A sede é a sede de que a cultura viva evolua

Na terça-feira, 30 de julho, o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, de Porto Alegre, convidou para uma roda de conversa sobre a importância da estrutura física de pontos de cultura na sustentação das suas ações culturais – principalmente nas periferias. Numa gélida noite, mais uma vez, expôs-se algo que é cíclico na vida do próprio Quilombo como um exemplo que precisa ser superado para a consolidação de espaços culturais como esses e semelhantes – a insegurança com relação a sua sede. Importante destacar que isso não é exclusividade deste segmento. Historicamente, as populações originárias deste país e aquelas que vieram forçadas de suas terras mantêm suas origens intrinsecamente ligadas aos seus territórios. Isso sempre foi a garantia de suas próprias existências por séculos, mas não só de si, também das florestas, do meio ambiente. Imagens de satélite são testemunhos globais e apoiam estudos que comprovam isso. Indígenas e quilombolas são, hoje, os principais guardiões das matas e da fauna – se ainda há Amazônia é porque ainda há áreas delimitadas para diversas etnias indígenas, e, se ainda resta algo de Mata Atlântica, é porque existem também os quilombos titulados e permanentes em seus territórios. Nas cidades isso também se verifica. E, mais além, no ecossistema cultural e político, se replica essa lógica onde o fazer artístico e cultural serve como proteção às ideologias destruidoras do planeta. Isso suscita à reflexão, pois estar em um local cedido, como outros, em locais emprestados, alugados, ocupados, coloca seguidamente em xeque as atividades desenvolvidas, inclusive, por inciativas como o Quilombo do Sopapo, consolidado na formação, criação e desenvolvimento da cidadania em um lugar como o bairro Cristal e suas comunidades há mais de 15 anos. E esta é uma realidade disseminada entre quase todos os pontos de cultura existentes no RS e também de várias outras iniciativas – como centros culturais, associações de moradores, cozinhas solidárias, hortas comunitárias, etc. Todos considerados espaços de resistência e com relevância nas dinâmicas sociais nos territórios que estejam instalados. A falta da garantia de sede é também a apreensão de que projetos terminem simplesmente quando os recursos acabem, sem que seja possível trabalhar a longo prazo e com autonomia a continuidade da produção cultural de base, de matriz popular. Não são poucos os pontos de cultura que já encerraram suas atividades por, simplesmente, não haver mais recursos para manter suas sedes. Ou então aqueles que seguidamente conseguem certa autossustentabilidade, mas que estão sempre na contenda da manutenção do espaço em negociações com os proprietários dos mesmos. A pandemia foi um momento em que muitos ou fecharam ou chegaram perto de acabar – mas, pela mobilização de muita gente Brasil afora, se fez existir uma Lei Aldir Blanc, que distribuiu recursos extraordinários emergenciais exatamente para a manutenção desses locais. E a questão que se levantou passara por aí – tratar das sedes não mais como uma excepcionalidade orçamentária ou que acompanhe simplesmente projetos contemplados, com recursos para se bancar aluguel, mas, sim, como estacas bem fincadas no meio de um latifúndio cultural elitista, com a garantia da manutenção da existência, transformando-se algo efêmero em um movimento perene. Muitas das falas na noite se encaminharam em direção a esta percepção. A equipe de coordenação do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, muito apreensiva – mais uma vez – com a insegurança relacionada ao ciclo da sua sede, expôs como grande exemplo sua situação e prepara mobilização para não deixar uma conquista de mais de década se esvair em uma simples não renovação de concessão de uso por uma nova gestão de um sindicato, proprietário daquela área onde se estabeleceu. O Sopapo é um quilombo cultural efetivo, assim como muitos pontos de cultura o são, relacionando-se historicamente com seu território e estabelecendo-se como referência não só na produção da arte, mas na geração de cidadania em uma realidade de periferia que necessita tanto de lugares assim. Para uma política estruturante como a Cultura Viva, com 20 anos já, perder pontos de uma rede já tecida por falta de propriedade dos espaços não deveria ser uma opção. Novos encaminhamentos virão. Presentes no encontro estavam representantes do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, do coletivo Periferia Feminista, da ASCOBREVIC e do Ilê Aganj Ati Oxalá. *colaborou no texto Marcelo Cougo (Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre), fotos de Julio Rodrigues (Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo)

Novas Fronteiras do Ativismo Social, 4ª sessão – live! 24/07, 19h30

Em 24 de julho, o Ciclo de Debates prossegue em sua 4ª edição na Cooperativa GiraSol (Av. Venâncio Aires, 757), com a apresentação do Projeto Gradiva, um coletivo que traz a Psicanálise a mulheres em situação de violência, fazendo da escuta e da palavra meios de reconstituição de vínculos, subjetivos e sociais, e de reconstrução pessoal. Para comentar, teremos o Coletivo Yapó, e nas análises, a Professora Marília Veronese, da Unisinos. A transmissão pela internet, para além do ao vivo no local, ocorre pelo canal do YouTube do Coletivo Catarse (https://www.youtube.com/@coletivocatarse). Não perca! Projeto GradivaUma iniciativa com vários profissionais que se revezam no atendimento clínico, oferecido a mais de 50 pessoas nos últimos anos, por meio de sessões individuais, grupos terapêuticos de palavra, grupos de leitura e outras atividades. O Gradiva atua também no meio profissional da Psicanálise, por meio de eventos e atividades de discussão, como rodas de conversa, grupos de estudos e outros. É uma iniciativa premiada por seu trabalho. Para assistir pela internet, visite o canal do Coletivo Catarse e inscreva-se. Uma notificação da live será enviada ao seu celular quando for ao ar! Caso prefira assistir por computador, abra o canal minutos antes do início da transmissão (19h30) e aguarde abrir o sinal, automaticamente. Valorizamos a sua participação! Confira a íntegra de como foi a 3ª edição:

Novas Fronteiras do Ativismo Social, 3ª sessão – live! 18/07, 19h30

O terceiro episódio do ciclo vai apresentar o coletivo Baque Mulher Poa, muito representativo dos ativismos contemporâneos, com comentários da Apoema Socioambiental. As análises serão de Helena Bonumá, da OSCIP Guayí. O tema que se inaugura neste mês de julho será “Feminismo, Equidade e Questões de Gênero”, com o evento acontecendo ao vivo no Espaço Cultural Maria Maria (na Comuna do Arvoredo, Rua Fernando Machado, 464). A transmissão ocorre pelo canal do YouTube do Coletivo Catarse (https://www.youtube.com/@coletivocatarse). Não perca! Coletivo Baque Mulher PoaÉ um coletivo de Maracatu do Baque Virado, ligado ao Candomblé e às suas figuras místicas e deidades. Porém, o Baque Mulher não supõe nem demanda alinhamento religioso, mas, sim, respeito às práticas e tradições religiosas de consideração e cortesia. Ele se orienta pela ética e pela cosmovisão dessas tradições, afins às perspectivas humanistas e emancipatórias. Agrega pessoas sem preconceito de classe, não racistas e contra as discriminações de gênero. Da mesma forma, pessoas contrárias à intolerância religiosa. Os espetáculos são conduzidos com alegria, em clima de diversão e festa, ao mesmo tempo em que se fazem seguidas exortações à força das mulheres (“guerreiras”), ao fortalecimento das “mulheres negras da favela”, à luta contra o racismo, o machismo e o opressor. Além de ensaios e apresentações artísticas, o coletivo realiza atividades de acolhimento e amparo a mulheres em situação de vulnerabilidade e promove uma rede de apoio a mulheres vítimas da violência. Ele compartilha o mesmo espírito de engajamento da rede Baque Mulher, que possui mais de 35 núcleos no Brasil e Portugal. Para assistir pela internet, visite o canal do Coletivo Catarse e inscreva-se. Uma notificação da live será enviada ao seu celular quando for ao ar! Caso prefira assistir por computador, abra o canal minutos antes do início da transmissão (19h30) e aguarde abrir o sinal, automaticamente. Valorizamos a sua participação! Confira um resumo de como foi a segunda sessão do ciclo:

Teve Festa Junina na Comuna do Arvoredo!

Em 29 de junho, o Espaço Cultural Maria Maria – em parceria com o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre e com apoio do Fespope (Fórum de Mulheres Negras na Economia Solidária) e do antiquário Ao Belchior – promoveu uma festança típica no Centro Histórico de Porto Alegre. O frio não foi impeditivo para o grande movimento na Comuna, na Fernando Machado 464 – calcula-se que mais de 300 pessoas passaram pelo local desde as 16h até as 23h, curtindo, fogueira, quentão, pinhão, brincadeiras típicas, música ao vivo (com o grupo Suco de Cajá, que mandou bem demais!), forró (com aulão do professor Giovanni Vergo, do NÓS DANÇA de Salão) e muito mais. A equipe “das Marias” se desdobrou pra atender uma fila que ocupava seguidamente toda a garajona como nunca viram nesse pouco mais de um ano que estão instaladas no local. Foi uma verdadeira experiência de cultura de rua, num momento de recuperação pós-enchentes, num frio de inverno típico gaúcho, mas com o calor de um São João brasileiríssimo. Confere na galeria aqui (com fotos de Billy Valdez e Mainô Türck) como foi esse dia/noite:

1° episódio do Talk Exu foi ao ar!

No dia 14 de junho, à medida que as coisas voltavam a uma pequena e egoística normalidade em Porto Alegre – como a circulação e a vontade de socializar -, foi ao ar o primeiro episódio de um projeto de talk show do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. Este, um projeto incipiente, fruto de uma necessidade de se conversar sobre a cultura popular que circunda ao Coletivo e que, com um tempo de desenvolvimento, pode certamente vir a expandir seus horizontes. Esta edição de estreia, todo produzido dentro do Espaço Cultural Maria Maria, na Comuna do Arvoredo, Centro HIstórico de Porto Algre, se estruturou sobre as experiências da atriz e produtora cultural Lorena Sánchez (@lola_produtora e @loresanchez_apa) e a banda Musical Talismã (facebook.com/musicaltalisma70 e @musicaltalisma70) – foi possível conferir excertos do espetáculo em monólogo Língua Lâmina, sobre a vida e obra de Gilka Machado, e um som da Música Popular Brega Brasileira, além das histórias de como esses artistas desenvolvem seus trabalhos, a reflexão sobre o impacto das enchentes no RS na cultura e como se pretende continuar neste contexto. O segundo episódio já está em produção, mas como é um trabalho realizado todo com recursos próprios do Coletivo Catarse, ainda não há como ocorrer com periodicidade fixa – a proposta do #02 é acontecer em agosto. Aguarde! Enquanto isso, assista a este primeiro e confira aqui na galeria (fotos de Giulia Sichelero) alguns dos momentos dessa bela noite de estreia.

Novas Fronteiras do Ativismo Social, 2ª sessão – live! 28/06, 19h30

Encontro acontece no Espaço Cultural Maria Maria, na Comuna do Arvoredo, Rua Fernando Machado, 464, e tem transmissão ao vivo pelo canal do Youtube do Coletivo Catarse. Esta edição conta com a apresentação do coletivo Amada Massa, uma experiência singular e relevante – um Clube de Pães, produzidos e comercializados por pessoas provenientes da população em situação de rua e grande vulnerabilidade social. A iniciativa está associada à economia solidária e à economia verde, bem como à culinária vegana e outras propostas na área da alimentação saudável e do comércio justo. O trabalho de acolhida e atenção que realiza se alinha à comunicação não-violenta e à Justiça Restaurativa. O coletivo conecta-se a iniciativas similares ou convergentes, busca promover outras relações comerciais e difundir o consumo de produtos saudáveis e ecológicos. Conheça mais: https://www.amadamassa.com.br/. Assista uma palhinha de como foi o primeiro encontro:

Novas Fronteiras do Ativismo Social – live! Inicia dia 20/06, 19h30

Na quinta-feira, a partir das 19h30, no Espaço Cultural Maria Maria, Comuna do Arvoredo (Rua Fernando Machado, 464 – Centro de Porto Alegre), inicia-se um ciclo de debates proposto por um conjunto de pesquisadores e ativistas, no contexto das interações e dos resultados propiciados pelo Projeto de Pesquisa “O TERCEIRO ARQUIPÉLAGO – A RECIPROCIDADE E OS COLETIVOS DE AUTO-ORGANIZAÇÃO DA VIDA COMUM”. São encontros que ocorrerão como forma de se oportunizar momentos de diálogo entre ativistas, estudiosos e outros agentes. Estreiando neste espaço, ao vivo e com transmissão simultânea pelo canal do Coletivo Catarse no Youtube, o ciclo consistirá em uma sequência de painéis (2 por mês, um no Espaço Cultural Maria Maria e outro na Cooperativa GiraSol), com apresentações, comentários e conversas, versando sobre práticas contemporâneas de ativismo social, abordadas em sua diversidade temática e em suas múltiplas formas de atuação. “O propósito do ciclo é trazer conhecimento mútuo a respeito, com referência principalmente aos coletivos de auto-organização da vida comum, e propiciar diálogos acerca de suas motivações, inovações e sentidos, no contexto local de Porto Alegre, regional, em países ou continentes, e global. É uma ideia de se reunir pessoas envolvidas ou interessadas nos temas abordados, com variadas inserções e enfoques, para se realizar uma dinâmica de reflexão conjunta, visando conhecer, compreender, apreciar e dimensionar os ativismos atuais, assim como gerar engajamento e participação” – é o que afirma o Professor Luiz Inácio Gaiger, coordenador geral do proposta. O ciclo se direciona a ativistas, agentes (ONGs, entes públicos, entidades diversas), pesquisadores, acadêmicos e demais pessoas interessadas. Seu intuito principal é promover o diálogo direto, face a face, entre os participantes. Cada painel será composto por ao menos um ou uma ativista no papel de apresentador/a de sua experiência, por ao menos um ou uma ativista de outra experiência, no papel de comentador/a e, ainda, por pessoa conhecedora do tema (pesquisadores, intelectuais engajados, agentes sociais, acadêmicos), no papel de analista. Ademais, haverá uma pessoa mediadora em cada sessão, função a ser exercida em rodízio por integrantes da equipe responsável pelo Ciclo. Detalhes da programação e do desenvolvimento das sessões serão anunciados mensalmente em vários canais de divulgação. Programação temáticaAs formas de ativismo e os propósitos do engajamento são múltiplos. Há exemplos concretos de vários deles em Porto Alegre e região. O Projeto de Pesquisa à base dessa proposta explorou detidamente 120 casos (coletivos) em vários países, encontrando exemplos similares às iniciativas de Porto Alegre, além de outras formas que podem ser trazidas para fins ilustrativos, comparativos ou de contextualização. Assim sendo, a programação dará preferência a temas em relação aos quais se conheçam experiências locais e ativistas. Os nomes dos coletivos e demais participantes convidados serão divulgados a cada mês, tendo-se em vista a seguinte lista temática: • Agroecologia, vegetarianismo e veganismo• Alternativas de mídia e jornalismo• Ancestralidade, raça/etnia e desenvolvimento comunitário• Consumo consciente• Cooperativismo de plataforma• Cuidado, reparação social e emancipação• Cultura digital e software livre• Cultura e arte• Feminismo, equidade e questões de gênero• O ativismo a partir de empresas de mercado• O Bem-Viver e o sentido do Terceiro Arquipélago• Produção, consumo e sustentabilidade• Vida urbana e sustentabilidade Promotores e ResponsáveisAuspiciam a atividade o CNPq (via Prof. Luiz Inácio Gaiger), a Cooperativa GiraSol, o Espaço Cultural Maria Maria, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre e o CAMP (Centro de Assessoria Multiprofissional), por meio de recursos financeiros e materiais, diretos e indiretos. Colaboram, participando do evento e auxiliando em sua difusão, o Grupo de Pesquisa EcoSol (Unisinos), a Rede de Economia Solidária e Feminista (RESF) e a Guayí. Apoiam, por meio de suas marcas institucionais e via mobilização de seus docentes, pesquisadores e estudantes, a Unisinos a UFPEL e a ABET (Associação Brasileira de Estudos sobre o Trabalho). Equipe gestoraLuiz Inácio Gaiger – CNPq (coordenação geral – luiz.Gaiger@gmail.com)Marilia Veronese – UnisinosAndré Mombach – Cooperativa GiraSolDaniela Tolfo – Espaço Cultural Maria MariaHelena Bonumá – Rede Feminista de Economia Solidária e GuayíMarcelo Cougo – Coletivo CatarseGustavo Türck – Coletivo CatarseMonika Dowbor – UFPEL (PPG de Ciência Política)Adriane Ferrarini – UFPEL (PPG de Sociologia)

Da leitura à produção audiovisual

No dia 11 de junho, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura Ventre Livre esteve no Ponto de Cultura Vale Arvoredo para finalizar o projeto da oficina prática de produção audiovisual “Vamos fazer um filme?”, marcando uma importante parceria entre os dois Pontos de Cultura junto à EMEIEF Tiradentes em Morro Reuter, escola que recebeu o projeto de braços abertos. Abaixo confira a postagem que conta mais sobre essa iniciativa: Depois de elaborar a leitura audiovisual, de criar uma história possível de ser filmada em pouco tempo na escola, partimos para o set de filmagens. Nessa manhã de trabalho, cada um sabia o seu papel e todas crianças estavam focadas em fazer a história acontecer com um olho no storieboard e o outro na cena que acontecia ao vivo. Todas e todos participaram, até a profe e a dire, e só foi possível chegar ao final pelo empenho e concentração total da nossa equipe. Todo esse esforço resultou no filme curta-metragem de ficção “Trio Parada Dura – E o mistério do brilho no mato”. Quase um filme de ficção científica! Para fazer um fechamento à altura do que foi esse mês de oficina, o Vale Arvoredo abriu as Portas para receber as crianças, diretora Márcia Sparremberger e a professora Dani Frank, essenciais na produção dessa jornada audiovisual, quem nos recebeu lá foi o Andreson Freitagm residente do Vale. Inclusive, importante ressaltar a importância de contar com a receptividade da escola Tiradentes nesta empreitada, pois faz toda a diferença quando a escola abraça de verdade a proposta, tudo sai com mais qualidade, e foi o que aconteceu com esse projeto. Antes de assistirmos ao curta-metragem “Trio Parada Dura”, asistimos juntos o curta-metragem “As Aventuras de Pinóquio”, um filme de animação em sombras filmado em 2021 lá no Vale Arvoredo, o diretor da Cia Teatro Lumbra Alexandre Fávero estava presente e falou um pouco sobre a produção. Confira o resultado final da oficina:

Vem aí o Talk Exu, o talk show do Coletivo Catarse

Dia 14/06, 20h, no canal do Youtube do Coletivo Catarse – com Musical Talismã e Lorena Sánchez. Direto do Espaço Cultural Maria Maria – situado na Comuna do Arvoredo, na Rua Fernando Machado, 464 (Quer ser público? É só chegar!). Esta é uma proposta de projeto. Uma ideia que quase emplacou num edital do Fumproarte, já sendo uma derivação de outras iniciativas que o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre realizou ao longo dos últimos 5 anos, principalmente em tempos de pandemia. Pois o Talk Exu vem a se concretizar em um momento complexo para a arte e a cultura popular da cidade de Porto Alegre. Vai servir, num primeiro momento, para divulgar e conversar com artistas que foram atingidos pela parada no cenário cultural – pelo desastre das enchentes -, mas, também, para abrir os caminhos de um novo canal de produção do Coletivo Catarse, que comemora, dentro do possível, neste ano, 20 anos de existência. A escolha pela banda Musical Talismã e pela performance de Lorena Sánchez, com excertos da peça Língua Lâmina, para estreiar o talk show se deu também porque, para além de ambos terem sofrido com cancelamentos de apresentações suas, são simplesmente “artistas da casa” – amigos, parceiros e integrantes do Coletivo – e com uma bela caminhada na cultura popular da capital dos gaúchos. MUSICAL TALISMÃ Sabe aquela música que você tem guardada no cantinho do seu coração? Uma memória que vem junto com um chiadinho de rádio AM e que, se puxar por um fiapo, vem toda a letra e melodia? O Musical Talismã foi criado para trazer à tona essas lembranças, como se encontrássemos roupas antigas em um brechó, que longe de serem conservadoras, lembrassem-nos de antigos afetos, risadas e, por que não, reflexões. A banda é um tributo à Música Popular Brega Brasileira, que fazia sucesso nas rádios, vendia muitos LPs e permitia que as gravadoras pudessem investir nos artistas que hoje são considerados a “nata” da MPB. Álvaro Balaca (vocal) e Marcelo Cougo (Baixo e Violão) se juntaram a Rodrigo Rodrigowski (Guitarra e Violão 12) e Ale Souza (Bateria) e tiraram desse brechó musical obras dos anos 60, 70 e 80 e as transformaram, com roupagens despojadas, em músicas atuais. (facebook.com/musicaltalisma70 e @musicaltalisma70) LORENA SÁNCHEZ Língua Lâmina é um espetáculo lítero-teatral em formato de monólogo que homenageia a poeta Gilka Machado (1893-1980),“a primeira mulher nua da literatura brasileira”, grande pioneira da literatura erótica brasileira, que foi sufocada, criticada e incompreendida pelos preconceitos da sociedade de seu tempo. Em cena, a atriz Lorena Sánchez dá movimento às palavras e verbaliza cada gesto, apresentando fatos marcantes da vida da escritora, ao mesmo tempo em que sua obra vai permeando cada momento. (@lola_produtora e @loresanchez_apa) E a seleção pela figura da entidade Exu… Vai no nome e estará também nas paredes do “estúdio” montado no Espaço Cultural Maria Maria, vem da ligação que esta força da natureza tem com os processos de comunicação, é o Orixá da comunicação e da linguagem, que atua como mensageiro entre os seres humanos e as divindades. O artista plástico Paulo Montiel, que foi residente no Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, quando era sediado na Vila Jardim, infelizmente falecido recentemente, deixou um acervo de telas pintadas a óleo com motivos dos Orixás – quadros que seguem, hoje, a história do Ventre Livre e ilustram a ligação do Coletivo Catarse com mais este aspecto da cultura popular brasileira.