Sessão de cinema

Beto e Alex, arrumando a luzLuz dentro e fora da casaGurizada atentaA parede é telaNo sábado, dia 19 de setembro, tivemos uma movimentação importante no Ventre Livre. Realizamos uma sessão de cinema com a presença da gurizada da rua. Coisa simples, mas que só foi possível pelo trabalho de dois amigos: Beto Bastos e Alex Nunes. Eles foram os responsáveis pela eletricidade dentro da casa. Ainda de modo precário, mas se encaminhando para soluções definitivas, a eletricidade foi saudada como a grande transformação nesse fim de semana. Resta ainda muita coisa pra fazer mas estamos caminhando firmes pra tornar cada vez mais o Ventre Livre um espaço para a cultura e a educação na Vila Jardim. Depois da luz, vieram as crianças e suas cadeirinhas para ver primeiro A busca de Maria, um curta de animação feito com colagens, vídeo esse realizado pela Catarse colaborativamente com o programa Ponto Brasil. Após o curta passamos o filme Saneamento Básico, do Jorge Furtado, realizado na serra gaúcha e que fala sobre a filmagem de um vídeo em uma pequena comunidade. Foi uma boa experiência para todos e mais uma atividade realizada pelo Ponto de Cultura Ventre Livre.

"…a palma da tua mão é branca negão. o canto do sopapo é negro negão…"

No dia 18 de setembro o Ventre Livre esteve no Piquete Chama Viva, no acampamento Farroupilha, comemorando 1 ano da política cultural do Grupo Hospitalar Conceição – o guarda-chuva da 1ª Rede de Pontos de Cultura e Saúde do Brasil. Foi uma noite muito especial onde através da letra da música, do toque do sopapo, das palavras – e da presença – do Mestre Chico, tivemos a oportunidade de comemorar o negro e a sua relação com o Estado do Rio Grande do Sul, o que muitos tentam – diariamente – esquecer (infelizmente). Na ordem, Mestre Chico, Richard Serraria, Marcelo Cougo (Redenção) e Kino Sopapo dois zero zero e o nove (28 e 29 de março de 2009)(Serraria & Redenção) Charqueadas Dunas AreialAo sol tem branco e preto: LaranjalRio Grande, Cachoeira, Caçapava,Liberdade, noite alta, minha almaA Princesa é uma senhora de idade avançadаE nas noites de sábadoela dança abraçadacom o velho sopapo negro. O natural e o sintéticoO essencial e o sincréticoO temporal e o proféticoIntáctomo parado no arIgual onda que quebra à beira mar.Nem beija flor nem helicópteroNem mesmo Dadá Maravilha aquilo conseguiuSó viu e ouviu quem esteve lá Sorrindo abraçado junto aos meus, chorei abençoado,meu deus não estava pintadofoi esculpido em madeira nobresonho recortado no compensadoAprendi que na hora quando param-se os relógios,Bem ali nasce o sagrado. Para entender mais sobre a história por trás da letra acessa o blog do Marcelo, o Mocotó Elétrico Mestre Chico no sopapo Kino no sopapo. Ainda em setembro ele vai estar ministrando uma oficina de sopapo no ventre livre. Clica na imagem para ampliar: Fotos: Júlia Flôres (http://www.flickr.com/photos/jzfflores http://www.flickr.com/photos/jzfflores2 e, ainda, http://rabiscosebobagens.blogspot.com) Título: da música do Serraria Giba Gigante Negão

Poema para Ventre Livre

Ventre Livre “A maioria da nossa gente tem a pátria como galéComo um tronco, como corrente presa ao pé,Como um fardo sobre os ombros de que só se liberta quando morre”(Francisco Julião) Por força do direito à propriedade não pode ser direitoléguas de improdutividade a poucos pertençeremalimentarem as esquinas, toda sesmaria ser semente,transgenia entre a gente e o cimento que entope os viadutos da cidade. A terra tem de ter o Ventre LivreA mãe, o chãoA mão, o pai, o pãoque vai parir a nova consciência E sermos herdeiros de canudosde palmares e dos lanceiros negrosdas ligas camponesas e dos acampamentosda marcha dos tenentes dos fortes de copacabanados inconfidentes e poetas do povo,herdeiros de Vinícius, Aparício, Patativa e JacaréHerdeiros de ser o que a gente é:A luz que produz alegria pra barrigamovimento em pensamento adubo da nossa reflexão.

A Princesa é uma Senhora

Em breve no Ponto de Cultura Ventre Livre estaremos realizando oficinas de Tambor de Sopapo. Fica aqui uma amostra de uma cançao de Marcelo Cougo e Richard Serraria falando sobre o tambor.

Oficina de Foto na Lata do dia 22 de agosto

No dia 22/08, o ponto de cultura Ventre Livre realizou uma atividade de fotografia na lata. Os participantes se dividiram em grupos, e cada grupo montou a sua câmera.Foi bem divertido a hora da montagem, as crianças estavam interessadas em saber que é possível tirar fotografia usando uma lata. Fizemos um intervalo pra o lanche, e na volta tiramos as fotos. O resultado não foi tão bom como esperávamos, nenhuma foto saiu com a imagem bem nítida, mas valeu a pena pelo aprendizado, a experiência e principalmente pela diversão!!! – Débora, agente cultural de saúde * Fotos: Valentim e Têmis

Oficina de Colagem

Na tarde quente da última terça feira, dia 11 de agosto, cerca de 15 crianças, todas moradoras da Vila Jardim foram ao Ponto de Cultura Ventre livre participar da Oficina de Colagem ministrada pela artista plástica Lídia Brancher. Foi a primeira atividade cultural promovida pelo Ponto, mesmo que sua estrutura física ainda esteja bem precária. Para aproveitar a beleza do dia, sua luz, a atividade foi realizada na entrada da casa. Em cima de uma lona preta foram colocadas muitas revistas, canetinhas e gizes de cera de diversas cores. A criançada recortou e pintou dando vazão à criatividade durante quase duas horas. Durante a oficina, que contou com a participação das Assistentes Sociais Rosa e Nabila, vinculadas à Gratürck, parceira do projeto do Ventre Livre, dos coordenadores do ponto, Têmis e Marcelo, aconteceu a visita da Maria Helena Zanella e da Luiza Bezerra do GHC. Foi um momento importante para todos os envolvidos. O barco do Ventre livre já está navegando em águas da Vila Jardim, prometendo ganhar o mundo com as coisas de lá e como pode ser melhor começo do que uma casa cheia de criança? Próxima parada será dia 22 de agosto, 14hs, oficina de Fotografia na Lata.

As crianças estão mudando o mundo…

…começando pelo Ventre Livre.A faxina estava marcada para as 13h, chegando lá, às 12h, já tinha gente varrendo a frente da casa. Quinze minutos mais tarde a casa estava tomada de crianças com vassouras nas mãos. Mais 20 minutos e estavam todas molhadas, de pés no chão e felizes. É impressionante a força de vontade e a participação das crianças da Vila Jardim no projeto. Sedentas por conhecer, saber, questionar, aprender, hoje, elas são a motivação para que nós possamos superar os inúmeros problemas que têm aparecido. Ver um projeto de Ponto de Cultura andando é uma coisa, estar a frente de sua administração é outra bem diferente. Estamos certos de que a solução é envolver as pessoas da comunidade ao máximo, estimulando o sentimento de pertencimento e a consciência de que aquele espaço é delas.Entre uma esfregada e outra se escuta num tom de espanto: “É a gente que tá fazendo”! E deve ser bem por aí! Nesse dia não fizemos só a faxina, mas escolhemos democraticamente as cores da casa e demandamos coletivamente um novo encontro para finalizar a limpeza. Este novo encontro foi marcado para a terça-feira, dia 4 de agosto. Estivemos por lá mas, infelizmente, não conseguimos resolver um problema fundamental: estamos sem água. Estamos sem luz também. Olhamos para as paredes descascadas, irregulares, esburacadas e nos demos conta de que o trabalho de arrumação da casa vai ser mais difícil do que prevemos pois não temos rubrica de mão-de-obra no orçamento. Vem a frustação e cai a ficha da responsabilidade que temos em relação à comunidade. Ao mesmo tempo esse sentimento vem para resolver o problema. Vamos focar nas atividades e procurar constituir o Ventre Livre como referência de território cultural de fato, mesmo que precariamente. O que a gente precisa agora é ocupar o espaço com gente e mostar as tantas possibilidades que o Ponto pode ser. E, enquanto isso, pegar emprestado esse ânimo das crianças para aprender com elas que é possível fazer acontecer.