre o que assistem”.Têmis Nicolaidis – Oficineira No dia 7 de maio, as crianças visitarão o espaço do Ponto de Cultura Vale Arvoredo, proponente deste projeto. Lá, conhecerão mais sobre este espaço cultural, que é uma referência no município, e participarão de uma sessão de cinema com filmes produzidos em Morro Reuter, culminando com a estreia do filme que produziram: Trio Parada Dura – e o mistério do brilho no mato.

A Viagem de Jacinto

Nos dias 27, 28 e 29 de abril, o Ponto de Cultura Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo (@vale.arvoredo) foi transformado no set de filmagem para a produção da minisérie A Viagem de Jacinto. Não é a primeira vez que o Clube da Sombra (@clubedasombra), realizador deste projeto, em parceria com o Coletivo Catarse e Vale Arvoredo, se juntam para fazer arte em Morro Reuter. No ano de 2021 o set foi para o projeto Criaturas da Literatura Em Movimento (com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura do RS), que resultou em 6 curtas-metragens com a linguagem do teatro de sombras como principal protagonista para contar 6 histórias clássicas da literatura universal. Nesta nova empreitada, A Viagem de Jacinto ainda conta com mais dois parceiros importantes: Cia Pájaro Negro e Pablo Longo (@pajaronegro.sombras e @pablongol) – Mendonza – AR e Box23filmes (@box23filmes) – Dois Irmãos-RS. A minisérie terá estreia ainda este ano, por enquanto, acompanhe os bastidores desta jornada. Sobre o projeto:A Viagem de Jacinto é um projeto de minisérie ficcional que narra a história de duas crianças que vivem na zona rural e, em uma noite, brincando com uma lanterna, disparam um facho de luz para o céu escuro. Essa luz, antes de viajar pelo espaço, ilumina um boneco de papelão chamado Jacinto, que os dois construíram para brincar com teatro de sombras. Nesse instante em que Jacinto é iluminado, uma grande ideia surge na imaginação dessas duas crianças, abrindo um universo novo de dúvidas e descobertas onde a ciência e a imaginação se juntam para formar imagens surpreendentes. Jacinto está viajando na velocidade da luz pelo espaço. Mas e a sombra de Jacinto, está viajando junto? Onde estará esse nosso personagem? Conforme o tempo passa, Jacinto segue sua a aventura espacial, enquanto as crianças crescem, tornam-se adultos para finalmente descobrirem onde Jacinto está. Numa produção @clubedasombra, em parceira com @pajaronegro.sombras, @coletivocatarse, @box23filmes e Ponto de Cultura @vale.arvoredo e financiamento pela @leipaulogustavo no município de Dois irmãos (@prefeituradoisirmaos / @doisirmaos_cul_tur), A Viagem de Jacinto sai do papel e encontra este grupo de realizadores dispostos a embarcar na mesma viagem.

A Viagem de Jacinto

Texto: Clube da SombraFotos: Clube da Sombrta e Cia Pájaro Negro A Viagem de Jacinto é um projeto de minisérie ficcional que narra a história de duas crianças que vivem na zona rural e, em uma noite, brincando com uma lanterna, disparam um facho de luz para o céu escuro. Essa luz, antes de viajar pelo espaço, ilumina um boneco de papelão chamado Jacinto, que os dois construíram para brincar com teatro de sombras. Nesse instante em que Jacinto é iluminado, uma grande ideia surge na imaginação dessas duas crianças, abrindo um universo novo de dúvidas e descobertas onde a ciência e a imaginação se juntam para formar imagens surpreendentes. Jacinto está viajando na velocidade da luz pelo espaço. Mas e a sombra de Jacinto, está viajando junto? Onde estará esse nosso personagem? Conforme o tempo passa, Jacinto segue sua a aventura espacial, enquanto as crianças crescem, tornam-se adultos para finalmente descobrirem onde Jacinto está. Numa produção Clube da Sombra, em parceira com Cia Pájaro Negro, Coletivo Catarse, Box23filmes e Ponto de Cultura Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo e financiamento pela Lei Paulo Gustavo no município de Dois irmãos, A Viagem de Jacinto sai do papel e encontra este grupo de realizadores dispostos a embarcar na mesma viagem. Esta história parte de uma pesquisa acadêmica, artística e real, em andamento, iniciada no interior do município de Morro Reuter, no Espaço de Vivência Artística Vale Arvoredo, que se desdobra em uma tese para a Universidad Nacional del Centro de La Provincia de Buenos Aires – Facultad De Arte, na carreira de Maestría en Teatro – Dirección escénica, com o título de: La espacialidad en el teatro de sombras contemporáneo de la Compañía Teatro Lumbra de Brasil. O diretor teatral Pablo Longo, integrante da Cía Pájaro Negro é o proponente responsável por essa investigação sobre a profundidade da sombra e suas manifestações no campo da percepção. O personagem Jacinto foi criado por Alexandre Fávero, associado do Espaço Vale Arvoredo, residente do munícipio de Dois Irmãos e diretor do filme Boitatá – (Argentina / Brasil – 2020/2021) Cía Pájaro Negro y Cia Teatro Lumbra. Nessa pesquisa de 2022 ele é utilizado como protótipo para ilustrar fotos e vídeos do processo de investigação para a tese de Pablo Longo, participando de diferentes experimentos com luz e sombra, sobre superfícies, como fumaça, água de rio, água de cascata, tecidos, árvores e espelhos. O argumento de “A Viagem de Jacinto” surge desses testes e suposições, que estão se desdobrando em teorias, perguntas e na tese que se apresentará em 2024. A proposta é desenvolver um roteiro, uma estrutura narrativa que possa se desdobrar em outras linguagens e produtos, como um filme, um livro ou uma peça de teatro. É uma obra de ficção que estimula a imaginação e o raciocínio lógico de crianças e adultos, de qualquer idade, sobre a nossa época, sobre aquilo que podemos perceber de nós mesmos, mas também daquilo que se distancia infinitamente de nós. Com um mundo tão repleto de tecnologias e virtualidade, talvez o importante não seja ver o que ninguém nunca viu, mas sim pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê. Jacinto é um personagem criança que está viajando no espaço sideral e na imaginação, conectando o dentro e o fora de cada um de nós.

Vamos fazer um filme?

Numa realização Ponto de Cultura Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo (@vale_arvoredo), com a parceria do Ponto de Cultura Ventre Livre (@coletivocatarse), através do edital de audiovisual da Lei Paulo Gustavo para o município de Morro Reuter, no dia 26.03 inicia-se a Oficina Prática de Produção Audiovisual na EMEIF Tiradentes na cidade de Morro Reuter. O projeto busca desenvolver um olhar atento e sensível sobre a realidade, com o objetivo de registrar e editar um curta-metragem documental ou de ficção, tendo como suporte dispositivos celulares e, ainda, outros recursos disponíveis no dia a dia como ferramentas para ver, criar e produzir o conteúdo audiovisual resultante desta oficina. Esta produção se dará em formato de oficina para jovens dos 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental. Serão encontros que os jovens, de maneira prática, irão conceber, roteirizar, produzir, filmar e editar um pequeno curta-metragem, tendo noção de todas as etapas de produção de um audiovisual. Esta mesma oficina já foi realizada anteriormente em Morro Reuter, no ano de 2015 na Escola Estadual de Ensino Fundamental João Wagner, e resultou no curta-metragem O Livro. Também, foi realizada em Tapes, resultando dois curtas-metragens: A casa da última rua e A longa vida de Kameyo. O objetivo do projeto é aproximar os jovens das etapas da produção audiovisual, estimulando o pensamento crítico sobre a produção de conteúdo e construção de sentido; Realizar um curta-metragem inteiramente produzido junto aos jovens oficineiros, aproveitando as referências consumidas por eles, advindas das redes sociais, mas que, consiga, também, se aproximar da linguagem cinematográfica, estabelecendo um diálogo estético e narrativo e promover uma sessão de cinema com os realizadores do curta-metragem no Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo e uma sessão na escola para professores e estudantes, seguido de bate papo sobre a produção. Acompanhe, curta e assista!

Espaço Cultural Maria Maria – 1 ano de vida no Centro Histórico de Porto Alegre

Quando se tem contato e se está minimamente atenta aos movimentos e discussões sociais a gente aprende que palavras importam. Importam tanto que elas vivem mudando para melhor se adequar ao contextos que elas representam. Porém, tem uma palavra muito especial que parece não perder o seu lugar nas organizações sociais horizontais. Rizoma. O rizoma na botânica é um caule que vai se espraiando sob a terra, se ramificando, crescendo, tomando espaço, se transformando em parte mas nunca perdendo sua participação no todo. Somos assim. Nos vemos no próximo que tem mesmos ideais, valores e energia e vamos nos fundindo num grande mapa rizomático de fazeres. Somos potência coletiva que soma habilidades distintas para se complementar no trabalho e, assim, cumprir a nossa função social nesse mundo muito louco e exigente. Não foi diferente com as Marias, que apareceram há um pouco mais de um ano atrás, aterrisando na garagem do casarão, parte da Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo). Foi amor a primeira vista. Elas, Daniela e Márcia Tolfo, encabeçando o empreendimento, tendo como base afetiva e de apoio muitas outras Marias que vieram para ocupar e erguer este espaço cultural tão diverso. E fizeram uma revolução. Modificaram a estrutura física do lugar e conseguiram, com muita competência consolidar o espaço com uma programação cultural qualificada. Foram 9 edições da Janta Afro, com pratos típicos da culinária afro-brasileira, uma hondurenha e uma mexicana. Rodas de conversa, lançamento de livro, documentário e exposição de arte negra, feiras de economia popular solidária. Teatro foram 4 apresentações, sendo duas de marionetes. Dois eventos de Slam, do Aquilombaí e do Dengo. Apresentações musicais foram mais de 40, dos mais diversos segmentos: samba, MPB, rock, chorinho, tango, milonga, música afro e regional. Pois no dia 19.02.24 o Espaço Cultural Maria Maria completou 1 ano e durante este tempo o Coletivo Catarse / Ponto de Cultura Ventre Livre (@coletivocatarse) foi e continuará sendo parceiro nesta caminhada pois acredita que arte e cultura é transformador e o que mais se precisa é estar sempre em movimento, sentindo a vida acontecer. E é esse o poder das Marias. Lugar para se sentir acolhido, compartilhar momentos, bebidas e comidas, para fazer catarses, para ouvir e ser ouvida, para sorrir e soar, para criar, compor e brotar. Espaço Cultural Maria Maria, onde a Catarse encontrou um Ventre Livre para germinar o futuro. Texto: Têmis NicolaidisFotos de Billy Valdez

Teatro é grupo – Estreia de Ed Mort no Museu do trabalho

Texto: Andressa CorrêaFotos: Gustavo Türck No dia 16/12 o espetáculo Ed Mort, da oficina infantil da Yeshe Cultural (@yeshecultural) estreou no Teatro do Museu do Trabalho (@museudotrabalho) para cerca de 100 pessoas. Ed Mort – adaptação do texto de Luiz Fernando Veríssimo cheio de deboche e mistério. O TEATRO se fez presente – uma arte coletiva, feita por uma coletividade diversa de crianças e por coletivos muito especiais. Com ela o Yeshe Cultural cumpriu sua aspiração do ENCONTRO, em tempos de desconexões conectadas, o encontro é pedra preciosa, o fazer teatro se faz preciosidade. O que fizemos? Primeiro, um GRUPO de crianças mega talentosas e especiais, de mães parceiras, de diferenças! Uma jornada nada fácil, de tapas e beijos, mas tão verdadeira, tão verdadeira, que nenhuma criança titubeou, quis desistir. Só somamos nesse ano, não tivemos nenhuma desistência e acho isso incrível! Elas estavam sempre lá, ansiosas pra se ver, pra lanchar juntas, ansiosas pra fazer as cenas acontecerem. Segundo, uma PROFESSORA que tinha escolhido uma peça difícil, uma professora que adora marcar cena, que é meio chata, mas que propicia DR’s, o compartilhar da vida entre eles, e que ACREDITA neles. Foi difícil de fazer, mas tão bonito de se ver! A alegria e a força deles no dia… ahhh… ver eles orgulhosos, respondendo as perguntas do públicos… que delícia! Terceiro, uma EQUIPE brilhante: agradeço ao Coletivo Catarse / Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre (@coletivocatarse) que apoia sempre as “águas que correm entre os trilhos” na busca por uma mundo mais justo e presente e vem apoiando o Yeshe Cultural desde o seu nascimento com as tecnologias, com as pessoas, com a troca de ideias; agradeço em especial a Têmis Nicolaidis (@temis.nicolaidis) que criou a cena maravilhosa de sombras que tínhamos no espetáculo, apoiou na técnica, sentiu calor com a gente; a Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo) esse centro cultural, moradia coletiva, lugar de gestão de outros mundos possíveis que acolhe e torce pela continuidade dessa oficina; agradeço ao palhaço Rê Amorim (@renatonapaz) que mandou ver nos bastidores com as crias; agradeço aos responsáveis que viram, olharam, apoiaram seus filhos para estarem lá, parabéns!

“É noite. Paira no ar uma etérea magia…”

Gilka Machado (1893-1980), foi a maior representante feminina do simbolismo no Brasil. Poeta carioca, nascida numa família de artistas, lançou seu primeiro livro em 1915, causando alvoroço na crítica desde já.  Tinha a admiração de grandes escritores como Jorge Amado, Olavo Bilac e Carlos Drummond Andrade e venceu o concurso de melhor poetisa do Brasil, em 1933, concorrendo com nomes como Cecília Meireles. No entanto foi duramente criticada por muitos setores da sociedade pelo teor sensual de seus versos e desvalorizada por sua condição social. Gilka foi uma precursora – ou “a antecessora”, na palavras de Carlos Drummond Andrade – usando de um erotismo espiritualizado para falar de desejos, anseios e aspirações da mulher, tirando-a da condição de objeto do homem e apresentando-a protagonista de si mesma. O projeto Língua Lâmina teve início em 2019, quando três artistas independentes (Alexandre Malta, Lorena Sánchez e Thali Bartikoski) idealizaram a elaboração de um sarau a partir da literatura erótica feminina no Brasil. A proposta inicial era apresentar um compilado de diversas autoras, de variadas épocas. Ao direcionar-se o trabalho de pesquisa para a busca das mulheres pioneiras na poesia erótica no país, se chegou na vida e obra da poeta Gilka Machado. Foi idealizado, assim, o sarau sensorial “A Língua Lâmina de Gilka Machado”, onde as palavras do universo gilkiano jogam frequentemente com os cinco sentidos, proporcionando experiências sensoriais ao público, apresentando assim mais concretamente sua poesia essencialmente simbolista.  O sarau chegou a estrear no início de 2020 no espaço do Guernica Bar, mas infelizmente teve as atividades suspensas por conta do isolamento social provocado pela pandemia do Covid19. Durante o período de isolamento, o grupo continuou pesquisando e desenvolveu ações de forma virtual, com videopoesias realizadas de forma caseira pelos três artistas e entrevistas a outras estudiosas da escritora Gilka Machado. O sarau retomou as apresentações presenciais no fim de 2022 com o elenco inicial, se apresentando em palcos alternativos e de forma independente.  Em meio às pesquisas e discussões, realizadas durante e posteriormente ao período de isolamento, foi desenvolvida uma nova concepção em relação ao produto final do projeto. Na pesquisa histórica, identificou-se um grande número de escritoras latino-americanas, contemporâneas de Gilka Machado, todas mulheres pioneiras em seus países com uma escrita ousada e libertária – outras línguas-lâminas que podiam ser somadas. E no desejo dos artistas suscitou a necessidade de transpor o sarau para a condição de espetáculo.  Optou-se pela criação de um monólogo e a formação de uma equipe técnica incorporada à atriz em cena, utilizando de recursos como o audiovisual, a dança, a iluminação e a trilha sonora cuidadosamente pesquisada. Língua Lâmina então toma a forma de um projeto cuja proposta cênica se desenvolve a partir da intersecção de diferentes áreas artísticas, que convergem para a apresentação de elementos da obra de Gilka Machado e da condição feminina na sociedade, como ser autônomo e criador.  As profissionais envolvidas no projeto, sejam artistas ou técnicas, são imersas no universo gilkiano, produzindo harmonicamente elementos em suas especialidades individuais que convergem coletivamente em direção a uma representação da poética para além da palavra. Todo esse processo, somado a atuação e provocações da atriz em cena, devem proporcionar  sensações e estímulos no público O formato em monólogo teve a sua estreia em março de 2023, no evento Elas por Elas, do espaço cultural Cuidado que Mancha.  Língua Lâmina  participou em junho de 2023, no XXX FESTIVALE – FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DO VALE DO PARANHANA, em Rolante/RS, recebendo os prêmios de Melhor Atriz e Melhor Texto Original e as indicações de melhor espetáculo, direção, figurino, cenografia e trilha sonora. Fez, também, apresentação no Salão Mourisco na Biblioteca Pública do Estado. O Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre apoia Culturalmente o Língua Lâmina e tem, na equipe, duas coperadas Lorena Sánchez (atuação e produção) e Têmis Nicolaidis (videoprojeções), que assinam, também, a direção coletiva do espetáculo nessa nova fase.