O Coletivo Catarse, apesar de ser constituído formalmente como uma cooperativa de trabalho, para tratar das relações formais de direitos sociais de seus cooperados e sua colocação no mercado de trabalho, sempre se caracterizou por ser um coletivo agregador, compartilhador de estruturas e ações e de muita produção cultural (está no nome oficial). E é assim que segue pautando suas atividades que, de certa forma, representam exatamente sua existência. As redes que o Coletivo apoia, propaga e circula é muito reflexo desse histórico – são artistas, grupos, representantes de comunidades indígenas, instituições de ações integradas, pontos de cultura, entidades/núcleos de pesquisa, antropólogos e indigenistas, música, teatro, cinema, gente da negritude, da ecologia, do feminismo e direitos das mulheres negras, hip-hop, dança, do mídia-ativismo, de manifestações culturais de matriz Africana – capoeira, samba, sopapo, culinária –, quilombolas, instituições ligadas ao patrimônio – IPHAN, MuseCom, Museu Júlio de Castilhos, Museu Antropológico do RS –, profissionais da acessibilidade, coletivos e ativistas LGBTQI+ e entidades ligadas à saúde.
São pessoas e redes ativas. Só nesta lista, de um caminhar de mãos dadas de mais de 20 anos, calculam-se cerca de 400 pessoas que se beneficiaram diretamente com o compartilhamento da estrutura do Coletivo ou que desenvolveram trabalhos em conjunto.
Alguns Eixos de Atuação
Teatro
O envolvimento com as artes cências vem, primeiramente, da relação de parceria com alguns grupos de teatro, além da experimentação e pesquisa para a produção de curtas-metragens de ficção. Na sequência aprofunda a experiência no relacionamento estreito com a Cia Teatro Lumbra, tendo uma integrante sombrista da companhia no Coletivo, investigando o diálogo entre a linguagem do audiovisual e do teatro de sombras. Desenvolve projetos nas artes cênicas de forma autônoma e em parceria com outros artistas e companhias.
Carijadas
Os eventos de carijada são encontros de valorização do patrimônio imaterial, do conhecimento indígena, principalmente Guarani, acerca da produção artesanal de erva-mate. O Coletivo Catarse realiza em média uma carijada anual, sempre em formato de oficina e com programação cultural que acompanha a noite de ronda.
Cinedebate
Ou seja, uma história de fomento na área da cultura, com redes que vêm se apoiando em escambos culturais, com recursos muitas vezes insuficientes para toda uma cadeia de envolvidos, literalmente na militância de fazer sua arte. Assim, o Coletivo procura planejar sempre, dando ao dinheiro público o seu sentido que entende como principal – o usufruto coletivo, a disponibilização pública, a produção artística e cultural de matriz comunitária. E isso já é algo que, através de iniciativas como o projeto do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, por exemplo, o Coletivo já efetiva. Não foram poucas as vezes que se produziram projetos com financiamentos públicos em que o objetivo principal era a devolução à sociedade daquele investimento (2008/2020 – Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre – com atividades ininterruptas financiadas ou não financiadas até o momento presente, conveniamento com Ministério da Cultura e SEDAC-RS; 2010 – Prêmio Interações Estéticas – Projeto Famílias do Jardim, Ministério da Cultura; 2010 – Projeto Tambor de Sopapo – Resgate Histórico da Cultura Negra do Extremo Sul do Brasil, Edital Patrimônio Cultural Imaterial – IPHAN; 2011 – Prêmio Pontinhos de Cultura – Projeto Fazendo Cena, Ministério da Cultura; 2012 – Participação no Projeto LabCultura Viva, UFRJ – Ministério da Cultura; 2012 – Projeto Carijo: Herança do Conhecimento Ancestral na Fabricação da Erva-Mate, Edital Patrimônio Cultural Imaterial – IPHAN; 2012 – Contemplado no Edital da terceira edição do Etnodoc – Projeto Batuque Gaúcho, Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro, em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e o Departamento de Patrimônio Imaterial – IPHAN; 2012 – Projeto “Araucária: de braços erguidos para o céu”, contemplado no Edital SEDAC nº 9/2012 Edital de Concurso “Rio Grande do Sul – Pólo Audiovisual”, Pró-cultura RS FAC, vinculado à SEDAC-RS; 2012 – Filme Nega Lú, contemplado no edital nº 41/2012 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC das Artes”, vinculado à SEDAC-RS; 2013 – Projeto Nós da Rede, contemplado no Edital SEDAC nº 07/2013, Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC Processos Culturais Colaborativos”, vinculado à SEDAC-RS; 2015 – Projeto Roda Carijo, contemplado no edital 03/2015 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC #juntospelacultura”, vinculado à SEDAC-RS; 2016 – Projeto Uma Tainha no Dilúvio – contendo filme/websérie ficcional e site – apoiado pelo Fundo Socioambiental CASA, em edital na linha de ação: Água e questões socioambientais do meio urbano; 2016 – Websérie “O ser Juçara”, apoiada no edital Fortalecendo Comunidades na busca pela Sustentabilidade, uma parceria entre o Fundo Socioambiental CASA e o Fundo Socioambiental CAIXA; 2018 – Projeto em parceria com o músico e bonequeiro Mestre Bira/Ubirajara Toledo, contemplado no Edital de Seleção Pública n.º 1, de 26 de abril de 2018, Culturas Populares – Edição Selma do Coco, vinculado ao Ministério da Cultura; 2020 – Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre para reviver um melhor compartilhamento de estrutura, no EDITAL SEDAC nº 10/2020; 2022 – Série de Oficinas Piá no Ventre, contemplada no Edital 08/2022, Cultura Viva no Hip Hop – Residências artísticas em Pontos de Cultura, financiado pela SEDAC-RS; 2022 – Contemplado na Chamada Pública para Projetos da Sociedade Civil de Comunicação Popular e Comunitária em Saúde – Projeto Informar é Vacinar! Uma história de Fake News contra Vacinas e o Sistema Público de Saúde, Fiocruz/OPAS; 2023 – Contemplado como organização parceira da Comunidade Quilombola Vila Nova na Chamada de Projetos Fortalecendo Comunidades na Busca por Direitos Socioambientais: Justiça Climática e de Gênero. Fundo CASA Socioambiental).
São centenas de iniciativas, TODAS compartilhadas, TODAS envolvendo uma diversidade de artistas locais, cultura popular, com produção própria e disponibilização de estrutura.