Vem aí o Talk Exu, o talk show do Coletivo Catarse

Dia 14/06, 20h, no canal do Youtube do Coletivo Catarse – com Musical Talismã e Lorena Sánchez. Direto do Espaço Cultural Maria Maria – situado na Comuna do Arvoredo, na Rua Fernando Machado, 464 (Quer ser público? É só chegar!). Esta é uma proposta de projeto. Uma ideia que quase emplacou num edital do Fumproarte, já sendo uma derivação de outras iniciativas que o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre realizou ao longo dos últimos 5 anos, principalmente em tempos de pandemia. Pois o Talk Exu vem a se concretizar em um momento complexo para a arte e a cultura popular da cidade de Porto Alegre. Vai servir, num primeiro momento, para divulgar e conversar com artistas que foram atingidos pela parada no cenário cultural – pelo desastre das enchentes -, mas, também, para abrir os caminhos de um novo canal de produção do Coletivo Catarse, que comemora, dentro do possível, neste ano, 20 anos de existência. A escolha pela banda Musical Talismã e pela performance de Lorena Sánchez, com excertos da peça Língua Lâmina, para estreiar o talk show se deu também porque, para além de ambos terem sofrido com cancelamentos de apresentações suas, são simplesmente “artistas da casa” – amigos, parceiros e integrantes do Coletivo – e com uma bela caminhada na cultura popular da capital dos gaúchos. MUSICAL TALISMÃ Sabe aquela música que você tem guardada no cantinho do seu coração? Uma memória que vem junto com um chiadinho de rádio AM e que, se puxar por um fiapo, vem toda a letra e melodia? O Musical Talismã foi criado para trazer à tona essas lembranças, como se encontrássemos roupas antigas em um brechó, que longe de serem conservadoras, lembrassem-nos de antigos afetos, risadas e, por que não, reflexões. A banda é um tributo à Música Popular Brega Brasileira, que fazia sucesso nas rádios, vendia muitos LPs e permitia que as gravadoras pudessem investir nos artistas que hoje são considerados a “nata” da MPB. Álvaro Balaca (vocal) e Marcelo Cougo (Baixo e Violão) se juntaram a Rodrigo Rodrigowski (Guitarra e Violão 12) e Ale Souza (Bateria) e tiraram desse brechó musical obras dos anos 60, 70 e 80 e as transformaram, com roupagens despojadas, em músicas atuais. (facebook.com/musicaltalisma70 e @musicaltalisma70) LORENA SÁNCHEZ Língua Lâmina é um espetáculo lítero-teatral em formato de monólogo que homenageia a poeta Gilka Machado (1893-1980),“a primeira mulher nua da literatura brasileira”, grande pioneira da literatura erótica brasileira, que foi sufocada, criticada e incompreendida pelos preconceitos da sociedade de seu tempo. Em cena, a atriz Lorena Sánchez dá movimento às palavras e verbaliza cada gesto, apresentando fatos marcantes da vida da escritora, ao mesmo tempo em que sua obra vai permeando cada momento. (@lola_produtora e @loresanchez_apa) E a seleção pela figura da entidade Exu… Vai no nome e estará também nas paredes do “estúdio” montado no Espaço Cultural Maria Maria, vem da ligação que esta força da natureza tem com os processos de comunicação, é o Orixá da comunicação e da linguagem, que atua como mensageiro entre os seres humanos e as divindades. O artista plástico Paulo Montiel, que foi residente no Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, quando era sediado na Vila Jardim, infelizmente falecido recentemente, deixou um acervo de telas pintadas a óleo com motivos dos Orixás – quadros que seguem, hoje, a história do Ventre Livre e ilustram a ligação do Coletivo Catarse com mais este aspecto da cultura popular brasileira.

CANCELADO! FORÇA, PORTO ALEGRE! *CULTURA na Rua #02, comemorando o 1° de maio com as trabalhadoras e trabalhadores da cultura

EVENTO CANCELADO, AGUARDE NOVA DATA. No dia 4 de maio, um sábado, a partir das 17h, a Rua Fernando Machado, na altura do número 464, Comuna do Arvoredo, vai receber mais uma edição de uma atividade promovida em parceria com o Espaço Cultural Maria Maria e o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. As calçadas das 3 casas da Comuna serão ocupadas com estrutura de som, mesas, feira, antiquário e, ainda, uma apresentação de teatro na rua – já a chamada Garajona do Casarão será montada como uma clássica discoteca. Às 18:30, inicia a apresentação “Língua Lâmina – fragmentos”, um espetáculo lítero-teatral em formato de monólogo que homenageia a poeta Gilka Machado (1893-1980), “a primeira mulher nua da literatura brasileira”, grande pioneira, uma autora sufocada, criticada e incompreendida pelos preconceitos da sociedade de seu tempo. Em cena, a atriz Lorena Sánchez (@loresanchez_apa) dá movimento às palavras e verbaliza cada gesto, apresentando fatos marcantes da vida da escritora, ao mesmo tempo em que sua obra vai permeando cada momento. “Desde tempos imemoriais, as mulheres têm enfrentado uma batalha incansável por reconhecimento, por voz, por espaço. É como se a história tivesse sido escrita com uma tinta invisível para nós, obscurecendo nossas contribuições, nossas vozes, nossas vidas. Mas nós, mulheres, não nos resignamos ao silêncio. Muitas se ergueram das sombras e das críticas e fizeram da palavra uma arma, da escrita um escudo. Gilka é dessas pessoas que desafiaram essa realidade, e esta obra é uma tentativa de trazer à luz sua essência, sua luta, seus sentimentos. É um convite para uma experiência sensorial, onde cada palavra, cada movimento, cada projeção nos convida a mergulhar no universo de uma mulher que desafiou as convenções de seu tempo.” – é o que explica Lorena. Terminando o teatro, as atenções devem se voltar para a parte interna, para a Garajona, com DJ Piá (@piaprodutor) em suas pick-ups trazendo só os clássicos do RAP, original funk, soul, reggae, rock e som Brasil. Um presente para um público que andou pelas casas noturnas de Porto Alegre nos anos 2000/2010. Piá, por si só, já é uma atração nostálgica, pois fez sua história de vivências na cultura popular desde 1984, sendo um dos clássicos DJs da tão aclamada Rádio Ipanema FM 94.9 por 17 anos – além de muitas outras atividades, incluindo recentemente as Oficinas de Discotecagem Hip Hop no próprio espaço do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. São duas atrações que devem movimentar quem se fizer presente na calçada, nas mesas que estarão por ali, ou quem estiver conferindo a feira de artesanato da FESPOPE (@loja_fespope) – Fórum de Mulheres Negras na Economia Popular e Solidária, composto por mulheres negras empreendedoras e ativistas de movimentos sociais – e, também, o antiquário Ao Belchior (@carmenantiguidades) – tradicional casa de antiguidades, funcionando desde 1930 na cidade, hoje com sede na Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo). Haverá ainda os petiscos das Marias, da Kyzzy Rodrigues (@kyzzyrodrigues), Pão da Comuna, entre outros. “A gente teve um movimento muito legal no nosso primeiro evento do CULTURA na Rua. Comemoramos 1 ano que nos integramos neste espaço da Comuna, e é um prazer receber e trabalhar com um grupo que pensa de uma forma diferenciada, que são todos os envolvidos nesta função. Seja por conta dos coletivos que habitam e se apoiam, seja pelo público que busca algo acolhedor e político. Estamos ansiosas e esperando a todos no dia 4 para celebrar conosco!” – convida Márcia Tolfo, uma das idealizadoras do Espaço Cultural Maria Maria (@mariamariaespacocultural). Toda esta proposta da CULTURA na Rua, além de ser uma atividade conjunta, de muitas parcerias de realizações, integra programação dos 20 anos do Coletivo Catarse. “A Catarse sempre foi boa de festa! Basta ver o nome escolhido para batizar a cooperativa para se perceber o quanto estar junto, coletivamente celebrando, é importante na nossa trajetória. Mas, depois que nos mudamos para a Comuna do Arvoredo – e ainda mais com a chegada das Marias -, a coisa ficou séria! Também, são 20 anos para serem comemorados, revividos, afirmados e sustentados para os próximos anos. E uma parte dessa vivência estará conosco no dia 4 de maio, celebrando as trabalhadoras e trabalhadores do mundo. O teatro na rua e a cultura Hip Hop se encontram com a cultura de luta das mulheres negras da Economia Solidária, se espraiando pela charmosa Fernando Machado, de tantas histórias. Bem, cá estaremos nós montando equipamentos de som e luz, trabalhando com firmeza e alegria para que tudo corra da melhor maneira possível e deixar mais uma marca na história dessa rua e do Centro de Porto Alegre. Se Nietzsche disse não acreditar em um deus que não dance, nós só cremos na luta quando ela se movimenta, dança, ocupando espaços, se relaciona com outras pessoas, outras lutas, outras maneiras de ver e estar no mundo. Desse modo, neste ano, já fizemos e faremos muitos eventos para encontrar para ouvir e contar histórias, dançar e sonhar, pois, na segunda-feira, tudo começa de novo!” – Marcelo Cougo, músico e produtor cultural, um dos integrantes do Coletivo Catarse. E, para finalizar, a data também vai marcar um (re)lançamento oficial pelo Coletivo Catarse do seu (novo!) site – que esteve inativo por um bom hiato durante a pandemia e que já vem sendo reconstituído no último período como um local que, além de contar com as atualizações das ações da cooperativa e do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, está em plena organização de um acervo de duas décadas de materiais produzidos, disponibilizando para acesso irrestrito e pesquisas um compêndio de produções das mais variadas. É o que se está denominando Ponto de Memória Catarse – um projeto com apoio da ONG Witness Brasil, realizado em plataforma livre, com a tecnologia Tainacan. Acessa lá e explora bem todo o nosso conteúdo! https://coletivocatarse.com.br CULTURA na Rua #02 Programação:Os trabalhos se iniciam às 17h com os Comes & Bebes das Marias, da Kyzzy Rodrigues, Pão da Comuna, Feira da Loja do …

A arte viva de Ubiratan Carlos Gomes

Pontos de memória são lugares que abrigam de forma prática aquilo que forma a a cultura e a história de um povo. Pode ser um museu, uma biblioteca, um ponto de cultura, uma acervo de imagens da televisão ou um site, entre muitas outras coisas. Dito isso vamos ao causo: Ubiratan Carlos Gomes, o Bira do Anima Sonhos, participou semana dessas do Cantos do Sul da Terra, programa comandado por Demétrio Xavier na nossa (Sempre nossa!!!) TVE, TV pública do Rio Grande do Sul. Pois esse foi o ponto de partida para que algumas memórias viessem à tona. Depois do programa algumas pessoas nos procuraram, (Coletivo Catarse) para perguntar do Bira. Queriam mandar lembranças, falar de antigamente, contar e saber como iam as coisas. Uma dessas pessoas foi o Gilmar, de São Jacob, lugar que fica entre São Marcos e Vacaria, na Serra riograndense. Pois Gilmar nos procurou para enviar um vídeo bastante rico de uma apresentação do Anima Sonhos durante a festa de seu casamento (do Gilmar), em 1991. Gravado em fita guardada desde então, há pouco tempo foi digitalizada e subida para o Youtube há bem pouco tempo. Um registro raro e importante com os gêmeos ainda formatando seus clássicos bonequeiros. É importante registrar que esse contato só foi possível por termos mantido um site onde está guardada uma parte da trajetória do Bira e do Anima, www.ubiratancarlosgomes.com.br. Através desse site foi feito o contato que foi desperto pelas imagens do programa da TVE. Uma cadeia de agentes trabalhando a memória de um lugar, um trabalho financiado em boa parte por recursos públicos. Desse modo, agora, além do canal do Gilmar na rede social também vai estar, o vídeo, no site do Bira. Ponto pra memória!

A Viagem de Jacinto

Nos dias 27, 28 e 29 de abril, o Ponto de Cultura Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo (@vale.arvoredo) foi transformado no set de filmagem para a produção da minisérie A Viagem de Jacinto. Não é a primeira vez que o Clube da Sombra (@clubedasombra), realizador deste projeto, em parceria com o Coletivo Catarse e Vale Arvoredo, se juntam para fazer arte em Morro Reuter. No ano de 2021 o set foi para o projeto Criaturas da Literatura Em Movimento (com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura do RS), que resultou em 6 curtas-metragens com a linguagem do teatro de sombras como principal protagonista para contar 6 histórias clássicas da literatura universal. Nesta nova empreitada, A Viagem de Jacinto ainda conta com mais dois parceiros importantes: Cia Pájaro Negro e Pablo Longo (@pajaronegro.sombras e @pablongol) – Mendonza – AR e Box23filmes (@box23filmes) – Dois Irmãos-RS. A minisérie terá estreia ainda este ano, por enquanto, acompanhe os bastidores desta jornada. Sobre o projeto:A Viagem de Jacinto é um projeto de minisérie ficcional que narra a história de duas crianças que vivem na zona rural e, em uma noite, brincando com uma lanterna, disparam um facho de luz para o céu escuro. Essa luz, antes de viajar pelo espaço, ilumina um boneco de papelão chamado Jacinto, que os dois construíram para brincar com teatro de sombras. Nesse instante em que Jacinto é iluminado, uma grande ideia surge na imaginação dessas duas crianças, abrindo um universo novo de dúvidas e descobertas onde a ciência e a imaginação se juntam para formar imagens surpreendentes. Jacinto está viajando na velocidade da luz pelo espaço. Mas e a sombra de Jacinto, está viajando junto? Onde estará esse nosso personagem? Conforme o tempo passa, Jacinto segue sua a aventura espacial, enquanto as crianças crescem, tornam-se adultos para finalmente descobrirem onde Jacinto está. Numa produção @clubedasombra, em parceira com @pajaronegro.sombras, @coletivocatarse, @box23filmes e Ponto de Cultura @vale.arvoredo e financiamento pela @leipaulogustavo no município de Dois irmãos (@prefeituradoisirmaos / @doisirmaos_cul_tur), A Viagem de Jacinto sai do papel e encontra este grupo de realizadores dispostos a embarcar na mesma viagem.

Teatro é grupo – Estreia de Ed Mort no Museu do trabalho

Texto: Andressa CorrêaFotos: Gustavo Türck No dia 16/12 o espetáculo Ed Mort, da oficina infantil da Yeshe Cultural (@yeshecultural) estreou no Teatro do Museu do Trabalho (@museudotrabalho) para cerca de 100 pessoas. Ed Mort – adaptação do texto de Luiz Fernando Veríssimo cheio de deboche e mistério. O TEATRO se fez presente – uma arte coletiva, feita por uma coletividade diversa de crianças e por coletivos muito especiais. Com ela o Yeshe Cultural cumpriu sua aspiração do ENCONTRO, em tempos de desconexões conectadas, o encontro é pedra preciosa, o fazer teatro se faz preciosidade. O que fizemos? Primeiro, um GRUPO de crianças mega talentosas e especiais, de mães parceiras, de diferenças! Uma jornada nada fácil, de tapas e beijos, mas tão verdadeira, tão verdadeira, que nenhuma criança titubeou, quis desistir. Só somamos nesse ano, não tivemos nenhuma desistência e acho isso incrível! Elas estavam sempre lá, ansiosas pra se ver, pra lanchar juntas, ansiosas pra fazer as cenas acontecerem. Segundo, uma PROFESSORA que tinha escolhido uma peça difícil, uma professora que adora marcar cena, que é meio chata, mas que propicia DR’s, o compartilhar da vida entre eles, e que ACREDITA neles. Foi difícil de fazer, mas tão bonito de se ver! A alegria e a força deles no dia… ahhh… ver eles orgulhosos, respondendo as perguntas do públicos… que delícia! Terceiro, uma EQUIPE brilhante: agradeço ao Coletivo Catarse / Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre (@coletivocatarse) que apoia sempre as “águas que correm entre os trilhos” na busca por uma mundo mais justo e presente e vem apoiando o Yeshe Cultural desde o seu nascimento com as tecnologias, com as pessoas, com a troca de ideias; agradeço em especial a Têmis Nicolaidis (@temis.nicolaidis) que criou a cena maravilhosa de sombras que tínhamos no espetáculo, apoiou na técnica, sentiu calor com a gente; a Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo) esse centro cultural, moradia coletiva, lugar de gestão de outros mundos possíveis que acolhe e torce pela continuidade dessa oficina; agradeço ao palhaço Rê Amorim (@renatonapaz) que mandou ver nos bastidores com as crias; agradeço aos responsáveis que viram, olharam, apoiaram seus filhos para estarem lá, parabéns!

Preto, poético e político

O famoso “soco no estômago”.Para homens brancos em constante procura de sua identidade, sua história, se aberto às reflexões, o soco expõe as víceras.Foi assim que desenvolvi meus sentimentos ao assistir a “WOYZECK, PRETO-POÉTICO-POLÍTICO”.Descendente de alemães, portugueses… a peça era para mim. “Nós, europeus,” somos expostos de uma maneira maravilhosa – mesmo que eu não me considere isso – sou brasileiro! -, mas sou literalmente enquadrado, com muita razão, inclusive.É uma obra de narrativa que expõe a construção de uma parte bem significante do racismo estrutural que se vive hoje – centenas de anos depois. O positivismo de Augusto Comte, importado pelo republicanismo e que deu ares ufânicos ao gauchismo “histórico”, tradicional, está ali. A teoria do embranquecimento da população… Está ali! E… Você sabia que isso existiu?! (Detalhe: eu não conheço Woyzeck, não precisa conhecer Woyzeck, a história é a nossa).Um texto de autor levado ao palco, com a fibra de seus executores à mostra. Cenário minimalista, mas que se enche de luzes e sombras bem apresentadas. De atuações que precisam se destacar – e se destacam. A peça é uma obra que merece arenas lotadas – e as lágrimas que derrubei.Sempre é muito difícil trabalhar com as saídas da estória para a história, a quebra da chamada 4ª parede, o determinante que torna, na frente da plateia, o personagem em pessoa – e eles fazem isso muito bem! Como parte que se enquadra em toda uma narrativa adaptada ao nosso tempo/lugar.Meu subjetivismo branco, pequeno-burguês, estava contemplado no seu cutuco, que constantemente procuro manter. Mas é uma peça nova, uma obra em desenvolvimento – e isso também é lindo de enxergar. Quem consegue observar o espaço de evolução que existe ali, curte mais ainda a produção. Um trabalho de alma das atuações de Yannikson, Mayura Matos, Eduardo Arruda, Rita Réus, Felipe Fiorenza, Sílvia Duarte, Alexander Kleine e Anderson Gonçalves, da encenação de Eduardo Arruda e Mayura Matos, e da produção de Dirce Maria Orth, de Ponto de Cultura, proveniente de pequeno município, mas de grande visão. (ficha técnica completa ali abaixo) Meu racionalismo artístico quer ver a obra de novo, com 30 minutos a menos, com os personagens em dinâmicas mais afinadas de entradas e saídas e com o som de suas vozes não destacados para baixo do áudio mecânico, produzido – “pausa para o momento homem branco crítico de arte aqui”, meu lugar de fala. Mas quer saber?! Vale a pena já do jeito que está! Eu não sou referência de nada, a não ser da satisfação de meu próprio ego… Parabéns aos envolvidos. E sigam! Ficha TécnicaDramaturgia: Georg BüchnerAdaptação dramatúrgica: Eduardo ArrudaEncenação: Eduardo Arruda e Mayura MatosElenco: Yannikson, Mayura Matos, Eduardo Arruda, Rita Réus, Felipe Fiorenza, Sílvia Duarte, Alexander Kleine e Anderson GonçalvesDireção musical / trilha sonora original: Felipe FiorenzaFigurinos: Carmem Arruda e Eduardo ArrudaConfecção de figurinos: Carmem Arruda, Rita Oliveira e Eduardo ArrudaCenografia: Eduardo ArrudaInterpretação / teclado da trilha sonora: Adriano KleemannGravação e edição musical da trilha sonora: Marcello MelloCriação de luz: Leandro GassOperação de luz: Leandro Gass e Haik KhatchirianOperação de som: Aterna PessoaEdição musical e efeitos sonoros: Alexander KleineMaquiagem: CoadjuvantesComposição original música “Voz ancestral”: Grupo AfroentesEdição da música “Voz ancestral”: Mayura MatosConstrução do intonarumori: Silvio Germano WesterhoferComposição original da música “Violinos em delírio”: João Batista SchmidtTexto “Ária Yannikson”: YanniksonTexto “Ária Mayura”: Mayura MatosVoz da performance: Clélio CardosoMídias sociais: Kelvin Prudêncio e YanniksonFotografia: Dani ReisMaterial gráfico: Eduardo ArrudaProdução: Dirce Maria Orth, Eduardo Arruda e YanniksonAgradecimentos: Goethe-Institut Porto Alegre, CCBB, Fora da Asa – Experiências PluraisCo-realização: Goethe-Institut Porto AlegreRealização: Coadjuvantes Aqui o release da peça: TEMPORADA DE ESTREIA 🎭 Semana de estreia de Woyzeck: preto – poético – político! Trabalho de estudo e pesquisa do grupo Coadjuvantes nos últimos anos, o espetáculo terá suas primeiras apresentações no teatro do @goetheinstitut_portoalegre! Os ingressos já estão disponíveis pelo link (https://bit.ly/woyzeck-preto-poetico-politico) e também podem ser adquiridos com os integrantes do elenco. Reserve a data e garanta já o seu! SINOPSE:O espetáculo “Woyzeck: preto – poético – político” é uma criação contemporânea que traz, em sua temática principal, a história de Woyzeck: um homem preto submetido a diversas experimentações científicas, sociais e comportamentais. Questionador de sua natureza enquanto indivíduo e ser repleto de subjetividades, é ao lado de Marie que Woyzeck vai descobrir os limites das atrocidades humanas, vivenciando, na própria pele, os resquícios de um sistema que é continuamente alimentado para não estar ao seu favor. Nesta história, personagens como o Capitão, o Médico, o Tamboreiro e a Beata surgem como imponentes símbolos de manutenção do racismo e dos privilégios da branquitude na nossa sociedade. woyzeck #espetaculoteatral #projetobuchner #teatro

“É noite. Paira no ar uma etérea magia…”

Gilka Machado (1893-1980), foi a maior representante feminina do simbolismo no Brasil. Poeta carioca, nascida numa família de artistas, lançou seu primeiro livro em 1915, causando alvoroço na crítica desde já.  Tinha a admiração de grandes escritores como Jorge Amado, Olavo Bilac e Carlos Drummond Andrade e venceu o concurso de melhor poetisa do Brasil, em 1933, concorrendo com nomes como Cecília Meireles. No entanto foi duramente criticada por muitos setores da sociedade pelo teor sensual de seus versos e desvalorizada por sua condição social. Gilka foi uma precursora – ou “a antecessora”, na palavras de Carlos Drummond Andrade – usando de um erotismo espiritualizado para falar de desejos, anseios e aspirações da mulher, tirando-a da condição de objeto do homem e apresentando-a protagonista de si mesma. O projeto Língua Lâmina teve início em 2019, quando três artistas independentes (Alexandre Malta, Lorena Sánchez e Thali Bartikoski) idealizaram a elaboração de um sarau a partir da literatura erótica feminina no Brasil. A proposta inicial era apresentar um compilado de diversas autoras, de variadas épocas. Ao direcionar-se o trabalho de pesquisa para a busca das mulheres pioneiras na poesia erótica no país, se chegou na vida e obra da poeta Gilka Machado. Foi idealizado, assim, o sarau sensorial “A Língua Lâmina de Gilka Machado”, onde as palavras do universo gilkiano jogam frequentemente com os cinco sentidos, proporcionando experiências sensoriais ao público, apresentando assim mais concretamente sua poesia essencialmente simbolista.  O sarau chegou a estrear no início de 2020 no espaço do Guernica Bar, mas infelizmente teve as atividades suspensas por conta do isolamento social provocado pela pandemia do Covid19. Durante o período de isolamento, o grupo continuou pesquisando e desenvolveu ações de forma virtual, com videopoesias realizadas de forma caseira pelos três artistas e entrevistas a outras estudiosas da escritora Gilka Machado. O sarau retomou as apresentações presenciais no fim de 2022 com o elenco inicial, se apresentando em palcos alternativos e de forma independente.  Em meio às pesquisas e discussões, realizadas durante e posteriormente ao período de isolamento, foi desenvolvida uma nova concepção em relação ao produto final do projeto. Na pesquisa histórica, identificou-se um grande número de escritoras latino-americanas, contemporâneas de Gilka Machado, todas mulheres pioneiras em seus países com uma escrita ousada e libertária – outras línguas-lâminas que podiam ser somadas. E no desejo dos artistas suscitou a necessidade de transpor o sarau para a condição de espetáculo.  Optou-se pela criação de um monólogo e a formação de uma equipe técnica incorporada à atriz em cena, utilizando de recursos como o audiovisual, a dança, a iluminação e a trilha sonora cuidadosamente pesquisada. Língua Lâmina então toma a forma de um projeto cuja proposta cênica se desenvolve a partir da intersecção de diferentes áreas artísticas, que convergem para a apresentação de elementos da obra de Gilka Machado e da condição feminina na sociedade, como ser autônomo e criador.  As profissionais envolvidas no projeto, sejam artistas ou técnicas, são imersas no universo gilkiano, produzindo harmonicamente elementos em suas especialidades individuais que convergem coletivamente em direção a uma representação da poética para além da palavra. Todo esse processo, somado a atuação e provocações da atriz em cena, devem proporcionar  sensações e estímulos no público O formato em monólogo teve a sua estreia em março de 2023, no evento Elas por Elas, do espaço cultural Cuidado que Mancha.  Língua Lâmina  participou em junho de 2023, no XXX FESTIVALE – FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DO VALE DO PARANHANA, em Rolante/RS, recebendo os prêmios de Melhor Atriz e Melhor Texto Original e as indicações de melhor espetáculo, direção, figurino, cenografia e trilha sonora. Fez, também, apresentação no Salão Mourisco na Biblioteca Pública do Estado. O Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre apoia Culturalmente o Língua Lâmina e tem, na equipe, duas coperadas Lorena Sánchez (atuação e produção) e Têmis Nicolaidis (videoprojeções), que assinam, também, a direção coletiva do espetáculo nessa nova fase.

Descobrindo a sombra

Dia 23 de outubro, a escuridão tomou conta da oficina de teatro para crianças da Yeshe Cultural (@yeshecultural). Nos iluminamos, nos observamos e jogamos com as sombras projetadas nas paredes e tela. O Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre (@ventre_livre) está nesta parceria com a Yeshe para sensibilizar as crianças para a linguagem da luz e sombra e, também, para criar uma cena de teatro de sombras para a montagem do grupo, Ed Mort, que será apresentado até o final do ano.

Bolha Luminosa

A Bolha Luminosa é um “aparato cenográfico de formato esférico, inflável, para performances de teatro de sombras em espaços ao ar livre ou alternativos”. Desde 2005 a Cia Teatro Lumbra realiza experiência com esse formato inusitado de cenografia/superfície de projeção, resultando em performances em teatro de sombras que aproxima o espectador desta linguagem e convida a brincar e interagir. Hoje, 19.09, uma dessas experiências, fechará o Festival Porto Alegre em Cena, e se chama O Marujo e a Tempestade. Essa performance conta a história de um jovem marujo que chega em um porto e conhece uma moça. Os dois se apaixonam. Quando o marujo segue viagem, é pego de surpresa por uma tempestade. A moça, pressentindo o perigo, vai ao encontro dele. Para que o amado seja salvo, um mistério deverá ser revelado. Como testemunhas, apenas a lua cheia e todo o público convidado. Ano passado o Clube da Sombra, em parceria com o Coletivo Catarse, produziu um mini documentário contando mais sobre essa curiosa experiência que é a Bolha Luminosa. Depois de encerrada a apresentação de 15 minutos da performance “O marujo e a tempestade”, os artistas preparam o espaço interno da Bolha enquanto os espectadores são convidados a participar, formando uma fila e pequenos grupos, de 7 a 10 pessoas, para entrar no balão. Cada grupo fica em tempo estimado de até 5 minutos, conforme a demanda, para experimentar suas sombras corporais e brincar com as figuras que fizeram parte da história apresentada. “Esse momento interativo é uma sacada muito especial deste espetáculo, pois a experiência imersiva, que é estar dentro da bolha, convida o público a brincar num lugar quase secreto, seguro. Já tivemos a experiência de receber crianças bem pequenas, adolescentes e idosos, gente que estava sedento pela brincadeira e outros nem tanto mas que, mesmo assim, não resistiram a entrar naquela bola encantadora. É uma oportunidade de aproximar o público dos princípios básicos da arte do teatro de sombras de uma forma descontraída e lúdica e a partilha das imagens que todos produzem juntos ali é muito potente”. Têmis Nicolaidis – integrante do Coletivo Catarse e da Cia Teatro Lumbra. Siga o Cia Teatro Lumbra nas redes:@clubedasombra@bolhaluminosa Site do Clube da SombraYoutube do Clube da Sombra – Inscreva-se!O Clube da Sombra promove Vivência Imersiva no Teatro de Sombras – Saiba mais

Sessão Bodoqe 8 – lançamento mundial do documentário Informar é Vacinar

Na noite de sexta, 23 de junho, a Sessão Bodoqe recebeu a estréia do lançamento Mundial do documentário Informar é Vacinar e esquete com os bonecos de Machado de Assis e Oswaldo Cruz interpretados pela Trupi di Trapu. Depois das distritais do Conselho Municipal de Saúde, da Cinemateca Capitólio e das lives com a a Fiocruz, foi o dia do Maria Maria Espaço Cultural (Fernando Machado 464, Comuna do Arvoredo, Centro de Porto Alegre/RS, Brasil, Terra, Via Láctea) receber o filme sobre fake news e seus efeitos na vacinação. Como mestres de ceremônio para tal evento, ninguém menos que Machado de Assis e Oswaldo Cruz. Confeccionados e interpretados por Anderson Gonçalves e Viviane Marmitt da Trupi di Trapu, os personagens principais do filme receberam o público, contando um pouco da sua odisséia em busca de informações verdadeiras em saúde e vacinação e entrevistando a equipe da produção do documentário. Sinopse:O documentário acompanha a dúvida de Machado de Assis – “Afinal, é para se vacinar ou não?!” -, que busca ajuda de seu amigo Oswaldo Cruz para encontrar informações confiáveis sobre saúde em meio à avalanche de desinformação que toma conta das redes sociais e confunde a sociedade brasileira. A busca dos dois – bonecos, confeccionados e operados pela @trupiditrapu – levanta diversas reflexões sobre as fakenews e seus efeitos na vacinação e no sistema de saúde como um todo. Esta obra é fruto de uma proposta do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre contemplada na Chamada Pública de Projetos da Sociedade Civil de Comunicação Popular e Comunitária em Saúde da Fiocruz e OPAS (2022/2023). O conteúdo desta obra não reflete necessariamente as opiniões das instituições financiadoras. Este filme faz parte do projeto “Informar é Vacinar – uma história de fake news contra as vacinas e o sistema público de saúde”. Uma produçãoPonto de Cultura e Saúde Ventre LivreColetivo Catarse Com apoio doConselho Municipal de Saúde de Porto Alegre Ficha técnica:Machado de AssisAnderson Gonçalves Oswaldo CruzViviane Marmitt Produção executivaGustavo TürckBruno Pedrotti DireçãoGustavo Türck Assistência de direçãoBruno Pedrotti Direção de produçãoMarcelo Cougo RoteiroGustavo TürckBruno PedrottiTêmis NicolaidisMarcelo Cougo Pesquisa de imagensBruno PedrottiTêmis NicolaidisGustavo Türck Operação de câmerasBilly Valdez Operação de somMarcelo CougoGustavo Türck EdiçãoTêmis Nicolaidis Cor e finalização de vídeoBilly Valdez Finalização de áudioGustavo Türck Arte de bonecosTrupi di Trapo Direção de trilha sonoraMarcelo Cougo EntrevistadesBenjamin RoitmanBruno MussaFernando D’AndreaIsabella BallalaiKaren CarvalhoLuana RodriguesMarcia Thereza CoutoMellanie DutraPaola Falceta Unidade de Saúde Nossa Senhora AparecidaSônia José de Souza ElyseuJosé Antônio Souza da SilvaGeorges Peres de OliveiraJéssica Machado Trilha sonoraNeonazi GratiluzRatos de Porão Tema de baixo e caixaGravação demoMarcelo Cougo – baixoPaulinho Bettanzos – caixa Tema de Prata PretaMúsica de Marcelo CougoMarcelo Cougo – violões, escaleta, assovio e sopapinhoMarcelo Lalo – guitarrasBruno Africanamente Capoeira Angola – berimbau violaGravação e mixagem – Gustavo Türck CosmonautaMúsica de Marcelo CougoMarcelo Cougo – BaixoStefano – Piano e GuitarraYvan Etienne – SaxPaulinho Bettanzos – Sintetizador*trilha originalmente composta para o curta-metragem Cosmonauta Aires de TangoMúsica de Marcelo LaloMarcelo Lalo – guitarras e violõesGravação e mixagem – Gustavo Türck Assessoria de comunicação e jornalistas responsáveisBruno Pedrotti (MTB 0019855-RS)Gustavo Türck Arte gráficaTêmis NicolaidisBilly Valdez AgradecimentosFiocruzComuna do ArvoredoGrupo Hospitalar Conceição (GHC)Simone Faoro BertoniHelena Beatriz Silveira CunhaAdiel Coelho da CunhaUnidade de Saúde Nossa Senhora AparecidaGeorges Peres de OliveiraSônia José de Souza ElyseuAna Lúcia Valdez PolettoClaunara Schilling MendonçaCarla DominguezNúcleo de Coordenação do Conselho Municipal de Saúde POAKatia CamargoTiago VeitLeandro Carbonato e Power Line Music ProdutoraRatos de Porão e João GordoMercado 453Maria Maria Espaço CulturalPaulinho Bettanzos